Peças para o próximo leilão

215 Itens encontrados

Página:

  • NAPOLEÃO BONAPARTE  CARTA DE NAPOLEÃO BONAPARTE DIRIGIDA A IMPERATRIZ JOSEPHINE ESCRITA AS 3 HORAS DA MADRUGADA DO DIA 9 DE FEVEREIRO DE 1807 APÓS A BATALHA DE EYLAN. O IMPERADOR ESCREVE PARA IMPERATRIZ DIZENDO ESTAR MUITO CANSADO, DESCREVE A GRANDE BATALHA QUE SEU EXÉRCITO TRAVOU SEM MUITAS MINUCIAS MAS DIZ QUE MESMO CANSADO DESEJOU ESCREVER ESSAS DUAS LINHAS PARA LHE DIZER QUE VAI BEM E QUE LHE AMA. ASSINA TODO SEU N. ESSA CARTA FOII AMPLAMENTE DIVULGADA E SEU CONTEUDO PUBLICADO EM  VARIOS JORNAIS NA DEC. DE 1960. TAMBÉM PARTICIPOU DE EXPOSIÇOES  TEMÁTICAS SOBRE O IMPERADOR NAPOLEÃO BONAPARTE ( A DOCUMENTAÇÃO DA PUBLICAÇÃO ACOMPANHA O LOTE) NOTA: A batalha de Eylau ou Batalha de Preussisch Eylau ocorreu em 7 de fevereiro de 1807, próxima à cidade de Preuisch Eylau, na Prússia Oriental, atualmente no Óblast de Kaliningrado, na Rússia. Nesta batalha sangrenta, opuseram-se, com resultados indefinidos, o exército de Napoleão Bonaparte e o exército russo sob o comando do general Benningsen.3 Depois de Napoleão derrotar a Prússia, o Czar Alexandre I decidiu confrontá-lo. O exército russo avançou para a Polônia. Franceses e russos se encontraram na Polônia, que fora repartida entre Prússia, Áustria e Rússia, no fim de 1806. Com o tempo frio e chuvoso e o solo lamacento, nenhuma batalha foi travada. Os russos recuaram para o leste. Acostumado a lutar sob condições climáticas extremas, o exército russo retomou a iniciativa no ano seguinte, no auge do Inverno. Como sempre, Napoleão respondeu com um contra-ataque agressivo. Seus planos, no entanto, foram descobertos pelo general russo Benningsen, que decidiu tomar uma posição defensiva a leste do vilarejo de Preuisch Eylau, na Prússia Oriental. Ali, 80 mil russos, com 400 canhões, aguardavam 46 mil franceses e 300 peças de artilharia que rumavam para Eylau.Na manhã do dia 8 de fevereiro, sob uma tempestade de neve a -15C, os combates tiveram início. Napoleão confiou seu ataque ao flanco direito, comandado pelo eficiente Davout, enquanto Benningsen tentava cercar o lado esquerdo do exército francês. Às 10 horas, os Russos reagiram. Napoleão respondeu com a infantaria de Augereau, que, com a visibilidade prejudicada, foi massacrada pela artilharia. Bonaparte decidiu então solicitar o avanço de Murat com seus 10 mil cavaleiros. Começava uma das maiores cargas de cavalaria já registradas. Custou a vida de 1,5 mil cavaleiros franceses e 4 mil soldados russos. Às 15 horas, já sem reservas, Napoleão soube da chegada de 8 mil prussianos para socorrer os russos.As tropas de Davout começaram a ser repelidas. Porém, ao cair da noite e com sete horas de atraso, 8 mil homens sob o comando do marechal Ney reforçaram os franceses, permitindo que Dvout retomasse a ofensiva. Vendo sua principal rota de retirada ameaçada, Benningsen ordenou a retirada dos russos. A batalha custou 20 mil homens aos franceses, mais de um terço do exército, e os russos perderam 30 mil.A batalha foi uma verdadeira carnificina, mas não produziu resultado decisivo algum. A vitória esmagadora de Napoleão teria de esperar a primavera.
  • THOERES LINDA ESCULTURA EM PASTA DE PEDRA (GRÃOS DE QUARTZO EM PÓ FINO FUNDIDOS COM PEQUENAS QUANTIDADES DE ÁLCALI E/OU CAL POR MEIO DE AQUECIMENTO PARCIAL.) APRESENTADO A DEUSA THOERIS PROTETORA DAS GRAVIDAS E PARTEIRAS. EX COLEÇÃO DR. ANTONIO MELILLO E EX COLEÇÃO DR. CARLOS M. FERREIROZ DIAZ. EPOCA SAITA (700 A.C.) ENCONTRADA EM TÉBAS. THOREIS TEM CORPO DE HIPOPÓTAMO PRENHE. EM SUAS MÃOS SEGURA O DUPLO LAÇO SAGRADO DE ÍSIS. EGITO 20,5 CM DE ALTURANOTA Três perigosos animais do Egito estão unidos na figura de THOERES. Ela é retratada com cabeça e corpo de hipopótamo e seios pesados e caídos, cauda de crocodilo e patas de leão. Um calathos com uraeus coroa sua cabeça; O símbolo hieroglífico de proteção em forma de arco está apoiado em sua perna direita. Dizia-se que a terrível deusa Thoeris tinha poderes mágicos de proteção com os quais afastava seres hostis ou forças do mal, tanto neste mundo como na vida após a morte. A boca aberta reforça ainda mais esta impressão de terror. Particularmente na esfera doméstica, Thoeris era visto como uma divindade protetora das mulheres grávidas. Deveria preveni-los de todos os males que podem acontecer às mães e aos filhos durante o parto.
  • CATARINA A GRANDE   RUSSIA IMPERIAL - PERGAMINHO COM DECRETO DE NOMEAÇÃO DE FEDOR VON KLEIST COMO CORONEL DO EXERCITO RUSSO. EXCERTOS DO TEXTO TRADUZIDO:  COM A GRAÇA DE DEUS NÓS EKATERINA SEGUNDA, IMPERATRIZ E ADMINISTRADORA DE TODAS AS RÚSSIAS,  ETC, ETC. SERÁ NOTÓRIO E CONHECIDO DE TODOS QUE NÓS CONFERIMOS A FEDOR VON KLEIST QUE A NÓS SERVIU COMO SUB CORONEL, PELOS ERVIÇOS A NÓS PRESTADOS FIELMENTE E CAPRICHOSAMENTE, PROMOVEMOS A NOSSO CORONEL, AOS 17 DE MARÇO DE MIL SETECEWNTOS E SETENTA E QUATRO. POR NOSSA VONTADE GRATIFICANTE PROMOVENDO O ACIMA CITADO FEDOR VON KLEIST A NOSSO CORONEL QAUE COMO TAL RECONHECIDO E RESPEITADO SERÁ: TEMOS ESPERANQUE QUE O POR NÓS AGRACIADO MAGNANIMAMENTE EM SEU NOVO ETADO SABE´RA CUMPRIR HONROSAMENTE E FIELMENTE AS ATRIBUIÇÕES COMO BOM OFICIAL. COMO TESTEMUNHO DE GARANTIA ASSINAMOS PELA NOSSA PRÓPRIA MÃO E ORDENAMOS RESPEITAR NOSSA FIRMA. SAN KATERINBURG, VERÃO DE 1774, DIA 16 DE JUNHO EKATERINA LINDO DOCUMENTO COM RESQUICIOS DO SELO DA IMPERATRIZ. RU8SIA IMPERIAL 1774, 39 CM DE COMPRIMENTO VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE IMAGEM DA IMPERATRIZ CATARINA A GRANDE. QUE ASSINA ESSE CARTA PATENTE. NOTA: "Catarina II ou, como mais popularmente ficou conhecida, Catarina, a Grande (1729-1796), foi uma imperatriz (czarina) russa de origem alemã. Uma das representantes da linhagem de monarquias que governaram sob a influência dos ideais iluministas, a déspota esclarecida Catarina esteve à frente do Império Russo entre os anos de 1762 a 1796 e buscou modernizar o Estado, efetuando uma reforma administrativa, estimulando a agricultura e o comércio, além de reorganizar o exército. Nascida Sophie Friederike Auguste, princesa von Anhalt-Zerbst, Catarina era filha de nobres prussianos e aos 15 anos de idade foi enviada a Moscou, capital da Rússia, para conhecer seu futuro esposo, o Grão-duque Pedro Holstein-Gottorp. Desde o início, procurou se instruir com a cultura russa, aprendendo o idioma e estudando a religião cristã ortodoxa, na qual foi batizada em 1745, passando a se chamar Catarina Alexeievna." "Neste mesmo ano, casou-se com o Grão-duque, posteriormente nomeado Pedro III, ao assumir o trono em 1761, com a morte da czarina Izabel. A ambição de Catarina era chegar ao trono, o que ocorreu em 1762 após supostamente ter criado um plano, em aliança com alguns generais do exército, para retirar do trono seu marido e posteriormente assassiná-lo. A primeira de suas ações foi estabelecer uma aliança com o rei Federico da Prússia, o que gerou insatisfação da nobreza russa. A situação de insatisfação foi contornada mais tarde com uma série de medidas que beneficiou os nobres." "Entre 1766 e 1768, Catarina convocou o Congresso para debater e aprovar algumas reformas, mas não obteve êxito. Entretanto, por iniciativa própria, dividiu o território russo em 44 províncias e foram criados distritos em cada uma delas, nos quais a nobreza formava uma assembleia para governá-los, além de obter vários privilégios. Promulgou em 1785 a Carta da Nobreza, que garantia isenção de impostos aos nobres e aumentava seus poderes.Essas medidas mostraram a influência Iluminista sobre seu governo, já que as reformas dos estados eram uma das características dos déspotas esclarecidos. Catarina trocava constantemente correspondências com os filósofos franceses Diderot e Voltaire, e buscou incentivar o conhecimento, como a construção da Universidade de Moscou, em 1783. Ainda criou leis diminuindo o uso da tortura e da pena de morte, permitiu a liberdade de culto, secularizou ainda algumas propriedades eclesiásticas em proveito do Estado e passou a manter conventos e igrejas.No âmbito militar, conduziu guerras com vários reinos para conseguir acesso ao mar, o que conseguiu em 1772, resultando na conquista de territórios e na aproximação com a Europa Central. Contra o Império Turco-Otomano realizou duas guerras, entre 1768 e 1985, nas quais incorporou às fronteiras do Império Russo a costa setentrional do Mar Negro e a península da Criméia.Catarina, a Grande, foi uma das mais maiores czarinas russas, tendo seu reinado terminado em 1796, ano de sua morte."
  • PRINCESA DONA JANUÁRIA DE BRAGANÇA (RIO DE JANEIRO 1822  NICE FRANÇA 1901)  IRMÃ MAIS VELHA DO IMPERADOR DOM PEDRO II - DESENHO LIVRE A LAPIS APRESENTANDO SENTADOS A UMA MESA O PATRIARCA JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA, TUTOR DE DOM PEDRO II,  LENDO ATENTAMENTE UM DOCUMENTO,  A CONDESSA DE BELMONTE DONA MARIANA CARLOTA DE VERNA MAGALHÃES COUTINHO, A DADAMA, PARA O IMPERADOR DOM PEDRO II  E SUAS IRMÃS PRINCESAS IMPERAIS SUA SEGUNDA MÃE (FOI NOMEADA POR DOM PEDRO I GOVERNANTA E TUTORA DAS CRIANÇAS ) E AOS PÉS DA DAMA, ABRAÇADO POR ELA ESTÁ O MENINO DOM PEDRO II VESTINDO CAMISOLA INFANTIL DE COSTAS COM A CABEÇA VOLTADA PARA A DESENHISTA. NO VERSO DO PAPEL DO DESENHO  ESTA CALCADA AS MARCAS DE TINTA  COM AS PALAVRAS DE UMA CARTA ONDE SE PODE LER A PALAVRA SAUDADE, PROVAVELMENTE A MISSIVA FOI  DIRIGIDA AO IMPERADOR DOM PEDRO I A QUEM SEMPRE CABIA ESCREVER A MENINA DONA JANUÁRIA. COMOVENTE,  HISTÓRICO E  PRECIOSO! BRASIL, CIRCA DE 1831 17 X 15 CMNOTA: Pedro I convidou D. Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho (posterior Condessa de Belmonte) para assumir a posição de aia. Mariana de Verna era uma viúva portuguesa considerada culta, honrada e gentil. Pedro a chamava de "Dadama" pois não conseguia pronunciar corretamente quando criança a palavra "dama". Entretanto, ele continuou a chamá-la dessa maneira até já adulto por afeição e por considerá-la uma mãe postiça. Como era comum dentre a realeza dessa época, ele não foi amamentado por sua mãe. Em vez disso, a imigrante suíça Marie Catherine Equey foi escolhida como sua ama de leite.  Maria Leopoldina morreu em 11 de dezembro de 1826 quando Pedro tinha apenas um ano de idade, poucos dias depois de ter abortado um bebê menino. Pedro cresceria e não teria nenhuma memória da mãe, sabendo apenas aquilo que as pessoas comentavam e contavam sobre ela. De seu pai "não retinha uma imagem clara".Pedro I se casou novamente dois anos e meio depois com a princesa Amélia de Leuchtenberg. Pedro passou pouco tempo com a madrasta, que acabaria por deixar o país dois anos depois. Mesmo assim eles tiveram uma relação bem próxima e mantiveram-se em contato por cartas até a morte dela em 1878. Tão forte foi a influência de Amélia no príncipe que ele até sua morte a considerou como sua mãe e quando adulto "a mulher ideal, a quem ele sempre buscou, era morena, vivaz e inteligente, e notadamente mais velha do que ele". Pedro I abdicou da coroa em 7 de abril de 1831 depois de um longo conflito contra liberais federalistas. Ele e a esposa imediatamente partiram para Portugal a fim de reconquistar a coroa de Maria II, que havia sido usurpada por D. Miguel.3334 Deixado para trás junto com as irmãs mais velhas, o Príncipe Imperial assim se tornou o imperador Pedro II. Pedro, então com cinco anos de idade, acordou na manhã do dia 7 de abril com a coroa imperial ao lado de sua cama. Pedro I e Améliajá tinham deixado o solo brasileiro abordo da fragata inglesa HMS Warspite. Pedro II escreveu uma carta de despedida ao pai com a ajuda de Mariana de Verna. Ao recebê-la o ex-monarca chorou e respondeu chamando o menino de "Meu amado filho, e meu Imperador". Seu pai e madrasta permaneceram a bordo do Warspite por mais cinco dias antes de partirem para a Europa, porém eles nunca viram o jovem imperador nesse período. Pedro I permaneceria angustiado pelo restante de sua vida sobre a ausência dos filhos e preocupado com seus futuros. Pedro II sentia saudades do pai e madrasta (que havia assumido o papel de mãe), possivelmente sendo um dos motivos por sua posterior falta de demonstração de emoção em público. De fato, a "inesperada perda da família assombraria Pedro II pelo resto da vida".Três de suas irmãs também ficaram para trás: as princesas D. Januária, D. Paula e D. Francisca Pedro foi aclamado em 9 de abril como o novo imperador. Ele chorou na carruagem ao lado de Mariana de Verna ainda desnorteado pelo abandono dos pais e assustado pelas grandes multidões que acompanhavam seu trajeto até o Paço Imperial. O jovem imperador foi exibido em uma das janelas do palácio para o povo junto com suas três irmãs. Pedro ficou em cima de uma cadeira para que as centenas de pessoas reunidas pudessem vê-lo melhor e para que ele conseguisse ver suas aclamações. Os brasileiros ficaram comovidos pela "figura do pequeno órfão que deveria governá-los".Toda essa provação, seguida pelos bramidos dos canhões que o saudavam, foi tão traumática que ela talvez possa ser a explicação por sua aversão a cerimônias públicas quando adulto.
  • DOM PEDRO II (1825-1891- IMPERADOR DO BRASIL  DEVERES ESCOLARES - DEVERES ESCOLARES DO IMPERADOR MENINO DOM PEDRO II  EM 26 DE FEVEREIRO DE 1833 QUANDO CONTAVA COM 8 ANOS DE IDADE. PAPEL COM MARCA D'AGUA  DE 1824.  ASSINADO PELO IMPERADOR. ESTE DOCUMENTO FOI AMPLAMENTE DIVULGADO PELA IMPRESSA BRASILEIRA E INTERNACIONAL DESDE A DECADA DE 1960 (JORNAIS ACOMPANHAM O LOTE). PARTICIPOU DE EXPOSIÇÕES E EXEMPLAR MUITO SEMELHANTE A ESTE FOI REPRODUZIDO  PELA REVISTA HISTÓRIA DA BIBILIOTECA NACIONAL (TAMBÉM ACOMPANHA O LOTE). A TAREFA ESCOLAR ENVOLVEU CALIGRAFIA, FRANCÊS E ESCRITA GÓTICA. TRATA-SE DE UM FRAGMENTO DA MONUMENTAL OBRA DE TELEMACO LIVRO IX.  EXCERTOS DO TEXTO: LES DIEUX CACHENT AUX FAIBLES HOMMES LEUR DESTINÉE DANS UNE NUIT IMPÉNÉTRABLE. IL EST UTILE DE PRÉVOIR CE QUI DÉPEND DE NOUS, POUR LE BIEN FAIRE; MAIS IL N'EST PAS MOINS UTILE D'IGNORER CE QUI NE DÉPEND PAS DE NOS SOINS ET CE QUE LES DIEUX VEULENT FAIRE DE NOUS. TRADUÇÃO: OS DEUSES, POR SABEDORIA BONDADOSA, ENVOLVEM AOS FRACOS MORTAIS SEU DESTINO EM NOITE IMPENETRAVEL. É UTIL ANTEVER O QUE DE NOS DEPENDE PARA BEM OBRAR; MAS NAO E MENOS ÚTIL  IGNORAR, O QUE NAO DEPENDE DO NOSSO DESVELO, E QUANTO OS DEUSES QUEREM FAZER DE NOS. ASSINA DOM PEDRO 2.  LOCALIZA E DATA PALAIS DE S. CHRISTOPHE 26 DE FEVEREIRO DE 1833. COMOVENTE E PUNGENTE OBRA DE UM MENINO ÓRFÃO DE MÃE, ABANDONADO PELO PAI E COM O PESO DE UM IMPÉRIO SOBRE OS OMBROS. UMA PESADA ROTINA DE 15 HORAS DIÁRIAS DEDICADAS AO ESTUDO E PREPARO PARA REINAR COM APENAS DUAS HORAS PARA OS BRINQUEDOS DE CRIANÇA. QUÃO AMARGAS DEVEM TER SOADO MAIS DE MEIO SÉCULO DEPOIS AS PALAVRAS CERTEIRAS DE TELÊMACO QUE O MENINO APRENDEU NA TENRA INFÂNCIA: NÃO DEPENDE DE NOSSO DESVELO O QUANTO OS DEUS QUEREM FAZER DE NÓS. EM 1889 DOM PEDRO II  DESTRONADO E EXILADO DO BRASIL, DIFÍCIL SABER SE OUTRO BRASILEIRO FEZ TANTO PELA NAÇÃO E A ELA ENTREGOU DE FORMA TÃO PROFUNDA A SUA EXISTÊNCIA PRIVADOS DOS PAIS PELO PAÍS, PRIVADO DA INFÂNCIA PELO DEVER, PRIVADO DE DIREITOS DE SER QUEM DESEJARIA SER E FINALMENTE NA VELHICE PRIVADO DE MORRER NA PÁTRIA QUE TANTO AMOU.  BRASIL , 1833. 23 CM DE ALTURANOTA: Chamado de órfão da nação, Pedro de Alcântara foi, desde a infância, um prisioneiro do próprio destino, alvo das intrigas que faziam dele instrumento do jogo de poder na corte do Rio de Janeiro. Ao embarcar para a Europa, D. Pedro I nomeou como tutor do seu filho, José Bonifácio de Andrade e Silva, um homem sábio, determinado e experiente. A estatura política de Bonifácio era insuportável para uma parte da elite brasileira, que o via com desconfiança e o queria longe do trono. Afastado da tutoria em 1833, o Patriarca da Independência foi preso por conspiração. Acusavam-no de liderar um complô para trazer D. Pedro I de volta ao Brasil e, julgado à revelia e absolvido após 2 anos, Bonifácio se recolheu em exílio voluntário na Ilha de Paquetá, até morrer em 1838 desiludido com os rumos do país que ajudou a criar. O 2º tutor de D. Pedro II  Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho, o Marquês de Itanhaém  preparou-se para assumir um, rigoroso regulamento que todos deveriam seguir ao pé da letra. Essa detalhada rotina de estudos e exercícios diários ia das 7 da manhã até às 22 horas. Tudo era regulado e controlado, pois os médicos cuidavam da temperatura do banho e as camareiras da roupa que deveria combinar com a estação do ano. O Imperado-menino só podia visitar suas irmãs após o almoço, quando o quarto delas já estivesse arrumado. Os deputados supervisionavam sua educação emitindo relatórios periódicos que seus mestres enviavam à Câmara. O relatório de 1837 anunciava que ele falava e escrevia francês, lia e traduzia inglês. O de 1838 dizia que era um estudante disciplinado e, o do ano seguinte, informava que o Imperador dominava bem o latim e tinha deixado todas as brincadeiras somen te para ler e estudar. Com 7 anos, já era capaz de conversar em inglês. Fez dos idiomas uma de suas paixões e, ao atingir a idade adulta, conseguia se comunicar em 6 línguas  francês, inglês, alemão, italiano, espanhol, provençal  além do português, e também estudou grego, latim, hebraico, russo, árabe, sânscrito e tupi-guarani. Tinha a saúde precária e, assim como o pai, sofria de epilepsia. Há registros de vários ataques entre 1827 e 1840 e, em 1833, teve uma crise nervosa aparentemente causada pela carência afetiva. No ano seguinte, ao receber a notícia da morte do pai em Portugal, teve um ataque de febre cerebral seguida de frequentes dores no estômago e alguns chegaram a duvidar que sobrevivesse. Na ausência da mãe e da madrasta, apegou-se a Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho (futura Condesse de Belmonte), dama da corte encarregada de sua criação a quem chamava de Dadama. Era uma viúva portuguesa muito religiosa, que chegou ao Brasil com a corte de D. João em 1808. Pedro II passou uma infância tristíssima, na qual experimentou carência emocional e manipulação psicológica. Refugiou-se no mundo dos estudos, particularmente nos livros, que lhe davam prazer e uma sensação de segurança  disse o historiador britânico Roderick J. Barman. O papel de instituição que lhe estava destinado desde a infância fez com que tudo lhe chegasse antecipadamente, como se precisasse envelhecer às pressas para dar um ar de seriedade ao jovem país, entregue ao seu comando. Assim foi no ritual da corte, em que era tratado como um adulto. Ao conhecer o menino aos 12 anos de idade (em janeiro de 1838), o Príncipe de Joinville  seu futuro cunhado  anotou em seu diário: Seus modos são os de um homem de 40 anos. Em 1840, às vésperas de assumir o trono no chamado Golpe da Maioridade, Pedro de Alcântara era um rapaz alto, de cabelos louro-bronzeados, magro e de olhos azuis  descrição de Lídia Besouchet. Ao atingir a idade adulta, tinha 1,90 metro de altura e a cabeça grande. Só a voz fina e aguda destoava do conjunto e lembrava uma infância perdida pela orfandade precoce. A cerimônia de consagração (julho de 1841) durou 9 dias, encerrada com um baile para 1.200 convidados no Paço da Cidade. O traje do Imperador era um manto verde decorado com ramos de cacau e tabaco coberto por uma camurça feita de penas de galo-da-serra. À pressa da coroação, seguiu-se a do casamento por procuração, em maio de 1843  sete meses antes de completar 18 anos.
  • DOM PEDRO I  MORTE DE DOM JOÃO VI E ABDICAÇÃO EM FAVOR DE DONA MARIA DA GLÓRIA  HISTÓRICO PARECER DO MARQUÊS DA VILLA REAL DA PRAIA GRANDE  CAETANO PINTO DE MIRANDA MONTENEGRO ORDENADO POR DOM PEDRO I SOBRE A VIABILIDADE DE SENDO O SUCESSOR DE DOM JOÃO VI EM PORTUGAL GOVERNAR AQUELE  REINO A PARTIR DO IMPÉRIO DO BRASIL. EM 10 DE MARÇO DE 1826 MORRE O REI DOM JOÃO VI NO PALÁCIO DA BEMPOSTA EM LISBOA. HOJE SABEMOS QUE A CAUSA DE SUA MORTE FOI UM  ENVENENAMENTO. REINANDO HÁ APENAS QUATRO ANOS SOBRE O IMPÉRIO DO BRASIL O IMPERADOR DOM PEDRO I VÊ-SE EM UM DILEMA POR SER ELE MESMO O HERDEIRO DO TRONO DE PORTUGAL. SOB SUA ORDEM O MINISTRO DA JUSTIÇA, O MARQUÊS DA VILLA REAL DA PRAIA GRANDE PREPARA UM PARECER SOBRE A VIABILIDADE DE GOVERNAR PORTUGAL A PARTIR DO IMPÉRIO DO BRASIL. EXCERTOS DO TEXTO: SENHOR, MANDA-ME VOSSA MAGESTADE IMPERIAL INTERPOR O MEU PARECER SOBRE A SEGUINTE QUESTÃO: 1. SE OPÕE A INDEPENDÊNCIA DESTE IMPÉRIO SE O IMPERADOR SEJA REI DE PORTUGAL GOVERNANDO-O DO BRASILE FICANDO EXISTINDO COMO EXISTEM DUAS NAÇÕES TOTALMENTE INDEPENDENTES, QUAIS A BRASILEIRA E  A PORTUGUESA? 2. SE A UNIÃO DAS DUAS COROAS NO MESMO SOBERANO É OPOSTA A CONSTITUIÇÃO: 3. SE ELA É ÚTIL: 4. NO CASO DE CONVIR O QUE SE DEVE DETERMINAR A RESPEITO DE SEU GOVERNO: 5. NO CASO DE NÃO CONVIR COMO DEVE SER FEITA A ABDICAÇÃO E EM QUEM. ESTAS QUESTÕES SÃO DA MAIS ALTA POLÍTICA E EXIGEM TALENTOS E CONHECIMENTOS QUE NUNCA TIVE, ACHANDO-SE OS MESMOS QUE REUNI E ADQUIRI MUI APAGADOS COM TRABALHOS, ANOS E COM A LONGA MOLÉTIA DO QUAL AINDA NÃO ESTOU RESTABELECIDO. MAS O MEU DEVER PEDIU  MAIS QUE O MEU AMOR PESSOAL  E A GRANDE BENIGNADE DE VOSSA MAGESTADE IMPERIAL POR MIM TANTAS VEZES EXPERIMENTADA NÃO DEIXARÁ DE RELEVAR OS ERROS DE MINHA OBEDIENCIA. PARECE-ME POIS EM QUANTO A PRIMEIRA E SEGUNDA QUESTÃO QUE A UNIÃO EM NADA OFENDE A INDEPENDÊNCIA DESTE IMPÉRIO NEM A CONSTITUIÇÃO MAS ANTES CONTRIBUIRÁ PARA FIRMAR E CONSOLIDAR UMA E OUTRA COMO UM BALUARTE CONTRA OS ATAQUES VIOLENTOS DA ANARQUIA QUE OS DISCOLOS, INIMIGOS INTERNOS E A REPÚBLICA QUER CERCAM O BRASIL PELO SUL, NORTE, E OESTE, NÃO DEIXARIAM DE FOMENTAR EM TODO TEMPO PARA DESTRUIR O QUE VOCÊ MAGESTADE IMPERIAL TEM FEITO COM TANTO TRABALHO E TANTA GLÓRIA. AS MESMAS REPÚBLICAS CONTRA AS QUAIS ,   NOS MAUS TEMPOS EM QUE VIVEMOS DEVEM SEMPRE FICAR ACAUTELADAS AS MONARQUIAS. ACHANDO-NOS JÁ EM GUERRA COM UMA DELAS OBRIGARIAM TAMBÉM  O BRASIL A ESFORÇOS E SACRIFÍCIOS MUITO GRANDESE TALVEZ SUPERIORES A SUA ATUAL POVOAÇÃO PARA OS CONTEM EM RESPEITO OU REPELIR QUALQUER INJÚRIA PORQUE TEM SUMA DIFICULDADE EM MANDAREM-SE PRONTOS E NECESSÁRIO SOCORROS A PRVINCIAS TÃO DISTANTES NO PRATA, PARAGOAI, GUAPORÉ, MADEIRA, MAMORÉ, RIO NEGRO E AMAZONAS, CAPTANDO SÓ ESTA RAZÃO FIAVA QUE OS VERDADEIROS BRASILEIROS QUE AMAM SUA PÁTRIA FOLGASSEM EM  SER AUSPICIADOS PELOS PORTUGUESES SEUS IRMÃOS SEM OFENSA ALGUMA A INDEPENDÊNCIA NACIONAL E CONSEQUENTEMENTE SEM OFENSA A HONRA DA CONSTITUIÇÃO, A QUAL SOMENTE PROIBE NO ARTIGO 1.  PARAGRAFO 1 OS LAÇOS DE UNIÃO E FEDERAÇÃO OPOSTOS A MESMA INDEPENDÊNCIA. O IMPERADOR DO BRASIL E REI DE PORTUGAL HÁ DE SER MAIS RESPEITADO NO ANTIGO E NOVO MUNDO.DO QUE SE FAZ ESSES AUGUSTOS TÍTULOS DO QUE CADA UM POR SI E SEPARADOS UM DO OUTRO. E DESTE MAIOR RESPEITO A CONSEQUÊNCIA É A MAIOR TRANQUILIDADE DOS POVOS, O MAIOR DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO, INDÚSTRIA E ARTES O MAIOR PROGRESSO DA AGRICULTURA A QUAL DEVE  SER O MAIOR EMPREGO DOS BRAÇOS BRASILEIROS. A TERCEIRA QUESTÃO A UTILIDADE DA REFERIDA UNIÃO PODE JÁ SER CONSIDERADA EM DIVERSAS RELAÇÕES E EU DISSE NO PARÁGRAFO ANTERIORMENTE  QUE ELA CONVINHA A SEGURANÇA INTERNA E EXTERNA E PARA OBTEREM A VANTAGEM QUE RENDERÃO DA PAZ E TRANQUILIDADE DOS POVOS OS INTERESSES COMERCIAIS ENTRE AS DUAS NAÇÕES TAMBÉM SERÃO MELHOR SEGURADOS SENDO REGIDOS COM IGUALDADE PELA MESMA MÃO E NA MESMA BALANÇA. E EM NOSSA POVOAÇAO CONVIRÁ TANTO AO BRASIL COMO AO IRMÃO QUE TEM A MESMA ORIGEM ,LINGUAGEM , RELIGIÃO, LEIS E COSTUMES. CHEGO PORTANTO A QUARTA QUESTÃO SE VOSSA MAGESTADE DEVE ASSUMIR O TITULO DE REI DE PORTUGAL, COISA LEGAL COMO LEGITIMO HERDEIRO E SUCESSOR DE SEU AUGUSTO PAI CONCEDENDO UMA ANISTIA GERAL, NOMEANDO UMA NOVA REGÊNCIA OU CONSERVANDO A MESMA COM AMPLOS PODERES QUE PONHAM OS SEUS NOVOS SÚDITOS NA MENOR DEPENDÊNCIA POSSÍVEL DE RECORRER AO RIO DE JANEIRO PARA O EXPEDIENTE DOS NEGÓCIOS E DANDO AOS PORTUGUESES UMA CARTA CONSTITUCIONAL SEMELHANTE A DO BRASILA QUAL VIRÁ A SER COMO HUM CENTRO DE UNIÃO DOS DIVERSOS PARTIDOS QUE TANTO TEM DILACERADO AQUELE REINO. MAIS QUISERA DIZER MAS AS MINHAS DORES REUMÁTICAS E DIÁRIO PADECIMENTO, NÃO ME DEIXAM ESCREVERE POR ISSO ACRESCENTAREI UNICAMENTEQUE A ABDICAÇÃO MENCIONADA NO ÚLTIMO ARTIGO SERIA NÃO SÓ INTEMPESTIVA MAS ATÉ PREJUDICIAL AO BRASIL, PRIVANDO-O DAS VANTAGENS ACIMA APRESENTADAS. SE PORÉM COM O PASSAR DOS TEMPOS, E INCERTEZA E VOLUBILIDADE DE OPINIÕES POLITICAS SE MANIFESTAR UMA GERAL REPUGNANCIA E DESCONTENTAMENTO DOS PORTUGUESES POR TEREM O SEU SOBERANO EM TAMANHA DISTÂNCIA E DE OS PRINCIPAIS GABINETES DA EUROPA APOIARAM ESTE DESCONTENTAMENTO NESTE CASO SERIA NECESSÁRIA UMA ABDICAÇÃO PARA NÃO EXPOR O IMPÉRIO A UMA GUERRA TÃO DESASTROSA DEVERÁ A MEU VER PASSSAR AQUELA COROA A UM FILHO PRÍNCIPE, COM QUE DEUS HÁ DE ABENÇOAR AINDA MAIS O LEITO IMPERIAL, E NA FALTA DESTE A SERENÍSSIMA SENHORA DONA MARIA DA GLÓRIA. A ABDICAÇÃO AO PRÍNCIPE IMPERIAL (DOM PEDRO II GRIFO MEU) PARACE-ME QUE SERIA MUITO DESAGRADÁVEL AOS BRASILEIROS E QUE OS PORIA EM DESCONFIANÇA DE FUTUROS ACONTECIMENTOSCONTRÁRIOS A SUA INDEPENDÊNCIA. VILLA REAL DA PRAIA GRANDE EM 28 DE ABRIL DE 1826. SEMPRE AOS AUGUSTOS PÉS DE VOSS MAGESTADE IMPERIAL.. POUCO MAIS DE NOVE MESES DEPOIS O VELHO MARQUÊS FALECEU, ESSE DEVE TER SIDO UM DE SEUS ÚLTIMOS TRABALHOS A BEM DO IMPERARADOR E DO BRASIL. DOM PEDRO I TERMINOU POR SEGUIR O CONSELHO DO EXPERIENTE JURISTA MAS ACIMA DE TUDO HOMEM DE VISÃO E ABDICOU DA COROA EM FAVOR DA PRINCESA DONA MARIA DA GLÓRIA SUA FILHA. O TEMPO MOSTROU QUE ELA FOI UMA GRANDE MONARCA EM PORTUGAL.
  • CAETANO PINTO DE MIRANDA MONTENEGRO  (VISCONDE DE VILLA REAL DE PRAIA GRANDE (2.)  RARA TRAVESSA PERTENCENTE AO SERVIÇO DO VISCONDE VILA REAL DE PRAIA GRANDE (CAETANO PINTO DE MIRANDA MONTENEGRO) EM PORCELANA CHARLES PILLIVUYT. PASTA DURA DE FUNDO BRANCO, BORDA PARCIALMENTE EM VERDE BERILO ENTRE FILETES DOURADOS. NA CALDEIRA, MONOGRAMA VPG ENTRELAÇADO E DOURADO, SOB COROA DE VISCONDE. EXEMPLAR DESSE MESMO SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDO A PÁGINA 344 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL POR JENNY DREYFUS.ERA FILHO DO MARQUES DA VILLA REAL DA PRAIA GRANDE, PRIMEIRO MINISTRO DA JUSTIÇA DO BRASIL APÓS A INDEPENDENCIA. CAETANO PINTO DE MIRANDA MONTENEGRO FILHO FOI CORONEL DO EXÉRCITO IMPERIAL, GRANDE DO IMPÉRIO, GENTIL HOMEM DA IMPERIAL CÂMARA, MEMBRO DO CONSELHO DE SUA MAGESTADE IMPERIAL , COMENDADOR DA IMPERIAL ORDEM DE CRISTO, CAVALEIRO DA IMPERIAL ORDEM DA ROSA E DA IMPERIAL ORDEM DO CRUZEIRO, TINHA A MEDALHA DA DIVISÃO COOPERADORA DA BOA ORDEM E A INSIGNIA DE OURO DA DISTINÇÃO DE COMBATES. SÉCULO XIX. 44 CM DE COMPRIMENTO.
  • VISCONDE  DE MAUÁ  (NESSA CARTA AINDA COMO BARÃO)  CARTA DE APRESENTAÇÃO ESCRITA DE PUNHO PELO BARÃO DE MAUA, IRINEU EVANGELISTA DE SOUZA, E POR ELE ASSINADA(COM RECONHECIMENTO DE FIRMA)  APRESENTANDO A JOSÉ PEDRO DE SOUZA MEIRELLES, RECOMENDANDO OS SERVIÇOS DE SEU EX GERENTE JOSE PEDRO DE SOUZA MEIRELLES (O MESMO A QUEM A CARTA DO LOTE ANTERIOR FOI DIRIGIDA POR OCASIÃO DA PROCLAMAÇÃO DA LEI ÁUREA) EXCERTOS DO TEXTO: ILMO SR. JOSÉ PEDRO DE SOUZA MEIRELLES, TNEHO MUITA SATISFAÇÃO EM DECLARAR-LHE QUE TENDO VOSSA MERCE SIDO EMPREGADO EM MINHAS CASAS DE SANTOS E DE SÃO PAULO, OCUPANDO NESTA O LUGAR DE GERENTE, FOI SEMPRE SUA CONDUTA IRREPRENSSÍVEL SERVINDO COM HONRA E ZELO RETIRANDO-SE DA CASA POR MOTIVOS QUE NÃO AFETAM O SEU CARATER. SOU COM ESTIMA DE VOSSA MERCÊ.AMIGO BARÃO DE MAUÁ. EM 5 DE DEZEMBRO DE 1867. NOTA: NOTA: Irineu Evangelista de Sousa foi um notável empresário, industrial, banqueiro, político e diplomata brasileiro, um símbolo dos empreendedores do país no século 19. Aos cinco anos de idade, Irineu perdeu o pai, assassinado. Três anos depois, sua mãe se casou de novo e o entregou a um tio. Após um período em São Paulo, Irineu viajou para o Rio de Janeiro e, aos 11 anos, empregou-se como balconista de uma loja de tecidos. Em 1829, a loja foi adquirida por Ricardo Carruthers (1830), que ensinou ao jovem inglês, contabilidade e a arte de comerciar. Aos 23 anos, Irineu já era sócio da firma. No ano seguinte, em 1837, com a volta dos donos para a Inglaterra, Irineu ficou na direção do do negócio. Comprou uma chácara em Santa Teresa e ajudou os revolucionários farroupilhas a fugir das prisões no Rio de Janeiro. Em 1839 foi ao Sul buscar a mãe e a irmã. Com elas veio Maria Joaquina Machado, com quem ele se casou em 1841. A sua primeira viagem à Inglaterra em 1840, convenceu-o de que o Brasil deveria caminhar para a industrialização. Em 1844, a lei Alves Branco elevou a tarifa sobre as importações e no ano seguinte Irineu fechou a casa Carruthers & Cia. Iniciando o ousado empreendimento de construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, fundou a indústria naval brasileira (1846), em Niterói, e, em um ano, já tinha a maior indústria do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas e tubos para encanamentos de água. A partir de então, dividiu-se entre as atividades de industrial e banqueiro. É dele a célebre e mais do que nunca atual frase: O melhor programa econômico de governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem Barão de Mauá (1813-1889) Foi pioneiro no campo dos serviços públicos: fundou uma companhia de gás para a iluminação pública do Rio de Janeiro (1851), organizou as companhias de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e no Amazonas (1852), implantou nossa primeira estrada de ferro. de Raiz da Serra à cidade de Petrópolis RJ (1854), inaugurou o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora (1854) e realizou o assentamento do cabo submarino (1874). Em sociedade com capitalistas ingleses e cafeicultores paulistas, participou da construção da Recife and São Francisco Railway Company, da Ferrovia Dom Pedro 2º. (atual Central do Brasil) e da São Paulo Railway (Santos-Jundiaí). Iniciou a construção do canal do mangue no Rio de Janeiro e foi o responsável pela instalação dos primeiros cabos telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa. No final da década de 1850, o visconde fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova York, Buenos Aires e Montevidéu. Liberal, abolicionista e contrário à Guerra do Paraguai, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata (1850) e, assim, tornou-se persona non grata no Império. Suas fábricas passaram a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negócios foram abalados pela legislação que sobretaxava as importações. Foi deputado pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas renunciou ao mandato (1873) para cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise bancária (1864). Com a falência do Banco (1875) o visconde viu-se obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros. Mauá deu um exemplo de honradez quando incluiu, na listagem para leilão, seus bens pessoais, como os aros de ouro de seus óculos. Doente, com o organismo minado pelo diabetes, só descansou depois de pagar todas as dívidas. Ao longo da vida recebeu os títulos de barão (1854) e visconde (1874) de Mauá
  • DUQUE DE CAXIAS  FOTOGRAFIA MEMORIAL SOBRE PLACA DE PORCELANA COM MOLDURA EM BRONZE ORMOLU. HOMENAGEM FEITA APÓS AS EXÉQUIAS DO DUQUE EM 1880. A MORTE DO DUQUE DE CAXIAS TROUXE CONSTERNAÇÃO NACIONAL, E MANIFESTAÇÕES DE PESAR ACOMPANHADAS DA JUSTA HOMENAGEM  VIERAM DE TODAS AS PARTES DO BRASIL. EM 1854, DOIS FOTÓGRAFOS FRANCESES, BULOT E CATTIN, PATENTEARAM UM PROCESSO PARA ADERIR UMA IMAGEM FOTOGRÁFICA EM PORCELANA OU ESMALTE, QUEIMANDO-A EM UM FORNO. AS IMAGENS ORIGINAIS DE CERÂMICA FORAM FEITAS EM PRETO E BRANCO E DEPOIS MONTADAS COM MOLDURAS EM BRONZE. CAXIAS FOI O ÚNICO DUQUE TITULADO  EM TODO PERÍODO IMPERIAL BRASILEIRO A EXCEÇÃO DA DUQUESA DE GOIÁS (FILHA DE DOM PEDRO I COM A MARQUESA DE SANTOS) E O DUQUE DE SANTA CRUZ (IRMÃO DA IMPERATRIZ AMÉLIA). O DUQUE DE CAXIAS FOI A ESPADA DO IMPÉRIO, SEM ELE O BRASIL TERIA SE FRAGMENTADO EM REVOLTAS. UM DOS NOMES MAIS DESTACADOS NO PROCESSO DA FORMAÇÃO DE NOSSO PAÍS. FRANÇA, SEGUNDA METADE DO SEC. XIX. 19 CM DE ALTURANOTA: CARTA DE DOM PEDRO II A CONDESSA DE BARRAL COMUNICANDO A MORTE DE CAXIAS:Morreu ontem na fazenda o Caxias. Ainda ontem disse-me o irmão que êle estava muito melhor. Conhecia-o e estimava-o desde 1832. Tinha de 76 para 77 anos. Assim vai ficando a gente por êsse mundo. Amanhã há de ser dia nefasto, por causa do entêrro do Caxias que, aliás, declarou no testamento que não quer honras e ser levado apenas por seis soldados para a Igreja da Cruz dos Militares, e fasto porque estando tudo determinado, não se poderão adiar os festejos do dia 25 de março, que só agora se realizarão, por só terem tido pronto no dia 3 a sua farda rica os novos ministros, e a inauguração do serviço das águas é aliás benefício urgente. Logo há audiência e depois diplomatas a despachar. E em continuação: São apenas 11 i/2. Estimei que o Ministério entendesse que se podia adiar a festa de inauguração do serviço das águas e não houvesse teatro amanhã que se enterra o Caxias. Vou ainda ler e depois descansar
  • A REVOLTA LIBERAL DO PORTO EM 1820, CONVOCAÇÃO DAS CORTES PORTUGUESAS  DE 1821 E A VOLTA DE DOM JOÃO VI  PARA PORTUGAL  HISTÓRICO MANIFESTO  REDIGIDO PELOS PORTUGUESES RESIDENTES NO BRASIL DIRIGIDO AO REI DOM JOÃO VI CONTRA A SUA VOLTA PARA PORTUGAL POR IMPOSIÇÃO  DAS CORTES GERAIS EM LISBOA. EM 1821 EM DECORRENCIA DA REVOLTA LIBERAL DO PORTO QUE DENTRE OUTRAS COISAS DEU UM BASTA AO GOVERNO ABSOLUTISTA DOS REIS DE PORTUGAL FORAM CONVOCADAS AS CORTES GERAIS  EM LISBOA PARA ELABORAR UMA CONSTITUIÇÃO PARA O PAÍS. REUNIDAS AS CORTES A PRIMEIRA CONSEQUENCIA FOI UMA DETERMINAÇÃO PARA QUE A FAMILIA REAL VOLTASSE A PORTUGAL E O BRASIL FOSSE NOVAMENTE REDUZIDO A CONDIÇÃO DE MERA  COLÔNIA E NÃO MAIS REINO UNIDO A PORTUGAL E ALGARVES. DOM JOÃO VI ERA TÃO CONSTITUCIONALISTA QUANTO ERA VEGETARIANO, OU SEJA O STATUS  DAS COISAS SÓ FOI MUDADO POR SUA ABSOLUTA IMPOSSIBILIDADE DE INSSURGIR-SE CONTRA A AUTORIDADE DAS CORTES. ALÉM DISSO NÃO DESEJAVA VOLTAR A PORTUGAL, GOSTAVA DE VIVER NO BRASIL COM TODAS AS SUAS INDULGÊNCIAS DE TROPICALIDADE, MAS COM O AUMENTO DE PRESSÃO A PONTO DE SER AMEAÇADO DE SER DESTRONADO EM 7 DE MARÇO DE 1821,  EMITIU UM DECRETO SOBRE A SUA IMEDIATA VOLTA PARA PORTUGAL, A REGÊNCIA DO REINO DO BRASIL POR SEU FILHO DOM PEDRO DE BRAGANÇA E A CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÃO PARA REPRESENTANTES BRASILEIROS (DEPUTADOS) QUE TOMASSEM LUGAR JUNTO AS CORTES GERAIS  EM LISBOA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO. PARA OS PORTUGUESES ESTABELECIDOS NO BRASIL, QUE AQUI PROSPERARAM, ENRIQUECERAM E CRIARAM SEUS NEGÓCIOS ISSO ERA UM PESADELO. O ÁLVARA DE DONA MARIA I  DE 1785 QUE DETERMINOU A EXTINÇÃO E ABOLIÇÃO DE TODAS AS FÁBRICAS EM QUALQUER PARTE DE SEUS DOMÍNIOS NO BRASIL ATERRORISAVA AINDA OS PORTUGUESES QUE SE BENERICIARAM COM A REVOGAÇÃO DA LEI POR DOM JOÃO VI NO MOMENTO QUE ABRIU OS PORTOS BRASILEIROS AS NAÇÕES AMIGAS E POSTERIORMENTE ELEVOU O BRASIL A CONDIÇÃO DE REINO UNIDO. FOI ENTÃO QUE ORGANIZADOS EM TORNO DE SEUS INTERESSES ESSES PORTUGUESES REDIGIRAM UM MANIFESTO CONTRÁRIO AO FANTASMA DA RECOLONIZAÇÃO E DIMINUIÇÃO DO STATUS  DO BRASIL COM A SAÍDA DE DOM JOÃO VI. ESSE  DOCUMENTO FOI GUARDADO POR DOIS SÉCULOS ENTRE OS PAPÉIS DO MARQUÊS DE VILLA REAL DA PRAIA GRANDE, O LUSO BRASILEIRO CAETANO PINTO DE MIRANDA MONTENEGRO, QUE VEIO A SER NO GABINETE DO PRÍNCIPE REGENTE DOM PEDRO NO PERÍODO PRÉ INDEPENDÊNCIA (OU SEJA NOS DIAS EM QUE O DOCUMENTO FOI REDIGIDO) O MINISTRO DA JUSTIÇA. MUITO PRÓXIMO DO PRÍNCIPE DOM PEDRO , NÃO SE PODE DEIXAR DE PENSAR QUE TAL DOCUMENTO GUARDADO NAS MÃOS DO MINISTRO DÁ INDÍCIOS DE QUE ESSA CAMPANHA POSSA TER SIDO APOIADA PELO FUTURO IMPERADOR DOM PEDRO I. PELA NATUREZA DO TEXTO, SUA RELEVANCIA, CURIOSIDADE ME DEI O TRABALHO DE TRANSCREVE-LO NA ÍNTEGRA A SEGUIR. O MANIFESTO POR SEUS IDEALIZADORES FOI DIVIDIDO EM 18 ARTIGOS . COM CALIGRAFIA ELEGANTE E ESCRITO EM PAPEL DE LINHO É UM BELISSIMO DOCUMENTO. EXCERTOS DO TEXTO: POR VIA DE EMBARGOS AO VENERANDO DECRETO DE 7 DE MARÇO DE 1821 E EM CONTRARIEDADE AO MANIFESTO FEITO PELOS PORTUGUESES DA EUROPA AS CORTES ESTRANGEIRAS E COM TODA A SUBMISSÃO DIZEM OS PORTUGUESES ESTABELECIDOS NO BRASIL POR ESTA OU POR OUTRA MELHOR FORMA E VIA DE DIREITO ESN.  1, QUE A MUDANÇA ESTABELECIDA DA MONARQUIA PORTUGUESA PARA O BRASIL É TÃO ANTIGAMENTE PRONOSTICADA QUE CONSTA DOS AUTORES PORTUGUESES E DAS CRONIDAS DO SR. REI DOM JOÃO III QUE DIVIDINDO ESTE SENHOR SUAS TERRAS DO BRAISL EM CAPITANIAS QUANDO AS SÃO DISSE QUE AS DISPUNHA PARA O ESTABELECIMENTO DE UM GRANDE IMPÉRIO. 2. QUE SENDO DESDE ENTÃO ABANDONADAS AS TERRAS DO BRASIL AO ACASO A PROVIDÊNCIA AS TEM FEITO SUBIR A CONDIÇÃO DE PROSPERIDADE EM QUE SE ACHAM SEM SOCORROS DO ESTADO OU DA METRÓPOLE DE PORTUGALQUE ANTES SEMPRE A PROCUROU ABATER E ANIQUILAR, PROIBINDO-LHE TODAS AS FÁBRICAS E MANUFATURAS E PERMITINDO-LHE SOMENTE A MINERAÇÃO E OS ENGENHOS DE AÇUCAR PELA PRECISÃO QUE TÊM DELES E DO OURO E NEM QUERENDO QUE NEGOCIASSEM COM OUTRA NAÇÃO. 3. QUE FOI SEMPRE CONSERVADO ESTE CIÚME DE PORTUGAL PARA COM O BRASIL QUE ATÉ CHEGOU AO PONTO DE MANDAR ARRRANCAR AS PLANTAÇÕES DAS DROGAS DO ORIENTE QUE PARA ELE TINHAM PASSADO E AS DE ALGODÃO DEMOLINDO-SE TODOS OS TEARES E NÃO SE CONSENTINDO NELE FAMÍLIAS OU CASA OPULENTA, NEM HOMEM DE GÊNIOS OU DE TALENTOS QUE ERA LOGO CHAMADO A PORTUGAL. 4. QUE AS MAIS NAÇÕES DA EUROPA VENDO A FERTILIDADE DAS TERRAS DO BRASIL, DESPERTANDO A SUA COBIÇA, INTENTARAM APODERAR´SE DE ALGUMAS PARTES DELE COMO SUCEDEU EM VILLAGAGNON QUE FOI EXPULSO DO RIO DE JANEIRO, OS HOLANDESES QUE ESTAVAM JÁ DE POSSE E FORTIFICADOS EM PERNAMBUCO E ATÉ JÁ COM UM TRATADO FEITO COM O SR. DOM JOÃO IV FORAM TAMBÉM DALI EXPULSOS, E TUDO ISSO SEM O SOCORRO DE PORTUGAL E SÓ FEITO PELOS PORTUGUESES QUE CÁ ESTAVAM RESIDINDO AJUDADOS PELOS INDIOS E PRETOS, O QUE ACONTECEU MUITO DEPOIS COM DUGUAY-TROUIN NO RIO DE JANEIRO EM 1711.  5. QUE SENDO A FIDELIDADE DOS PORTUGUESES TAL COMO SE TEM DEMONSTRADO QUANDO FOI RESTAURADO AO TRONO DE PORTUGAL O SR. DOM JOÃO IV, DUQUE DE BRAGANÇA ESTANDO CASTELA SENHORA DO BRASIL, ASSIM COMO ERA DE PORTUGAL, NÃO FOI NECESSÁRIO PARA QUE O ACLAMASSEM MAIS DO QUE A SIMPLES PARTICIPAÇÃO AINDA APESAR DE ALGUMA OPOSIÇÃO DOS ESPANHÓIS QUE NO BRASIL HABITAVAM, E NESTE MESMO TEMPO É QUE EXPULSARAM OS HOLANDESES PARA FORA DE PERNAMBUCO. 6. QUE QUANDO O SR. DOM JOÃO IV TEMIA QUE ALIANÇA DE CASTELA COM A FRANÇA PELO CASAMENTO QUE DEPOIS SE FEZ DE LUIZ 14 COM A FILHA DE FELIPE IV VIESEM AS DUAS POTÊNCIAS DESTRUIR PORTUGAL O PADRE ANTONIO VIEIRA DENOMINADO O CÍCERO PORTUGUÊS ESCREVEU A DOM JOÃO IV QUE SE PASSASSE PARA O BRASILONDE ELE LHE ACENARIA COM O LUGAR PARA UM PALÁCIO QUE GOZASSE AO MESMO TEMPO TODAS AS QUATRO ESTAÇÕES DO ANO FAZENDO NELE O 5. IMPÉRIO PROGNOSTICADO PELO NOSSO BANDARRA. 7. E CONTA MAIS QUE QUANDO NA GUERRA DAS QUATRO NAÇÕES EM QUE ENTROU NO TRONO DE HESPANHA FELIPE V ANTES DUQUE DANJOU E QUE OS PORTUGUESES PERDERAM A BATALHA DE ALMANSA DIZENDO-SE AO SR. DOM JOÃO V QUE OS ESPANHÓIS COM OS FRANCESES VINHAM DESTRUIR PORTUGAL ESTE SENHOR LEMBROU-SE DO O QUE PADRE VIEIRA TINHA ESCRITO DA BAHIA AO SEU AUGUSTO AVÔ E O QUE SE PASSOU NO TEMPO DE DOM JOSÉ I É TÃO CONSTANTE QUE SE ACHA ESCRITO NAS MEMÓRIAS DO MARQUÊS DE POMBAL. 8. QUE COM TODAS ESSAS LEMBRANÇAS DOS REFÚGIOS QUE PODERIAM TER OS NOSSOS MONARCAS NO BRASIL E NÃO FIZERAM FOI PELOS OBSTÁCULOS QUE ACHARAM EM TODAS AS MAIS NAÇÕES DA EUROPA QUE ANTEVIAM A GRANDE OPULÊNCIAE INDEPENDÊNCIA QUE PORTUGAL FARIA COM ELAS. E SE O NOSSO AMADO SOBERADO O SR. DOM JOÃO VI PODE CONSEGUIR FOI PELO ESTADO EM QUE ESTAVA A EUROPA EM 1807 EM CUIDADOS E DEFESA DAS ASTÚCIAS DE NAPOLEÃO BONAPARTE E QUE OS INGLESES PARA O ABATER AUXILIARAM A PASSAGEM DA MONARQUIA PORTUGUESA PARA O BRASIL E DE QUE LOGO CONHECERAM O  SEU ERRO E SE ARREPENDERAM. 9. QUE PELO QUE FICA EXPOSTO NÃO HAVENDO NO BRASIL OUTRO COMERCIO MAIS QUE COM A METROPOLE DE PORTUGAL NÃO TENDO FÁBRICAS NEM MANUFATURASO ESTADO EM QUE SUA MAGESTADE A ACHOU NÃO PODIA DEIXAR DE FAZER O TRATADO, QUE OS PORTUGUESES DA EUROPA CHAMAM DESASTROSO, E ABRIR OS PORTOS A TODAS AS NAÇÕES QUE COM O BRASIL QUIZESSEM NEGOCIAR, PORQUE NEM NUNCA PORTUGAL TEVE FÁBRICAS QUE PUDESSEM SUPRIR A SE AO BRASIL DE TODAS AS MANUFATURAS PRECISAS NEM ESTAVA EM TERMOS DE FAZER PELA DEFESA EM QUE ESTAVA CONTRA OS FRANCESES. 10. QUE SUA MAGESTADE QUANDO PASSOU DE PORTUGAL PARA  O BRASIL NÃO O DEIXOU EM ESTADO DE COLÔNIA ANTES NOMEANDO UMA REGÊNCIA DEIXOU EM SER TODAS AS SECRETÁRIAS, TRIBUNAIS, FÁBRICAS, MANUFATURAS E ARSENAIS QUE SÃO PRÓPRIOS DA ESTADA DA MONARQUIA E SE O ABUSO DAS AUTORIDADES TEM DESFEITO ESSES ESTABELECIMENTOS OU TEM OBSTADO A SUA CONTINUAÇÃO SÃO EFEITOS DAS CIRCUNSTANCIAS DO TEMPO QUE TEM FEITO MUDAR OUTROS MUITOS MAIS ESTABELECIMENTOS. 11. QUE SENDO UMA DAS QUEIXAS DOS PORTUGUESES DA EUROPANO SEU MANIFESTO O ABRIREM-SE OS PORTOS DO BRASIL AOS ESTRANGEIROS PELO QUE FICA DEMONSTRADO NOS ARTIGOS 3.  E 9. PARECE QUE QUERIAM QUE OS PORTUGUESES DO BRASIL ANDASSEM NÚS ATÉ QUE ELES PUDESSEM PARA AQUI MANDAR O QUE LHES SOBRASSE. NÃO SE LEMBRANDO QUE OS SEUS MAIORES NEGOCIANTES E GRNADES PECUNIÁRIOS COMO QUINTELA, BANDEIRA, BRANCAMP E OUTROS DEPOIS DA SAÍDA DOS FRANCESES EM LUGAR DE PRESTAREM OS SEUS CABEDAIS PARA CORAJAREM E RETIFICAREM AS FÁBRICAS DEMOLIDAS EMTRARAM  A COMPRAR PROPRIEDADES DE CASAS,  QUINTAS. E DEVENDO CARREGAR OS SEUS NAVIOS NOS PORTOS ESTRANGEIROS OS GÊNEROS QUE ESTES LEVAVAM PARA O BRASIL OU OS VENDERAM OU CONTINUARAM NO SEU COMÉRCIO DESTRUIDOR DO NUMERÁRIO PARA A ÍNDIA E CHINA. 12. QUE SENDO  OUTRA QUEIXA DE MANIFESTO A GUERRA DO SUL É CONSTANTE QUE O EXÉRCITO E ESQUADRA QUE SUA MAGESTADE PARA ALI MANDOU FOI PACIFICADOR E NÃO CONQUISTADOR PORQUE OS INSURGENTES E SUBLEVADOS DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS DEVASTAVAM AS POPULAÇÕES PORTUGUESAS DA LAGUNA, RIO GRANDE DE SÃO PEDRO DO SUL E PORTO ALEGRE QUE DESTES PONTOS ATÉ O RIO DA PRATA SÃO CAMPINAS GERAIS QUE NÃO TEM NEM PODEM TER UMA BARREIRA QUE SE LHE OPUNHA SENÃO O MESMO RIO DA PRATA E OS HABITANTES DAS MARGENS ORIENTAIS DESTE MESMO RIO PRINCIPALMENTE OS DE MONTEVIDÉO CANSADOS DE SOFREREM OS VEXAMES DOS TAIS INSSURGENTES E DESAMPARADOS DO GOVERNO DA METRÓPOLE ESPANHOLA DE SUA LIVRE VONTADE SE ENTREGARÃM  E ROGARAM UNIR-SE AO BRASIL  COM AS CONDIÇÕES EXPRESSAS NO SEU TERMO (VEJA-SE O TERMO QUE FOI PUBLICADO) 13. QUE SENDO INCONTESTÁVEL O DEDUZIDO NO ARTIGO 12 (O ANTERIOR A ESTE) PARECERIA ESTRANHAVEL QUE SUA MAGESTADE NÃO LANÇASSE MÃO DAQUILO QUE LHE OFERTAVAM E QUE SEGURAVA AOS HABITANTES PORTUGUESES DO SUL AS SUAS POSSESSÕES E BENS. NÃO SE DUVIDANDO MAIS DO DIREITO QUE O ESTADO PORTUGUÊS TEM A MARGEM ORIENTAL DO RIO DA PRATA COMO FOI DECIDIDO NO TRATADO DE UTRECHT (6.) POR SEREM OS PRIMEIROS DESCOBRIDORES E POVOADORES E QUE POR UMA ALUCINAÇÃO FOI CEDIDO A HESPANHA PELO TRATADO DE 10 DE OUTUBRO DE 1777. 14. QUE A VISTA DO EXPOSTO. E DE QUE ALEGAM OS PORTUGUESES NA CARTA ESCRITA A SUA MAGESTADE PELA JUNTA DO PORTO E AS RAZÕES DE MANIFESTO PARECE QUE OS REFERIDOS PORTUGUESES DA EUROPA QUEREM EXTORQUIR OS PORTUGUESES BRASILEIROS CONTRA O DIREITO NATURAL O BEM QUE ELES GOZAM COM A PRESENÇA DO SEU SOBERANO QUE TODOS OS ESTABELECIMENTOS HUMANOS TEM PRINCÍPIO, AUMENTO E DETERIORAÇÃO. 15. QUE AINDA QUE OS PORTUGUESES DA EUROPA QUEIRAM APLICAR ESSE MESMO AXIOMA AO BRASIL, HÉ TÃO RECENTE O SEU PRINCÍPIO QUE APENAS PRINCIPIAVA A CARREIRA DO AUGIMENTO EM QUE PODE CHEGAR, O QUE NÃO SUCEDE A PORTUGAL, QUE CHEGOU NO AUGE A QUE PODIA CHEGAR E QUE NÃO PODE SUPERAR MAIS OUTRO AUGIMENTO, QUE A SUA CONSERVAÇÃO. 16. QUE RESIDINDO SUA MAGESTADE NO BRASIL E TODA SUA FAMÍLIA REAL SEGUIRÁ COM A SUA PRESENÇA ESTA POSSESSÃO TÃO INVEJADA DAS OUTRAS NAÇÕES E SEGUIRÁ A DE PORTUGAL PORQUE AS MAIS POTÊNCIAS DA EUROPA NÃO SE CONVÉM QUE ELE SE UNA A ESPANHA NEM ESSA NEM OUTRA QUALQUER QUE NÃO SEJA A DINASTIA PORTUGUESA VENHA ALI ESTABELECER-SE O QUE NÃO SUCEDERÁ DESAMPARANDO SUA MAGESTADE O BRASIL QUE ELAS MESMAS INFLUIRÃO A SEPARAÇÃO DO BRASIL SÓ AFIM DE FAZEREM PORTUGAL DEPENDENTE. 17 QUE JAMAIS NUNCA O BRASIL SE PODERÁ SE SUJEITAR AO ESTADO DE COLÔNIA QUE É FECHAR SEUS PORTOS AOS ESTRANGEIROS (SEJA QUAIS FOREM OS DIREITOS QUE A ELES SE IMPONHAM), DEMOLIR AS SUAS FÁBRICAS E DEIXAR DE CRIAS NOVAS E LIMITAR O SEU COMMERCIO SÓ COM PORTUGAL PORQUE TEM JÁ GOZADO DE SUA LIBERDADE CONCEDIDA PELO SEU AMADO SOBERANO E JÁ CONSOLIDADA PARA GRANDE FIM, QUE AO PRESENTE TEM EM SI MESMO, COMO SE SUJEITARÃO DE NOVO A OUTRO CATIVEIRO? 18. QUE POR TODOS ESTES E OUTROS MOTIVOS QUE SE EXPRESSAM QUANDO HAJAM DE SE CONTRARIAR ESTES ARTIGOS PARECE QUE SUA MAGESTADE COMPRAZENDO-SE DOS SEUS VASSALOS RESIDENTES NO BRASIL A QUEM PELA SUA ILIMITADA BONDADE E REAL PRESENÇA OS LIBERTOU DO JUGO DA ESCRAVIDÃO, DEVE SE MANDAR SUSTER A SUA RÉGIA DETERMINAÇÃO NO REFERIDO DECRETO DE 7 DE MARÇO OUVINDO AS PARTES. ASSINA UM MONOGRAMA QUE NÃO CONSIGO IDENTIFICAR ALGO COMO FP (CREIO QUE O P TENHA A VER COM PORTUGUESES). BRASIL, 1821.
  • LOTE RETIRADO ATENDENDO INTERESSE DO ARQUIVO NACIONAL - DOM PEDRO I  HISTÓRICA MINUTA LAVRADA DE PUNHO PELO IMPERADOR DO DECRETO DE ANISTIA AOS PRESOS POLÍTICOS PAULISTAS ENVOLVIDOS NO  EPISÓDIO DA INSURGÊNCIA DE SÃO PAULO NO CONFLITO CONHECIDO COMO BERNARDA DE FRANCISCO IGNÁCIO. APENAS 16 DIAS APÓS A PROCLAMAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA NAS MARGENS DO IPIRANGA O IMPERADOR A FIM DE PACIFICAR OS ÂNIMOS EM UMA DAS PRINCÍPIAS PROVÍNCIAS DO BRASIL E AQUELA EM CUJO TERRITÓRIO OCORREU O GRITO DO IPIRANGA, ANISTIOU OS PRESOS POLÍTICOS ENVOLVIDOS NA BERNARDA DE FRANCISCO IGNÁCIO SOBRE A QUAL FALAREMOS NAS NOTAS DESSE LOTE. A MINUTA FOI ENCAMINHADA AO MINISTRO DA JUSTIÇA O MARQUÊS DE VILLA REAL DA PRAIA GRANDE, CAETANO PINTO DE MIRANDA MONTENEGRO. UM IMPÉRIO COM 16 DIAS DE VIDA, DOM PEDRO NO TEXTO SEQUER CONSEGUIU EVITAR A MENÇÃO AO SEU AUGUSTO PAI DOM JOÃO VI. NO FINAL ANOTOU PARA O MINISTRO: +E A OUTRAS COMO ESTA SEGUIRÃO. A FRASE NÃO PERMITE SABER SE ELE O IMPERADOR SE REFERIA A OUTRAS MINUTAS DE DECRETO OU SE INDICAVA QUE CONDERIA MAIS ANISTIAS PARA NESSE MOMENTO UNIR A PÁTRIA COMO UM TODO. SEJA COMO FOR, CADA VEZ MAIS ME CONVENÇO SOBRE O DINAMISMO DO JOVEM MONARCA CUJA MENTE ERA UM TURBILHÃO DIVIDIDO POR SUA CONHECIDA IMPETUOSIDADE MAS TAMBÉM POR UMA MENTE QUE NÃO PARAVA DE TRABALHAR E PRODUZIR A FIM DE ATINGIR SEUS OBJETIVOS. DOM PEDRO I MUITAS VEZES FOI INJUSTIÇADO COMO UM HOMEM DEDICADO ACIMA DE TUDO  AO ATENDIMENTO DOS DESEJOS NASCIDOS DE SUA LIBIDO MAS O QUE A HISTÓRIA REVELADA NOS MOSTRA É QUE O JOVEM PRÍNCIPE ERA UM ESTADISTA, COM UM CARISMA QUE CONSEGUIA REUNIR A SUA VOLTA  E CONQUISTAR FIÉIS E DEDICADOS SÚDITOS COMO ATÉ ENTÃO NENHUM OUTRO MONARCA DA CASA DE BRAGANÇA CONSEGUIU. EXCERTOS DO TEXTO: QUERENDO CORRESPONDER A GERAL ALEGRIA DESTA CIDADE PELA NOMEAÇÃO DOS DEPUTADOS PARA A ASSEMBLÉIA GERAL CONSTITUINTE E LEGISLATIVA QUE HÁ DE LANÇAR OS GLORIOSOS E INABALÁVEIS FUNDAMENTOS DO IMPÉRIO DO BRASIL . HEI POR BEM QUE CESSE E FIQUE DE NENHUM EFEITO A DEVASSA A QUE MANDEI PROCEDER NA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO PELOS SUCESSOS DO DIA VINTE E TRÊS DE MAIO PASSADO PONDO-SE EM LIBERDADE OS QUE ESTIVEREM PRESOS. CAETANO PINTO DE MIRANDA MONTENEGRO, DO MEU CONSELHO DE ESTADO E DO CONSELHO DE SUA MAGESTADE FIDELÍSSIMA E SENHOR DOM JOÃO SEXTO, MEU MINISTRO E SECRETÁRIO DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA JUSTIÇA, O TENHA ASSIM ENTENDIDO E O FAÇA EXECUTAR COM OS DESPACHOS NECESSÁRIOS. PALÁCIO DO RIO DE JANEIRO EM 23 DE SETEMBRO DE 1822. + E OUTRAS QUE A ESTA SEGUIRÃO. NOTA: A vinda da família real, em 1808, contribuiu muito em todos os aspectos para o desenvolvimento do Brasil, que deixou de ser uma mera colônia, para ter sua estrutura politica e econômica. A pressão feita pelos portugueses culminou no retorno a Lisboa de D. João VI, acompanhado de sua família e mais de quatro mil súditos, em 25 de abril de 1821, o que deixou a população brasileira sem saber qual seria seu futuro. Para garantir a continuidade administrativa e a presença real no Brasil, seu filho mais velho, D. Pedro, foi designado príncipe regente. Houve manifestações de descontentamento em vários pontos do país, inclusive em São Paulo, o que determinou a vinda de D. Pedro a capital e a Santos para acalmar os ânimos. A província paulista era governada por uma junta provisória, formada por conservadores e liberais, que se degladiavam, resultando na eclosão, em 23 de maio de 1822, de uma revolta que ficou conhecida por Bernarda de Francisco Ignácio.D. Pedro tentou contemporizar as correntes antagônicas: os conservadores ligados ao presidente da junta, o nobre e militar português João Carlos Oeynhausen Grevembourg (futuro Marques de Aracati) e os liberais, que contavam com Martim Francisco Ribeiro de Andrada (irmão de José Bonifácio), então secretário do Interior e Fazenda. A convocação de Grevembourg ao Rio, pelo príncipe, resultou em um verdadeiro motim. Francisco Ignácio de Souza Queiroz, membro da junta, instigou a população a impedir a partida de Grevembourg, pois um liberal, seu substituto, assumiria o governo de São Paulo. O impasse criado obrigou D. Pedro a destituir o governo da Província determinando o envio de tropas de Santos a capital, "para dar pronto remédio a tais desordens e atentados que diariamente vão crescendo". A população paulistana revoltada hostilizou os soldados, e o comandante marechal Cândido Xavier de Almeida e Sousa resolveu recuar e aguardar os acontecimentos. A desistência do marechal José Arouche de Toledo Rendon em assumir a presidência da junta, e a nomeação do próprio Xavier de Almeida para o cargo, além do retorno das tropas a Santos, acalmou os ânimos. Um outro fato grave ocorreu em Santos, quando 12 soldados se colocaram à frente de seu batalhão, para pleitear a equiparação de soldos com os praças portugueses. Eles foram condenados à morte por enforcamento, causando grande comoção na população. Em São Paulo, D. Pedro decretou, em 13 de agosto de 1822, que em sua ausência a princesa Leopoldina presidiria ao despacho de expediente e às sessões do Conselho de Estado. Foi a primeira vez que uma mulher assumiu o governo do Brasil. No dia seguinte, partiu do Palácio da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, com destino a capital paulista. A cavalo percorreu a distância de 634 km, em 12 dias, pernoitando em várias cidades: Rio Claro-RJ, Bananal, Areias, Cachoeira, Lorena, Guaratinguetá (passando pela Igreja de Aparecida), Pindamonhangaba, Taubaté, São José dos Campos, Jacareí e Mogi das Cruzes. Finalmente, em 24 de agosto, chegou a Penha de França, onde participou de missa na capela de Nossa Senhora da Penha. Na manhã seguinte, em São Paulo, assistiu na Sé, com sua comitiva, a solene Te Deum, quando recebeu o beija-mão de autoridades e do povo. Permaneceu alguns dias na capital, período em que conheceu D. Domitila de Castro e Mello (futura Marquesa de Santos). No dia 5 de setembro, foi a Santos inspecionar as fortalezas e visitar a família de José Bonifácio, seu ministro de Estado. De regresso a São Paulo, no sábado, 7 de setembro de 1822, por volta das 16 horas, D. Pedro e comitiva encontravam-se no alto de colina próxima ao riacho do Ipiranga, quando dois cavaleiros em rápida carreira foram a seu encontro. Eram o major Antônio Ramos Cordeiro e Paulo Bregaro (hoje Patrono dos Carteiros), correio-real da Corte, que traziam diversas correspondências: cartas de sua esposa Leopoldina; de José Bonifácio; de Lisboa, uma de seu pai D. João VI e outra com instrução das Cortes, exigindo o regresso imediato do príncipe e a prisão de José Bonifácio; e uma de Chamberlain (amigo de confiança do príncipe D. Pedro). Segundo testemunhos do integrante da comitiva, padre Belchior Pinheiro, D. Pedro, tremendo de raiva, arrancou de suas mãos os papéis e, amarrotando-os, pisou-os e deixou-os na relva (então não estava sobre o cavalo). O padre os apanhou e guardou. Depois, D. Pedro virou-se e disse: "E agora, padre Belchior?" ao que o padre respondeu prontamente: "Se V. Alteza não se faz rei do Brasil, será prisioneiro das Cortes e, talvez, deserdado por elas. Não há outro caminho senão a independência e a separação". D. Pedro caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado pelo padre, Cordeiro, Bregaro, Carlota e outros, em direção aos animais que se achavam à beira do caminho. De repente, estacou já no meio da estrada, dizendo "Padre Belchior, eles o querem, eles terão a sua conta. As Cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro. Pois verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações. Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal". Responderam imediatamente, com entusiasmo, Viva a Liberdade! Viva o Brasil separado! Viva D. Pedro! O príncipe virou-se para seu ajudante de ordens e falou "diga à minha guarda que eu acabo de fazer a independência do Brasil. Estamos separados de Portugal". O tenente Canto e Melo cavalgou em direção a uma venda, onde se achavam quase todos os dragões da guarda.Chegando ao Ipiranga, sem que ninguém aparecesse, o capitão-mor Manuel Marcondes de Oliveira e Mello (depois Barão de Pindamonhangaba) fez parar a guarda junto a uma casinhola (hoje conhecida como Casa do Grito), que ficava à beira da estrada, à margem do riacho. Para prevenir qualquer surpresa, mandou o guarda Manuel de Godoi, um dos mais moços, colocar-se de atalaia em lugar onde pudesse descobrir a aproximação do príncipe. Tomando esta providência, apearam para descansar. Poucos minutos depois da retirada dos viajantes Bregaro e Cordeiro, o guarda, que estava de vigia, veio apressadamente em direção ao ponto de parada. A guarda começou a se formar para receber D. Pedro, mas ele vinha tão apressado que chegou antes que alguns soldados alcançassem as selas. Diante da guarda, em semicírculo, estacou o seu animal, desembainhou a espada e bradou: "Amigos! Estão, para sempre, quebrados os laços que nos ligavam ao governo português! E quanto aos topes daquela nação, convido-os a fazer assim." E arrancou do chapéu a fita azul e branca, jogando-a no chão. A guarda seguiu o gesto, tirando dos braços o mesmo distintivo. "E viva o Brasil livre e independente!" gritou D. Pedro. A guarda respondeu: "Viva o Brasil livre e independente! Viva D. Pedro, seu defensor perpétuo!" E bradou ainda o príncipe: "Será nossa divisa de ora em diante - Independência ou Morte!"D. Pedro e comitiva de 36 pessoas seguiram para a cidade. À noite, D. Pedro compareceu ao teatro da Ópera, ostentando no braço o dístico de ouro "Independência ou Morte", feito às pressas pelo ourives Lessa e preso por um laço verde e amarelo. Delirantemente aclamado, executou ao piano sua composição, o Hino da Independência. O jovem poeta Tomás de Aquino e Castro recitou um soneto de sua autoria, "Será logo o Brasil mais que foi Roma...Sendo Pedro seu primeiro Imperador".Em dado momento, o padre Ildefonso Xavier Ferreira foi em frente ao camarote de D. Pedro e gritou: "Viva o primeiro rei brasileiro!" Em seguida, foi apresentada a peça O Convidado de Pedra.No dia seguinte ao brado da Independência, D. Pedro proclamou:"Honrados Paulistanos: O amor que eu consagro ao Brasil em geral, e a vossa Província em particular, por ser aquela que perante mim e o mundo inteiro fez conhecer primeiro que todos o sistema maquiavélico, desorganizador e faccioso das Cortes de Lisboa, me obrigou a ir entre vós fazer consolidar a fraternal união e tranquilidade, que vacilava, e era ameaçada por desorganizadores, que em breve conhecereis, fechada que seja a devassa, a que mandei proceder. Quando eu mais que contente estava junto de vós, chegam noticias que de Lisboa os traidores da Nação, os infames Deputados pretendem fazer atacar ao Brasil, e tirar-lhe do seu seio seu Defensor. Cumpre-me como tal tomar todas as medidas que minha imaginação me sugerir; e para que estas sejam tomadas com aquela madureza, que em tais crises se requer, sou obrigado, para servir ao meu ídolo, o Brasil, a separar-me de vós (o que muito sinto), indo para o Rio ouvir meus Conselheiros, e providenciar sobre negócios de tão alta monta. Eu vos asseguro que cousa nenhuma me poderá ser mais sensível, do que o golpe que minha alma sofre, separando-me de meu amigos Paulistanos, a quem o Brasil, e eu devemos os bens, que gozamos, e esperamos gozar de uma Constituição liberal e judiciosa. Agora, Paulistanos, só vos resta conservardes união entre vós, não só por ser esse o dever de todos os bons Brasileiros, mas também por que a nossa Pátria está ameaçada de sofrer uma guerra, que não só nos há de ser feita pela Tropas, que de Portugal forem mandadas, mas igualmente pelos seus servis partidistas, e vis emissários, que entre nós existem atraiçoando-nos. Quando as autoridades, vos não administrarem aquela Justiça imparcial, que delas deve ser inseparável, representai-me que eu providenciarei. A divisa do Brasil deve ser - INDEPENDÊNCIA OU MORTE - Sabei que, quando trato da Causa Pública, não tenho amigos e validos em ocasião alguma. Existi tranquilos: acautelai-vos dos facciosos sectários das Cortes de Lisboa; e contai em toda a ocasião com o vosso Defensor Perpétuo. Paço em oito de setembro de mil oitocentos e vinte dois." D. Pedro nomeou, em 9 de setembro, a nova junta governativa da Província de São Paulo, composta pelo bispo diocesano D. Mateus de Abreu Pereira, ouvidor da Comarca Dr. José Corrêa Pacheco e Silva e o marechal Cândido Xavier de Almeida e Sousa. E, às 5 horas do dia 10 de setembro de 1822, deixou a capital, partindo para o Rio de Janeiro, onde chegaria em tempo recorde de cinco dias, apesar das chuvas e temporais. Ele seria aclamado o primeiro imperador brasileiro, no dia do seu aniversário, 12 de outubro, e solenemente coroado e consagrado como Defensor Perpétuo do Brasil, na então Catedral do Rio de Janeiro, em 1º de dezembro de 1822. EXTRAIDO DE ANTONIO SERGIO RIBEIRO IN: https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=373926#::text=A%20prov%C3%ADncia%20paulista%20era%20governada,por%20Bernarda%20de%20Francisco%20Ign%C3%A1cio.
  • PRINCESA ISABEL LUISA JOSEFA DE PORTUGAL  MAGNIFICA GRAVURA  EM BURIL DATADA DE 1680, GRAVADA POR Nicolas de Larmessin. APRESENTA A PRINCESA DA BEIRA DONA ISABEL HERDEIRA PRESUNTIVA DO TRONO DE PORTUGAL LUXUOSAMENTE VESTIDA. CONTEM A LEGENDA: ELISABETH MARIE LOUISE INFANTE DE PORTUGAL FILLE UNIQUE DE DOM PEDRO PRINCE REGENT DE PORTUGAL ET DES ALGARVES ET DE LOUISE MARIE FRANÇOISE DE SAVOYE NEMOURS NACQUITE LE 6 DE JANUIER 1669 ACCORDEE POUR ESPOUSE A AMEDEE DUC DE SAVOYE SON COUSIN. A PARIS CHEZ LA VEUVE BERTRAND RUE ST JACQUES A LA POME DOR PRESS SAINT SEVERIN AVEC PRINT DU ROY. DE LLAMERSSAN SCULP 1680NOTA: A infanta Isabel Luísa Josefa de Portugal (6 de janeiro de 1669 - 21 de outubro de 1690) foi filha única de Pedro II de Portugal e da sua primeira esposa e ex-cunhada, Maria Francisca de Sabóia . Foi herdeira presuntiva do trono de Portugal entre 1668 e 1689, altura em que nasceu o seu meio-irmão João .  Isabel Luísa era filha única de Pedro II de Portugal e da sua primeira esposa, a princesa de origem francesa Marie Françoise de Sabóia . 3 Nasceu no Palácio da Ribeira , Lisboa , em 1669  Luís XIV enviou um enviado especial para felicitar o seu nascimento.  Aos cinco anos, Isabel Luísa foi declarada herdeira presuntiva do trono português durante as Cortes de 1674 .  Foi planejado que ela se casaria com Vítor Amadeu II de Sabóia ,  primo-irmão de sua tia Maria Joana , duquesa de Sabóia , então regente de seu filho. O casamento foi contestado pela maior parte da corte da Sabóia, pois significava que Victor Amadeus viveria em Portugal e a sua mãe permaneceria no poder. Mas esse plano não foi implementado.  Outros candidatos propostos incluíam Gian Gastone de' Medici (futuro Grão-Duque da Toscana), le Grand Dauphin filho de Luís XIV , Carlos II de Espanha ,  o Duque de Parma, bem como um Conde Palatino de Neuburg .  Nada resultou desses planos. Por isso foi apelidada de Sempre-noiva , Sempre-noiva.Morreu de varíola em Palhavã em 1690, quando tinha 21 anos. Isabel Luísa é sepultada no Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa depois de ter sido transferida do Convento das Francesinhas .
  • DOM PEDRO II REI DE PORTUGAL (1648-1706) PAI DE DOM JOÃO V. MISSIVA DO REI DOM PEDRO II ESCRITA DE PUNHO EM 1 DE JUNHO DE 1704 ENDEREÇADA AO PRINCIPE JOÃO GUILHERME ELEITOR PALATINO (1658-1716).  EXCERTOS DO TEXTO: SENHOR IRMÃO, PELA CARTA DE V. DELEÇÃO E PELO BARÃO DE SICHING EU TENHO ENTENDIDO AS EXPRESSÕES DE BOM ÂNIMO DE V.D.ILM E POSSO SEGURAR A V.D.ILM QUE LHE CORRESPONDO COM TOM RECÍPROCO AFFECTO COMO PELO NOSSO PARENTESCO COM ALIANÇAS E AMIZADES: COM ESTES VÍNCULOS ME VEJO OBRIGADO A PROCURAR  QUE SUA MAGESTADE REI CARLOS 3.  ENTRE NA POSSE DA MONARCHIA QUE É SUA E ESPERO QUE O CÉO HÁ DE FAVORECER A SUA JUSTIÇA E O MEU DESEJO. GUARDE DEOS A V.D.ILM.SANTÁREM 1 DE JUNHO DE 1704. BOM IRMÃO E CUNHADO DE V. D.ILM. PEDRO.  DOM PEDRO II COM FAMILIARIDADE DIRIGE-SE AO SEU CUNHADO O ELEITOR PALATINO JOÃO GULHERME EM UM MOMENTO EM QUE A CRISE DA SUCESSÃO ESPANHOLA O LEVOU A ENTRAR DE POSSE DE ANTIGOS TERRITÓRIOS PALATINOS.  VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE IMAGEM DE DOM PEDRO II AUTOR DESSA CARTA. NOTA: João Guilherme, Eleitor Palatino (em alemão Johann Wilhelm, em Baixo alemão Jan Wellem), (Dusseldorf, 19 de abril de 1658 - Dusseldorf, 8 de junho de 1716) foi um príncipe alemão membro da Dinastia de Wittelsbach.Foi Eleitor Palatino (Kurfürst von der Pfalz) (16901716), Duque do Palatinado-Neuburgo (16901716), Duque de Jülich e Berg (16791716).Durante a Guerra da Sucessão de Espanha, obteve temporariamente a posse de antigos territórios Palatinos (Alto Palatinado e Condado de Cham) de 1707-1714. A partir de 1697 João Guilherme foi também Conde de Megen (nos Países Baixos). Entre os seus irmãos mais conhecidos encontravam-se: Francisco Luís de Neuburgo, que veio a ser Grão-mestre da Ordem Teutónica (1694-1732), Arcebispo-Eleitor de Tréveris (1716-1729) e Arcebispo-Eleitor de Mainz (1729-1732); e Carlos Filipe de Neuburgo, que lhe haveria de suceder nos seus estados.Também algumas das suas irmãs casaram com monarcas europeus, tornando-o cunhado do imperador Leopoldo I, do rei Pedro II de Portugal, do rei Carlos II de Espanha e do príncipe herdeiro de Parma, Eduardo Farnésio. João Guilherme era mais popular em Jülich-Berg, onde erigiu edifícios marcantes , como o Palácio de Bensberg, e onde tinha uma corte extravagante que empregava muitos artistas e artesãos, incluindo os pintores da corte Johannes Spilberg, a filha Adriana, e o seu viúvo Eglon van der Neer, Adriaen van der Werff, Jan Frans van Douven, Herman van der Mijn, Jan van Nickelen, a filha Jacoba Maria van Nickelen, o marido Willem Troost, Rachel Ruysch, Godfried Schalcken e Jan Weenix com a filha Maria Weenix. A sua enorme coleção de pinturas de Rubens podem ainda ser vistas na Alte Pinakothek de Munique.A sua viúva, Ana Maria Luísa, era a última descendente dos Médici. Como protetora das artes, ela legou a grande coleção dos Médicis, incluindo os conteúdos dos Uffizi, Palazzo Pitti e das villas Mediceias (que herdara em 1737 após a morte do seu irmão João Gastão de Médici), bem como os tesouros Palatinos (herdados do marido) ao Estado Toscano, na condição que nenhuma parte fosse retirada da capital, Florença. Por isso, estes tesouros podem ainda hoje ser visitados em Florença.João Guilherme era mais popular em Jülich-Berg, onde erigiu edifícios marcantes , como o Palácio de Bensberg, e onde tinha uma corte extravagante que empregava muitos artistas e artesãos, incluindo os pintores da corte Johannes Spilberg, a filha Adriana, e o seu viúvo Eglon van der Neer, Adriaen van der Werff, Jan Frans van Douven, Herman van der Mijn, Jan van Nickelen, a filha Jacoba Maria van Nickelen, o marido Willem Troost, Rachel Ruysch, Godfried Schalcken e Jan Weenix com a filha Maria Weenix. A sua enorme coleção de pinturas de Rubens podem ainda ser vistas na Alte Pinakothek de Munique.A sua viúva, Ana Maria Luísa, era a última descendente dos Médici. Como protetora das artes, ela legou a grande coleção dos Médicis, incluindo os conteúdos dos Uffizi, Palazzo Pitti e das villas Mediceias (que herdara em 1737 após a morte do seu irmão João Gastão de Médici), bem como os tesouros Palatinos (herdados do marido) ao Estado Toscano, na condição que nenhuma parte fosse retirada da capital, Florença. Por isso, estes tesouros podem ainda hoje ser visitados em Florença.  "A Guerra de Sucessão Espanhola foi uma guerra que marcou o contexto de disputas por tronos e domínios coloniais na Europa. O rei Carlos II da Espanha, casado com a princesa francesa Maria Luísa, não tinha deixado nenhum herdeiro apto a comandar o governo espanhol após a sua morte. Com isso, o rei francês Luis XIV tinha interesse em deixar os domínios espanhóis nas mãos de seu neto Filipe V. No entanto, a possibilidade de união entre as duas coroas desagradava imensamente aos interesses de outras monarquias européias. Os monarcas da Inglaterra, Portugal e Holanda fizeram forte oposição ao Arquiduque Charles do Sacro-Império Germânico, que poderia reunir os domínios espanhóis e franceses sobre as mãos da família Habsburgo. Ao mesmo tempo, Inglaterra e Holanda eram contra a dominação francesa, pois temiam o surgimento de uma nova potência econômica que prejudicaria os interesses de ambas as nações. Fatigado pelos conflitos outrora realizados durante a Guerra da Grande Aliança, o rei Luis XIV da França resolveu assinar um acordo diplomático. O tratado foi estabelecido com o rei William III da Inglaterra e definia que José Ferdinando, príncipe da Bavária, poderia ter domínio sobre o trono espanhol desde que cedessem as regiões de Nápoles, Sicília e Milão para o futuro herdeiro da França. O rei espanhol, Carlos II, se opôs ao tratado e resolveu conceder todo trono espanhol para as mãos de José Ferdinando." "A ação de Carlos II, que poderia dar fim ao problema sucessório, caiu por terra com a inesperada morte de José Ferdinando. No ano de 1700 um novo acordo diplomático foi assinado entre França, Inglaterra e Holanda. O novo acordo previa que o governo francês deveria ter controle sobre Nápoles, Sicília e Milão; e o novo rei deveria ser o Arquiduque Charles. Os herdeiros espanhóis, insatisfeitos com o novo acordo, forçaram o moribundo rei Carlos II a repassar o trono para Felipe V. Dessa maneira, a França teve sua ambição unificadora com a ascensão do novo rei. Dessa forma, os demais reinos envolvidos na disputa não aceitavam o novo acordo prevendo a hegemonia política e econômica da França. As hostilidades instaladas entre os países europeus empreenderam uma guerra que buscava dar fim ao processo de hegemonia dos domínios franceses. Na batalha de Blenheim, em 1704, as tropas holandesas foram vitoriosas contra os franceses na Bavária. A resistência dos franceses ainda mostrou alguma força durante os anos seguintes, fazendo algumas pequenas conquistas. No ano de 1709, a batalha de Malplaquet selou a vitória das forças contrárias à unificação dos territórios franceses e espanhóis. O enfraquecimento dos países envolvidos no conflito veio a abrir negociações de paz. França, Inglaterra e Holanda assinaram o chamado Tratado de Utrecht, em 1714. O final do conflito estabeleceu o equilíbrio político-territorial entre as monarquias européias."
  • CONDE DA MOTTA MAIA - CLÁUDIO VELHO DA MOTTA MAIA (1843-1897)  GRANDE TAÇA EM CRISTAL DE BACCARAT COM LAPIDAÇÃO NO TERÇO INFERIOR ABRINDO RESERVA PARA INICIAS MM ENTRELAÇADAS SOB COROA DE CONDE. EXEMPLAR DESSE SERVIÇO, IDENTICO A ESTE EM LEILÃO ESTÁ REPRODUZIDO NA PÁGINA 232 DO LIVRO O CRISTAL NO IMPÉRIO DEO BRASIL DE GETULIO ET AL. NOTA: Cláudio Velho da Mota Maia, o Conde de Mota Maia. professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e Medico do Imperador Dom Pedro II. Foi um dos encarregados da reforma do ensino de medicina, em 1878, que adotou o modelo germânico em substituição ao francês, propondo o ensino prático e livre, favorecendo o ensino farmacêutico. Em 4 de maio de 1880, foi nomeado médico da Casa Imperial. Foi amigo pessoal de Dom Pedro II, a quem, após a proclamação da república em 15 de novembro de 1889, acompanhou no exílio, até a morte do imperador, em Paris, em 5 de dezembro de 1891.
  • LOTE RETIRADO ATENDENDO INTERESSE DO ARQUIIVO NACIONAL - INDEPENDÊNCIA DO BRASIL  - MANUSCRITO DE DOM PEDRO I ENTÃO PRINCIPE REGENTE DO BRASIL, REDIGIDO DE PUNHO PELO P´RÍNCIPE EM JANEIRO DE 1822 ORDENANDO A ANTONIO LUIZ PEREIRA DA CUNHA, FUTURO MARQUÊS DE INHAMBUPE E MINSITRO DOS NEGÓCIOS DOS ESTRANGEIROS,  PROVIDENCIAS PARA DESMOBILIZAR AS TROPAS AUXILIARES PORTUGUESAS NO RIO DE JANEIRO. EXCERTOS DO TEXTO: CUNHA, ORDENO QUE HAJA PORTARIAS AOS DIFERENTES COMANDANTESDOS CORPOS DE PORTUGAL EM QUE LHES PARTICIPE QUE EM ATENDIMENTO NO QUE ME REPRESENTARAM OS SOLDADOS DA RELAÇÃO INCLUSA QUE HEI POR BEM DAR-LHE BAIXA COM QUE TERÃO OS ASSENTOS DO LIVRO MESTRE E QUE EU DEI LICENÇA PARA CÁ FICAREM NESTA BANDA. PEDRO DESETE SEU AMO. OS LOGO QUE ESTIVEREM MANDADAS AS PORTARIAS QUE DEVEM SER DE REPENTE MANDE-OS AQUI IMEDIAMENTE DECLARANDO  NAS DITAS QUE AS BAIXAS LHE SÃO DADAS EM ATENÇÃO A REPRESENTAÇÃO DOS SOLDADOS.  NOTA: A Divisão Auxiliadora, formada por tropas de linha portuguesa, promoveu um motim nos dias 11 e 12 de janeiro de 1822, no Rio de Janeiro, contra a decisão do Fico do príncipe regente D. Pedro. As tropas lusitanas se amotinaram em dois grupos, um no Morro do Castelo e o outro no Largo do Moura (área que ficava na região do porto entre a atual praça XV e o Museu Histórico Nacional), sob o comando do General Jorge Avilez. Motivados a defender o Brasil da anarquia que julgavam ter se instalado com a recusa às ordens portuguesas do regresso de Pedro, os soldados tinham a intenção de prender o príncipe regente e levá-lo à força para Lisboa. Em resposta à insubordinação da Divisão Auxiliadora, milícias locais foram formadas compostas por populares, padres e frades. No dia 12 de janeiro, D. Pedro deu ordens a dois companheiros para negociar o término do motim. Após o acordo, as tropas da Divisão Auxiliadora retiraram-se para a Vila Real da Praia Grande, atual cidade de Niterói. Os embates entre os soldados e D. Pedro continuaram até o dia 10 de fevereiro, quando o príncipe determinou a expulsão da Divisão Auxiliadora do país.A Revolução Liberal do Porto, em 1820, teve repercussões políticas tanto em Portugal quanto no Brasil. Os revoltosos, fortemente influenciados pelo movimento liberal, criaram as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, também chamadas de Cortes lisboetas ou Cortes Vintistas. As Cortes Gerais, entre outras determinações, exigiram  e conseguiram  a volta de D. João VI para Lisboa, que havia se instalado no Rio de Janeiro em 1808, e a elaboração de uma Assembleia Constituinte, que colocaria fim ao absolutismo português. Não satisfeitos com a manobra de D. João VI, depois de deixar seu filho como regente no Brasil, as Cortes lisboetas, em dezembro de 1821, julgaram desnecessária sua permanência no país e pressionaram pelo retorno de D. Pedro para Portugal.Liderados pelo vice-presidente da província de São Paulo, José Bonifácio, foi elaborado um manifesto com mais de oito mil assinaturas contra as ordens vindas de Portugal e os manifestantes foram para o Paço Real (Rio de Janeiro) no dia 9 de Janeiro de 1822. O manifesto teve adesão de parte da elite de São Paulo e Minas Gerais, argumentando que a volta de D. Pedro acarretaria uma situação de anarquia e uma possível emancipação brasileira. O príncipe regente, após uma reunião com a Câmara dos Senadores e com o apoio popular, declarou naquele mesmo dia (o célebre Dia do Fico) que permaneceria no Rio de Janeiro.O posicionamento de D. Pedro em continuar no Brasil não foi recebido pacificamente no Rio de Janeiro. As tropas da Divisão Auxiliadora entenderam a permanência como anarquia, ao recusar as ordens lusitanas. A fim de defender os interesses das Cortes lisboetas, os soldados iniciaram um motim com a intenção de prender D. Pedro e forçar seu retorno para Portugal.Na tarde do dia 11 de janeiro, o General Jorge Avilez, comandante de Armas da Corte, foi até os quartéis do 11 e 15 Batalhão e alegou aos soldados portugueses ter sido demitido de seu cargo por D. Pedro. No entanto, Avilez, como forma de contrariar as decisões do príncipe regente, tinha pedido demissão um dia antes. Revoltados pela suposta demissão de seu comandante e pela decisão do príncipe em permanecer no Brasil, os oficiais e soldados portugueses deram início às agitações nas ruas do Rio de Janeiro.Sob liderança do General Avilez, os militares se reuniram em diferentes praças. O 11 Batalhão se agrupou no Largo do Moura, o 15 Batalhão em São Bento e a 4 Artilharia na Rua Dom Manuel. Ao se deslocarem, as tropas quebraram vidraças, apagaram as luminárias da cidade e ofenderam os brasileiros, chamando-os de cabras, termo que significava filho de mulato com preto.Enquanto isso, no Teatro de São João, o tenente-coronel José Maria da Costa confirmou a Dom Pedro, presente no local, os boatos sobre o levante das tropas . A reação de D. Pedro veio com a mobilização de tropas brasileiras somadas às milícias locais e civis de diversas camadas sociais. Entre os civis, juntaram-se paisanos, padres e frades com armas em punho.A reação foi concentrada no Campo de Santana e totalizou cerca de quatro mil e seiscentas pessoas, números bem superiores aos das tropas portuguesas amotinadas que, segundo os dados do historiador Marcello Basile, reuniam por volta de mil e seiscentos soldados. O motim não teve adesão de toda a ala militar portuguesa: as tropas portuguesas do 3 Batalhão de Caçadores não aderiram, seguindo os comandos do príncipe regente e permanecendo na defesa do Palácio da Boa Vista.A tensão entre as tropas portuguesas e as tropas mobilizadas por D. Pedro no Morro do Castelo e no Campo de Santana estava acirrada e faltava pouco para que o embate acontecesse. No dia 12 de janeiro, a fim de evitar derramamento de sangue, o príncipe regente enviou dois comissários, um para o Morro do Castelo e o outro para o Largo do Moura, a fim de negociar com os amotinados portugueses. Na condição de que as tropas brasileiras também se retirassem, o General Avilez concordou com o deslocamento das tropas para a Vila Real da Praia Grande, do outro lado da baía de Guanabara.Avilez, durante o restante do mês, continuou com embates políticos por achar injusta a forma como as tropas portuguesas estavam sendo tratadas. Houve protestos contra as portarias dos dias 13 e 17 de janeiro do mesmo ano assinadas pelo príncipe-regente com a intenção de diminuir o tamanho da força pública de soldados. A primeira portaria ordenava dar baixas nas praças da Divisão Auxiliadora, já a segunda exigia obediência dos Comandantes dos Corpos, modificando a hierarquia acostumada. O General Avilez denunciou os subornos feitos por D. Pedro para que os soldados deixassem voluntariamente as tropas. O príncipe regente, com medo de possíveis ataques armados, incluindo os seguidos enfrentamentos de Avilez, expulsou as tropas Auxiliadoras do Brasil. No dia 15 de fevereiro do mesmo ano as tropas foram escoltadas até a altura de Pernambuco.
  • LOTE RETIRADO  ATENDENDO INTERESSE DO ARQUIVO NACIONAL - PRINCESA DONA JANUÁRIA DE BRAGANÇA (RIO DE JANEIRO 1822  NICE FRANÇA 1901)  IRMÃ MAIS VELHA DO IMPERADOR DOM PEDRO II - IMPERADOR DO BRASIL -  DEVERES ESCOLARESDE DONA JANUÁRIA - DEVERES ESCOLARES DA PRINCESA QUE ASSIM COMO SEU IRMÃO DOM PEDRO II FOI EDUCADA COM PADRÕES RÍGIDOS DE FORMAÇÃO. A TAREFA ESCOLAR DA PRINCESA DONA JANUARIA É UM CONJUNTO DE PRINCÍPIO, FILOSOFIA E CALIGRAFIA. EXCERTOS DO TEXTO: NUNCA DOS PRAZERES EXCESSIVOS DEIXARÃO DE NASCER MAGOAS. O DESEJO MUI VIOLENTO DE OBTER UM OBJETO CEGA TAMBÉM A ALMA SOBRE OUTRAS COUZAS. QUANDO NÃO HÁ PRUDÊNCIA A HONRA E AS RIQUEZAS SÃO VANTAGENS BEM POUCO SEGURAS. SEGUE UM EXERCICIO DE ALFABETO COM BELAS LETRAS ESTILIZADAS E ASSINA PAÇO DO RIO DE JANEIRO A 21 DE AGOSTO DE 1832. ASSINA DONA JANUÁRIA.  EM 26 DE FEVEREIRO DE 1833 CONTAVA A PRINCESA NESSA ÉPOCA COM 10 ANOS DE IDADE. CURIOSAMENTE O TEXTO DA TAREFA PREVINE CONTRA OS DESEJOS OBSTINADOS E A AMBIÇÃO DESMEDIDA POR ELES E A VIDA DE DONA JANUÁRIA FOI SEMPRE PERSEGUIDA COM OS DISSABORES QUE EMANARAM DE DESEJOS DESSE TIPO VINDOS DOS QUE A CERCAVAM. JÁ EM 1836 DEPUTADOS LIBERAIS DESEJAVAM TORNA-LA REGENTE DO REINO PELA POUCA IDADE DE SEU IRMÃO DOM PEDRO II. A INSTABILIDADE DO BRASIL PRESTES A FRAGMENTAR-SE PRINICIPALMENTE PELA FALTA DE UMA FIGURA SEDIMENTADORA E UNIFICADORA DA NAÇÃO  LEVOU A INÚMERAS CORRENTES POLÍTICAS. HAVIA OS RESTARUADORES QUE DESEJAVAM O RETORTO DE DOM PEDRO I  (OSÉ BONIFÁCIO FOI ACUSADO DE SER O MENTOR DESSA IDÉIA E POR ISSO EXILADO) MAS  COM A MORTE PREMATURA DE DOM PEDRO I EM 1834 ESSE PLANO MALOGROU, DEPOIS VEIO O PALANO DA REGÊNCIA DE DONA JANUÁRIA, A PRINCESA DA INDEPENDÊNCIA (PORQUE NASCEU EM 1822) QUE ERA DEFENDIDA POR DEPUTADOS LIBERAIS. FINALMENTE A MELHOR OPÇÃO, A ANTECIPAÇÃO DA MAIORIDADE DO IMPERADOR MENINO AOS 14 ANOS (GOLPE DA MAIORIDADE) QUE MANTEVE UNIDO O BRASIL E O LEVOU A UM LONGO REINADO DE PROSPERIDADE E DESENVOLVIMENTO. DEPOIS DISSO O CASAMENTO DE DONA JANUÁRIA COM O AMBICIOSO CONDE DE ÁQUILA. DONA JANUÁRIA ATÉ O NASCIMENTO DE UM HERDEIRO DE DOM PEDRO II ERA A HERDEIRA PRESUNTIVA E PORTANTO A PRINCESA DO BRASIL, QUANDO SE CASOU UMA LEI PROIBIA A PRINCESA E SEU MARIDO O CONDE DE AQUILA DE DEIXAR O BRASIL SEM PERMISSÃO. MAS TANTAS FORAM AS RUSGAS CAUSADAS PELO TEMPERAMENTO DIFÍCIL DO CONDE DE AQUILA E AS INTRIGAS QUE O ACUSAVAM DE ALMEJAR A POSIÇÃO DO IMPERADOR QUE ACABARAM RECEBENDO PERMISSÃO PARA DEIXAR O  BRASIL (O CONDE DE AQUILA AMEAÇOU FUGIR SE NÃO A OBTIVESSE) . O CASAL FOI ENTÃO VIVER NO REINO DAS DUAS SICÍLIAS TERRA DO CONDE. NA VOLTA À EUROPA, O MARIDO DE DONA JANUÁRIA TEVE CERTA ESTABILIDADE ENQUANTO SEU IRMÃO FERNANDO II (1810-1859) REINOU SOBRE AS DUAS SICÍLIAS. O CONDE DE ÁQUILA TEVE UMA VIDA SEM MUITO DESTAQUE NO PAÍS ATÉ QUE SEU SOBRINHO ASSUMIU O TRONO EM MEIO AO MOVIMENTO DE UNIFICAÇÃO ITALIANA CHEFIADO POR GIUSEPPE GARIBALDI (VIDE O DOCUMENTO DE GARIBALBI APREGOADO NESSE LEILÃO)  FRANCISCO II (1836-1894), ENTÃO, NÃO FOI TÃO COMPLACENTE COMO D. PEDRO II, SEU TIO BRASILEIRO, E CONDENOU O CONDE DE ÁQUILA AO EXÍLIO. D. CARLOS TASSO CITA O ESTUDIOSO ITALIANO MICHELE TOPA QUE AFIRMA QUE ESTAVA CLARO QUE O CONDE QUERIA DEPOR O SOBRINHO E CRIAR UMA REGÊNCIA PRESIDIDA, CLARO, POR ELE MESMO. O CONDE DE ÁQUILA QUE ASPIRE AO TRONO DO BRASIL, TERIA DITO O SOBRINHO NA OCASIÃO. FRANCISCO II, ENTRETANTO, ESTAVA ALIVIADO DE TER SE LIVRADO DO TIO. TIO ESSE QUE HAVIA FRACASSADO TRIPLAMENTE: COMO COMANDANTE DA FROTA, COMO PRESIDENTE DO CONSELHO NAVAL E COMO GOVERNADOR DA SICÍLIA  ESTE ÚLTIMO CARGO RECEBIDO AINDA DO IRMÃO FERNANDO II, ESCREVE D. CARLOS EM UM TRECHO DO LIVRO. INICIALMENTE O DESTINO DE DONA JANUÁRIA E O MARIDO SERIA LONDRES, NA INGLATERRA, MAS O CASAL FIXOU RESIDÊNCIA EM PARIS, CAPITAL FRANCESA. O ENDEREÇO FOI A CONHECIDA AVENUE DE LIMPERATRICE, 5, E COM A AUTORIZAÇÃO DE NAPOLEÃO III, ENVOLVIDO DIRETAMENTE COM O PROCESSO DE UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA E SENDO ASSIM DOS RESPONSÁVEIS PELA EXTINÇÃO DO REINO DAS DUAS SICÍLIAS. O PADRÃO DE VIDA DO CONDE CONTINUOU COMO AINDA VIVESSE NA CORTE  ALIÁS, UMA DE SUAS CASAS NA ITÁLIA ATÉ HOJE É USADA COMO UMA DAS RESIDÊNCIAS OFICIAIS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, A CHARMOSA VILLA ROSEBERY, EM NAPÓLES. ERA ESSE ESTILO DE VIDA QUE ELE PRETENDIA MANTER COMO EXILADO E QUE LHE CUSTOU O POUCO DINHEIRO QUE CONSEGUIU LEVAR. A CONTA ENTÃO CHEGOU, MÓVEIS E OUTROS OBJETOS CHEGARAM A SER LEILOADOS PARA PAGAR DÍVIDAS E FOI ENTÃO QUE TANTO D. PEDRO II E SUA MADRASTA, A IMPERATRIZ AMÉLIA SEGUNDA MULHER DE D. PEDRO I, CRIARAM UMA REDE DE APOIO PARA AJUDAR O CASAL. NESSE MOMENTO O CONDE DÁQUILA TEVE QUE SE DEFENDER, POIS OS PIEMONTESES NA FRANÇA O ACUSARAM NA CORTE DE NAPOLEÃO III COMO  TRAIDOR DO SOBRINHO E DE TER COMBINADO VÁRIAS TRAIÇÕES COM A MAÇONARIA, ACONSELHANDO SEUS OFICIAIS DE SE RENDEREM. FOI UMA CAMPANHA DENIGRIDORA DO PIEMONTE CONTRA TODOS OS MEMBROS DA FAMÍLIA REAL DUO SICILIANA. OS CONDES DÁQUILA TRANSFERIRAM-SE PARA LONDRES, ONDE, EM 1872, ACONTECE FINALMENTE O ENCONTRO, CERTAMENTE COMOVEDOR, COM D. PEDRO II, D. TERESA CRISTINA E D. FRANCISCA, DEPOIS DE 30 ANOS. FORAM AO CASTELO DE WINDSOR, VISITAR A RAINHA VITÓRIA. EM LONDRES, ALGUNS ANOS MAIS TARDE, ESGOTARAM-SE NOVAMENTE OS RECURSOS FAMILIARES E OS CONDES TIVERAM SÉRIO REVÉS, PASSANDO A VIVER EM ESTADO DE GRANDE PENÚRIA. DESGRAÇADAMENTE O CONDE DE AQUILA ENVOLVEU-SE NUM PROBLEMA DE DÍVIDAS E SEQUESTRO DE BENS, QUE FOI LARGAMENTE DIVULGADO E QUE REPERCUTIU TAMBÉM NEGATIVAMENTE NO BRASIL. O CONDE MORREU EM PARIS, EM 1897 COM A MORTE DO MARIDO, DONA JANUÁRIA SE TRANSFERIU PARA O SUL DA FRANÇA, PASSANDO A RESIDIR COM O FILHO FILIPE. ELA SOBREVIVEU À QUEDA DO IMPÉRIO E AOS IRMÃOS, LEVANDO AO FINAL UMA VIDA POBRE, MAS DIGNA, FALECENDO EM NICE, EM MARÇO DE 1901 AOS 79 ANOS DE IDADE. NO BRASIL, DONA JANUÁRIA É LEMBRADA POR TRÊS CIDADES QUE TRAZEM O SEU NOME MAS É ESQUECIDA PELA MAIOR PARTE DOS NOSSOS COMPATRIOTAS. A BONDOSA PRIMEIRA PRINCESA IMPERIAL DO BRASIL ESTÁ SEPULTADA NUMA MODESTÍSSIMA TUMBA NO CEMITÉRIO DO PÈRE-LACHAISE, EM PARIS, ONDE O MUSGO ENCOBRE ATÉ A INSCRIÇÃO DA LÁPIDE. NOTA-SE EM TRISTE E TOTAL ABANDONO, ME PERGUNTO SE A PRINCESA DONA JANUARIA AO LONGO DESSA VIDA CONTURBADA TENHA LEMBRADO DE SUA LONGINGUA LIÇÃO ESCOLAR NO PALÁCIO DO RIO DE JANEIRO:  O DESEJO MUI VIOLENTO DE OBTER UM OBJETO CEGA TAMBÉM A ALMA SOBRE OUTRAS COUZAS. QUANDO NÃO HÁ PRUDÊNCIA A HONRA E AS RIQUEZAS SÃO VANTAGENS BEM POUCO SEGURAS.   23 CM DE ALTURANOTA: Januária de Bragança (Rio de Janeiro, 11 de março de 1822  Nice, 13 de março de 1901), cognominada "a Princesa da Independência", foi uma Princesa do Brasil, segunda filha do imperador Pedro I do Brasil e da imperatriz consorte Maria Leopoldina da Áustria, era irmã do imperador Pedro II do Brasil e da rainha Maria II de Portugal. De 1835 a 1845, deteve o título de Princesa Imperial do Brasil, como herdeira presuntiva de seu irmão, o imperador Pedro II, que era então menor de idade, e considerou-se a possibilidade de declará-la regente, embora isso nunca tenha se concretizado. D. Januária, nasceu infanta de Portugal, em 11 de março de 1822 no Palácio de São Cristóvão, Rio de Janeiro, Reino do Brasil. Quando nasceu, sua família estava de luto pela morte de seu irmão, João Carlos, Príncipe da Beira, meses antes. Era a segunda filha varoa do então herdeiro do trono português, Pedro de Alcântara, e de sua esposa, a arquiduquesa Leopoldina da Áustria. Por ter nascido no processo da independência do Brasil, foi chamada de "a Princesa da Independência". Seus avós paternos eram o rei João VI de Portugal, e sua esposa, a infanta Carlota Joaquina da Espanha, e os avós maternos eram o imperador Francisco I da Áustria, último monarca do Sacro Império Romano-Germânico, e sua esposa, a princesa Maria Teresa de Nápoles e Sícilia. A princesa cresce ao lado dos irmãos, Maria da Glória, Pedro de Alcântara, Paula Mariana, Francisca e sua meia irmã Isabel Maria, Duquesa de Goiás, filha do seu pai com a amante, Domitila de Castro, Marquesa de Santos. Aos quatro anos de idade, ficou órfã de sua mãe, a imperatriz Leopoldina, depois de abortar um menino, e anos depois vê seu pai casar com a sua nova mãe a princesa Amélia de Leuchtenberg. Aos nove anos de idade, seu pai abdicou como Imperador do Brasil e regressou a Portugal para restaurar a coroa de sua filha mais velha, Maria II, que havia sido usurpada pelo seu irmão mais novo, Miguel I. Januária não acompanha o pai, e fica no Brasil pois ela herdaria o trono caso seu irmão morresse. A princesa continuou a se comunicar com o seu pai por meio de cartas. Ela começou a viver com seus irmãos mais novos e vários tutores e sua infância foi marcada por uma educação rigorosa. Por ser ela, a mais velha dos príncipes que aqui ficaram, também era dela a responsabilidade de dar notícias ao pai e a sua nova mãe. Assim em 1833, a princesa Paula Mariana morreu antes dos 10 anos, Januária através de uma carta relatou o ocorrido ao pai:"Amado, papai. Apesar de nossas constantes súplicas ao céu, nossa querida irmã Paula Mariana foi embora. Não encontramos consolo. Nossa amada irmã não está mais conosco. Além disso, o pequeno Pedro adoeceu gravemente. Chegamos a pensar que ele estava com a mesma febre de Paula Mariana, mas graças a Deus ele melhorou e já está sentado em sua sala de estudos. Para agradecer, nós, irmã Chica e eu, sua filha Januária, não comeremos açúcar até o aniversário de Pedro, dia 2 de dezembro. Querido papai, estamos desesperados e com grande consternação. Temos muita saudade de vós e também da nossa irmã Maria da Glória e de todos aqueles que estão contigo em Lisboa. Com a promessa de ser sempre filhos obedientes e amorosos, Januária, Francisca e Pedro."Também foi à Januária que a Imperatriz Amélia dirigiu a notícia por carta da morte de D. Pedro I.Com a abdicação de Pedro I do Brasil em 1831 e imediata mudança para a Europa para reconquistar a coroa portuguesa para a sua filha primogênita Maria da Glória, a sucessão do trono brasileiro precisava ser modificada. Foi expedida pela Assembleia dos Deputados uma lei nomeando Januária como Princesa Imperial do Brasil.6 O regente, padre Diogo Antônio Feijó, disse apenas que aceitava o documento em nome da Princesa Imperial.No dia 4 de agosto de 1836, Januária (então com 14 anos de idade) entrou no salão do Paço do Senado, trazendo um rico vestido de ouro sobre o qual se divisava a insígnia da Grã Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro e, na presença dos deputados, com a mão sobre o missal, declarou solenemente com voz comovida:Juro manter a religião Católica, Apostólica, Romana; observar a Constituição Política da Nação Brasileira e ser obediente às leis e ao Imperador.Desta forma, Januária tornou-se Princesa Imperial do Brasil (herdeira do trono), até o nascimento de um filho de seu irmão Pedro II.
  • DOM FERNANDO REI REGENTE DE PORTUGAL - TRECHO DE CARTA DIRIGIDA  AO CZAR DA RUSSIA NICOLAU I  EM  7/12/1853 PARA NOTICIAR A MORTE DA RAINHA DONA MARIA II. EXCERTOS DO TEXTO: DOM FERNANDO REI REGENTE DOS REINOS DE PORTUGAL E ALGARVESVEM EM NOME DE EL REY O SENHOR DOM PEDRO V MEU SOBRE TODOS MUITO AMADO E PREZADO FILHOAO SERENISSIMO POTENTÍSSIMO SENHOR NICOLAU I POR GRAÇA DE DEOS IMPERADOR E AUTOCRATA DE TODAS AS RÚSSIAS DE MOSCOVIA, KIEV, VLADIMIR, NOVGOROD; CZAR DE KAZAN, CZAR DE ASTRAKHAN, CZAR DA POLÔNIA, CZAR DA SIBÉRIA, CZAR DE TAURIAN KHERSONES, CZAR DA GEÓRGIA; SOBERANO DE PSKOV E GRÃO-DUQUE DE SMOLENSK, LITUÂNIA, VOLHYNIA, PODOLIA E FINLÂNDIA; DUQUE DA ESTÔNIA, LIFLÂNDIA, CURLÂNDIA E SEMIGÁLIA, SAMOGÍCIA, BIELOSTOK, KORELIA, TVER, YUGRIA, PERMIA, VYATKA, BOLGARY E OUTROS; SOBERANO E GRÃO-DUQUE DE NIZHNI NOVGOROD, CHERNIGOV, RYAZAN, POLOTSK, ROSTOV, JAROSLAVL, BIELO-OZERO, UDORIA, OBDORIA, KONDIA, VITEBSK, MSTISLAV E GOVERNANTE DE TODOS OS TERRITÓRIOS DO NORTE; SOBERANO DA PENÍNSULA IBÉRICA, KARTALINIA, DAS TERRAS KABARDINIANAS E DA PROVÍNCIA ARMÊNIA: SOBERANO HEREDITÁRIO E GOVERNANTE DOS PRÍNCIPES CIRCASSIANOS E DA MONTANHA E DE OUTROS; SOBERANO DO TURQUESTÃO, HERDEIRO DA NORUEGA, DUQUE DE SCHLESWIG-HOLSTEIN, STORMARN, DIETMARSEN, OLDENBURG, E ASSIM POR DIANTE, E ASSIM POR DIANTE, E ASSIM POR DIANTE....DE VOSSA MAGESTADE IMPERIAL BOM IRMÃO ASSINA FERNANDO.
  • IMPERADOR DOM PEDRO II   GR4NDE  CARTA PATENTE NOMEANDO TENENTE CORONEL DA GUARDA NACIONAL DA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO A DIOGO JOSÉ DE CARVALHO. COM SELO GRANDE DAS ARMAS IMPERIAIS E ASSINATURA DO IMPERADOR DOM PEDRO II. DATADO DE 30 DE AGOSTO DE 1856. EXCERTOS DO TEXTO:  DOM PEDRO PELA GRAÇA DE DEUS E UNANIME ACLAMAÇÃO DOS POVOS, IMPERADOR CONSTITUCIONAL E IMPERADOR PERPÉTUO DO BRASZI, FAÇO FABER AOS QUE ESTA MINHA CARTA PATENTE VIREM QUE ATENDENDO AO MERECIMENTO E MAIS PARTES QUE CONCORREM NA PESSOA DE DIOGO JOSÉ DE CARVALHO. HEI POR BEM CONSEDER-LHE O POSTO DE TENENTE CORONEL DA ANTIGA GUARDA NACIONAL DE SÃO PAULO E COM TAL GOZARÁ DE TODAS OS PRIVILÉGIOS, LIBERDADES, IZENÇÕES E FRANQUEZAS QUE DIRETAMENTE LHE PERTENÇAM. PELO QUE MANDO AS AUTORIDADES OFICIAIS SUPERIORES DA DITA GUARDA QUE O TENHAM E RECONHEÇAM POR TAL HONREM E ESTIMEM E A TODOS OS SEUS SUBALTERNOS QUE LHE ODEDEÇAM E GUARDEM SUAS ORDENS NO QUE TOCAR AO SERVIÇO NACIONAL E IMPERIAL TÃO FIELMENTE COMO DEVEM E SÃO OBRIGADOS. COM A FIRMEZA DE QUE LHE MANDEI PASSAR ESTA CARTA POR MIM ASSINADA E SELADA COM O SELO DAS  ARMAS GRANDES DO IMPÉRIO. DADO NO PALÁCIO DO RIO DE JANEIRO EM TRINTA DE AGOSTO DE 1856, TRIGESIMO QUINTO DA INDEPENDENCIA E DO IMPERIO. ASSINADA IMPERADOR. ASSINA TAMBÉM JOSÉ TOMAS NABUCO DE ARAÚJO FILHO (PAI DE JOAQUIM NABUCO). 43 CM DE COMPRIMENTO.NOTA: A criação da Guarda Nacional foi uma medida encontrada pelos estadistas liberais do Império, que ascenderam ao poder após a abdicação de D. Pedro I, para poder contar com uma força de coesão que lhes fosse confiável, pois havia o temor de que o exército apoiasse o retorno do antigo monarca e derrubasse, por força das armas, o governo que assume logo após o ocorrido de sete de Abril de 1831. Desse modo, os políticos conseguiram aprovar a lei que regulamentava a criação da Guarda Nacional ainda no mesmo ano. Ao mesmo tempo, o Estado começou uma política sistêmica de desmantelamento do exército regular10, chamado de 1a linha, completando essa reestruturação do seu aparelho repressivo com a extinção das antigas milícias e ordenanças de origem colonial. as províncias mais próximas a corte do Rio de Janeiro os corpos da Guarda Nacional foram rapidamente formados, pois nessas províncias estava a maioria daqueles que fizeram oposição a D. Pedro I e necessitavam da milícia para controlar a situação gerada pela abdicação, pois em caso de qualquer sublevação por parte da sociedade o poder repressor estava lá para se fazer valer a ordem instituída.  Em 1850, pela Lei 602 de 19 de setembro, a Guarda Nacional foi reformulada. Importante lembrar que a década de 1850 foi o período em que na memória política construída no século XIX configurou-se como apogeu do Segundo Reinado . Isto porque com as superações das revoltas que assolaram o país durante as Regências, com o arrefecimento das disputas políticas através da formação de gabinetes de conciliação dos partidos, e com o fim do tráfico continental de escravos permitiram à década ser caracterizada como o período áureo do Império brasileiro. Com a centralização, a milícia cidadã ficava subordinada ao governo central. Acerca da centralização, Wilma Peres Costa (1996) ressalta que, o controle da Guarda Nacional passou às mãos do partido no poder, por meio do presidente de província, que nomeava os comandantes e distribuía as patentes mediante um complexo sistema de transação com quadros partidários locais Surgiu então uma nova hierarquia política sob os auspícios dos governantes das províncias, os Coronéis da Guarda Nacional. Esse poder estabeleceu-se durante toda segunda metade do sec. XIX no período Imperial e na República Velha até 1920.
  • LOTE RETIRADO ATENDENDO INTERESSE DO ARQUIVO NACIONAL.CARTA DE PAULO BARBOSA DA SILVA, MORDOMO DA CASA IMPERIAL ESCRITA EM 9 DE JUNHO DE 1842 DIRIGIDA AO CORONEL ALVARES DE TOLEDO RIBAS, GUARDA ROUPA DE SUA MAJESTADE IMPERIAL DANDO INSTRUÇÃO DA PARTE DO SOBERANO SOBRE A CAUDELARIA IMPERIAL (CRIAÇÃO DE CAVALOS DESTINADOS A CASA IMPERIAL) E AUTORIZANDO DESPESAS NO ANO FINANCEIRO DE ATÉ CINCO CONTOS DE RÉIS. EXCERTOS DO TEXTO: ILMO SR. TIVE A HONRA DE BEIJAR AS MÃOS DE SUA MAGESTADE E ALTEZAS IMPERIAIS DA PARTE DE VOSSA SENHORIA A QUE ACOLHERAM COM A BENIGNIDADE QUE LHES É PRÓPRIA. RESPONDENDO AOS SEUS OFICIOS DE 10 DE MARÇO, 5 DE ABRIL E 17 DE MAIO QUE TIVE A HONRA DE LEVAR A AUGUSTA PRESENÇA DE VOSSA MAGESTADE IMPERIAL. SIGA AS ORDENS DO MESMO AUGUSTO SENHOR, 1 - PODE CONSERVAR O CONSELHEIRO MENDES RIBEIRO NO PALÁCIO DA CACHOEIRA DA MESMA MANEIRA COMO TEM ESTADO ATÉ AGORA. 2  QUE SUA MAGESTADE IMPERIAL APROVOU AS OBRAS E CONSERTOS APRESENTADAS POR VOSSA SENHORIA EM SEU ÚLTIMO OFÍCIO. 3- QUE VOSSA SENHORIA VÁ COMPRANDO ÉGUAS ATÉ O NÚMERO DE CINCOENTA PARA AUMENTAR A CRIAÇÃO DO GADO CAVALLAR E QUE SEJAM BEM ESCOLHIDAS. 4-QUE VOSSA SENHORIA PROCEDA A VENDA DAS ÉGUAS VELHAS E PODROS DEFEITUOSOS QUE SE POSSAM DISPENSAR DOS CUSTOS. 5  QUE FAÇA AMANSAR OS DOZE POLDROS QUE TEM DO ANNO DE 1837, E QUE QUANDO ESTIVEREM EM ESTADO DE DESCEREM PARA CORTE ME ESCREVER. ...DEUS GUARDE A VOSSA SENHORIA MORDOMIA DA CASA IMPERIAL 4 DE JUNHO DE 1842. NOTA: O COROREL TOLEDO RIBAS era irmão da Viscondessa de Castro portanto tio da MARQUESA DE SANTOS; O CONSELHEIRO JOÃO LOPES MENDES RIBEIRO Contraiu segundas núpcias com D. Mariana de Toledo Ribas, filha de José Bonifácio Ribas e D. Ana Maria de Toledo, sendo irmã de D. Escolástica Bonifácia de Toledo Ribas, Viscondessa de Castro, e tia da Marquesa de Santos. PAULO BARBOSA DA SILVA, MORDOMO DA CASA IMPERIAL:  pois nasceu a 25 de janeiro de 1774, Paulo Barbosa da Silva era filho do Coronel de milícias Antonio Barbosa da Silva e Ana Maria de Jesus, filha de Antonio Ribeiro Pinto. Aos 14 anos entrava para o exército português no Brasil na categoria de cadete, em que se viu efetivado em 1808. sua promoção a alferes deu-se durante 1810. Matriculou-se na Academia Militar em 1818. No ano de 1819 ascendia ao posto de tenente e em 1822 ao de capitão. Nesta graduação passou para o Imperial Corpo de Engenheiros. Destinado para estudos, em 1825 realizou uma viagem à Europa, onde de novo se encontrou em 1829, não como militar, mas partícipe do problema complicado que acabou sendo o segundo casamento de D. Pedro I. Caindo o extraordinário José Bonifácio de Andrada e Silva, exerceu Paulo Barbosa da Silva o cargo de mordomo da Casa Imperial. Dom Pedro II em 1840, confirmou-o nesta posição, quando transpusera ele em 1837 o posto de major e, em 1839, o de tenente coronel. Então deputado, Paulo Barbosa da Silva achava-se profundamente empenhado nas intrigas partidárias da monarquia. O povo atribuía-lhe desmedida capacidade de remexer as águas turvas da política, e, à sua residência denominada anonimamente o Clube da Joana, acorriam os amantes dos fuxicos no começo do reinado de Dom Pedro II, imperador jovem ainda e inexperiente quiçá. Em 1843, Paulo Barbosa da Silva, no auge de sua carreira na corte, é promovido a coronel e um ano depois reformado como brigadeiro. É a época em que, por iniciativa do major Julio Frederico Koeler, que se manifestara antigo defensor da colonização germânica da Serra da Estrela, adere à causa do incansável fundador de Petrópolis, com o qual assina um contrato em sua qualidade de mordomo da Casa Imperial  não conforme engano de impressão do mesmo em folhetinho  como decreto.Seria isto se houvesse sofrido debates e emendas no Parlamento, para depois de sua aprovação ir à firma de S.M. D. Pedro II, Imperador do Brasil. Instrumento particular, nele o mordomo da Casa Imperial Paulo Barbosa da Silva, aluga ao major Julio Frederico Koeler, sob condições claras e determinadas, a fazenda que adquirira Dom Pedro I chamada Córrego Seco, em cujo interior ninguém jamais pensara erguer cidade nenhuma, até que o ilustre e decidido colonizador alemão o fizesse. Ameaçado de morte e odiado por certos políticos do segundo reinado, Paulo Barbosa da Silva vê-se meio forçado pelos amigos, a exercer cargo na diplomacia. Esteve na Rússia, Alemanha, Áustria e, muito enfermo, França, onde lhe caiu a demissão da função em 1851. Regressou ao Brasil no ano de 1854, para voltar à mordomia  agora sem a autonomia e a importância do passado  e morrer a 28 de janeiro de 1868. Embora não lhe compita o título de o fundador de Petrópolis, não há dúvida que ele se apaixonara pelo ideal de Júlio Frederico Koeler e lhe consagrou todo o seu prestígio, por sinal nada pequeno, ao dar-se o primeiro avanço no projeto de levantar-se aqui uma cidade privilegiada.  Seja lá como for, o certo é que Paulo Barbosa da Silva, não só entre os petropolitanos, mas também no âmbito dos estudiosos dá política durante o período monárquico, sempre despertou interesse e nunca deixou de ser objeto de polêmica.  Numa outra vertente, Alberto Rangel no seu  No Rolar do Tempo, vol. 6 da Coleção Documentos Brasileiros, ocupa-se de Paulo Barbosa da Silva, valendo-se das impressões de diplomatas franceses que estiveram no Rio de Janeiro dos anos 40 e 50 do século XIX e que acompanharam o desempenho do Mordomo da Casa Imperial da urdidura da trama política no alvorecer do Segundo Reinado. O Conde Ney, por exemplo, em nota de 24 de março de 1844 ao governo de França, comentava que Paulo Barbosa havia se tornado procurador do Príncipe de Joinville e que era um dos homens mais influentes da corte. Disse que o Clube da Joana era sinônimo de poder e que ele funcionava na casa de campo de Paulo Barbosa da Silva, em São Cristovão. Era difícil avaliar-se até onde o Mordomo se ocupava dos temas políticos; mas era incontestável que na altura ele estava muito ligado ao Ministro do Exterior, a quem dava conselhos. Segundo o parecer de Ney, Barbosa era um homem prudente que não se comprometeria com facilidade e que apesar de seus freqüentes encontros com o Imperador, mantinha-se sempre reservado na presença deste. Era o que se poderia chamar um songa-monga, o patriarca do tipo clássico do político. Quem sai aos seus não degenera.  A 4 de abril voltava o Conde Ney, sempre se ocupando do mesmo tema: M. Paulo Barbosa começa a se tornar um homem muito importante, pelo que eu o faço conhecer a V. Excia. seu pai era coronel: ingressando ainda jovem no serviço militar, serviu na cavalaria e depois na engenharia e veio para o Rio de Janeiro como tenente nesta arma. Ele se aliou a inúmeros republicanos célebres da época e redigiu com eles um jornal denominado A Verdade. Ele estaria muito feliz nos dias que correm se jamais tivesse escrito para tal periódico, já que ali maltratara fortemente o primeiro imperador. Não se sabe como ele obteve anteriormente permissão para viajar a Paris com uma dezena de jovens oficiais brasileiros, que aí foram se aperfeiçoar nos estudos de engenharia e artilharia. Ele foi encarregado a seguir de exercer algumas missões diplomáticas em Paris e Viena e finalmente voltou à pátria antes do 7 de abril; tomou parte então numa revolução conduzida pelo senhor Aureliano, ao qual estava ligado e que o nomeou Mordomo. Suas funções fizeram-no aproximar-se sobremodo do Imperador, menino ainda quando da partida de seu pai. Tal contato fez com que Paulo Barbosa exercesse certa influência sobre o espírito do jovem monarca, sobre o meio palaciano e sobretudo sobre o tutor do pequeno imperador, o senhor de Itanhaem, homem fraco e desprovido de meios:  a administração das terras imperiais tornou-se mais regular, cresceram as rendas e desse ponto de vista, nada mais resta que aplaudir a maneira com que o senhor Barbosa cumpria suas funções. Ele tornou-se então capitão de engenheiros; mas levando-se em conta que o Imperador tão jovem ainda, havia já aprendido a conduzir-se conforme seu pai, o coração de S. Majestade tornou-se inacessível à amizade e assim o senhor Barbosa teve seus passos de certo modo bloqueados, tendo que fazer alguns malabarismos para manter-se no cargo. Teve entre os poderosos e influentes de então muitos invejosos que ele soube neutralizar, deixando manhosamente de se envolver nos negócios públicos, limitando-se apenas às suas ocupações no âmbito da economia. O tempo que ele passou na França e a educação que ai recebeu, deixaram-lhe uma boa lembrança do nosso país, o que o impedia de ocultar sua simpatia pela Legação da França. Na oportunidade da primeira viagem do Príncipe de Joinville ao Brasil, o sr. Barbosa não poupou esforços para receber condignamente o filho do Rei dos franceses, que havia dado asilo, segundo ele, ao pai de seu Imperador! Durante toda a estada do Príncipe no Brasil, Paulo Barbosa desdobrou-se em zelo e atenção e eu creio que S. Alteza Real, tomou-se de amizade por ele. Desde essa época, o sr. Barbosa sonhou com o casamento de S. Alteza Real com a Princesa Francisca e este desejo, que o preocupava, fez ainda mais aumentar suas relações com o sr. Barão Rouen. O casamento realizou-se e o Príncipe, reconhecido aos bons serviços que lhe foram prestados pelo Sr. Barbosa, nomeou-o seu procurador, com poderes para cuidar de seus interesses e remeter suas rendas à França. Entretanto, o sr. Barbosa tornou-se Coronel de Engenheiros acumulando inúmeras outras funções. Ele acabou por ser promovido a General, aposentando-se com uma pensão conveniente. O depoimento insuspeito do representante diplomático da França no Rio de Janeiro de 1844, dá bem a dimensão do perfil psicológico de Paulo Barbosa da Silva. Contemporâneo do alvorecer do projeto Petrópolis, o Conde Ney si quer tangencia o tema, o que leva a crer que à época, o assunto não despertava o mínimo interesse nas altas esferas do poder. O tema Petrópolis, deveria estar circunscrito à epígrafe administração dos próprios imperiais, em cuja função, segundo o Conde Ney, Paulo Barbosa da Silva, no cargo de Mordomo, dera provas de incontestável talento, já que aumentara sobremodo as rendas de S. Majestade.
  • IMPERIAL ORDEM DA ROSA  RARA COMENDA DA IMPERIAL, PLACA PEITORAL DA ORDEM DA ROSA INTEIRAMENTE EM OURO MACIÇO E ESMALTES COM 21,7 G EM GRAU DE COMENDADOR ACOMPANHADA DE SUA CARTA DE OUTORGA ASSINADA PELA PRINCESA ISABEL, COM SELO DE CHANCELA DAS ARMAS IMPERIAIS  CONFERIDA A MANUEL DE SOUZA CAMPOS, RICO EMPREENDEDOR BAHIANO DONO DE UM IMPÉRIO REPRESENTADO PELA COMPANHIA SALINAS DE MARGARIDA QUE JÁ FOI A DECIMA MAIOR EMPRESA DO BRASIL NA VIRADA DO SEC. XIX PARA O XX QUE LIBERTOU TODOS OS SEUS ESCRAVOS ANTES DA LEI ÁUREA, NO PERÍODO DA DISCUSSÃO DA LEI. A COMENDA FOI OUTORGADA DURANTE A TERCEIRA REGÊNCIA (30 DE JULHO DE 1887 A 22 DE AGOSTO DE 188). FOI DURANTE A TERCEIRA REGÊCNIA QUE A PRINCESA ISABEL ASSINOU A LEI ÁUREA. RARAMENTE SE VÊ COMENDAS ORDEM DA ROSA TOTALMENTE EM OURO COMO ESTA, ACOMPANHADAS DE SUA CARTA DE OUTORGA ORIGINAL E AINDA CONCEDIDA EM UM PERÍODO REGECIAL DA PRINCESA ISABEL (FORAM CURTOS E SOMENTE EM TRÊS OCASIÕES). A TRAJETÓRIA DE MANUEL DE SOUZA CAMPOS NA BAHIA, GUARDADAS AS PROPORÇÕES, FOI QUASE TÃO PRODIGIOSA QUANTO A DO VISCONDE DE MAUÁ, AMBOS FORAM MASCATES, AMBOS ROÇARAM OS ´PÍNCAROS DA RIQUEZA NO PERÍODO IMPERIAL BRASILEIRO. TIVERAM TAMBÉM AMBOS VERDADEIRA E OBSTINADA PREOCUPAÇÃO COM AS CONDIÇÕES SOCIAIS DO POVO DE SUA TERRA. EXCERTOS DO TEXTO: A PRINCESA IMPERIAL REGENTE EM NOME DO IMPERADOR SENHOR D. PEDRO SEGUNDO GRÃO MESTRE DA ORDEM DA ROSA FAZ SABER AOS QUE ESTA CARTA VIREM QUE ATENDENDO AOS RELEVANTES SERVIÇOS PRESADOS AO ESTADO E A HUMANIDADE POR MANUEL DE SOUZA CAMPOS, VICE PRESIDENTE DE ADMINISTRAÇÃO DO ASILO DE MENDICALIDADE NA CAPITAL DA PROVÍNCIA DA BAHIA HÁ POR BEM NOMEAR A COMENDADOR DA DITA ORDEM PELO QUE LHE MANDA PASSAR O PRESENTE A QUAL DEPOIS DE PRESTADO O JURAMENTO DE ESTILO SERÁ SELADO COM AS ARMAS IMPERIAIS. DADA NO PALÁCIO DO RIO DE JANEIRO EM TRÊS DE NOVEMBRO DE MIL OITOCENTOS E OITENTA E SETE, SEXAGÉSIMO SEXTO DA INDEPENDÊNCIA E DO IMPÉRIO. ASSINA PRINCESA IMPERIAL REGENTE E TAMBÉM O BARÃO DE COTEGIPE.  BELISSIMA ORDEM EM OURO MACIÇO COM 21,7 G E DOCUMENTO IMPECÁVEL COM 41 CM DE ALTURA. NOTA: SALINAS DE MARGARIDA é um Salinas da Margarida, um município do lado continental da Baía de Todos os Santos. ma firma que durante pouco mais de 70 anos transformou o lugarejo em cidade aprazível, com as cifras de um negócio lucrativo. Entre o final do século XIX, quando foi oficialmente fundada, e os anos 20 do século seguinte, a companhia esteve entre as dez maiores empresas do país, sendo a principal produtora de sal da América do Sul.  Benemérito do sal Comendador Manoel de Souza Campos deu a largada para o progresso da inóspita região Pablo Reis. A casa do visionário comendador da Ordem da Rosa Manoel de Souza Campos, responsável pela criação da companhia, permanece de pé. Quando nasceu, em 25 de dezembro de 1838, na Vila da Capela, em Sergipe, ninguém apostava que fosse sobreviver aos índices temerários de mortalidade infantil, quanto mais chegar a comendador. Filho de José do Egito Campos e Mariana Perpétua de Campos, um casal pobre, Manoel de Souza Campos mudou para Salvador aos 14 anos em busca de oportunidades na vida. Quando morreu, detinha um império baseado em austeridade empresarial e filantropia, cujo principal pilar era a Companhia Salinas da Margarida, empresa que se tornou uma das dez maiores do país no final do século XIX e que provocou uma revolução na freguezia que seria batizada com o mesmo nome.Na capital baiana, começou trabalhando como caixeiro-viajante no escritório de Vicente do Amaral e progrediu ao ponto de montar o próprio armarinho na cidade baixa, em meados do século XIX. Aos 22 anos, em 22 de setembro de 1860, casou com Guilhermina Gomes Marelim, filha de um próspero comerciante. Com apoio do sogro, abriu uma loja de tecidos chamada Campos e Marelim e um escritório de consignações, Campos, Irmãos e Cia. Admirado como empresário pelo caráter e pela retidão, Manoel de Souza Campos foi admitido na Santa Casa de Misericórdia da Bahia em 1868 e ingressou na direção do Banco da Bahia em 1872. Chegou à presidência da instituição bancária em 1909. Eleito provedor da Santa Casa em 1892, ganhou a comenda da Ordem da Rosa  por libertar escravos que possuía durante as discussões abolicionistas. Foi reeleito sucessivamente ao cargo mais alto da Santa Casa por 11 mandatos. Em uma das gestões na Santa Casa, o comendador conseguiu terminar a construção do Hospital Santa Izabel que ficara parada por 50 anos, sem recursos. A pedra fundamental fora lançada em 15 de junho de 1828, mas a inauguração só ocorreu em 1893. Membro da Associação Comercial da Bahia, sócio do IGHB, participou das mais importantes ordens da Igreja Católica. Nem todas essas realizações, entretanto, são comparáveis ao feito de um visionário que percebeu na inóspita faixa de terra da Baía de Todos os Santos o potencial geográfico e climático para concretizar um dos mais bem-sucedidos projetos empresariais dos séculos XIX e XX na Bahia. Para isso, Souza Campos precisou conhecer o virtuoso Horácio Urpia Júnior que, ao contrário dele, nascera em berço esplêndido.Muitas vezes mencionado como o técnico por trás do espírito empreendedor do comendador Campos, Urpia Júnior foi mais audacioso do que um mero coadjuvante. Empresário, engenheiro e político, teve uma trajetória de destacado participante da sociedade soteropolitana, membro da fidalguia da província. Entre as realizações mais notáveis, chegou a presidir a Câmara Municipal de Salvador e também instalou a linha telegráfica terrestre desde Aracaju até o sul da Bahia, trabalho que durou três anos. Horácio Urpia Júnior foi educado no padrão europeu. Nascido em Salvador, em 23 de agosto de 1842, morou os primeiros 7 anos de vida na cidade do Porto, em Portugal, com os pais Horácio Fortunato Urpias e a mãe Cândida Amélia Carvalho Borges. Voltou para o Brasil com 7 anos e aos 13 foi estudar na Alemanha. Com 18 anos, fixou residência no Rio de Janeiro e aos 23 resolveu morar em Salvador, em um latifúndio comprado pelo pai que se estendia da Graça até o Campo Santo. Exerceu carreira como corretor de produtos de exportação. Foi o introdutor da cultura sisaleira no estado, importando do México as primeiras mudas que plantou em Maragojipe. Homem de conhecimentos ecléticos nos campos da agricultura até a engenharia, passando por contabilidade e comércio exterior, Urpia Júnior falava alemão, francês, inglês e italiano. Foi um dos fundadores da Escola Politécnica e da Faculdade de Direito, além do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e irmão da Santa Casa de Misericórdia. Ele recebia correspondências de dom Pedro II e do marechal Deodoro da Fonseca. A esposa tinha fotografias ao lado de Santos Dumont. Esses dois homens de origens distintas se encontraram para uma sociedade entre o intelecto e o poder de realização. Depois de fazer uma viagem à cidade portuguesa de Aveiro, Souza Campos descobriu que a paisagem das salinas na costa lusitana era semelhante às suas terras até então inutilizadas para qualquer tipo de produção. Colocou na cabeça que poderia transformar os brejos de água salgada na margem do mar em marinhas para extração de sal. Contratou o técnico português José Soares e bancou a vinda dele para o Brasil. Em 1877, a dupla Souza Campos e Urpia conseguia o privilégio de explorar as salinas no método de evaporação natural. No ano de 1881, as primeiras salinas começaram a produzir.A formalização de uma sociedade anônima só ocorreria dez anos mais tarde, com a aprovação dos estatutos da Companhia Salinas da Margarida, em 20 de março de 1891, reunindo cerca de 150 sócios entre os nomes mais prestigiados do empresariado baiano. Com capital de 2 mil contos de réis, dividido em 20 mil ações de 100 mil réis, tinha como sócios majoritários Souza Campos e Urpia Júnior, detentores de quantidade de ações equivalente a 500 contos de réis, referente às propriedades que eram deles. Horácio Urpia Júnior morreu em 3 de maio de 1916 em Salvador, antes de completar 74 anos de idade. Souza Campos morrera por falência dos rins em 13 de fevereiro de 1910. No dia seguinte, o Diário da Bahia dedicou uma página inteira para noticiar a morte do eminente empresário. O sucessor dele, Manoel de Souza Campos Filho, morreria em 22 de novembro de 1931.

215 Itens encontrados

Página: