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  • MARQUÊS DE ITANHAEM - A partir desse momento apregoaremos um magnifico aparelho de chá, café, bolos e doces da manufatura de P. A HANNONG ,Rue de Faubourg Saint Denis (1771-1776). Marcas da marca n. 905 para Pierre Antoine Hannong em Porcelain Marks of the Wold de Emanuelle Poche. A fábrica de Hannong pioneira na fabricação de porcelana na França, pertenceu ao Conde DArtois, futuro rei Carlos X da França. Iniciaremos com o lote que segue: MARQUS DE ITANHAEM - Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto CoelhO (1782-1867)  TUTOR DE DOM PEDRO II E DAS PRINCESAS FILHAS DE DOM PEDRO I E DONA LEOPOLDINA.  PRECIOSO CONJUNTO COM QUATRO PRATOS PARA DOCES EM PORCELANA ESTILO E ÉPOCA LOUIS XVI. ABA DECORADA COM GUIRLANDAS DE FLORES E FITAS ROSE. BORDA RECORTADA REMATADA EM OURO. CALDEIRA COM INTRICADA GUIRLANDA EM OURO. RESERVA COM LUXURIANTES FLORES E RAMAGENS. POUCAS VEZES SE VERÁ PRATOS TÃO BELOS QUANTO ESSES. UM RESQUÍCIO DA REQUINTADA FRANÇA DOS BOURBON NO SEC. XVIII.  ANTES DA REVOLUÇÃO FRANCESA. ESSE SERVIÇO PERTENCEU AO MARQUÊS DE ITANHAEM, Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto CoelhO. FRANÇA, SEC. XVIII. 22,5 CM DE DIAMETRONOTA: Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho, Marquês de Itanhaém (Marapicu, 5 de maio de 1782  Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1867), foi um militar, proprietário rural e político brasileiro. Manuel Inácio nasceu na fazenda de Marapicu, pertencente ao seu pai, o brigadeiro do exército português Inácio de Andrade Souto Maior; sua mãe era dona Antônia Joaquina de Ataíde Portugal Pinto Coelho Durante sua carreira militar, foi apontado general e recebeu várias medalhas e comendas, dentre elas a Grã-Cruz da Legião de Honra da França. Tendo estudado Direito, tornou-se juiz. Ele falava ao menos cinco línguas. Manuel Inácio foi feito Barão de Itanhaém tanto por Portugal quanto pelo Brasil. Recebeu primeiramente o título de D. João VI, por decreto de 3 de maio de 1819. Depois o foi por D. Pedro I, por decreto de 1 de dezembro de 1822, em gratidão a sua lealdade ao Império. Ainda em 1822, serviu como alferes-mor na sagração e coroação de D. Pedro I e, em 1824, exerceu a mesma função no juramento da Constituição Imperial. Por seus bons serviços, aos 12 de outubro de 1826, foi feito Marquês de Itanhaém. Com a prisão de José Bonifácio em 1834, o marquês substituiu-o como tutor do jovem D. Pedro de Alcântara, então com oito anos de idade. Como tutor do Imperador  oficialmente, "encarregado da tutela de Sua Majestade Imperial e de Suas Augustas Irmãs" , ele residia em um quarto do Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.  Aos vinte e cinco anos, o Marquês de Itanhaém desposou, por procuração de sua família, sua prima Teodora Egina Arnaut. Tiveram um filho, Inácio. Sua esposa morreu em 1828, depois de uma união insossa de quase vinte e um anos. Aos quarenta e nove anos, o marquês casou-se, em 1831, com Francisca Matilde de Pinto Ribeiro, de trinta anos. Com a morte precoce de Francisca no ano seguinte, Manuel Inácio casou-se, em 1833, com a cunhada, Joana Severina de Pinto Ribeiro. Assim como a irmã, ela morreu precocemente aos trinta anos, apenas seis meses depois. Em 5 de julho de 1834, na capela da casa de uma amiga na Rua da Quitanda, o Marquês de Itanhaém, já com cinquenta e dois anos, casou-se secretamente com Maria Angelina Beltrão, uma pobre faxineira lisboeta de vinte e nove anos. Maria Angelina o acordava todas as manhãs cedo no palácio, sempre limpando seu quarto. Em junho daquele ano, depois de uma conversa, o marquês pediu sua mão em casamento, e ela, surpresa, aceitou. De início, Manuel Inácio manteve sigilo de seu quarto casamento. Maria Angelina continuou a trabalhar como faxineira do palácio, sem que ninguém soubesse de suas relações com ele. Este arranjo continuou por algum tempo, mas chegou ao fim em meados de 1835, quando o marquês revelou a D. Pedro II o seu casamento secreto e a gravidez de Maria Angelina. O Imperador aceitou a união entre os dois e, inclusive, permitiu que o primogênito do casal, também chamado Manuel Inácio, fosse batizado na capela imperial do palácio, em 25 de maio daquele ano. A cerimônia contou com a presença das principais famílias nobres do Império.  Manuel Inácio faleceu no Rio de Janeiro a 17 de agosto de 1867, aos 85 anos. Maria Angelina viria a falecer exatamente um mês depois, em 17 de setembro, aos 62 anos.
  • EXPLENDIDO PAR DE TOCHEIROS LITURGICOS EM PRATA DE LEI COM MARCAS DE PSEUDO CONTRASTE (P COROADO) E PRATEIRO EP, REFERENCIADO POR MOITINHO COMO BR 92D ATIVO EM MEADOS DO SEC. XIX.  ELEGANTE DECORAÇÃO ESTILO DOM JOSÉ I CONSTITUIDA POR FOLHAS DE ACANTO (BOBECHE E FUSTE) E BASE COM  ROCAILLE. BRASIL, MEADOS DO SEC. XIX, 53 CM DE ALTURA. 3155 G (SOMENTE PRATA SEM QUALQUER TIPO DE ALMA OU RECHEIO)
  • MARAVILHO ANEL EM OURO 18 K COM CRAVAÇÃO DE LINDO TOPAZIO IMPERIAL COM LAPIDAÇÃO OVAL E APROXIMADAMENTE 12 K EMOLDURADO POR BRILHANTES EXTRA BRANCOS. ARO 19. 8,1 G
  • LINDA SALVA EM PRATA DE LEI ESTILO DONA MARIA I. MARCAS DE CONTRASTE PARA A CIDADE DO RIO DE JANEIRO 10 DINHEIROS E MARCAS DO PRATEIRO PREJUDICADAS PARA LEITURA. DECORADA COM ANEIS CONCENTRICOS E RESERVA CENTRAL COM MONOGRAMA IMV . CAPRICHADOS PÉS DE GARRA. BRASIL, PRIMEIRA METADE DO SEC . XIX. 29 CM DE DIAMETRO 700G
  • LINDA SALVA EM PRATA DE LEI. MARCAS DE CONTRASTE PARA CIDADE DO PORTO E PRATEIRO LUIZ ANTONIO RODRIGUES DE ARAUJO ATIVO A PARTIR DE 1853. GALERIA DECORADA COM AVELAS E SUAS RAMAGENS. PLANO TEM LINDOS GUILLOCHES E CAPRICHADO MONOGRAMA AFC. ASSENTE SOBRE TRÊS PÉS. PORTUGAL, SEC. XIX.30 CM DE DIAMETRO. 840G
  • PALACIANO SAMOVAR EM METAL ESPESSURADO A PRATA. IMPRESSIONANTE PELA GRANDE DIMENSÃO! CORPO LISO COM ELEGANTES ALÇAS LATERAIS. MARCAS DA MANUFATRUA EBERLI. BRASIL, INICIO DO SEC. XX. 72 CM DE ALTURA
  • BARÃO DE ARARIBÁ  JOÃO LUIZ GONÇALVES FERREIRA (1841-1914).  RARO PRATO EM PORCELANA DA MANUFATURA DE CHARLES PHILIVUYT. BODA RECORTADA COM ABA REFORÇADA EM BARRAD0 CINZA DELIMITADO EM OURO. RESERVA COM MONOGRAMA JLGF ENTRELAÇADO. PERTENCEU AO BARÃO DE ARARIBÁ, SENHOR DO ENGENHO DO MESMO NOME NO MUNICÍPIO DO CABO EM PERNAMBUCO.  EXEMPLAR DESSE SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDO NA PAG. 240 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL DE JENNY DREYFUS. FRANÇA, SEC. XIX. 24 CM DE DIAMETRO.NOTA: JOÃO LUIZ GONÇALVES FERREIRA -  primeiro e único barão de Araribá (Recife, 17 de junho de 1841  16 de novembro de 1914), foi um fazendeiro e militar brasileiro, tendo sido coronel da Guarda Nacional. Filho de Antônio Luiz Gonçalves Ferreira, português de Braga, e Ana Joaquina Gonçalves Ferreira, recifense. Neto paterno de Ascenso Luiz e de Maria Gonçalves. Neto materno de José Francisco Tavares Rodovalho, açoriano, e de sua primeira mulher, Isabel Teodora da Conceição, pernambucana. Coronel-comandante superior da Guarda Nacional, no Cabo - PE. Faleceu solteiro em 1914 no Engenho Arariba de Baixo, no Cabo-PE., tendo legitimado seus filhos João Luiz Gonçalves Ferreira e Josefina Ferreira Alves da Silva. Seu título foi conferido por decreto imperial em 5 de maio de 1883. Provavelmente faz menção à região onde hoje se encontra a reserva indígena de Araribá, na região de Bauru. E em tupi, araribá designa uma espécie de árvore, significando folha redonda. Recebeu o título de barão de Arariba em 05-05-1883. Senhor dos engenhos Arandu de Baixo e Bom Tom. Coronel comandante superior da Guarda Nacional, no Cabo. Filho de Antônio Luiz Gonçalves Ferreira (n. em Braga, Portugal; comendador; senhor do engenho Bom Tom, na freguesia do Cabo) e de Anna Joaquina Rodovalho (n. 1798 na freguesia de São Frei Pedro Gonçalves, no Recife, f. 17-09-1859 tb. no Recife, s. com o hábito da Irmandade do Carmo). Neto materno de José Francisco Tavares Rodovalho (n. 1758 nos Açores, f. 07-09-1828 no Recife) e de sua primeira esposa, Isabel Teodora da Conceição (n. em Pernambuco). Solteiro, deixou dois filhos legitimados, provavelmente com a senhora MARIA DOS PRAZERES ... 33120a. Barata, Cunha Bueno, t.1, v.1, p. 1118-9; Cascão; Cavalcanti, v.2, p. 81-2; Chermont de Miranda, v.5, p. 171-2; Freitas; Honorato, p. 23-4; Moya, 1945, V.7, p. 177; Rheingantz, p. 11, 56; Vasconcellos, p. 55
  • AUBUSSON  GRANDE E  LINDO TAPETE  AUBUSSON DECORADO COM EXUBERANTES FLORES EM RESERVAS DISPOSTAS EM ESTRUTURA GEOMÉTRICA. ELEGANTE E BELISSSIMO! FRANÇA, SEC. XX.  430 x 295NOTA: Os tapetes de trama plana Aubusson foram introduzidos pela primeira vez no século 16, quando os tecelões começaram a criar tapetes e tapeçarias para as cortes reais e famílias aristocratas na França. A trama do tapete Aubusson é a mesma de uma Tapeçaria. Ambos são tecidos planos, semelhantes aos kilims, exceto que Aubusson é feito para o chão, usando pontos mais grossos e geralmente fios mais grossos para dar certa espessura e peso.  Os tapetes Aubusson são tecidos lateralmente em um tear que pode ser horizontal ou vertical. Mesmo assim, o resultado final e a trama serão os mesmos em qualquer tipo de tear. Eles receberam o nome de sua cidade natal, Aubusson, aproximadamente 320 quilômetros ao sul de Paris. Encontra-se num vale tranquilo, protegido por uma colina e através dela corre o rio Creuse. A água deste rio é particularmente adequada para estabilizar as tintas que são utilizadas nos tapetes. Hoje, esses tapetes de tecido plano feitos à mão são firmemente tecidos com as melhores lãs. Usando as mesmas técnicas tradicionais, estilo e desenhos semelhantes aos de séculos atrás. À medida que cada novo monarca chegava ao poder, novos designs refletiam os estilos e passatempos da época. O design dos tapetes Aubusson era geralmente criado por um artista conhecido, que incluía a representação de flores, vasos, etc.
  • BORDALLO PINHEIRO   LINDO PALITEIRO EM CERÂMICA POLICROMADA COM FEITIO DE PERÚ. A AVE ENCONTRA-SE COM AS PENAS ERIÇADAS CARACTERÍSTICAS DO RITUAL DE ACASALAMENTE. MARCAS DA MANUFATURA SOB A BASE. 17 CM DE ALTURA
  • GUERINO GROSSO (1907-1988)  MOÇA SEGURANDO AVE. OST. ARTISTA CONCEITUADO COM OBRA NA PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO. RICAMENTE EMOLDURADO. 70 X 55 CM, SEM CONSIDERAR O TAMANHO DA MOLDURA.
  • ISFAHAM  REQUINTADO TAPETE PERSA ISFAHAM COM LINDA DECORAÇÃO APRESENTANDO PÁSSAROS, CERVOS, CORSAS, FLORES E RAMAGENS. BELISSIMO! MUITO BOM ESTADO! 393 X 294 CMNOTA: A iraniana cidade de Isfahan (ou também Efahn) por muito tempo tem sido um dos centros produtores do famoso tapete persa.A tecelagem em Isfahan floresceu na era Safávida. Mas quando os afegãos invadiram o Irã, encerrando a dinastia dos Safávidas, essa habilidade também ficou estagnada.Somente a partir da década de 1920, entre as duas guerras mundiais, foi que a tecelagem voltou a se tornar a principal atividade dos moradores de Isfahan. Eles começaram a tecer os modelos Safávida e novamente se tornaram um dos principais centros produtores desse tipo de tapete persa. Os tapetes Isfahani são hoje um dos mais apreciados pelo mercado mundial, tendo muitos clientes no mundo ocidental.
  • MOVADO SAFIRO MUSEUM 84 G1 1885  REQUINTADO RELOGIO COM MOVIMENTO QUARTZ. PULSEIRA E CAIXA EM AÇO NEGRO. VISOR EM SAFIRA ANTI RISCOS. 38 MM DE DIAMETRO
  • ARCAZ ESPANHOL SETECENTISTA -  GRANDE ARCAZ EM MADEIRA COM FERRAGENS EM FERRO FORJADO. FECHADURAS DUPLAS E FERROLHOS EM FERRO BATIDO E RECORTADO. POSSUI CHAVE. SINGELOS E ELEGANTES ENTALHES  COMPLETAM A DECORAÇÃO. BARRADO DO TIPO SAIA A TODA VOLTA NA EXTREMIDADE INFERIOR. EMOLDURANDO A LINDA FERRAGEM DO FERROLHO UMA GUIRLANDA SINGELA REMATADA EM CONCHEADO. . PALMETAS RELEVADAS NAS QUATRO LATERAIS. ASSENTE SOBRE QUATRO PÉS PARA ESTABILIZAÇÃO NO AMBIENTE. ESPANHA, PRINCIPIO DO SEC. XVIII. 183 X 68 X 75 CMNOTA: A ARCA é uma das primeiras peças de mobiliário, concebidas pelo Homem, ao sentir necessidade de guardar e proteger tudo aquilo que era importante, desde os alimentos às ferramentas utilizadas no dia-a-dia. Claro que as primeiras necessidades básicas de "conforto" serão difíceis de definir, e o estar sentado (que não no chão) pode ter dado lugar a um pequeno banco, ou o dormir a um leito ou estrado, para se protegerem do chão frio ou húmido. É possível, e há quem o suponha, que a arca, caixa ou cofre tivesse aparecido ainda antes dos assentos por corresponder quiçá a mais instante necessidade - a de se obter um receptáculo de capacidade bastante, feito de um material resistente e relativamente leve em que se pudessem guardar e transportar não só as armas, os vestuários, as alfaias, as jóias e outros objetos de valor, mas também certos produtos destinados à alimentação. Tal móvel, cuja construção não envolvia grande complexidade, oferecia ainda a vantagem de poder servir cumulativamente de leito e de assento, e esta última aplicação condicionou mesmo, como a seu tempo veremos, a génese de determinados tipos de assento. Mas, se assim foi, se as arcas e cofres precederam os assentos, estes deviam-se-lhes ter seguido imediatamente na ordem por que os móveis foram aparecendo. A sua origem perde-se, de facto, na noite dos tempos.Há mais de 3.000 anos, quando o faraó Tutankahmon morreu, foi enterrado com tudo aquilo que lhe pertencia e que necessitaria na sua viagem para o Além. No seu túmulo foram encontradas arcas, cofres, baús, camas, cadeiras, bancos, para além das joias, mantimentos e tudo o que seria necessário para empreender uma viagem. Na Idade Média, o rei e a sua corte, nunca ficavam muito tempo num mesmo lugar, a sua vida nómada exigia que as peças de mobiliário fossem transportáveis e robustas. Foi nesta época que a arca teve um papel muito importante, pois para além de móvel de conter foi também móvel de repouso, servindo de leito e de assento, e mesmo móvel de pousar, sendo utilizada como mesa para comer ou escrever. Bernardo Ferrão afirma: Móveis correntíssimos são as arcas . A arca vai atingir o seu apogeu no período renascentista, em Itália, sobretudo em Florença. A mais prestigiada e elaborada peça de mobiliário do Renascimento italiano foi o cassone, a tradicional arca de casamento. Algumas das mais sumptuosas destas arcas provêm de oficinas florentinas (...) os cassoni desempenhavam um importante papel como símbolos da posição social durante as cerimónias (de casamento). Eram habitualmente encomendados aos pares (...) num figurava a cota de armas da noiva e no outro a do noivo (...) Botticelli (...) e Donatello pintaram painéis de cassoni. O tema abordado era muito variável: cenas da vida de santos cristãos, ou da mitologia clássica (A Morte de Prócis, de Piero de Cosimo), cenas de batalhas, torneios, procissões triunfais; e eram correntes as alegorias que representavam os elementos da Natureza, as estações do ano e as virtudes. Pensa-se que a primeira arca terá sido feita escavando um tronco de árvore. A partir do século XIII já se utilizam pranchas ou tábuas de madeira pregadas bem como as arcas de seis tábuas, também unidas com o auxílio de cravos de ferro. Os painéis laterais eram, por vezes, mais compridos, para servir de pés e impedir que a arca ficasse em contacto com o solo. Estas arcas eram muitas vezes reforçadas com cintas de ferro e as mais ricas podiam ser revestidas de couro. Já a partir do século XV, a descoberta do apainelado, e novas ligações madeira/madeira, faz com que estas peças se tornassem mais resistentes e estáveis, há um maior aproveitamento da madeira e as peças multiplicam-se. Os painéis encaixam (não são colados) em sulcos feitos nas molduras, unidas por samblagens de furo e respiga. A arca do século XVII em Portugal é um móvel de formas simples, mas as madeiras importadas da Índia, África e Brasil fazem realçar a sua beleza. Como móvel utilitário é mais importante que seja robusto e as novas madeiras exóticas parecem proteger melhor dos ataques dos insetos xilófagos e outros que atacam a roupa ou os produtos alimentares. As mais luxuosas são pintadas no seu interior, principalmente na tampa. A peculiaridade desse gênero de mobiliário se deve ao fato de serem produzidas geralmente por tábuas inteiras, ligadas e envolvidas por molduras, por cantoneiras de ferro ou outro enfeite, as hastes de duas ou três bisagras se prolongam pela face posterior da tampa, presas estas, por pregos rebitados, de grossa cabeça achatada ou em gomos; nas laterais apresentam-se puxadores sobre uma chapa recortada e na frente uma fechadura com o espelho bem recortados e vasados confeccionados em ferro ou estanho. Os baús, com a sua tampa curva, misturam-se com as pequenas arcas, cofres e caixas onde se guardam os bens. Bernardo Ferrão, ao descrever o tipo de peças que se supõe, existiriam nas casas portuguesas da época (...) no arranjo dos interiores medievais, uma das características predominantes é a escassez do mobiliário de aparato, (...) Os móveis fundamentais eram a cama, as arcas, (...). os cofres grandes destinados aos transportes, e os pequenos, individuais, para objetos valiosos, e os bancos toscos, de todos os tamanhos e feitios (...) Mesas havia, apenas, as destinadas às refeições, (...) montavam-se onde melhor convinha, sendo, portanto, de armar e desarmar e sem acabamento artístico de interesse. 1 As arcas são o móvel medieval por excelência. Polivalentes, eram peças que serviam de banco, de mesa, de cama, e onde se podiam guardar os objetos passíveis de serem transportados: roupas e louças em arcas e baús, objetos de valor em caixas e cofres, tal o modo de viver medieval.
  • FASTOSA BASE EM PETIT BRONZE COM TAMPO EM MÁRMOREM ESTILO NAPOLEÃO III. APRESENTA CARIÁTIDES ENTRE ROCAILLES VEGTETALISTAS SEGURANDO ESCUDELAS ENTRE GUIRLANDAS. A BASE É ASSENTE SOBRE QUATRO PÉS. 103 CM DE ALTURA
  • GIAMBOLOGNA- JOÃO DE BOLONHA (1529-1608) DAPRES. MERCÚRIO VOANDO SOB A MÁSCARA DE BORÉAS  MAGNIFICA ESCULTURA EM BRONZE REPRESENTANDO MERCÚRIO SEGURANDO CADUDEU VOANDO PELO SOPRO DE ZÉFERO (O VENTO GENTIL). MERCÚRIO ESTÁ DE PÉ SOBRE ALTO PLINTO EM MÁRMORE BICOLOR. EUROPA, SEC. XIX. 77 CM DE ALTURANOTA: A escultura mais célebre de Giambologna é o Mercúrio, conhecido em quatro versões cuja cronologia é incerta. Seu primeiro desenho, uma figura pesada e sem asas, está preservado em um modelo em Bolonha. Quando Giambologna voltou a Florença, ele se referiu ao seu trabalho anterior em uma segunda versão, um Mercury voador, agora perdido ou idêntico a um em Viena. Este bronze foi enviado por Cosimo como presente diplomático ao Sacro Imperador Romano Maximiliano II, quando negociavam o casamento da irmã de Maximiliano, Giovanna, com Francesco de' Medici. O deus mensageiro era o protetor de Maximiliano e a pose foi baseada em uma medalha de Maximiliano de Leone Leoni (1551).A quarta, uma variante voadora em Florença (mostrada na foto), foi concluída em 1580, quando se tornou uma figura de fonte na Villa Medici, em Roma. Mercúrio se equilibra sobre uma coluna de ar de bronze saindo da boca de Zephyr, sobre a qual corria água, aumentando a ilusão de que ele estava flutuando. A obra mostra um estudo do Putto e do Golfinho de Verrocchio e do Mercúrio de Rusitici, ambos para os Médici e deve ao Mercúrio na base do Perseu de Cellini mas tem mais dinamismo.O deus assume um arabesco, equilibrado precariamente na ponta dos pés, e aponta para Júpiter. É maneirista porque pode ser apreciada de todos os ângulos e é alongada e elegante; no entanto, essas características contrastam com sua incrível fisicalidade e um evidente estudo de pesos e contrapesos. A preciosidade de "Maniera" se mistura com o que veio a ser o ilusionismo barroco e a liberdade derivada da cera.
  • VAJRADHARA VAJRABHAIRAVA  - ESCULTURA TIBETANA EM BRONZE REPRESENTANDO A  DEIDADE BUDISTA VAJRADHARA VAJRABHAIRAVA O BUDA PRIMORDIAL. TIBET, FINAL DO SEC. XIX. 17 CM DE ALTURA
  • RARO BACAMARTE DE PEDERNEIRA  COM CABO EM BRONZE E CORONHA EM MADEIRA ARSTISTICAMENTE ESCULPIDA COM FIGURA DE CERVO. TAMBÉM DEPÓSTO PARA ESPULETA NA PARTE TRASEIRA COM TAMPA BASCULANTE COM FEITIO DE CONCHA EM BRONZE. ESTE BELO BACAMARTE ERA UMA ARMA DE ASSALTO PARA INVASÃO DE NAVIOS. RARA E MAGNIFICA ARMA. EUROPA, SEC. XVIII. 49 CM DE COMPRIMENTO E 5 CM DE DIAMETRO NA BOCA. NOTA:O bacamarte nunca foi produzido em grande número, provavelmente devido à forma como a guerra foi travada nos séculos XVIII e XIX. Uma arma compacta tão pequena não tinha lugar real nos campos de batalha da Europa. Onde o bacamarte se destacou foi na linha de segurança pessoal. No entanto, o campo de batalha da Europa tinha pouco em comum com as táticas de um grupo de embarque em alto mar. O bacamarte parecia mais um canhão de mão do que um rifle. O nome bacamarte é provavelmente derivado do alemão donnerbusche, que significa arma de trovão. A palavra bacamarte na verdade tem origem em holandês: donderbus que se traduz em arma de trovão. Isso se devia ao barulho alto que seria gerado ao disparar esta arma de fogo em particular, o que fazia com que soasse muito como um trovão - daí o apelido de "canhão de trovão" ou "tubo de trovão". A data exata da invenção do bacamarte não é totalmente clara, pois as origens da arma são um tanto obscuras. No entanto, acredita-se que foi produzido pela primeira vez na Europa, provavelmente na Espanha ou na Holanda, em algum momento do início a meados do século XVII. O bacamarte foi um desenvolvimento importante na história das armas de fogo, pois foi uma das armas projetadas especificamente para combater a curta distância. Seu cano largo e largo tornava mais fácil carregar e disparar do que as armas de fogo acima, e seu comprimento curto o tornava mais manobrável em espaços apertados, como em navios ou edifícios.  Variava em tamanho de 35 a cerca de 65 cm. Alguns bacamartes eram na verdade pistolas de grande calibre, mas a maioria tinha pelo menos uma pequena coronha de ombro. ( Os mosquetes da época tendiam a ser muito mais longos, variando em torno de 1,70 m  de comprimento.) Eles estavam em uso como arma desde 1530 até pelo menos 1840, quando o serviço de carruagens do Royal Mail recebeu um pedido de vários bacamartes de pederneira . O bacamarte era uma arma de grande calibre com um diâmetro de cerca de 3,5 a 5 cm. Ele disparava vários pequenos projéteis, como acontece com as espingardas de hoje. Muitos bacamartes tinham coronhas curtas e não foram projetados para serem disparados do ombro como um mosquete. O objetivo da coronha era permitir que a arma fosse apoiada contra o quadril ou espremida entre o antebraço e a lateral do corpo para ajudar a estabilizar o enorme soco da arma. A arma geralmente não tinha mira, então seria de pouca utilidade tentar atirar com o ombro. Alguns dos modelos mais longos poderiam ter sido disparados do ombro, mas devido ao recuo e ao curto alcance, provavelmente seria mais sensato segurar a arma de alguma outra maneira. De perto, a arma teria sido bastante mortal. A propagação da arma poderia facilmente chegar de tres a dez metros do cano. No entanto, a arma teria tido pouco efeito a  uma distância muito maior do que isso. Mas também é preciso perceber que em um navio de guerra da época, isso teria sido mais do que um alcance adequado. A principal queda do bacamarte teria sido a capacidade de um tiro e o fato de que a maioria dos homens precisaria das duas mãos para dispará-lo. Isso significa que, após o primeiro tiro, a arma não passaria de uma clava, e uma  clava muito ruim. Teria sido muito difícil empunhar um alfanje na mão direita enquanto segurava um bacamarte na esquerda. Alguns bacamartes eram equipados com uma baioneta dobrável que corria ao longo do topo do cano, mas isso também era realmente ineficaz. O comprimento curto do bacamarte era um grande déficit quando se tratava de usar a arma com baioneta. As baionetas eram presas às armas para que o rifle fosse usado como pique. Na melhor das hipóteses, os rifles eram um substituto ruim para o pique, e tentar usar um bacamarte como pique era suicídio. Onde o bacamarte se destacou foi em sua capacidade de repelir os invasores e no efeito psicológico absoluto de seu poderoso rugido, e na capacidade de espalhar o tiro por todo o convés . Não há registro de nenhum capitão pirata que tenha favorecido o uso do bacamarte, mas tenho certeza que qualquer capitão que se preocupasse com motim, teria usufruído da segurança oferecida pelo bacamarte nos aposentos fechados de sua cabine. Além disso, tenho certeza de que qualquer homem que fosse liderar um grupo de embarque teria preferido o poderoso golpe de um bacamarte em seu inimigo antes de ter que recorrer ao seu cutelo.  Carregar e disparar o Bacamarte não era tão rápido ou fácil quanto disparar uma arma de fogo moderna. Demorava muito para recarregar, com especialistas estimando de dois a cinco minutos, dependendo da experiência. Esse processo era bastante trabalhoso e meticulosamente lento, pois a pólvora tinha que ser carregada à mão no cano, seguida de chumaço e, em seguida, o próprio tiro. A variedade de munição normalmente usada também afetava os tempos de carregamento - chumbo grosso menor era geralmente mais fácil e rápido de carregar do que cartuchos maiores disparados de canhões ou morteiros. No geral, foi necessário um esforço e prática consideráveis antes que as recargas pudessem ser concluídas com rapidez suficiente para que os usuários mantivessem uma taxa de tiro constante com seus bacamartes sem precisar de pausas prolongadas entre os tiros para que as recargas demorassem; mosqueteiros experientes foram considerados capazes de levar apenas 30 segundos entre os tiros após uma quantidade significativa de treinamento!
  • PRECIOSA CRUZ DA TERRA SANTA ESTRUTURA EM MADEIRA DE OLIVEIRA, REVESTIDA DE PLACAS E INCRUSTAÇÕES EM ABALONE, ORNADA DE ELEMENTOS ICONOGRÁFICOS CRISTOLÓGICOS, FRANCISCANOS (BRASÃO DA ORDEM DE SÃO FRANCISCO), OS QUATRO EVANGELISTAS NAS EXTREMIDADES COM SUA REPRESENTAÇÃO DO LEÃO, ANJO, ÁGUIA E TOURO. SOB A FIGURA DO CRISTO ESCULPIDO EM VULTO PERFEITO ESTÁ NOSSA SENHORA DA SOLEDADE. A BASE TEM UM NICHO COM FIETIO DE LAPA CONTENDO REPRESENTAÇÃO DA NATIVIDADE COM SÃO JOSÉ, A VIRGEM MARIA E O MENINO JESUS. ABAIXO DO NICHO INSCRIÇÃO NATIVITAS D.N.J.C. E NA BASE INSCRIÇÃO MEMENTO BETHLEM (LEMBRANÇA DE BELEM). NA FACE POSTERIOR 14 NICHOS ENCERRADOS POR PLACAS DE MADREPÉROLA CONTÉM RELÍQUIAS DE 14 ESTAÇÕES DA VIA SACRA. NA PARTE INFEIRIOR DESSE MESMO LADO UMA CRUZ DOS CAVALEIROS HOSPITALARIOS DE JERUSALÉM. SUPERA-SE NA RIQUEZA DA CONCEPÇÃO ICONOGRÁFICA DE GRANDE CONTEÚDO SIMBÓLICO, ONDE SE CONJUGAM ELEMENTOS NO CARÁTER ORNAMENTAL CONFERIDO PELO DINÂMICO RECORTE DA ESTRUTURA E PELA APLICAÇÃO DE PLACAS OU INCRUSTAÇÕES DE MADREPÉROLA, ONDE SE GRAVARAM OS ELEMENTOS ICONOGRÁFICOS TEMÁTICOS, ESTRATEGICAMENTE COLOCADOS DE ACORDO COM A HIERARQUIA DA IGREJA. A CRUZ DE TIPOLOGIA LATINA, SECÇÃO RETANGULAR, HASTES TRILOBADAS É UM BELO EXEMPLAR DE RELÍQUIA DA TERRA SANTA! SEC. XVIII, 54  CM DE ALTURA NOTA: A ação dos cruzados, o combate à propagação das heresias, os movimentos evangelizadores, sobretudo no novo mundo, ou os confrontos decorrentes do movimento reformista do séc. XVI, foram terreno fértil, viveiros de mártires e por isso propiciadores do mercado de relíquias e a expansão e incremento do culto das mesmas. Bispos e abades procuraram dotar as suas catedrais ou abadias destas insignes relíquias que atraíssem a piedade dos fiéis. Muitas vezes se recorria à sua circulação tournées de reliques, a fim de financiar ou concluir a sua construção. Para dar notoriedade e autenticidade aos milagres escreviam-se os Libelli e liam-se ao povo muitas vezes perante aqueles sobre quem tinha recaído o milagre. Guardadas em criptas ou capelas radiantes, expostas em tabernáculos nas sacristias ou nas naves das igrejas, nos coros conventuais, ou em capelas relicário. Foram também objeto de culto em espaço privado, de doação e oferta entre os reinos e os senhores, laicos e religiosos, particular expressão da devoção feminina, que no seu espaço íntimo possuía as suas capelas com os seus oratórios e os seus relicários com as mais poderosas e inesperadas relíquias. Simultaneamente assiste-se ao incremento das falsificações e do seu comércio ilícito. Já em 386 o Imperador Teodósio (347-395) chamava à atenção para as prescrições em vigor relativas ao desmembramento dos corpos, cujo comércio se tinha tornado muito lucrativo. No século IX, constitui-se em Roma uma associação consagrada à venda de relíquias. No Concilio de Latrão (1215) proíbe-se a veneração de objetos sem autorização. Os Padres da Igreja convictos da importância e capacidade mobilizadora deste culto, esforçam-se por esclarecer o seu duplo caráter. A veneração destina-se à pessoa não ao objeto ou fragmento, e só tem lugar, na sua relação com Cristo. Na XXV sessão do Concílio de Trento, de 3 Dezembro de 1556, afirma-se a importância das relíquias, postulando a legitimidade da sua veneração, ao mesmo tempo, que se exigia a sua avaliação e creditação. Concílios, Constituições Sinodais e Livros de Visitas testemunham essa preocupação de fundamentar e estimular o culto, mas também de efetiva fiscalização do cumprimento das normativas estipuladas que asseguravam a sua autenticidade e boas práticas (manuseio, transladação, receptáculos e locais de guarda e exposição) e o legitimam.
  • PALÁCIO DA QUINTA DA BOA VISTA -  IMPORTANTE ÂNFORA EM PORCELANA PROVAVELMENTE DA ÁUSTRIA.  APRESENTA EM UMA FACE A FIGURA DE DOM JOÃO VI E NA FACE OPOSTA A EFÍGIE DE FRANCISCO I IMPERADOR DA ÁUSTRIA E PAI DA PRINCESA LEOPOLDINA. TRATA-SE DE UM PRESENTE DE ESTADO COMEMORATIVO DA UNIÃO DAS DUAS CASAS REAIS COM O CASAMENTO DO PRÍNCIPE DA BEIRA  DOM PEDRO DE BRAGANÇA (FUTURO DOM PEDRO I) E DE DONA MARIA LEOPOLDINA (ARQUEDUQUESA DA ÁUSTRIA E FUTURA IMPERATRIZ DO BRASIL).  DECORADA COM PEROLADOS E IMPONENTES PEGAS LATERAIS ESTILO IMPÉRIO. PEÇA ÚNICA, PROVENIENTE DO PALÁCIO DA QUINTA DA BOA VISTA. EUROPA, 1817. 47 CM DE ALTURA.NOTA: O casamento de Leopoldina com d. Pedro foi resultado das negociações realizadas entre os corpos diplomáticos austríaco e português iniciadas durante o Congresso de Viena. Naquele contexto, Portugal procurava aumentar sua importância e assegurar uma posição no hall das grandes nações, e, para isso, um casamento com uma das monarquias mais poderosas da Europa seria útil. O casamento do herdeiro do trono português com uma arquiduquesa austríaca era importante para os portugueses, pois elevou-os a uma das grandes monarquias europeias e, além disso, fê-los dar um passo para a redução da influência inglesa em Portugal. Para os austríacos, o casamento abria-lhes novas possibilidades no Brasil (recentemente promovido à condição de reino). O casamento entre Leopoldina e d. Pedro aconteceu em 13 de maio de 1817, em uma igreja localizada em Viena. D. Pedro não compareceu à cerimônia pela distância do deslocamento entre Brasil e Áustria, e, por isso, ela foi realizada por procuração. Quem representou d. Pedro foi o tio de Leopoldina: Carlos, o duque de Tuschen. Só depois do casamento que Leopoldina mudou-se para o Brasil. Sua viagem teve duração de 85 dias, e ela chegou à colônia em 5 de novembro de 1817. Antes disso Leopoldina aprendeu a falar português e preparou-se para vir ao inóspito país. Seu pai aconselhou-a a não se contaminar pelos ideais republicanos que pipocavam na América, segundo aponta o historiador Clóvis Bulcão. Junto de Leopoldina vieram um diplomata austríaco e um grupo de cientistas que estudaria botânica no Rio de Janeiro. As primeiras impressões sobre o Brasil e seu marido foram registradas por ela em cartas enviadas a seu pai e sua irmã. Nelas a austríaca expressou seu encantamento pela beleza do Rio de Janeiro e destacou alguns pontos da personalidade de d. Pedro. Leopoldina cumpriu um papel importante na independência do Brasil, pois ela agiu diretamente para convencer d. Pedro a seguir o caminho da ruptura com Portugal. Os historiadores destacam que Leopoldina teve uma ótima leitura política ao perceber que o clima político poderia conduzir o país a transformar-se em uma república.Ela entendeu que a única forma de manter o Brasil monárquico era fazer com que d. Pedro permanecesse no país para liderar a instalação de uma monarquia dos Bragança. Como definiu a historiadora Johanna Prantner, Leopoldina estava certa que se podia negociar a libertação do Brasil da tutela portuguesa em troca de uma monarquia constitucional apoiada pelos patriotas brasileiros|4|.Na época ela ainda gozava de grande influência com o imperador e usou-a para conseguir firmeza em suas decisões. D. Pedro era indeciso e tomava atitudes com muita hesitação, e, nesse sentido, Leopoldina atuou para convencê-lo de que ele deveria voltar-se contra Portugal.Leopoldina teve sucesso em suas ações, e d. Pedro decidiu ficar no Brasil e conduzir a independência. O país, como ela desejava, converteu-se em uma monarquia. Por fim, cabe mencionar que foi ela quem presidiu uma reunião emergencial que definiu a nossa independência  a carta enviada após essa reunião fez com que d. Pedro declarasse-a em 7 de setembro de 1822.O relacionamento de Leopoldina com d. Pedro foi, no mínimo, conturbado. De acordo com ela, d. Pedro enfurecia-se caso as coisas não acontecessem conforme sua vontade, e, ao longo dos nove anos de casamento, o futuro imperador do Brasil nunca respeitou sua esposa. O que mais marcou o relacionamento deles foi a infidelidade do futuro imperador do Brasil.O primeiro caso extraconjugal conhecido de d. Pedro foi com uma atriz e dançarina francesa Noemi Thierry. D. Pedro engravidou a francesa e encontrava-se com ela na presença de Leopoldina. Foi preciso a intervenção do rei de Portugal para colocar fim a esse relacionamento, e isso foi feito quando Noemi foi enviada para Recife. O filho de Noemi e d. Pedro faleceu antes de completar um ano.Outro caso extraconjugal famoso de d. Pedro, e esse era uma grande humilhação para Leopoldina, foi com Domitila de Castro, mulher que ele conheceu durante uma viagem para São Paulo. O envolvimento de d. Pedro com Domitila estendeu-se por anos, e ela beneficiou-se muito com ele, adquirindo bens, títulos nobiliárquicos e ajudando diretamente seus parentes mais próximos.Depois de transformado em imperador do Brasil, d. Pedro I continuou seu relacionamento com Domitila por sete anos. Engravidou-a, trouxe-a para o Rio de Janeiro e para o convívio com sua esposa, a imperatriz do Brasil. Com isso Leopoldina sentiu-se progressivamente humilhada pela forma como d. Pedro tratava-a e pela sua atenção a Domitila. A amante foi transformada em marquesa de Santos.D. Pedro chamava Domitila de imperatriz do meu coração|2|, e, à medida que o tempo passou, dedicou tratamento cada vez pior a sua esposa. Os maus tratos de d. Pedro a Leopoldina começaram a ser públicos, e até mesmo na frente da amante ele destratava-a, pessoas da época registraram como isso acontecia.D. Pedro passou a bloquear os recursos gastos com Leopoldina e com a manutenção da casa, e existem registros de que ele agrediu-a diversas vezes. Apesar do casamento infeliz, a relação de d. Pedro I e Leopoldina obteve aquilo que se esperava dela: um herdeiro para o trono brasileiro. Esse herdeiro foi d. Pedro II.
  • DOM PEDRO II CHAVE DE GENTIL HOMEM, CAMARISTA DE SUA MAJESTADE O IMPERADOR. PRATA DE LEI, DECORADA COM SERPE DOS BRAGANÇA COROADA COM COROA IMPERIAL, A SERPE TEM EM TORNO DO PESCOÇO UMA COROA DE CONDE QUE ERA A TITULAÇÃO DOS CAMAREIROS MOR. NO PEITO DA SERPE A INICIAL PII EM UMA ESCUDELA. O ANIMAL SEGURA NAS GARRAS UM CETRO E UM ORBE SÍMBOLOS DO PODER MAJESTÁTICO. A CAUDA DA SERPE SE ENROLA NO CORPO DA CHAVE. NÃO ERA UMA CHAVE FUNCIONAL E SIM UM OBJETO SIMBÓLICO DE AUTORIDADE, ERA A INSIGNIA DO MAIS ALTO CARGO NA HIERARQUIA DA CORTE. OS GENTIS-HOMENS DA SEMANA OU CAMARISTAS DE SUA MAJESTADE ERAM OS QUE, POR SEMANA, FAZIAM O OFÍCIO DO CAMAREIRO-MOR, SERVINDO E ACOMPANHANDO O MONARCA. A FUNÇÃO ERA DIVIDIDA POR TURNOS DE SERVIÇO DE UMA SEMANA COM REVEZAMENTO DOS GENTIS HOMENS. OS GENTIS HOMENS SERVIAM AO IMPERADOR NA IMPERIAL CAMARA (QUARTO IMPERIAL), EM CERIMÔNIAS ESPECÍFICAS E O A ACOMPANHAVAM EM SEU DESLOCAMENTO PELA CORTE E PELO IMPÉRIO. TINHAM TAMBÉM A DIGNIDADE DO TRATAMENTO DE EXCELÊNCIA.GENTIS-HOMENS DA IMPERIAL CÂMARA, OU CAMARISTAS PROPRIAMENTE DITOS, ERAM OS MAIS IMPORTANTES OFICIAIS DA CASA. AINDA QUE CONSTITUÍSSEM UM OFÍCIO, NEM POR ISSO DEIXAVAM DE CONSTITUIR O MAIS ALTO POSTO DA CARREIRA PALACIANA, A QUE SE ASCENDIA POR PROMOÇÃO. ERAM MEMBROS DA MAIS ALTA NOBREZA E SUA POSIÇÃO ERA A MAIS PROEMINENTE DA CORTE. BRASIL, MEADOS  DO SEC. XIX. 13,5 CM DE ALTURA.NOTA: Mesmo não sendo dado a muitos eventos sociais, Dom Pedro II não pode prescindir da hierarquia e formalização da Corte no Segundo Império Havia uma ordem estabelecida até para evitar confusões entre os cortesões. Essas pessoas, em certo sentido, tanto reproduziram o cerimonial português quanto propuseram rupturas que atendiam às necessidades de seu tempo, evidentemente que não podem ser pensadas como agentes absolutamente conscientes dessas mudanças, mas, de alguma forma, elas refletiram e reforçaram as novas circunstâncias da segunda metade do século XIX. Essa tensão entre a permanência e a mudança fica patente, logo de início, na extinção de alguns cargos característicos do cerimonial português: Adail-mor, Alfaqueque-mor ou Provedor da redenção dos cativos, Capitão-mor do Reino, Cevadeiro-mor, Fronteiro-mor e Pagem-mor. Outros cargos foram extintos a partir do final da década de 40: Sumilher da cortina (1848); Capitão da imperial guarda de arqueiros (1854); Armeiro-mor (1852); Vedor (1852); Gentil-homem da imperial câmara honorário (1860); Condecorados com honras de capitão da imperial guarda de arqueiros (1862); Esmoler-mor (1868); Estribeiro-mor (1870); Reposteiro-mor (1870); Confessor de SS. AA. II (1872) e Vice-capelão-mor (1876). Contudo, alguns foram criados: Ajudante de Campo de S. M. o Imperador (1848); Gentil-homem da imperial câmara honorário (1850); Vice-capelão-mor (1864); Confessor de SS. AA. II. (1862) (Laemmert, 1844-1889). A dinâmica desses cargos, no Segundo Reinado, ou seja, a nomeação e/ou a destituição de funcionários que atendiam às necessidades imediatas do Imperador, também se colocava dentro da arquitetura de poderes formais e informais e dependia do arbítrio imperial. Esse arbítrio se torna evidentes, no caso específico de alguns cargos, com a destituição de alguns serviçais, logo após a coroação de Pedro II. Contudo, todos eles são renomeados para seus respectivos cargos poucos anos mais tarde. No segundo reinado as funções mais destacadas na corte foram: Gentis homens da imperial câmara; Gentis-homens da imperial câmara honorários; Ajudantes de campo de sua Majestade o Imperador; Veadores (incluindo os Veadores honorários); Oficiais-mores: Mordomo-mor; Estribeiro-mor; Armeiro; Sumilher da cortina; Vedor; Reposteiro-mor; Capelão-mor; Esmoler-mor; condecorados com as honras de Oficiais-mores; Confessor de SS. MM. II e Confessor de SS. AA. II. É importante frisar que cada uma dessas nomeações referia-se a uma atribuição específica. Algumas delas foram definidas pelo já citado José W. Rodrigues, que remontou suas origens aos ofícios dos reis fundadores da Casa de Portugal, e, em especial, da Casa de Bragança. A partir das indicações de Vilas boas Sampaio, o autor descreve, dentre outras funções, as de Mordomo-mor ou Porteiro mor; Oficial maior da Casa Real, que tinha a seu cargo a guarda das portas, com jurisdição sobre todos os porteiros da casa. Recebia ordem de Sua Majestade sobre quem devia entrar e lhe falar. Era ele quem regulava os acompanhamentos nas ocasiões em que Sua Majestade saía ou ía à capela e fazia entrar na igreja cada um no seu lugar; no Império brasileiro, passou a ter o nome de Porteiro da Câmara e acompanhava o monarca nas solenidades, cortejos e atos públicos. O Camareiro mor ou gentil-homem era quem tinha jurisdição sobre outras pessoas da Câmara do Rei, vestia-o e o despia pela manhã e à noite, tendo o próprio aposento no paço para acudir com mais presteza a sua obrigação. O Reposteiro-mor fazia as vezes do Camareiro-mor antes que existisse; era o chefe dos Reposteiros. O Estribeiro-mor era o ofício do responsável pela ordem dos cavalos, coches da Casa Imperial e de todo o pessoal que servia nessa ocupação. Acompanhava o rei quando este saía a cavalo, calçava-lhe as esporas e o ajudava a montar e a apear. O Esmoler-mor era o ofício daquele que dava as esmolas que Sua Majestade mandava dar pela casa. Tinha como insígnia uma bolsa de prata. Esse metal encontra-se ligado à dignidade real porque possui um significado relacionado a brilho (de acordo com o sânscrito) e ao que representa a sabedoria divina (de acordo com a simbologia cristã). O Capelão-mor, que sempre foi uma das grandes autoridades da Casa Real, assistia a pessoa do monarca todas as vezes que este ía a alguma igreja ou à Capela Real. O Mestre de cerimônia foi título honorífico dado, nas solenidades da Corte, ao responsável pela boa ordem do serviço. Os Gentis-homens da Semana ou Camaristas de Sua Majestade eram os que, por semana, faziam o ofício do Camareiro-mor, servindo e acompanhando o monarca. Tinham como insígnia uma chave em prata. Além do simbolismo evidente de abertura e fechamento, a chave também estava relacionada àquilo que deve ser visto ou escondido, ao mistério a penetrar; no caso específico, à própria câmara do Imperador.

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