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  • DOM PEDRO II  (1648-1706)  - RARISSIMO  DOCUMENTO DE CONCESSÃO DE ARMAS DE NOBREZA  PARA OS IRMÃOS PEDRO, JUAN E PABLO DE GUSMÃO EM 12 DE MAIO DE 1686. ERAM FILHOS DE ANTONIO VAZ DE GUSMÃO TESOUREIRO DOS DEFUNTOS DA PARAIBA NO BRASIL E SUA MÃE ERA DONA MARIA GOMES DE GUSMAO. ESTA CARTA  ERA A MAIS ALTA HONRARIA NOBILIARQUICA DO REINO PORTUGUÊS.  A MERCÊ DE ARMAS CONCEDIDA PELO SOBERANO. POUCAS FORAM EMITIDAS EM TODA A HISTÓRIA DE 800 ANOS DA MONARQUIA PORTUGUESA. PARA RECEBER ERA NECESSÁRIO COMPROVAR A ASCENDÊNCIA POR PELO MENOS TRÊS GERAÇÕES, NÃO TER MÁCULA DE SANGUE (SANGUE JUDEU, MOURO OU MULATO). A CARTA É SEMPRE ACOMPANHADA PELO BRASÃO DE ARMAS ILUMINADO PELO REY DE ARMAS (UMA ILUMINURA COM AS CORRETAS CORES DO BRASÃO). POUCAS RESTARAM APÓS O TERREMOTO QUE DESTRUIU LISBOA E OS ARQUIVOS DO REI EM 1755 ESSE DOCUMENTO ESCASSO, BELISSIMO E SOBREVIVENTE DO MAIOR DESASTRE NATURAL OCORRIDO EM PORTUGAL EM TODA SUA HISTÓRIA É UMA VERDADEIRA E PRECIOSA PEÇA DE MUSEU. SABE-SE QUE OS GOMES DE GUSMAO OCUPARAM AINDA NOS PRIMÓRDIOS DA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO BRASIL NOS ANOS 1600 POSIÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO COLONIAL BEM COMO TIRERAM REPRESENTENTAS CLÉRIGOS QUE DISSEMINARAM OS ENSINAMENTOS CRISTÃOS NAQUELE BRASIL PRIMITIVO. A BEATA  DONA JOANNA GOMES DE GUSMÃO DESCENDENTE DE ANTONIO VAZ DE GUSMAO E MARIA GOMES DE GUSMÃO. MORADORA DA VILA DE IGUAPE CERTA FEITA EM UMA FESTA RELIGIOSA JUROU AOS PÉS DO ALTAR MOR QUE SE FICASSE VIUVA DEDICARIA TODA SUA VIDA A PRÁTICA DA CARIDADE. CEDO ENVIUVOU E  PASSOU A PEREGRINAR A PÉ, PEDINDO ESMOLAS PARA OS POBRES.ALONGANDO MAIS AS SUAS PEREGRINAÇÕES, FOI ATÉ NOSSA SENHORA DO DESTERRO (FLORIANOPOLIS); LÁ PERMANECENDO ALGUNS DIAS. PROCUROU ENTÃO ALI FUNDAR UMA CAPELA: A " CAPELA DO MENINO DE DEUS", COM AS ESMOLAS QUE ANGARIAVA NAS SUAS ANDANÇAS PELA VILAS CONHECIDAS. DIAS DEPOIS, ESSA ADMIRÁVEL CRIATURA, MAIS CONHECIDA PELO POVO COMO "MULHER SANTA", RECEBIA O "HABITO DE FREIRA", NA IGREJA DA ORDEM III DE PARANAGUÀ, NO ANO DE 1745. SOLENE ATO CELEBRADO PELO SUPERIOR DA ORDEM SERÁFICA, QUE PARA ISSO TINHA PLENOS PODERES.FALECEU AOS 92 ANOS CUMPRINDO UMA MISSÃO DE FÉ E DEDICAÇÃO AOS POBRES. BEATIFICADA ESTÁ EM PROCESSO DE CANONIZAÇÃO. ERA IRMÃ DO NOTÁVEL ESTADISTA - ALEXANDRE DE GUSMÂO- E DO GRANDE SACERDOTE, O CELEBRE BARTOLOMEU DE GUSMÃO , CONHECIDO COMO O "PADRE VOADOR" INVENTOR DE UMA CURIOSA ENGENHOCA VOADORA CHAMADA PASSAROLA MAS SEUS BRILHANTES INVENTOS LHE CAUSARAM PROBLEMAS COM A INQUISIÇÃO E TEVE DE FUGIR PARA NÃO SER LEVADO A FOGUEIRA. EXCERTOS DO TEXTO: ANNO SEGUNDO SESSENTA E OCHO MARAVEIDS, ANNO DE MIL SEISCNETOS E OITENTA E SEIS. PORTUGAL REY DE ARMASE NESTES REINOS E SENHORIOS DE PORTUGAL POR EL MUITO ALTO E MUY PODEROSO PRÍNCIPE DOM PEDRO NUESTRO SENORPELA GRAÇA DE DIOS PRINCIPE DE PORTUGAL E DOS ALGARVES DAQUEM E DALEM MAR EM ÁFFRICA SENHOR DE GUINÉ E DA CONQUISTA NEVEGAÇÃO E DO COMÉRCIO DA ETHIOPIA, ARABIA, PERSIA E INDIA.COMO REGENTE E GOVERNADOR DE TODOS OS REINOS E SENHORIOS ETC... FAÇO SABER A TODAS AS PARTES DESSES REINOS E SENHORIOS E A TODOS OS CAVALEIROS E FIDALGOS DO REINO QUE ESTA MINHA CARTA DE CERTIFICÇÃO DE BRASÃO DE ARMAS DE NOBREZA E FIDALGUIA DE LINHAGEM VIREM QUE HÁ PROVIMENTO DA NOBREZA POR PARTE DE DOM PEDRO DE GUZMAN, DOM JUAN DE GUZMAN E DOM PABLO DE GUZMAN TODOS HEY IRMAOS DE PADRE E MADRE QUE RESIDEM NA CORTE DE MADRID., ME FOI APRESENTADA PETIÇÃO POR ESCRITO  DIZENDO QUE ESSE VINHA POR LEGITIMA DESCENDÊNCIA DA NOBRE GERAÇÃO E LINHAGEM ,,,,  A SEGUIR O REI DE ARMAS APRESENTA AS TRÊS GERAÇÕES ANTERIORES DOS SUPLICANTES PARA JUSTIFICAR SEU DIREITO A FIDALGUIA E DESCREVE AS ARMAS E SUAS CORES HERALDICAS APRESNTADAS EM ILUMINURA EM SUA VERSÃO COMO FICOU REGISTRADA NOS LIVROS DE ARMAS DA NOBREZA DE PORTUGAL.  PORTUGAL, ANNO DE 1686. NOTA: Os nobres de  sangue em Portugal eram normalmente oriundos de  famílias antigas, do período de formação do Estado português durante a Baixa Idade Media, e eram considerados  nobres de linhagem somente depois de três gerações  da família, passando  a ter direito  a um brasão de armas. As cartas de brasão de armas não estavam ao alcance de todos os nobres . Somente mereciam a distinção os fidalgos hierarquicamente superiores ao fidalgo de cota de armas. Ou seja, somente poderiam pleitear a distinção os fidalgos de grande qualidade, fidalgos de solar, fidalgos de linhagem, fidalgos notáveis e fidalgos assentados nos livros dEl Rei, denominados fidalgos principais ou nobreza principal do reino. Nesse grupo seleto ainda estavam os fidalgos do conselho, fidalgos cavaleiros, fidalgos escudeiros, fidalgos capelães e moços fidalgos. Embora pudessem ter brasões, os fidalgos de cotas de armas se localizavam na segunda ordem, onde estavam os nobres de linhagem(com quatro avós nobres),os cavaleiros fidalgos, desembargadores de El Rei ,os cavaleiros das Ordens Militares, as pessoas denominadas por dom .Por fim, a terceira ordem se compunha de pessoas de nobreza ordinária, como os simples letrados, pessoas de grau de letras, professores régios de gramática latina e grega, de retórica e os cavaleiros, escudeiros e homens bons. Desde a Idade Média, os reis portugueses procuraram preservar os antigos brasões de armas e controlar a concessão de novos. o brasão de armas era uma condecoração própria da alta nobreza. Todos os descendentes de homens abrasonados, por linha paterna ou materna, herdavam a distinção. Ao conceder os brasões, os monarcas nobilitavam os agraciados, como remuneração de serviços prestados. Quando as concessões nobilitavam plebeus, denominavam- se armas novas, mas quando se referiam à modificação de armas já existentes e usadas, eram confirmação ou acrescentamento de armas. Para provar a nobreza de geração, ou seja, a fidalguia, o suplicante devia apresentar um trem de vida segundo os costumes da nobreza, com cavalos, criados e amas para os filhos. Não podia ter exercido ofícios mecânicos ou de procurador judicial, mas também que descendia das famílias armoriadas de cujas armas o mesmo justificante pretendia usar .... Embora as provas documentais fossem da maior importância, encontram-se nos processos de justificação da nobreza somente certidões de batismo sobretudo dos justificantes e, por vezes, de seus pais e avós. Apresentavam igualmente carta de foro de fidalgo, algumas certidões de serviços, atestados de genealogistas avulsos e transcrições de obras impressas. Assim, poucos seguiam as exigências e desconsideravam a comprovação taxativa da nobreza e da fidalguia alegadas
  • PRINCESA DONA JOANA DE BRAGANÇA, PRIMEIRA PRINCESA DA BEIRA (1635-1653) FILHA DE DOM JOÃO IV  (1604-1656) REI DE PORTUGAL, RESTAURADOR DA INDEPENDENCIA DE PORTUGAL DA ESPANHA EFUNDADOR DA DINASTIA DE BRAGANÇA E PORTANTO FILHA DA RAINHA  DONA LUISA DE GUSMÃO. CARTA ESCRITA EM ALEMÃO PELA PRINCESA JOANA DE BRAGANÇA DATADA DE 13 DE AGOSTO DE 1649. ASSINADA POR ESTA E TAMBÉM COM SELO DA PRINCESA EM CERA VERMELHA. EXCELENTE ESTADO! 32 CM DE ALTURANOTA: Joana nasceu em Vila Viçosa a 18 de setembro de 1635. O seu pai criou-a Princesa da Beira, título posteriormente utilizado pela filha mais velha do monarca. Morreu solteira em Lisboa, aos 18 anos, a 17 de novembro de 1653. Foi sepultada primeiro no Mosteiro dos Jerónimos e depois transferida para o Mosteiro de São Vicente de Fora. D. Joana de Bragança, Princesa da Beira (Vila Viçosa, 18 de setembro de 1636 - Lisboa, 17 de novembro de 1653), foi a terceira filha do Rei João IV de Portugal e de Luísa de Gusmão.Nasceu no Paço Ducal de Vila Viçosa, na mesma vila, a 18 de setembro de 1636, sendo o seu pai, à data, ainda João II, 8.º Duque de Bragança. Foi batizada a 30 de setembro na Capela Ducal do mesmo Paço, pelo Deão António de Brito de Sousa, tendo por padrinho Frei António da Covilhã, sacerdote professo da província da Piedade (província de frades franciscanos fundada em 1517 e extinta em 1834), que ganhou fama de santidade.Em 1645, sendo na altura a filha mais velha de João IV, tornou-se a primeira Princesa da Beira, título criado por seu pai para ser atribuído à filha mais velha do monarca de Portugal, originalmente muito semelhante à francesa Madame Royale ou à Princesa Real britânica. Foi Infanta de Portugal de 1640 a 1645. António Caetano de Sousa referiu que a Princesa tinha sido dotada pela natureza de grande fermosura. Faleceu vítima de doença prolongada, no Paço da Ribeira, em Lisboa, a 17 de novembro de 1653, com apenas 17 anos, 6 meses após a morte do seu irmão Teodósio. Foi sepultada na capela-mor do Mosteiro dos Jerónimos, sendo trasladada, juntamente com os seus irmãos Teodósio, Afonso VI e Catarina, em 1855, para o Panteão da Dinastia de Bragança, onde jaz junto à sua mãe e irmã Catarina.
  • GRANDE ESCULTURA EM GRANITO APRESENTANDO FIGURA DE VIZIR PASER 19 DINASTIA (1282-1189 AC.  X COLEÇÃO DR. ANTONIO MELILLO E EX COLEÇÃO DR. CARLOS M. FERREIROZ DIAZESCULTURAS DO VIZIR PASER TEM SIDO ENCONTRADAS EM QUASE TODO O EGITO  O MUSEU NACIONAL DA CIVILIZAÇÃO EGPCIA DO CAIRO POSSUE EM SEU ACERVO UM ESCULTURA DO  VIZIR PASER COM CARACTERISTICAS MUITO SEMELHANTES A ESSA. VIDE EM https://pt.dreamstime.com/est%C3%A1tua-de-granito-negro-do-vizier-paser-em-exposi%C3%A7%C3%A3o-no-nmec-egito-cairo-figura-uma-granita-exposta-museu-nacional-da-image266038230.  EGITO, 12. DINASTIA  20 X 20 CM NOTA: Paser fazia parte da comitiva próxima do filho de Seti I, o então Príncipe Ramsés, e um Príncipe e Conde hereditário.Paser ocupou muitos títulos e honras ao longo de sua vida. O texto autobiográfico no túmulo de Paser nos conta que Menmaatre, ou seja, Seti I , elevou Paser ao posto de primeiro companheiro do palácio, e mais tarde o promoveu a camareiro-chefe do Senhor de Ambas as Terras e sumo sacerdote dos Grandes da Magia ( Werethekau ). Eventualmente, Seti I nomeou Paser governador da cidade e vizir. Paser recebeu o tributo das terras estrangeiras para seu rei e foi enviado por todo o Egito para calcular a receita. Quando Ramsés II assumiu o trono, ele renomeou Paser como camareiro-chefe do Senhor de Ambas as Terras, sumo sacerdote do Grande da Magia e vizir.  Entre suas principais obras estava a construção do túmulo de Seti I no Vale dos Reis . Monumentos com o nome de Paser vêm de todo o Egito. Existem alguns itens cuja procedência é desconhecida. Por exemplo, uma estátua de granito cinza segurando uma estela pertence a Paser, assim como uma estátua de cócoras de granito preto agora no Museu Britânico. Wilbour relata ter visto uma estátua de Paser em Tell Roba.
  • DONA LUISA DE GUSMAO  RAINHA CONSORTE DE PORTUGAL E REGENTE DO REINO. LINDA GRAVURA DO SEC. XVII GRAVADA  EM BURIL POR BALTHASAR MONCORNET (1600  1668) NA FRANÇA ENTRE 1640 E 1660. A RAINHA É APRESENTADA CINGINDO LUXUOSOS TRAGES MAJNESTÁTICOS. DA JANELA AO FUNDO POR-SE DIVISAR UMA CENA DE BATALHA, ALUDINDO A BATALHA DA LINHA DE ELVAS GRANDE TRIUNFO MILITAR PORGUÊS SOBRE OS ESPANHÓIS SALVANDO A CIDADE DE LISBOA SOB A REGÊNCIA DE DONA LUISA DE GUSMÃO. TAMBÉM A ESQUERDA AS ARMAS REAIS DA RAINHA E A DIREITA UM LAURÉU DE VITÓRIA. FRANÇA. MEADOS DO SEC. XVII. NOTA: Luísa Maria Francisca de Gusmão e Sandoval (em espanhol: Luisa María Francisca de Guzmán y Sandoval; Sanlúcar, 13 de outubro de 1613  Lisboa, 27 de fevereiro de 1666), pelo seu casamento com João IV, na altura ainda Duque de Bragança, veio a ser a primeira Rainha consorte de Portugal da Casa de Bragança.Da Casa Ducal de Medina-Sidónia, Dona Luísa era filha de João Manuel Peres de Gusmão, 8º duque de Medina-Sidónia, e de Joana Lourença Gomes de Sandoval e Lacerda, os senhores mais poderosos de Huelva y Sanlucar de Barrameda. Descendia dos reis de Portugal por via paterna - a sua avó Ana de Silva e Mendonça, filha do príncipe de Éboli era descendente de D. Afonso Henriques) - e por via materna - a sua outra avó, Catarina de Lacerda, descendia de D. Afonso I de Bragança. Era, também, descendente por bastardia de Fernando o Católico por seu avô paterno e de São Francisco de Borja, sendo desta maneira novamente por bastardia de Fernando o Católico por seu avô materno e assim, por último, descendente, também, do Papa Alexandre VI.Em 1621, na subida ao trono de Filipe IV, o plano de incorporação de Portugal na Coroa de Espanha tinha já realizado duas fases: a fase da união pela monarquia dualista jurada em Tomar (1581) por Filipe II, prometendo o respeito pela autonomia do Governo de Portugal; e a fase da anexação, entretanto operada durante o reinado de Filipe III (1598-1621).No início do reinado de Filipe IV faltava apenas consumar a absorção de Portugal. Na Instrucción sobre el gobierno de España, que o Conde-Duque de Olivares apresentou ao rei Filipe IV, em 1625, tratava-se do planeamento e da execução dessa fase final da absorção. O conde-duque indicava três caminhos:1º - Realizar uma cuidadosa política de casamentos, para confundir e unificar os vassalos de Portugal e de Espanha;2º - Ir o rei Filipe IV fazer corte temporária em Lisboa;3º - Abandonar a letra e o espírito dos capítulos das Cortes de Tomar (1581), que colocava na dependência do Governo autónomo de Portugal os portugueses admitidos nos cargos militares e administrativos do Reino e do Ultramar (Oriente, África e Brasil), passando estes a ser vice-reis, embaixadores e oficiais palatinos de Espanha.Dos três caminhos indicados, aquele que era talvez o mais difícil de realizar era o da política de casamentos. O casamento de Dona Luísa de Gusmão com o Duque de Bragança surgiu como uma oportunidade a não perder. Juntando duas importantes Casas Ducais, uma de Espanha e a outra de Portugal, esperava-se por seu intermédio vir a impedir o levantamento de Portugal contra a Dinastia Filipina. Dona Luísa de Gusmão, porém, apoiou a política do marido na rebelião contra a Espanha. Tê-lo-á mesmo incitado a aceitar a Coroa do Reino de Portugal, nem que para isso fossem precisos grandes sacrifícios. O conde da Ericeira atribuiu à duquesa Dona Luísa o propósito "mais acertado de morrer reinando do que acabar servindo", a partir do qual os adversários da autonomia portuguesa fizeram depois sonoras frases ao gosto popular, como a de que ela teria afirmado, "melhor ser Rainha por um dia, do que duquesa toda a vida". Segundo a opinião de Veríssimo Serrão, não é de manter-se a falsa tradição que fez dela um dos motores da Restauração, mas não oferece dúvida que se identificou com o movimento e soube enfrentar os sacrifícios com ânimo varonil.Após a aclamação, instalou-se em Lisboa com os filhos, vivendo para sua educação. Não teve um papel apagado, pois aquando da revolta de 1641 foi de parecer que os culpados não mereciam perdão, mesmo o inocente duque de Caminha. Exerceu governo sempre que o rei acorria à fronteira do Alentejo, como em Julho de 1643, auxiliada nos negócios públicos por D. Manuel da Cunha, bispo capelão-mor, Sebastião César de Meneses e o marquês de Ferreira.Desde muito cedo, as rainhas de Portugal contaram com os rendimentos de bens, adquiridos na sua grande maioria por doação. Às rainhas cabiam tenças sobre a receita das alfândegas, a vintena do ouro de certas minas, para além dos rendimentos das terras de que dispunham e a nomeação dos respectivos ofícios.No entanto, e de acordo com o estipulado nas Ordenações Manuelinas, as doações feitas às rainhas, mesmo quando não reservavam para o monarca nenhuma parte da jurisdição cível e crime, deviam ser interpretadas com reserva da mais alta superioridade e senhorio para o rei.4 Para além de estipularem as formas de exercício da jurisdição das rainhas, determinavam o regimento do ouvidor, que era desembargador na Casa da Suplicação. Após o período de domínio filipino, durante o qual cessara o estado, dote e jurisdição das rainhas, D. João IV determinou que sua mulher, D. Luísa Gabriela de Gusmão, detivesse todas as terras que tinham pertencido à anterior rainha D. Catarina: (Silves, Faro, Alvor, Alenquer, Sintra, Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha, Óbidos, Caldas da Rainha e Salir do Porto), com as respectivas rendas, direitos reais, tributos e ofícios (vedor, juiz, ouvidor e mais desembargadores, oficiais dos feitos de sua fazenda e estado), padroados, e toda a jurisdição e alcaidarias mores, de acordo com a Ordenação manuelina.6Por Carta de 10 de janeiro de 1643 foram confirmadas as doações e jurisdição das rainhas. A 9 de Fevereiro do mesmo ano, foram doadas a D. Luísa as terras da Chamusca e Ulme, mais bens pertencentes ao morgado Rui Gomes da Silva, e ainda o reguengo de Nespereira, Monção e Vila Nova de Foz Côa.D. Luísa, por Decreto de 16 de Julho de 1643, criou o Conselho ou Tribunal do Despacho da Fazenda e Estado da Casa das Senhoras Rainhas, constituído por um ouvidor presidente, dois deputados, um provedor, um escrivão e um porteiro. O Regimento do Conselho da Fazenda e Estado, outorgado em 11 de Outubro de 1656, fixou a existência de um vedor da Fazenda, um ouvidor e dois deputados, um dos quais ouvidor geral das terras das rainhas, um procurador da Fazenda e respectivo escrivão, um chanceler e um escrivão da câmara. Esse regimento viria a ser confirmado por alvará de 11 de Maio de 1786.A Casa teve administração independente até 1769. Por decisão do Marquês de Pombal, de 25 de janeiro de 1770, os seus rendimentos passaram a ser geridos pelo Erário Régio, sendo, no entanto, as despesas autorizadas pela rainha. Por Decreto de 31 de outubro de 1823, foram reorganizados o Conselho ou Tribunal do Despacho, a Secretaria dos Negócios e o Tesouro, corrigindo as alterações introduzidas pela anterior reforma e pelo governo revolucionário. A reforma entrou em vigor em 1 de janeiro de 1824.No testamento do esposo, D. Luísa foi nomeada regente durante a menoridade de D. Afonso VI, aclamado no Paço da Ribeira em 15 de novembro de 1656, aos 13 anos. Era voz corrente que D. Afonso sofria de grave doença, pelo que chegou-se a pensar no adiamento da cerimónia.A regente procurou organizar o governo de modo a impor-se às facções palacianas em jogo. Nomeou D. Francisco de Faro e Noronha, conde de Odemira, para aio do monarca e manteve os ofícios da casa real nas mãos dos que os exerciam no tempo do marido. Os negócios públicos continuaram com os secretários de Estado e Mercês, Pedro Vieira da Silva e Gaspar de Faria Severim.Mas a rivalidade entre o conde de Odemira e D. António Luís de Meneses, conde de Cantanhede, dificultou a sua acção. Viu-se assim coagida a nomear a chamada Junta Nocturna (por ter reuniões à noite) com vários conselheiros da sua confiança. Além dos dois nobres, havia ainda o marquês de Nisa, Pedro Fernandes Monteiro, o conde de São Lourenço e, o principal, Frei Domingos do Rosário, hábil diplomata. O sistema durou durante a regência, útil para a boa marcha dos negócios públicos.Ao mesmo tempo em que Portugal enfrentava a Guerra da Restauração, contra a Espanha, também continuava a guerra contra a Holanda (Guerra Luso-Holandesa). Durante os anos de 1652 à 1654 os holandeses estiveram ocupados na guerra contra a Inglaterra, mas, uma vez terminada a Guerra Anglo-Holandesa, os holandeses se voltaram novamente contra Portugal. Uma frota holandesa bloqueou os principais portos de Portugal enquanto diplomatas holandeses negociavam com a rainha as condições para a paz entre Portugal e Holanda. As exigências eram altas: Portugal deveria devolver Pernambuco e os demais territórios da Nova Holanda para os holandeses e ainda entregar as colônias portuguesas de Angola e São Tomé além de pagar uma pesada indenização para a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (W.I.C.). A situação era delicada para Portugal, pois os portugueses ainda estavam em guerra contra a Espanha, mesmo assim D. Luísa não cedeu às exigências e a guerra continuou, com apresamento de navios de ambas as partes, até que o casamento do rei da Inglaterra Carlos II, com D. Catarina, filha de D. Luísa e irmã de D. Afonso VI, fez com que a Inglaterra intervisse em favor de Portugal. Possibilitando, assim, a assinatura da paz definitiva, em condições mais dignas para Portugal, em 1661.Durante sua regência houve a grande vitória portuguesa das Linhas de Elvas, em 14 de Janeiro de 1659, batalha importantíssima porque a derrota implicaria a perda de Lisboa. Não foi, porem, uma vitória decisiva, pois o Tratado dos Pirenéus iria deixar a Espanha sem outros compromissos militares e Portugal voltaria a sentir ameaças mais graves.O partido que apoiava D. Afonso VI lançou-se abertamente na luta contra a regente, sob a orientação de seu favorito, D. Luís de Vasconcelos e Sousa, 3.º conde de Castelo Melhor. Em 1661, a rainha pretendia abandonar o governo, chegando a redigir um papel para justificar a sua atitude e a monstruosidade que representava o reino com duas cabeças. Mas temendo a desastrosa administração de seu filho, resolveu manter-se regente.A aliança com Inglaterra, assinada em 1661, foi em grande parte obra sua, bem como a organização das forças que, no ano seguinte, já no governo de D. Afonso VI, vieram a obter as vitórias da Guerra da Restauração. A viúva de D. João IV defendeu os princípios de liberdade e independência da restauração e manteve-se no governo, receosa de que o filho o comprometesse. Todavia, em 1662, o conde de Castelo Melhor, auxiliado pelo conde de Atouguia e por Sebastião César de Meneses, fez com que o rei participasse, à regente, sua intenção de assumir as rédeas do governo, dado que chegara, havia muito, à maioridade legal. Embora contrariada, a rainha entregou a regência, mas continuou a viver no paço, até que, em 1663, Castelo Melhor conseguiu transferi-la para o convento do Grilo, em Xabregas, onde morreu de tuberculose, 1666, aos 52 anos.7Luísa de Gusmão jaz no Panteão dos Braganças, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, para onde foi trasladada do convento de Xabregas, na atual freguesia do Beato.
  • DOM CARLOS II (1661-1700)  RARO E BELO  DOCUMENTO EM PERGAMINHO  EM QUE O MONARCA ESPANHOL   SE APRESENTA COMO REI DE PORTUGAL LOGO APÓS AS INCONTESTÁVEIS DERROTAS SOFRIDAS EM BATALHA PELOS ESPANHOIS NA RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL. A CARTA É ASSINADA POR SUA MÃE A REGENTE DONA MARIANA DAUSTRIA (1634-1696) VIÚVA DE PHILIPPE IV. CARTA DE OUTORGA AO FIDALGO PORTUGUES AGOSTINHO DE LENCASTRE (1639-1720) 3. DUQUE DE ABRANTES COMO COMENDADOR MOR DA ORDEM DE SANTIAGO. EXCERTOS DO TEXTO: DOM CARLOS POR GRAÇA DE DEOS REY DE PORTUGAL E DOS ALGARVES DE AQUEM E ALEM MAR EM AFRICA SENHOR DE GUINÉ E DA CONQUISTA, NAVEGAÇÃO E COMÉRCIO DA ETHIOPIA, ARÁBIA, PÉRSIA E DA ÍNDIA. COMO GOVERNADOR E PERPÉTUO ADMINISTRADOR DO MESTRADO DA CAVVALERIA E ORDEM DE SANTIAGO DA ESPADA COM A RAYNHA DONA MARIANA  DAUSTRIA SUA MÃE COMO SUA TUTORA E CURADORA E GOVERNADORA DE SEUS REINOS E SENHORIOS FAÇO SABER AOS QUE ESSA MINHA CARTA VIREM QUE EL REY MEU SENHOR QUE SANTA GLÓRIA HAJA  QUE TENDO RESPEITO AOS SERVIÇOS E MUITOS MERECIMENTOS DE DOM AFFONSO DE ALENCASTRO QUE DEOS PERDOE QUE FOI DUQUE DE ABRANTES E COMENDADOR MÓR DA DITA ORDEM DE SANTIAGO POR QUATRO VIDAS MAIS DO QUE A QUE SE PASSOU , ALVARÁ AO DUQUE DE ABRANTES DOM AGOSTINHO DE ALENCASTRE SEU FILHO E SUCESSOR MEU MUITO PREZADO SOBRINHO CAVALEIRO PROFESSO DA ORDEM DE SANTIAGO PORQUE AGORA POR PARTE DO DITO DUQUE DE ABRANTES DOM AGOSTINHO DE ALENCASTRE ME FOI PEDIDO LHE MANDAR PASSAR DESPACHO EM FORMA DA DITA MERCÊ EU A FIZ POR BEM E POR ESSA MINHA CARTA LHE FAÇO MERCE DA DITA DIGNIDADE DE COMENDADOR MOR DA ORDEM DE SANTIAGO HEY PROMETIDO DE POSSE DELA PARA QUE A TENHA GOZE E EXERÇA COM TODAS AS PRERROGATIVAS GRAÇAS E EMOLUMENTOS COM QUE ATÉ ENTÃO GOZAVAM TODOS OS COMENDADORES MORES SEUS ANTERIORES ESPECIALMENTE COMO SEU PAI O DUQUE DE ABRANTES. PELO QUE MANDO AO REVENDO PRIOR DE PALMELA E A TODOS OS COMENDADORES CAVALEIROS CONHECERÃO AO DUQUE DOM AGOSTINHO DE ALENCASTRE POR COMENDADOR  MOR DELA E O RESPEITEM  EM TUDO O QUE CONFORME AOS ESTATUTOS E OFFICOS DA MESMA ORDEM O DEVEM RESPETAR E OBEDECER. O DITO DUQUE SE OBRIGOU POR ESCRITO SEU A PAGAR TANTO QUE FOR RESTAURADO PORTUGAL TUDO QUE POR RAZÃO DESSA MERCÊ FOR OBRIGADO A PAGAR A ORDEM E A MIM...DADA EM MADRID ANO DO NASCIMENTO DE NOSSO SENHOR DE 1668 EM 26 DE FEVEREIRO.ASSINA DONA MARIANA DA ÁUSTRIA REGENTENOTA: Alemcastre, Alfonso de. Duque de Abrantes (I). ?, fs xvi-ps xvii  Madrid, 1659. Fidalgo português, chefe dos exilados portugueses em Madrid depois de 1640.Aquele que foi chamado para desempenhar um dos papéis mais proeminentes  e menos conhecidos  na corte de Filipe IV nasceu filho da mais antiga aristocracia portuguesa. Seu pai era Álvaro de Alemcastre (ou Lencastre, ou Lencastro, conforme a grafia em uso), III Duque de Aveiro, e sua mãe Juliana de Alemcastre, sobrinha do primeiro. Filha única de Jorge de Alemcastre, II Duque de Aveiro e II Marquês de Torres Novas, o seu tio Álvaro intentou uma ação judicial para a sucessão do título ducal de Aveiro - o único existente em Portugal além do de Bragança -, questão que Felipe II resolveu instando o casamento entre ambas as partes como meio de reconciliação.Isto ocorreu em 1598, e da união dos dois Alemcastres nasceram dezasseis filhos, dos quais vale destacar o primogénito, Jorge de Alemcastre, e o seu irmão seguinte, Alfonso de Alemcastre. Jorge de Alemcastre, sendo herdeiro, casou-se com Ana María de Cárdenas Manrique, de quem nasceu Raimundo de Alemcastre. Dado que Jorge de Alemcastre morreu sem se tornar o 4.º Duque de Aveiro, o título passaria para o seu filho Raimundo quando falecesse a sua avó viúva, Juliana de Alemcastre, 3.ª Duquesa de Aveiro.Isso aconteceu em 1636. Foi então que o tio de Raimundo, Alfonso de Alemcastre, reivindicou o título na Justiça, repetindo assim a história de seus pais, Álvaro e Juliana de Alemcastre.Mas desta vez a sentença, tornada pública em 18 de setembro de 1637, foi inteiramente favorável ao sobrinho, pelo que Afonso não atingiu o seu objetivo.O tempo mostraria o significado deste evento, seguido em Madrid e Lisboa com a paixão que se esperava.A verdade é que quando Alfonso de Alemcastre reivindicou a sucessão do Estado e Casa de Aveiro já tinha obtido um lugar de destaque na ordem social. Por seu casamento com Ana de Sande y Padilla, senhora da rainha Isabel de Borbón, Filipe IV fez dele marquês de Porto Seguro, no Brasil, em 18 de abril de 1627. Por ser também herdeira de Álvaro de Sande, III Marquês de La Pionera e I Marquês de Valdefuentes - título concedido por Filipe III em 1616 - e da Condessa de Mejorada, foram-lhe os títulos dos seus sogros. Estava, portanto, em situação adequada para tentar desenvolver uma carreira política que, no entanto, só alcançaria destaque após a separação de Portugal em 1640.No entanto, antes desta data o Marquês de Porto Seguro (título pelo qual era conhecido) ocupava o cargo de vereador da Casa da Suplicação, o tribunal superior de Lisboa. A sua posterior passagem pelo Conselho de Estado de Portugal - órgão consultivo que auxiliava os governadores ou, na sua falta, os vice-reis do reino - foi quase forçada pela sua linhagem espólio e, em comparação com outros vereadores, o seu papel foi discreto. Seja como for, no início dos conturbados anos de 1630 manteve-se à margem da facção que se formou em Lisboa contra a política reformista do Conde, Duque de Olivares ou, pelo menos, foi o que pensava o secretário em 1634. Diogo Soares. Sabe-se que em 1638 Filipe IV incluiu o marquês entre os nobres que a partir de Lisboa deviam enviar a sua opinião sobre a nova forma de governo que deveria ser implementada em Portugal depois dos graves motins anti-impostos que tomaram conta do sul do país entre o verão de 1637 e o inverno de 1638. Por esta altura Porto Seguro já deve ter simpatizado com os olivicultores Diogo Soares e Francisco Leitão (seus detratores o acusariam disso alguns anos depois) ou, pelo menos, não deve têm sido incômodos para eles. Pouco depois instalar-se-ia em Madrid (talvez devido à sua entrada no Conselho de Guerra) seguindo a trajectória habitual da aristocracia portuguesa com aspirações de prosperidade. Aqui você ficaria surpreso com a aclamação do Duque de Bragança como rei de Portugal.Esta mudança abrupta deu uma guinada inesperada na carreira do marquês. Como tantos portugueses, Alemcastre viu na Restauração uma oportunidade extraordinária para transformar a sua lealdade a Filipe IV numa fonte de favores capaz de colocar a sua família numa posição privilegiada que, em circunstâncias normais, teria perdurado por várias gerações. A necessidade que a Coroa teve de se desfazer destes portugueses, que logo se apresentaram como exilados, fez o resto. Nas primeiras reuniões portuguesas que Olivares organizou em Madrid em 1641 para preparar a reintegração supostamente imediata de Portugal, o Marquês de Porto Seguro já apareceu em três delas: na Reunião Ordinária de Portugal, numa outra de Portugal propriamente dita e na da Inteligência, cujas tarefas eram os assuntos gerais do reino a um nível inferior, as colónias portuguesas e a informação secreta do reino, respetivamente.Dos oito conselhos formados, a Porto Seguro não esteve apenas em três deles, mas sobretudo no mais importante, o de Inteligência. Este foi provavelmente o primeiro sinal da promoção que o esperava sob a proteção da sua lealdade austríaca. A segunda ocorreu em 3 de março de 1642 e consistiu na outorga do título de senhor e duque de Abrantes, lugar em Portugal, em três vidas e com setecentos e cinquenta mil reais de povoação, com jurisdição sobre a vila do mesmo nome. Houve vários motivos para a Coroa tomar esta ação. Por um lado, a consolidação da lealdade de um Alemcastre e a necessidade de ter um novo duque depois do que aconteceu com o de Bragança e Caminha  este último condenado à morte em Lisboa em 1641 por conspirar a favor de Filipe IV . Por outro lado, a memória do acórdão de 1637 que frustrou a aspiração do Marquês de Porto Seguro ao ducado de Aveiro deve ter estado na mente de todos, agora satisfeita. Além disso, o seu novo estatuto contribuiu para atenuar o confisco dos bens e rendimentos da Ordem de Santiago de que gozava em Portugal, decretado por D. João IV em 31 de dezembro de 1642. Em todo o caso, dado que o atual Duque de Aveiro, seu sobrinho , era uma criança que permaneceu em Portugal com a mãe, o novo duque português ascendeu como titular máximo desta categoria nobre com atividade política. Isto não se limitou à participação nas referidas reuniões.As duas ou três grandes figuras que o poderiam ofuscar, Francisco de Melo, Conde de Asumar, Manuel de Moura, II Marquês de Castelo Rodrigo, e Carlos de Borja y Aragón, VII Duque de Villahermosa, estiveram ocupados em diversas contingências.Os dois primeiros foram atribuídos ao governo dos Países Baixos entre 1641-1644 e 1644-1647, respectivamente, enquanto o terceiro morreu no último ano. Precisamente o novo destino de Melo na Catalunha em 1645 levou Abrantes a fazer parte da Junta de Portugal por excelência, ou seja, herdeira daquela instituída em 1639 após a supressão do Conselho de Portugal e que esteve sempre acima da criada em 1641 ( quase todos eles, por sua vez, foram dissolvidos em poucos anos). Há indícios de que Abrantes passou a dominar a gestão dos principais assuntos portugueses a partir daqui entre 1647 e até à sua morte. Na verdade, a eleição de Abrantes para esta Junta suscitou uma dura reclamação de um dos seus rivais, Jerónimo de Ataíde, Marquês de Colares, que considerava o duque menos sénior que ele para se juntar a ela. Na realidade, o protesto foi uma continuação das lutas faccionais do Portugal de Olivares, na medida em que Abrantes foi assimilado às criaturas do conde-duque que depois de 1640 procurou prejudicar os seus adversários de longa data, entre eles os Ataides.Estes foram, sem dúvida, os seus anos de poder máximo, exercido para defender as posições mais rígidas relativamente a Portugal. Recusou sempre qualquer tipo de negociação ou acordo com o regime de Bragança, que passou a considerar mais execrável do que aquele que surgira da rebelião dos holandeses, "porque não entregaram a coroa a um vassalo de Vossa Majestade". como fizeram em Portugal. Ele também rejeitou a oferta feita em 1647 pelos colonos do Rio de Janeiro e de São Paulo para aceitarem mais uma vez a soberania de Filipe IV em troca de concessões em questões econômicas e governamentais.Pode acreditar-se que esta inflexibilidade foi consequência do objectivo prosseguido por boa parte da nobreza portuguesa exilada em Madrid: recuperar as suas propriedades e rendimentos e também preparar o assalto definitivo às estruturas políticas de Portugal quando este se reintegrasse na Monarquia , uma operação que envolveria a eliminação dos grupos de apoio aos Braganças e mesmo daqueles que se mantiveram neutros. Do seu casamento com a citada Ana de Sande, Abrantes teve dois filhos, Agostinho de Alemcastre e Sande, seu herdeiro, e María de Alemcastre. Ambos casaram, respectivamente, com Joana de Noronha, filha do Conde de Linhares, também português, e com Pedro de Leiva y de la Cerda, III Conde de Baños.
  • D ANNA LUISA FRÍSIA DE PORTUGAL (1605-1669 PRINCESA DE PORTUGAL FILHA DO PRINCIPE DOM MANUEL E NETA DE DOM ANTONIO I  REI DE PORTUGAL E  PRIOR DE CRATO. CARTA DIRIGIDA AO  ELEITOR PALATINO  FILIPE GUILHERME DE NEUBURGO (1615-1690)  EM 1 DE JANEIRO DE 1664.  NO TEXTO ESCRITO EM FRANCÊS NA CIDADE DE HAIA A PRINCESA FORMULA VOTOS SERENISSIMO SENHOR E VOSSA ALTEZA ELEITORAL  DE UM FELIZ ANO NOVO E FESTA DE REIS. RENDE MUITAS HOMENAGENS, PROTESTA SUA AFEIÇÃO E AGRADECE AO ELEITOR PALATINO, SEU PRIMO, EM SEU NOME E NO DE SEUS FILHOS E FINALMENTE AGRADECE A PROTEÇÃO QUE O ELEITOR DISPENSOU A SEU IRMÃO POR TE-LO COMO  PROTEGIDO (D. MANUEL ANTONIO DE PORTUGAL (1600-1666) . ASSINA COMO PRINCESA DE PORTUGAL. NOTA: D. ANNA LUISA FRÍSIA DE PORTUGAL era neta de DOM ANOTNIO I, PRIOR DO CRATO, que reinou por um único mês em Portugal sendo derrotadona Batalha de Alcantara contra Filipe II da Espanha  que reivindicou o trono de Portugal . Começou aí o período da dinastia Filipina em que Portugal passou a ser um reino governado pelos Reis da Espanha. Assim se deram os fatos: Dom Antonio foi o último rei da Dinastia de Aviz.  Depois da morte do cardeal-rei D. Henrique e com o retorno da sua família a Portugal, e ainda, com a aclamação do seu pai como rei de Portugal a 24 de Julho de 1580 em Santarém, Manuel passou a ostentar o título de Príncipe herdeiro de Portugal. Mas o reinado do seu pai seria curto e atribulado porque no dia 25 de Agosto do mesmo ano, o seu pai perde o trono na Batalha de Alcântara para Filipe II de Espanha. Depois da derrota das tropas do seu pai, e para evitarem serem aprisionados, D. António e D. Manuel fogem para Coimbra, onde recrutam 6 mil homens para enfrentar outra vez as tropas espanholas, mas seriam outra vez derrotados. Sem opções, D. Manuel e o seu pai passam alguns dias escondidos entre mosteiros e casas de amigos, mas são obrigados a fugir com o resto da família para França. Mas antes, D. António dirige-se a Inglaterra para pedir auxilio à rainha Isabel I da Inglaterra, que aceitou, mas a armada inglesa nem chegou a Portugal, devido à peste que atacou os soldados ingleses. Mas D. António continuou a ser aclamado rei até 1583, nos Açores, até as tropas espanholas conseguiram entrar no território açoriano. Depois do exílio da família em França, D. Manuel segue para a Holanda para casar com Emília de Nassau, na altura como Príncesa de Orange, e casaram-se a 17 de novembro de 1597, em Haia, e tiveram oito filhos, mas Emília viria a falecer em 1629. Mas D. Manuel não tardou muito em voltar a casar, casando pela segunda vez em 3 de abril de 1630 com Luísa Osório. Manuel morre em Bruxelas, em 1638, com 70 anos. Curiosamente Dona Emilia era irmã do Príncipe Maurício de Nassau que invadiu com os Holandeses a Capitania de Pernambuco no Brasil . Desse enlace nasceram oito filhos dentre os quais a Princesa Anna Luisa Frísia de Portugal, autora dessa carta.
  • PORTUGAL SEISCENTISTA   DOM PEDRO II REI DE PORTUGAL (1648-1706)  - FORMIDÁVEL CAIXA PARA RAPÉ EM MARFIM COM INTERIOR REVESTIDO EM MADEIRA.  DE VERTENTE INDO PORTUGUESA ESSE NOTÁVEL TRABALHO ARTÍSTICO APRESENTA ENTALHES NA TAMPA CONTENDO ARMAS REAIS DE PORTUGALSOB COROA ALADA POR PAQUIFES E DOIS PÁSSAROS. A PARTE INFERIOR TEM FIGURA DE ÁGUIA BICÉFALA, SÍMBOLO DO PODER DUAL DO ESTADO E DA IGREJA COM LEGENDA GLORIA IN EXCELCIOS DEO.  A COROA ALADA POR DOIS PÁSSAROS, É UMA REPRESENTAÇÃO BASTANTE RARA ENTRETANDO ESTÉTICA MUITO SEMELHANTE É ENCONTRADA NOS ESPALDERES DE CADEIRAS DO ILUSTRE SENADO DA CAMARA DA REAL VILLA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE SABARÁ (VIVE NOS CRÉDITOS EXTRAS FOTOS DE DESSES ESPALDARES HOJE NO MUSEU DA INCONFIDÊNCIA EM MINAS GERAIS). TAMBÉM PODE-SE VERIFICAR ALGO SEMELHANTE NO BRASÃO DE ARMAS DO REINO DE PORTUGAL NO PORTAL DOS PAÇOS DO CONSELHO DE VILA DA MADALENA NOS AÇORES EXECUTADO EM 1720 (VIDE NOS CREDITOS EXTRAS). NO CASO DE VILLA DA MADALEINA A ESTÉTICA É A DE DOIS CORVOS TALVEZ EM MENÇÃO AOS DOIS CORVOS QUE SEGUNDO A LENDA  PUXARAM A BARCA COM AS RELÍQUIAS  DE SÃO VICENTE PELO TEJO ATÉ A ALTURA DA IGREJA DE SANTA JUSTA. CORRIA O ANO DE 1173 QUANDO REZA A LENDA UM PAR DE CORVOS ESCOLTARAM ATÉ LISBOA A BARCA COM AS RELÍQUIAS DE SÃO VICENTE, PADROEIRO DAS BATALHAS E DAS VITÓRIAS, POR UM DOS CANAIS DO RIO TEJO, ONDE HOJE ESTÁ A RUA DO OURO. PELA CALADA DA NOITE, AS AVES DE PLUMAS NEGRAS DÃO POR TERMINADA A MISSÃO DE TRANSPORTAR OS RESTOS MORTAIS DO MÁRTIR ATÉ À ENTÃO IGREJA DE SANTA JUSTA. QUANTO A ÁGUIA BICÉFALA NO SEC. XVII FOI UM SÍMBOLO DO PODER DUAL DA IGREJA E ESTADO APROPRIADO POR MONARQUIAS NO PERÍODO SEISCENTISTA E DESSA FORMA ADOTADO TAMBÉM COMO UM SÍMBOLO MUITO PRESENTE NAS IGREJAS E ACABOU APROPRIADO  POR MUITAS IRMANDADES RELIGIOSAS EM SEUS BRASÕES. ESSA REPRESENTAÇÃO É UM UFANISMO DA RESTAURAÇÃO PORTUGUESA  EM MEADOS DO SEC. DO SEC. XVII PONDO FIM AO DOMINIO FILIPINO QUE DEIXOU PORTUGAL POR QUASE UM SÉCULO SOB A ÉGIDE DOS REIS ESPANHÓIS. PORTUGAL, SEC. XVII. 8 X 7 CMNOTA: PORTUGAL SEISCENTISTA   PERÍODO DOM PEDRO III - FORMIDÁVEL CAIXA PARA RAPÉ EM MARFIM COM INTERIOR REVESTIDO EM MADEIRA.  DE VERTENTE INDO PORTUGUESA ESSE NOTÁVEL TRABALHO ARTÍSTICO APRESENTA ENTALHES NA TAMPA CONTENDO ARMAS REAIS DE PORTUGALSOB COROA ALADA POR PAQUIFES E DOIS PÁSSAROS. A PARTE INFERIOR TEM FIGURA DE ÁGUIA BICÉFALA, SÍMBOLO DO PODER DUAL DO ESTADO E DA IGREJA COM LEGENDA GLORIA IN EXCELCIOS DEO.  A COROA ALADA POR DOIS PÁSSAROS, É UMA REPRESENTAÇÃO BASTANTE RARA ENTRETANDO ESTÉTICA MUITO SEMELHANTE É ENCONTRADA NOS ESPALDERES DE CADEIRAS DO ILUSTRE SENADO DA CAMARA DA REAL VILLA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE SABARÁ (VIVE NOS CRÉDITOS EXTRAS FOTOS DE DESSES ESPALDARES HOJE NO MUSEU DA INCONFIDÊNCIA EM MINAS GERAIS). TAMBÉM PODE-SE VERIFICAR ALGO SEMELHANTE NO BRASÃO DE ARMAS DO REINO DE PORTUGAL NO PORTAL DOS PAÇOS DO CONSELHO DE VILA DA MADALENA NOS AÇORES EXECUTADO EM 1720 (VIDE NOS CREDITOS EXTRAS). NO CASO DE VILLA DA MADALEINA A ESTÉTICA É A DE DOIS CORVOS TALVEZ EM MENÇÃO AOS DOIS CORVOS QUE SEGUNDO A LENDA  PUXARAM A BARCA COM AS RELÍQUIAS  DE SÃO VICENTE PELO TEJO ATÉ A ALTURA DA IGREJA DE SANTA JUSTA. CORRIA O ANO DE 1173 QUANDO REZA A LENDA UM PAR DE CORVOS ESCOLTARAM ATÉ LISBOA A BARCA COM AS RELÍQUIAS DE SÃO VICENTE, PADROEIRO DAS BATALHAS E DAS VITÓRIAS, POR UM DOS CANAIS DO RIO TEJO, ONDE HOJE ESTÁ A RUA DO OURO. PELA CALADA DA NOITE, AS AVES DE PLUMAS NEGRAS DÃO POR TERMINADA A MISSÃO DE TRANSPORTAR OS RESTOS MORTAIS DO MÁRTIR ATÉ À ENTÃO IGREJA DE SANTA JUSTA. QUANTO A ÁGUIA BICÉFALA NO SEC. XVII FOI UM SÍMBOLO DO PODER DUAL DA IGREJA E ESTADO APROPRIADO POR MONARQUIAS NO PERÍODO SEISCENTISTA E DESSA FORMA ADOTADO TAMBÉM COMO UM SÍMBOLO MUITO PRESENTE NAS IGREJAS E ACABOU APROPRIADO  POR MUITAS IRMANDADES RELIGIOSAS EM SEUS BRASÕES. ESSA REPRESENTAÇÃO É UM UFANISMO DA RESTAURAÇÃO PORTUGUESA  EM MEADOS DO SEC. DO SEC. XVII PONDO FIM AO DOMINIO FILIPINO QUE DEIXOU PORTUGAL POR QUASE UM SÉCULO SOB A ÉGIDE DOS REIS ESPANHÓIS. PORTUGAL, SEC. XVII. 8 X 7 CMNOTA: NOTA: Um símbolo, cujo significado anda esquecido há mais de dois séculos, marcou, nas formas ideológicas e artísticas o período do Barroco, onde reinavam ainda as monarquias absolutas. Tal figura é a águia de duas cabeças, a águia bicéfala, que simbolizava a unidade dos poderes espirituais e temporais. Mas atenção! Não é a mesma que servia de símbolo do antigo Império Cristão do Oriente (Bizâncio) nem aquela que, desde a medievalidade Ocidental, servia de galardão do SacroImpério Romano e Germânico, estatuto político maior da Cristandade. Nos livros de história da arte no Brasil, ficaram registradas as imagens de apenas duas ocorrências, ambas nas proximidades da capital do Estado de São Paulo, em templos datados de fins do século XVII a início do XVIII: a igreja da residência jesuítica e aldeia de missão, de Embu Mirim (Embu), sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário; e a pequena e bela capela rural do Sítio de Boiprossugava, dedicada a Santo Antônio de Lisboa (São Roque). Ambos os templos tiveram suas obras iniciadas no decorrer da década de 1680 e princípios da de 1690. São hoje protegidos por lei federal, classificados como Monumentos Nacionais. No Embu, cada um dos dois altares colaterais ao arco-cruzeiro tem uma águia bicéfala como arremate. E, na capelinha de Santo Antônio, em São Roque, a figura está estampada na face do púlpito. Por toda a parte do mundo católico mais fortemente romanizado durante a segunda metade do século XVII e as duas primeiras décadas do XVIII (c. 1660-1730) aparece com frequência a Figura da Águia Bicéfala como um motivo realçado nos objetos artísticos, na ornamentação arquitetônica e nas artes decorativas do tempo barroco não é o símbolo do Sacro Império Romano Germânico, nem o da dinastia dos Habsburgos, nem o da Ordem de Santo Agostinho, pois está desacompanhado dos elementos heráldicos e das insígnias que compõem as suas respectivas armas (mas coexiste com os dois outros e diferencia-se deles). É uma reapropriação do símbolo de status imperial político, a bem e a serviço de um projeto imperial eclesiástico. É o emblema da Cristandade, enquanto união e unidade na qual a fé verdadeira está afirmada; enquanto projeto imperial, representa o poder do Cristo e de sua Igreja, a que tudo deve se submeter. Os Mistérios da Fé, ou o equivalente Rosário da Virgem, dão suporte a tal emblema. Contemporaneamente, a águia bicéfala aparece associada a diferentes congregações religiosas: agostinhos, jesuítas, franciscanos, dominicanos, carmelitas, beneditinos, cistercienses etc. E em diferentes partes do mundo que estiveram sob domínio da Monarquia Católica, ou em territórios ligados diretamente ao Pontífice. Chama a atenção o fato de tal iconografia não aparecer nos templos das terras do Sacro Império Alemão justamente aquele que tem uso político da águia bicéfala como símbolo de império. Além dos agostinhos, também os padres jesuítas especialmente estes e alguns setores dos dominicanos, primeiros difusores da devoção do Rosário da Virgem, também colocaram, na mesma época, a águia bicéfala em diversas igrejas de seus conventos. O mesmo acontecendo com mercedários, franciscanos, carmelitas e cistercienses, entre outros
  • DONA MARIA ANA DA AUSTRIA (1683-1754) RAINHA CONSORTE DE PORTUGAL E NESSA OCASIÃO EM QUE ESCREVE A CARTA ERA REGENTE DO REINO EM NOME DE DOM JOÃO V O REI SOL PORTUGUÊS. DONA MARIA ANA FOI QUEM RECEBEU A HOMENAGEM DE TER SEU NOME DADO A  CAPITAL DA CAPITANIA DE MINAS GERAIS NO BRASIL (MARIANA A PRIMAZ) CARTA DA RAINHA DONA MARIA ANA AO PRÍNCIPE DE SANTA CRUZ ESCRITA EM 1. DE MARÇO DE 1746. COM SELO SECO COM AS ARMAS REAIS DE PORTUGAL. EXCERTOS DO TEXTO: EXCELENTISSIMO PRINCIPE DE SANTA CRUZ PRIMO. EU A RYNHA VOS ENVIO MUITO SAUDAR COM AQUELLE QUE MUITO PREZO. FORAO PARA MIM DE GRANDE SATISFAÇÃO AS EXPRESSÕES COM QUE ME ANNUNCIASTES FELIZES FESTAS NA OCCASIÃO DO PRÓXIMO NATAL. EM RECONHECIMENTOS DESSES VOTOS, DESEJO QUE VOS ASSISTAM MUITAS PROSPERIDADES, E ESPERO NÃO DUVIDEIS DA BOA VONTADE COM QUE CONTRUREI PARA O QUE SE OFFERECER DE VOSSA VANTAGEM. ESCRITA EM LISBOA AO 1. DE MARÇO DE 1746. ASSINA  RAYNHA. NOTA: Maria Ana Josefa de Áustria (Linz, 7 de setembro de 1683 - Lisboa, 14 de agosto de 1754) era filha do imperador Leopoldo I, e da sua terceira mulher, a condessa Leonor Madalena. Era irmã dos imperadores José I e Carlos VI, também pretendente ao trono espanhol, e meia-irmã de Maria Antônia de Áustria, eleitora da Baviera, entre outros. Foi rainha consorte de Portugal de 1708 a 1750, enquanto mulher do Rei D. João V de Portugal. Três dos seus filhos sentaram-se no trono: D. José, Rei de Portugal, D. Pedro, Rei-Consorte de Portugal pelo seu casamento com a sua sobrinha, e D. Maria Bárbara, Rainha de Espanha pelo casamento.Muito culta, conhecia e falava alemão, francês, italiano, espanhol, latim e português, além de perceber inglês.O casamento com D. João V foi negociado em 1708. Os dois noivos eram primos diretos, por serem irmãs a rainha D. Maria Sofia de Portugal e a imperatriz Leonor Madalena, respectivas mães de Sua Majestade o Rei de Portugal e da Sereníssima Arquiduquesa da Áustria.Inaugurando o estilo faustoso da diplomacia de D. João V, Portugal procurava com o casamento uma aproximação aos outros membros da Grande Aliança. D. João V enviou uma luxuosa embaixada à capital imperial, chefiada pelo Conde de Vilar Maior, Fernão Teles da Silva, que chegou a Viena a 21 de fevereiro desse mesmo ano.A 6 de junho, dia do Corpo de Deus, fez-se a entrada pública da embaixada portuguesa para o pedido da arquiduquesa. O casamento realizou-se, por procuração, a 9 de julho, na Catedral de Santo Estevão, em Viena, sendo o noivo representado pelo imperador.D. Maria Ana desembarcou finalmente em Lisboa a 27 de outubro, tendo partido dos Países Baixos e depois de Portsmouth, acompanhada por uma armada de 18 naus. A rainha foi trazida à Corte em sete magníficos coches, quando o protocolo só pedia três. Nos dias 15, 17 e 21, comemorou-se o casamento com grandes festejos públicos no Terreiro do Paço, onde se montou uma praça de touros e uma imitação do vulcão Etna em erupção. O casal real fez a sua entrada solene em Lisboa no dia 22.Apesar do casamento, D. João V continuou ininterruptamente a sucessão de aventuras amorosas. A Arquiduquesa, mais velha do que o Rei seis anos, não conseguiu prender o marido, apesar do casamento ter sido inicialmente feliz, a arquiduquesa depressa percebeu que a corte portuguesa prezava mais a beleza e o luxo do que as virtudes do conhecimento, tão populares em Viena.A nova rainha resignou-se rapidamente ao abandono que D. João V a votava. Muito devota, entregava-se muitas vezes a práticas piedosas, fundando conventos e igrejas, ajudando os pobre e dedicando-se a alimentação dos orfãos das principais cidades do Império Português. Interessava-se por coisas do mar, passeava ao longo do rio Tejo com a Família Real e a Corte, onde assistia frequentemente a festas e serenatas no rio e lançamentos de navios no mar.Apaixonada por música, a Rainha assistia sempre aos concertos e aos serões de ópera que havia na Corte do Paço da Ribeira, chegando mesmo a participar neles, ao cantar pequenas árias, que dedicava aos filhos.A rainha D. Maria Ana foi regente por duas vezes. A primeira foi em 1716, quando D. João V se afastou da capital. Retirado em Vila Viçosa, foi convalescer de uma doença séria mal esclarecida que apareceu depois de uma profunda crise de melancolia que atacou o Rei.Foi durante esta regência que o infante D. Francisco Xavier se aproximou da Rainha e tentou repetir os atos que o seu pai, o Rei D. Pedro II, tinha feito com o irmão D. Afonso VI. O Duque de Beja fazia uma corte descarada à Rainha, que, honestissíma, o repeliu.A sua segunda Regência ocorreu no fim do reinado do marido, a partir de 1742, quando D. João V já estava completamente dominado pela doença que o matou. Esta regência teve uma influência enorme no reinado seguinte, aos níveis políticos, económicos e religiosos, e foi D. Maria Ana que aproximou Sebastião José de Carvalho e Melo das esferas do poder. No Conselho da Regente, Sebastião José era estimado e, para além disso, o futuro Marquês de Pombal era casado com a filha do marechal de Daun, da mais alta aristocracia austríaca.A rainha-mãe morreu no Palácio de Belém, a 14 de agosto de 1754. D. Maria Ana foi enterrada no Mosteiro de S. João Nepomuceno, dos Carmelitas Descalços Alemães, por ela fundado. De acordo com o testamento, o coração foi levado para Viena e guardado lá na cripta imperial. Mais tarde, em 1780, por vontade da rainha D. Maria I, sua neta, os seus restos mortais foram trasladados para um novo mausoléu. Em 1855, sendo D. Fernando II regente na menoridade de D. Pedro V, foi preparado novo depósito régia, desta feita em S. Vicente de Fora. Em consequência disso, os despojos de D. Maria Ana de Áustria seguiram para o referido templo, para junto do seu marido. Atualmente, o túmulo de D. Maria Ana de Áustria encontra-se no Museu Arqueológico do Carmo, estabelecido nas ruínas da Igreja do Carmo, em Lisboa. D. Maria Ana de Áustria teve seis filhos do seu casamento com D. João V, dos quais três se sentaram nos tronos de Portugal e Espanha:D. Maria Bárbara (1711-1758), Rainha de Espanha pelo seu casamento com o rei Fernando VI;D. Pedro, Príncipe do Brasil (1712-1714);D. José I, Rei de Portugal (1714-1777);D. Carlos, Infante de Portugal (1716-1730);D. Pedro III, Rei consorte de Portugal (1717-1786);D. Alexandre, Infante de Portugal (1723-1728).
  • RAINHA DONA MARIA ANNA VICTORIA  (1718-1781) - CONSORTE DE DOM JOSÉ I DE PORTUGAL E REGENTE DO REINO NA OCASIÃO DESSA CARTA  CARTA DIRIGIDA AO REI LOUIS XV DA FRANÇA APRESENTANDO O EMBAIXADOR PORTUGUÊS DESIGNADO PARA A CORTE FRANCESA DOM DANTONIO DE SALDANHA DA GAMA, PRINCIPAL DA SANTA IGREJA PATRIARCHAL DE LISBOA. SELADA COM SELO DE SIGILO EM CERA VERMELHA E DATADA DE 13 DE SETEMBRO DE 1756. EXCERTOS DO TEXTO: MUITO ALTO MUITO PODEROSO E CHRISTIANISSIMO PRINCIPE MEU BOM IRMÃO E PRIMO. HAVENDO ORDENADO EL REY QUE PARTA PARA ESSA CORTE D. ANTONIO DE SALDANHA DA GAMA, PRINICPAL DESTA SANTA IGREJA PATRIARCHAL DE LISBOA COM O CARATER DE SEU EMBAIXADOR: DEVENDO EUAPROVEITAR TODAS AS OCASIÕES QUE SE OFFERECEM DE REITERAR A VOSSA MAGESTADE AS EXPRESSÕES DE ESTIMAÇÃO QUE FAÇO DE SUA REAL PESSOA.ENCARREGO O DITO EMBAIXADOR DE POR ESTA CARTA NAS  REAIS MÃOS DE VOSSA MAGESTADE SIGNIFICANDO COM ELA DE VIVA VOZ TODA ATENÇÃO DESSE MEUS AFETUOSOS SENTIMENTOS E DOS GRANDES DESEJOS QUE TENHO DE COMPRAZER A VOSSA MAGESTADE MUITO ALTO MUITO PODEROSO E CHRISTIANISSIMO PRINCIPE MEU BOM IRMÃO E PRIMO. NOSSO SENHOR HAJA A REAL PESSOA CARA A TODOS OS ESTADOS DE VOSSA MAGESTADE EM SUA SANTA GUARDA. ESCRITA EM BELEM EM 13 DE SETEMBRO DE 1756. BOA IRMA E PRIMA DE VOSSA MAGESTADE ASSINA MARIA ANNA VICTORIA. APENAS 11 MESES APÓS O GRANDE TERREMOTO QUE DESTRUIU A CIDADE DE LISBOA E MATOU SEGUNDO ALGUMAS ESTIMATIVAS 50.000 PESSOAS, DONA MARIA ANNA VICTORIA RAINHA DE PORTUGAL ESCREVE DA REAL BARRACA,  INSTALAÇÕES ONDE SE ACOMODOU A FAMÍLIA REAL EM BELEM APÓS A DESTRUIÇÃO DE SEUS PALÁCIOS AO REI LOUIS XV APRESENTANTO O NOVO EMBAIXADOR PORTUGUÊS. SERIA UM FATO CORRIQUEIRO NÃO FORA A RELAÇÃO ENTRE OS DOIS MONARCAS, DONA MARIA ANNA FOI NOIVA DE LOUIS XV E MUITO CRIANÇA COM SEIS ANOS DE IDADE FOI LEVADA Á FRANÇA ONDE PASSOU A SER CONHECIDA COMO A RAINHA PRINCESA INSTALADA NO PALÁCIO DO LOUVRE. TODAVIA EM 1725 O COMPROMISSO COM A INFANTA ESPANHOLA FOI QUEBRADO E AOS SETE ANOS REGRESSOU A ESPANHA. O MOTIVO FOI O MEDO DE QUE O PAI DE DONA MARIA ANNA VICTORIA, O REI DE ESPANHA, DOM FILIPE V. QUE HAVIA ABDICADO AO TRONO DA ESPANHA EM FAVOR DE SEU FILHO LUIS, PODERIA TER INTERESSE EM ASSUMIR A COROA DA FRANÇA (O FANTASMA DA ANEXAÇÃO DE PORTUGAL RONDOU O TRONO DFRANCÊS) CASO LUIZ X QUE TINHA APENAS 14 ANOS NA ÉPOCA MORRESE SEM DESCENDENTES CONSIDENRADO QUE A  PRINCESA MARIA ANNA A ELE DESTINADA EM MATRIMONIO ERA  AINDA UMA CRIANÇA COM SETE ANOS. A PRINCESA FOI DEVOLVIDA E UM NOVO ARRANJO DE CASAMENTO FOI FEITO COM O PRÍNCIPE DO BRASIL, FUTURO DOM JOSÉ I DE PORTUGAL. ENTRETANTO A FUTURA RAINHA DE PORTUGAL NUNCA PERDOOU A FRANÇA PELA OFENSA  PELO CONTRÁRIO TINHA ENORME MÁGOA CONTRA O PAÍS  COM UMA AVERSÃO PRODIGIOSA E ÓDIO INVENCÍVEL PELA NAÇÃO FRANCESA. ANOS MAIS TARDE QUANDO SUA FILHA MARIA ANA FRANCISCA DE BRAGANÇA FOI CONSIDERADA UMA POTENCIAL NOIVA PARA LUÍS, DELFIM DA FRANÇA, FILHO E HERDEIRO DE LUÍS XV, MARIANA VITÓRIA SE OPÔS VEEMENTE A TAL UNIÃO,18 BEM COMO UMA UNIÃO ENTRE SUA OUTRA FILHA, MARIA DOROTEIA DE BRAGANÇA, COM LUÍS FILIPE II, DUQUE DE ORLEÃES, PRIMO DO REI LUÍS XV.
  • MARQUÊS DE POMBAL -  SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO  RICA  CHATELEINE EM PRATA DE LEI COM CRAVAÇÃO DE CRISÓLITAS CONTENDO QUATRO MEDALHÕES PINTADOS EM MARFIM COM AS FIGURAS DOS FILHOS DO MARQUES DE POMBAL SENDO: HENRIQUE JOSÉ MARIA ADÃO CRISÓSTOMO DE CARVALHO E MELO, 2.º MARQUÊS DE POMBAL (1748-1812) FALECIDO NO RIO DE JANEIRO, TERESA VIOLANTE EVA JUDITE DE DAUN (1746-1823), CONDESSA DE SÃO PAIO, MARIA FRANCISCA XAVIER EVA ANSELMA DE CARVALHO E DAUN (1751-1815), MARIA AMÁLIA EVA DE CARVALHO E DAUN, CONDESSA DE RIO MAIOR  (1757-1812) E  JOSÉ FRANCISCO XAVIER MARIA ADÃO MACÁRIO DE CARVALHO MELO E DAUN, 3.º MARQUÊS DE POMBAL (1754-1821). NOTA: "Sebastião José de Carvalho e Melo nasceu em Lisboa, no dia 13 de maio de 1699. Era filho de Manuel de Carvalho e Ataíde, capitão de cavalaria e fidalgo, e de Teresa Luísa de Mendonça e Melo. Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, era, portanto, membro de uma família que pertencia à pequena nobreza de Portugal. Na sua juventude, optou por ingressar no curso de Direito na Universidade de Coimbra. O ingresso de Carvalho e Melo em Coimbra deu-se pela influência de um familiar, mas logo ele abandonou os estudos. Após isso, optou por ingressar na carreira militar e tornou-se um cabo, mas também não se adaptou à condição de militar e abandonou o ofício. Aos 23 anos de idade, Carvalho e Melo casou-se com D. Teresa de Noronha e Bourbon Mendonça e Almada, uma viúva, sem filhos, de 34 anos que pertencia à alta nobreza portuguesa. O casamento de Carvalho e Melo com D. Teresa nunca foi aceito pela família dela, que não concordava com a união com um fidalgo desconhecido." "Carvalho e Melo ingressou na Academia Real de História, em 1733, por influência de seu tio Paulo de Carvalho. Lá redigia textos sobre a trajetória de reis portugueses. Além de estudar história, Carvalho e Melo também estudava legislação portuguesa. Nesse período, habitava, em Soure, uma propriedade que era da família de sua esposa. Novamente por indicação, Carvalho e Melo garantiu o cargo de embaixador de Portugal na Inglaterra, e, assim, mudou-se para Londres. Durante o exercício de sua função nesse país, Carvalho e Melo atuou na defesa dos interesses, sobretudo, de comerciantes portugueses. Enquanto estava na Inglaterra, sua esposa faleceu e deixou-lhe os bens de sua propriedade como herança. Depois de ter seu trabalho bem avaliado no país inglês, foi enviado para Viena, na Áustria, em 1745. Lá tratou de mediar uma discórdia existente entre Viena, capital do Sacro Império Romano-Germânico, e Roma, sede da Igreja Católica. Na capital austríaca, casou-se com D. Leonor Ernestina de Daun. Após resolvida a questão entre Viena e Roma, Carvalho e Melo alegou problemas de adaptação com o clima do país e, assim, retornou à Portugal." "Em 1750, faleceu o rei D. João V e seu filho foi coroado rei de Portugal como D. José I. A trajetória de Carvalho e Melo como secretário de Estado de Portugal iniciou-se aqui, outra vez, por meio de uma indicação. Ele foi nomeado para o cargo de secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra no mesmo ano. Isso aconteceu porque a esposa do rei falecido (D. João V), Maria Ana da Áustria, era amiga próxima de D. Leonor Ernestina, esposa de Carvalho e Melo. Maria Ana da Áustria interveio em favor de Carvalho e Melo para que o novo rei nomeasse-o para a função de secretário de Estado, e, assim, Carvalho e Melo assumiu a função no dia 3 de agosto de 1750. A nomeação de Sebastião José de Carvalho e Melo para a função de secretário de Estado em Portugal aconteceu no contexto do Reformismo Ilustrado, conhecido também como Despotismo Esclarecido. O Reformismo Ilustrado, basicamente, foi um movimento de reformas realizadas por Portugal, com o objetivo de fortificar o reino. Havia um desejo de implantar essas reformas em Portugal desde o fim da União Ibérica, quando gestores portugueses identificaram as fraquezas do reino. O Reformismo Ilustrado, como o nome já sugere, inspirava-se nos conceitos do Iluminismo e aplicava-os para a gestão do reino, visando seu fortalecimento. O Reformismo Ilustrado visava realizar mudanças em áreas como Economia, Política, gestão dos territórios ultramarinos de Portugal, entre outras. Durante esse movimento, na gestão de Carvalho e Melo, também houve tentativas de realizar-se a concentração do poder nas figuras do rei, D. José I, e do próprio Carvalho e Melo, secretário de Estado. Grandes objetivos foram perseguidos durante o Reformismo Ilustrado, sobretudo na gestão de Carvalho e Melo. Alguns deles foram: a necessidade de reduzir as fraquezas do comércio português em relação à Inglaterra; o aumento da arrecadação da colônia e a melhoria do controle sobre essa; o aprimoramento da qualidade dos itens produzidos na colônia; a repressão do contrabando de mercadorias; e a melhoria da administração colonial." "Carvalho e Melo esteve na função de secretário de Estado entre 1750 e 1777, e nesse período ocupou os seguintes cargos: Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra (1750-1755); Secretário de Estado dos Negócios Interiores do Reino (1755-1777). Uma série de acontecimentos marcantes ocorreu durante o período que Carvalho e Melo esteve à frente do Estado português. O primeiro deles foi contra a Inglaterra, pois ele considerava que a intensa atuação desse país no transporte de mercadorias portuguesas era prejudicial à economia portuguesa, e assim decretou a nacionalização do comércio colonial português. Outro acontecimento marcante na gestão de Carvalho e Melo foi o terremoto que atingiu a cidade de Lisboa, em 1755. Nessa ocasião, um tremor atingiu a cidade portuguesa e causou um tsunami com ondas gigantescas que a arrasaram. A junção de terremoto e tsunami resultou na destruição da cidade.  "Nesse acontecimento, Carvalho e Melo tornou-se, de fato, uma pessoa poderosa e influente em Portugal, pois a reconstrução de Lisboa foi realizada pelas iniciativas tomadas por ele. O projeto de reconstrução dos prédios destruídos foi minuciosamente controlado por Carvalho e Melo, e medidas para evitar que epidemias acontecessem também foram tomadas. Além disso, foram providenciadas ações contra os saques e a fuga de cidadãos, e o preço dos itens necessários à reconstrução foi controlado. Carvalho e Melo redefiniu um novo modelo arquitetônico para Lisboa que foi pago com o ouro retirado de Minas Gerais. A ação do secretário de Estado português foi considerada a primeira resposta de emergência realizada pelo governo na história de Portugal. Em 1758, Carvalho e Melo teve de lidar com a tentativa de regicídio de D. José I. As investigações, na época realizadas pelo secretário português, concluíram que a tentativa de assassinato do rei foi realizada por membros dos Távora e pelo Duque de Aveiro. Os principais envolvidos com o crime foram condenados à morte, e Carvalho e Melo não demonstrou misericórdia com os implicados, que foram executados em um ritual público semelhante ao que foi dedicado a Tiradentes." "Em 1755, durante o auge da crise causada pelo terremoto de Lisboa, o marquês promoveu o aumento dos impostos cobrados na zona mineradora de Minas Gerais. O intuito, claramente, era conseguir financiar a reconstrução da capital portuguesa. Outra medida de destaque foi tomada em 1763, quando a capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro. A mudança aconteceu, primeiramente, porque o Rio de Janeiro ficava mais próximo das zonas de mineração do que Salvador. Além disso, era um local que registrava um intenso crescimento econômico e ficava mais próximo das regiões ao Sul do país, por conta das disputas territoriais travadas com a Espanha, principalmente pela Colônia de Sacramento. Em 1757, tratou de abolir definitivamente a escravização de indígenas, porque desejava integrar essas populações aos interesses portugueses de assegurar territórios de fronteira disputados com espanhóis e franceses. Além disso, transferiu a responsabilidade da educação dos colonos da Igreja para o Estado português, e criou um imposto para financiar a educação dos colonos." "Outro grande capítulo da trajetória de Carvalho e Melo à frente da administração portuguesa foi o embate com os jesuítas. Em 1759, decretou a expulsão desses de Portugal e de suas colônias, e todos os bens e propriedades da Companhia de Jesus foram confiscados pelo governo. Posteriormente, essas propriedades foram leiloadas. O conflito de Carvalho e Melo com os jesuítas explica-se pelo objetivo de centralização do poder promovido por ele durante sua administração. Em seus objetivos, Carvalho e Melo não aceitava a existência de uma ordem religiosa poderosa e rica que fosse autônoma e que tivesse interesses distintos do Estado português. A expulsão dos jesuítas também aconteceu na Espanha e suas colônias. Em 1767 e em 1773, a ordem foi expulsa da Igreja Católica por ordem do papa Clemente XIV. Essa somente foi restaurada em 1814." "Ao longo de sua trajetória política, o Marquês de Pombal adquiriu inúmeros inimigos, sobretudo entre a nobreza portuguesa. A própria filha do rei D. José I, D. Maria, não simpatizava com a figura do administrador de Portugal. Depois que seu pai morreu, tratou de destituir o Marquês de Pombal de seu poder. Além disso, Pombal foi obrigado a abandonar Lisboa e a ficar recluso em sua residência, em Pombal. Foi processado por corrupção e perdoado pela rainha, mas morreu no ostracismo e isolado, aos 82 anos de idade, em 1782."
  • RAINHA DONA MARIA I  (1734-1816)  A PIEDOSA TAMBÉM CONHECIDA COMO A LOUCA  RAINHA DE PORTUGAL E DOS ALGARVES E RAINHA DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES  EXCERTOS DO TEXTO: HEY POR BEM E MANDO QUE NO LIVRO DA MATRÍCULA DOS MORADORES DE MINHA CASA SE REGISTRE O ALVARA NA OUTRA MEIA FOLHA DESSA ESCRITO SEM EMBARGO DE SER PASSADO O TEMPO EM QUE SE DEVIA REGISTRAR COM A  EMENDA DA MORADIA DE MIL E SEISCENTOS RÉIS QUE SE ACEITE A DECLARAÇÃO PORQUANTO A DEVE TER DE MIL RÉIS E NÃO COMO PORN ENGANO LHE FOI DECLARADA NO CORPO DO DITO ALVARA PONDO-SE AS VERBAS DE EMENDAS NOS REGISTROS ONDE SE ACHA REGISTRADP. LISBOA DEZ DE MAIO DE MIL SETECENTOS E OITENTA E QUADRO. ASSINA A RAINHA. NO VERSO RUBRICA DO VISCONDE DE VILLA NOVA DE CERVEIRA. NOTA: Maria I (nome completo: Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança; Lisboa, 17 de dezembro de 1734  Rio de Janeiro, 20 de março de 1816), chamada "a Piedosa" e "a Louca", foi Rainha de Portugal e Algarves de 1777 até 1815, e também Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves de 1815 a 1816. De 1792 até sua morte, seu filho mais novo João atuou como regente do reino em seu nome devido à doença mental da rainha. Era a filha mais velha do rei José I e sua esposa, a infanta Mariana Vitória da Espanha. Sendo considerada a primeira rainha reinante de Portugal e Algarves1 (apesar da existência da condessa Teresa de Leão). Quando o seu pai subiu ao trono em 1750 como D. José I, D. Maria tornou-se sua herdeira presuntiva e recebeu os títulos tradicionais de Princesa do Brasil e Duquesa de Bragança. A continuidade dinástica da Casa de Bragança ficou assegurada com o seu casamento com o tio Pedro de Bragança, que subiria ao trono como Pedro III de Portugal. O casamento foi realizado na Real Barraca da Ajuda a 6 de junho de 1760. Anteriormente, pensara-se em casá-la com o seu tio, o Infante Luís de Espanha, e com José II, Imperador do Sacro Império Romano.   Seu primeiro ato como rainha, iniciando um período que ficou conhecido como a Viradeira, foi a demissão e exílio da corte do marquês de Pombal, a quem nunca perdoara a forma brutal como tratou a família Távora durante o Processo dos Távoras. Rainha amante da paz, dedicada a obras sociais, concedeu asilo a numerosos aristocratas franceses fugidos ao Terror da Revolução Francesa (1789-1799). Era, no entanto, dada a melancolia e fervor religioso de natureza tão impressionável que quando ladrões entraram em uma igreja e espalharam hóstias pelo chão, decretou nove dias de luto, adiou os negócios públicos e acompanhou a pé, com uma vela, a procissão de penitência que percorreu Lisboa.O seu reinado foi de grande atividade legislativa, comercial e diplomática, na qual se pode destacar o tratado de comércio que assinou com a Prússia em 1789. Desenvolveu a cultura e as ciências, com o envio de missões científicas a Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, e a fundação de várias instituições, entre elas a Academia Real das Ciências de Lisboa e a Real Biblioteca Pública da Corte. No âmbito da assistência, fundou a Casa Pia de Lisboa. Fundou ainda a Academia Real de Marinha para formação de oficiais da Armada.A 5 de janeiro de 1785 promulgou um alvará impondo pesadas restrições à atividade industrial no Brasil; como por exemplo proibia a fabricação de tecidos e outros produtos. Durante seu reinado ocorreu o processo, condenação e execução do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Mentalmente instável, desde 10 de fevereiro de 1792 foi obrigada a aceitar que o filho tomasse conta dos assuntos de Estado. Obcecada com as penas eternas que o pai estaria sofrendo no inferno, por ter permitido a Pombal perseguir os jesuítas, o via como "um monte de carvão calcinado".Para tratá-la veio de Londres o Dr. Willis, psiquiatra e médico real de Jorge III (enlouquecido em 1788) mas de nada adiantaram seus "remédios evacuantes". Em 1799, sua instabilidade mental se agravou com os lutos pelo seu marido Pedro III (1786) e do seu filho, o príncipe herdeiro José, Duque de Bragança, Príncipe da Beira, Príncipe do Brasil (falecido em 1788, de varíola, aos 27 anos), com a marcha da Revolução Francesa, e com a execução do Rei Luís XVI de França na guilhotina. Por isso, João, seu segundo filho e herdeiro, que futuramente se tornaria João VI de Portugal, assumiu a regência. A Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil devido ao receio de ser deposta, à semelhança do que ocorrera nos países recentemente invadidos pelas tropas francesas: Napoleão acumula o título de rei de Itália, dando o título de rei de Nápoles ao seu irmão José Bonaparte, a quem posteriormente situou no trono da Espanha; nos Países Baixos a coroa é dada a seu irmão Luís Bonaparte (Luís I da Holanda). Em 1801, o primeiro-ministro de Espanha, Manuel Godoy apoiado por Napoleão invadiu Portugal por breves meses e, no subsequente Tratado de Badajoz, Olivença passou para a coroa de Espanha, mais tarde também ocupada pelos franceses. Portugal continuou a fazer frente à França e, ao recusar-se a cumprir o bloqueio naval às Ilhas Britânicas, foi iniciada a Primeira invasão francesa de Portugal, pela coligação franco-espanhola liderada pelo Marechal Junot. A família real transfere-se para o Brasil a 29 de Novembro de 1807 deixando Portugal a mercê do invasor. Junot invade Lisboa sendo nomeado governador de Portugal. A 1 de Agosto de 1808, o Duque de Wellington desembarca em Portugal e tem início a Guerra Peninsular. Entre 1809 e 1810, o exército luso-britânico lutou contra as forças invasoras de Napoleão, nomeadamente na Batalha do Buçaco. Quando Napoleão foi derrotado em 1815, Maria e a família real encontravam-se ainda no Brasil. Dos membros da realeza, porém, foi a que se manteve mais calma, chegando a declarar: Não corram tanto, vão pensar que estamos a fugir. Ao chegar ao Rio de Janeiro, a Rainha fora instalada no Convento do Carmo, ao lado do então Paço dos Vice-Reis - que foi convertido a Paço Real. Para facilitar o contato com a soberana, foi construído um passadiço ligando o Paço ao Convento. No Rio de Janeiro, a Rainha passeava de carruagem todas as tardes, e chegou a passar algumas temporadas em uma casa no atual bairro de Laranjeiras, próximo a uma bica, no Cosme Velho, cujas águas tinham fama de curar doenças. A Princesa do Brasil, Dona Carlota Joaquina, frequentava a bica, e por vezes levava a sogra, acompanhada de suas damas de companhia, daí se originando a expressão popular Maria vai com as outras.Bica da Rainha, no Cosme Velho. Acordando todos os dias por volta das oito horas, Sua Majestade fazia o desjejum e se sentava em um canapé, aguardando pela visita de seus familiares. O Príncipe Regente se ajoelhava para beijar a mão de sua mãe, seguido da Princesa do Brasil; em seguida, punham-se a conversar, e, quando a sós, o Príncipe Regente se aconselhava com a Soberana acerca dos assuntos de Estado. Depois, as netas vinham cumprimentar a avó, as mais velhas conduzindo as mais novas. Quando via as meninas entrarem, Sua Majestade exclamava: Que vem aqui fazer estes cupidinhos? ou Para que trazem cá estas pequenas?. Por fim, entravam os netos, o Príncipe da Beira, Dom Pedro de Alcântara, e o Infante Dom Miguel. Quando o neto mais velho vinha lhe beijar a mão, a Rainha coçava a cabeça do menino e lhe afagava os cabelos, dizendo à dama de companhia, Dona Joana Rita de Lacerda (futura Baronesa, e depois Viscondessa, do Real Agrado): Para este há de ser a minha coroa.Era muito grande o afeto que a Soberana nutria por aquele neto, no qual, naturalmente, via, após seu filho, a continuidade de sua Dinastia, a Sereníssima Casa de Bragança, reinante em Portugal desde 1640, e que agora vinha influenciar de modo tão direto os destinos do Brasil.utra prova desse apreço particular se deu quando do casamento de dois dos seus netos, primos-irmãos, a Infanta Dona Maria Teresa de Bragança e o Infante Dom Pedro Carlos de Bourbon: a Rainha havia entregado sua caixa de joias ao Príncipe Regente, pois sentia que não precisava mais delas; mas, ao ficar sabendo que, como presente de casamento do pai, a Infanta Dona Maria Teresa havia escolhido uma das melhores peças, Sua Majestade exclamou, exasperada: E o que darão à mulher do Pedro quando ele se casar?.D. Maria viveu no Brasil por oito anos, sempre em estado de incapacitação. Ela morreu no Convento do Carmo, na cidade do Rio de Janeiro, em 20 de março de 1816, aos 81 anos de idade. Após as cerimónias fúnebres, seu corpo foi sepultado no Convento da Ajuda. Também no Rio, foi composto um réquiem em sua homenagem, pelo grande compositor carioca Padre José Maurício Nunes Garcia. Com sua morte, o Príncipe Regente D. João foi aclamado Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Em 1821, após o retorno da Família Real para Portugal, seus restos mortais foram transladados para Lisboa e sepultados em um mausoléu na Basílica da Estrela, igreja que ela mesma mandou erguer. O Secretário dos Negócios Estrangeiros, Luís Pinto, escreveu uma carta ao embaixador português em Londres, relatando na época alguns acontecimentos: É com grande tristeza que o informo de que Sua Majestade está a sofrer de uma aflição melancólica que degenerou em insanidade, até ao que se receia que seja o delírio total. Tendo em vista esta infeliz situação, acredito que seria benéfico que o Dr. Willis, o médico principal que assistiu a Sua Majestade Britânica em circunstâncias similares, viesse a esta corte logo que possível. Proporcionar-lhe-emos todo o dinheiro necessário, sem limitações. Concordaremos com tudo o que proponha, se tiver de celebrar um contrato com ele, e deixará a remuneração à discrição generosa desta corte . A rainha teve sempre um temperamento melancólico e sujeito a aflições nervosas. A sua disposição é de grande submissão e tem uma certa timidez, a sua imaginação é viva e os seus hábitos inclinam-se para a espiritualidade. Desde há muitos anos que tem vindo a sofrer de dores de estômago e de espasmos no abdômen, com tendência a piorarem devido à aversão que tem a remédios purgativos, especialmente clísteres que nunca consentia.
  • DOM ANTONIO I PRIOR DE CRATO E REI DE PORTUGAL  CURIOSA PETIÇÃO ESCRITA  EM 22 DE JULHO DE 1581 DESTINADA A DOM ANTONIO I ASSINADA POR DOM PHILIPPE DAGUILAR SOLICITANDO UMA COMENDA E 12 MIL CRUZADOS PARA SOLVER SUAS DÍVIDAS FEITAS A SERVIÇO DE DIVERSOS REIS: DOM MANUEL I,  DOM JOÃO III DOM SEBASTIÇÃO I.  EXCERTOS DO TEXTO: DIZ PHILIPPE DAGUILAR QUE ELLE É O HOMEM DE TODO PORTUGAL QUE MAIS VEZES TEM IDO A ÁFRICA E TAMBÉM É HOMEM EM TODO PORTUGAL QUE MAIS TEMPO QUE SERVE EM MAIS CONFINS. E SEMPRE COM OFFICIO NA CASA DOS REIS DESDE QUE SAIU DE MOÇO FIDALGO QUE O MANDARÃO ANDAR COM O PRÍNCIPE DOM JOÃO A PRIMEIRA VEZ QUE SE POS A CAVALO E MUITO SERVIU ATÉ QUE O MANDARÃO A CEUTA A PRIMEIRA VEZ E FICOU DOM MANUEL DE PORTUGAL SERVINDO NAQUELE LUGAR E EM TORNADO DE CEUTA SERVIO O DITO SENHOR DE SEU PRINCIPE DESDE O PRIMEIRO DIA QUE COMEU EM MESA ALTA ATÉ O DIA EM QUE MORREU. E DEPOIS SERVIO A EL REY DOM SEBASTIÃO DE MESTRE SALA DESDE O DIA QUE TOMOU CASA ATÉ O  PRÓPRIO DIA QUE SE PERDEU SERVINDO NESSE TEMPO DE MORDOMO MÓR E DE TODOS OS MAIS OFFICIOS DA CASA DE EL REY E DA RAINHA MUITAS VEZES . NOS QUAIS SERVIÇOS GUARDOU VINTE E QUATRO MIL CRUZADOS  QUE OUVE DE DOTE DE SUA MULHER E SEIS MIL E QUINHENTOS CRUZADOS PORQUE VENDEO NO CABO VERDE CENTO E QUARENTA MIL E SUAS CASAS AFORA A QUAL ESTÁ MUITO ENDIVIDADO. PEÇO A VOSSA MAGESTADE AVENDO RESPEITO AO HOMEM QUE MAIS TEMPO HÁ QUE SERVE  E TER IDO SETE VEZES A ÁFRICA E A TER GASTADO TANTO E A DEVER MUITO LHE FAÇA MERCÊ DE UMA DAS MAIORES COMENDAS DAS ORDENS POIS SE CONCEDERÃO PELOS SERVIÇÕS DE ÁFRICA E LHE FARÇA MERCE DE DOZE MIL CRUZADOS PARA PAGAR SUAS DÍVIDAS E SE LHE RESTAURAR DE LHE SER SAQAUEADA TODA SUA FAZENDA ASSIM NAS CASAS DE LISBOA COMO NA QUINTA ONDE ESTAVA E LHE DÊ QUATORZE MAIS QUE VAGARÃO POR SEU PAI E POR SUA MORTE DUZENTOS MIL PARA SUA MULHER. 22 DE JULHO DE 1581
  • D. ANTÓNIO I  (1531-1595), O PRIOR DO CRATO, REINOU ENTRE 19 DE JUNHO E 25 DE AGOSTO DE 1580. - GRAVURA EM BURIL DO SEC. XVII FEITA NOS PAÍSES BAIXOS EM 1615. GRAVADA POR NICOLAAS DE CLERCK. O REI É APRESENTADO COM ARMADURA EM METAL, CINGINDO ELEGANTE GOLA DE RUFO E APRESENTANDO A LEGENDA ANTHONIUS DE 1. CONNICK VAN PORTUGAL EN ALGARBEN. E EM FLAMULA EM TORNO DO MONARCA A INSCRIÇÃO: ANTONIUS I DEI GRATIA REX PORTUGALLLIAE ET ALGARBIORUM. PAÍSES BAIXOS, 1615NOTA: D. António, prior do Crato, Nasceu em Lisboa, filho de uma mulher do povo e do infante D. Luís. Seu pai desejava que ele seguisse a vida eclesiástica e a sua educação processou-se em sucessivos mosteiros e colégios religiosos, tendo tido por mestres o grande humanista Fr. Diogo de Murça, o padre Simão Rodrigues de Azevedo, o teólogo Pedro MargaIho a D. Frei Bartolomeu dos Mártires. Com a morte de seu pai decide romper com a carreira que lhe tinha sido imposta. Já prior do Crato e com as ordens de diácono, recusa a ordenação de presbítero e comporta-se como pessoa secular. Por esse motivo, seu tio o cardeal D. Henrique manifesta-lhe um ódio declarado, o que o leva a exilar-se em Castela, em várias ocasiões, durante a menoridade de D. Sebastião. Com a subida ao trono deste monarca e gozando da sua estima, D. António desempenha o cargo de governador de Tânger. Obtém, então, dispensa do papel das ordens de diácono. Toma parte na batalha de Alcácer Quibir e é feito prisioneiro. Resgatado, regressa a Lisboa para chefiar um dos partidos nacionais que se opunham à candidatura de Filipe II ao trono português. O prior do Crato baseava a sua candidatura na situação de filho legitimado do infante D. Luís, segundo filho de D. Manuel, uma vez que não havia descendentes directos de D. João III. Era necessário, todavia, provar o matrimónio secreto de seus pais. Organiza-se um processo a D. António obtém uma sentença favorável, mas a actuação pessoal do cardeal-rei, que contesta aquela decisão, culmina numa nova sentença desfavorável. Com a morte do cardeal, as tropas filipinas entram em Portugal. Os partidários do prior do Crato aclamam-no rei em Santarém; Lisboa e Setúbal recebem-no vibrantemente e, em breve, quase todos os burgos do reino alinham a seu lado. Mas, não dispondo de exército organizado, nem de recursos, é derrotado na batalha de Alcântara pelo exército castelhano. Consegue fugir com dificuldade para o estrangeiro onde, nas cortes de França a de Inglaterra, procura obter auxílio para lutar contra Filipe II. Duas esquadras francesas enviadas à Ilha Terceira são derrotadas sucessivamente pelos castelhanos. A Terceira perde-se, como último bastião de D. António. Vivendo miseravelmente em França, a expensas de Catarina de Médicis resolve passar à corte de Isabel I pedindo novo auxilio. Os ingleses como represália contra o ataque da Invencível Armada, resolvem enviar a Portugal uma esquadra, comandada por Drake. D. António desembarca em Peniche mas sofre novo desaire. Regressa a França e, depois de ter conseguido um novo auxílio de Henrique IV, morre em Paris de uma crise de uremia, sem realizar o projecto por que tanto lutou.D. António nasceu em Lisboa, em 1531, tendo falecido em Paris, a 26 de agosto de 1595, tendo sido enterrado no Convento de S. Francisco da mesma cidade. Era filho natural ou legitimado do infante D. Luís e de Violante Gomes, mulher plebeia. Foi rei de Portugal desde 19 de junho de 1580, data da sua aclamação em Santarém, até à derrota de Alcântara, a 25 de agosto seguinte.Nunca resignou aos seus direitos e, embora exilado em França a na Inglaterra, manteve luta armada contra Filipe II, nos Açores (1582-1583) a em Lisboa (1589). De várias mulheres teve dez filhos, sendo os mais conhecidos:
  • LOTE RETIRADO ATENDENDO INTERESSE DO ARQUIVO NACIONAL. BRASIL IMPÉRIO - REGENTE FEIJÓ -  ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO GERAL DA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO REALIZADA EM 3 DE DEZEMBRO DE 1829  ASSINADA PELOS CONSELHEIROS MANUEL JOQUIM E ORNELLAS (PRESIDENTE DA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO ENTRE  5 DE OUTUBRO DE 1828 A 13 DE JANEIRO DE 1829)  E O PADRE  DIOGO ANTONIO FEIJÓ QUE JA´ERA SENADOR  DO IMPÉRIO . OM A ABDICAÇÃO DE DOM PEDRO I. EM  1832 ASSUMIU O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SOB A REGÊNCIA TRINA E EM 1834 ASSUMIRIA A REGÊNCIA UNA DO IMPÉRIO, O DOCUMENTO RELACIONA PAUTAS DIRETIVAS DO CONSELHO: INDICAR MEIOS PARA PREVINIR O MAU TRATO DOS ESCRAVOS POR SEUS DONOS, A COBRANÇA DOS DÍZIMOS EM MOGI MIRIM,. TAMBÉM RESOLUÇÕES SOBRE BRAGRANÇA, ITUPEVA, INJUSTIÇAS PRATICADAS EM LEME, DISCUTIR SOBRE COLONIA ALEMÃ,  NOTA:  Diogo Antônio Feijó, também conhecido como Regente Feijó ou Padre Feijó (São Paulo, batizado em 17 de agosto de 1784  São Paulo, 10 de novembro de 1843), foi um filósofo, sacerdote católico e estadista brasileiro. Considerado um dos fundadores do Partido Liberal. Pode-se resumir bastante sua vida afirmando que exerceu o sacerdócio em Santana de Parnaíba, em Guaratinguetá e em Campinas. Foi professor de História, Geografia e Francês. Estabeleceu-se em Itu, dedicando-se ao estudo da Filosofia. Em seu primeiro cargo político foi vereador em Itu. Foi deputado por São Paulo às Cortes de Lisboa, abandonando a Assembleia antes da aprovação da Constituição. Era adversário político de outro paulista, José Bonifácio de Andrada e Silva.Durante a primeira Regência Trina Permanente, formada após a abdicação de Dom Pedro foi nomeado ministro da Justiça.  Com a proclamação do Ato Adicional, em 1834, que transformava a Regência Trina em Una, foi eleito pela Assembleia Geral Regente do Império, ou seja, podemos afirmar que Diogo Antônio Feijó foi o primeiro chefe do Poder Executivo devidamente eleito na história do Brasil, aproximando-se do cargo atual ocupado pelo Presidente da República. Foi empossado a 12 de outubro de 1835. Padre Diogo Antônio Feijó é um desses personagens de nossa história quase incontáveis. Foi figura de proa durante o Período Regencial (1831-1840).  Primeiro Regente Uno. Primeiro chefe do Poder Executivo eleito pelos cidadãos do Império pois era na época de sua nomeação como regente um membro do Senado Imperial.  Homem polêmico lutou por profundas reformas no Estado: contra o celibado clerical e contra a concentração de poder na corte. O ultimo e mais dramático transe em sua vida foi seu papel como líder da revolta liberal ao lado do Brigadeiro Tobias de Aguiar. Participante da articulação da Revolução de, hemiplégico, na cadeira de rodas, Feijó seguiu para Sorocaba, Arrastava-se assim para Itu e Sorocaba, a fim de organizar a resistência, conspirar, aliciar adeptos. Em fins de maio o senador estava em Sorocaba, e com isso se assentara o rompimento das hostilidades, sendo colocado pelo barão de Monte Alegre, presidente da província, sob vigilância. Reza a tradição que, ao ver a fuga dos rebeldes, bradou: Correi, correi, corja de sem-vergonhas; eu aqui fico para vos defender! O Barão de Caxias o colocou sob custódia de um primeiro tenente. Escreveria Caxias a esse respeito: Diversas visitas me tem feito, e pelos disparates que diz, estou capacitado de que sofre desarranjo mental (...). O Barão de Monte Alegre não pensava como o barão de Caxias, de modo que Feijó acabaria preso, de verdade, e levado para São Paulo, de lá para Santos, chegando ao Rio de Janeiro em 23 de julho de 1842. Tinha Vergueiro em sua companhia. O governo determinou que os dois senadores seriam desterrados em Vitória, no Espírito Santo e para lá seguiram. De Vitória Feijó escreveu em 11 de agosto de 1842 carta ao padre Geraldo Leite Bastos, deportado para Lisboa, em que narra peripécias de seu desterro. O desterro durou cerca de cinco meses e Feijó por vezes se recolhia ao convento da Penha, dos franciscanos. Foram dadas ordens para que retornasse e ele reapareceu na tribuna do Senado em 12 de janeiro de 1843. Apresentou sua defesa no Senado, quando mal se sustinha de pé, na abertura da sessão legislativa em 15 de maio de 1843. Obteve licença para voltar à sua terra em 14 de julho, quando Honório Hermeto abandonou sua intransigência. A morte de Diogo Antônio Feijó foi acarretada por uma série de fatores, passava por uma crise nervosa, durante uma recaída, decidiu sair para caminhar. Durante a caminhada escorregou e caiu com a cabeça numa pedra. Foi para o hospital com sérios problemas, e morreu de parada cardiorrespiratória. Morreu depois de terríveis crises em agosto e em setembro, aos 59 anos, em 10 de novembro de 1843, antes da promulgação da sentença no processo movido contra ele no Senado. Foi levado em 14 de novembro, num dos enterros mais pomposos jamais vistos em São Paulo, apesar de ter pedido para ser sepultado sem acompanhamento nem ofício, para a igreja dos Terceiros de Nossa Senhora do Carmo. Não lhe faltaram as honras militares prestadas pela tropa de todas as armas, na qualidade de grã-cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro. Anos depois seus parentes o fizeram transladar para a igreja da Ordem Terceira de São Francisco. Está sepultado na Catedral Metropolitana de São Paulo, este grande brasileiro.
  • FRAGMENTO EM ESTUQUE  DA DECORAÇÃO DE  SARCÓFAGO EGÍPCIO COM CARACTERISTICAS DECORATIVOS DO  NOVO IMPÉRIO  (1422-1390 AC) .  EX COLEÇÃO DR. ANTONIO MELILLO E EX COLEÇÃO DR. CARLOS M. FERREIROZ DIAZ. A CENA REPRESENTA UMA PILHA DE OFERENDAS SOBREPOSTAS OFERECIDAS AOS DEUSES PELO DONO DA TUMBA. EM UMA MESA ESTÃO DISPOSTOS CINCO FRASCOS SENDO DELES COM TAMPA. SOBRE OS FRASCOS  UMA PERNA DE GAZELA SACRIFICADA AOS DEUSES E UMA FOLHA DE JUNCO.A SUPERPOSIÇÃO É UMA CONVENÇÃÕ NA ARTE EGÍPCIA APLICADA PARA ILUSTRAR TODOS OS ELEMENTOS IMPORTANTES.  DO LADO ESQUERDO DA MESA A FIGURA DE UM DEUS E DO LADO DIREITO PODE-SE DIVISAR O BRAÇO DO OFERTANTE ESTENDO SUA MÃO EM DIREÇÃO AO DEUS. FINALMENTE ABAIXO DA MESA DOIS BRASEIROS SÃO REPRESENTANDOS. AS OFERENDAS ERAM PARTE DO RITUAL DA RESSUREIÇÃO A CRENÇA EGIPCIA NOS RITUAIS DOS MORTOS PRECONIZAVA:  OFERECER TODAS AS COISAS BOAS E PURAS E ABASTECER O ALTAR COM INCENSO E PÁSSAROS. PARA AMON EM TODOS OS SEUS LUGARES; PARA OSÍRIS SENHOR DA ETERNIDADE; PARA HATHOR, SENHORA DA NECRÓPOLE. PARA FAZER VIVER O DONO DA TUMBA. EGITO CIRCA DE 1400 ANOS AC.
  • A PARTIR DOS PRÓXIMOS LOTES APRESENTAREMOS UMA COLEÇÃO ARQUEOLÓGICA DAS CIVILIZAÇÕES EGIPCIA, ETRUSCA E ASSÍRIA. ESSAS PEÇAS INTEGRARAM ORIGINALMENTE A COLEÇÃO DO DR. CARLOS M. FERREIROZ DIAZ MEDICO ESPANHOL RADICADO NA SEGUNDA METADE DO SEC. XX EM BUENOS AYRES, UM CONHECIDO ARQUEÓLOGO EGIPTÓLOGO E TAMBÉM PESQUISADOR EM CIVILIZAÇÕES PRÉ COLOMBIANAS MOTIVO QUE O LEVOU A RADICAR-SE NA AMÉRICA DO SUL.  FORAM ADQUIRIDAS PELO DR. ANTONIO MELILLO DIRETAMENTE DO EGIPTOLOGO  DR. CARLOS M. FERREIROZ DIAZ. NOS CRÉDITOS EXTRAS SÃO APRESENTADAS IMAGENS DA DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA DA ORIGEM DAS PEÇAS. ESSES ITENS   PARTICIPARAM DE UMA EXPOSIÇÃO EM BUENOS AYRES COM CURADORIA DA ORGANIZACION INTERNACIONAL NUEVA ACRÓPOLIS FUNDADA POR JORGE ANGEL LIVRAGA EM 1957 COM SEDE CENTRAL NA BÉLGICA CONFORME RECORTE DE NOTÍCIAS DA ÉPOCA. TODA A DESCRIÇÃO DOS ARTEFATOS FOI FEITA PELO DR. FERREIROZ. INICIAREMOS PELO LOTE QUE SEGUE A SEGUIR
  • HORUS LINDA ESCULTURA EM PASTA DE PEDRA (GRÃOS DE QUARTZO EM PÓ FINO FUNDIDOS COM PEQUENAS QUANTIDADES DE ÁLCALI E/OU CAL POR MEIO DE AQUECIMENTO PARCIAL) APRESENTANDO RESQUICIOS DE COLORAÇÃO EM AZUL E OURO. APRESENTA O DEUS HORUS EM SUA FIGURA DE FALCÃO. EX COLEÇÃO DR. ANTONIO MELILLO E EX COLEÇÃO DR. CARLOS M. FERREIROZ DIAZ. EPOCA SAITA (700 A.C.) ENCONTRADA EM MENFIS 775653 a.C. . EGITO 19 CM DE COMPRIMENTO. NOTA Uma das divindades mais proeminentes do antigo Egito é o deus dos céus, Hórus. Ele é frequentemente retratado como um homem com cabeça de falcão ou um falcão com coroa dupla, o que representa seu governo sobre o Alto e o Baixo Egito. O Olho de Hórus é um amuleto poderoso que está ligado à sua proteção e visão.No antigo Egito, os deuses conhecidos como egípcios Hor, Har, Her, Heru ou Horus foram criados como divindades falcões. Eles eram representados pelo olho direito sendo o sol ou estrela da manhã, e o olho esquerdo sendo a lua ou estrela da tarde. Durante a época dos antigos faraós egípcios, havia numerosos cultos aos falcões.  O deus egípcio Hórus é uma divindade complexa e contraditória. Segundo os antigos egípcios, ele teve muitas manifestações, e cada uma delas representa um aspecto diferente do seu ser. Ele era frequentemente descrito como um falcão e representava os princípios da realeza do Egito. Um pente de marfim foi usado para retratar o deus falcão Hórus, e também o mostrou como um pássaro andando em um barco com as asas abertas. Ele foi retratado com as estrelas, a lua e o sol nos olhos. À medida que a religião cresceu, tornou-se mais evidente que Hórus era filho de Ísis e Osíris , e também rival de Seth . Isto resultou em um mito sobre Seth e Hórus , onde ele sentia inveja de seu irmão, Osíris . Ele matou Osíris e partiu seu corpo em pedaços, espalhando-os por todo o Egito.Com a ajuda de sua irmã Néftis , Ísis conseguiu obter os pedaços de seu marido, Osíris. Depois de trazê-lo de volta à vida, Ísis tornou-se a governante da terra sagrada e do submundo. Ela também deu à luz Hórus e o escondeu para que um dia ele pudesse vencer Seth.Quando era mais velho, Hórus lutou contra Seth . Depois de derrotá-lo, ele se tornou rei. Infelizmente, durante a batalha, Seth dividiu seu olho em seis pedaços, o que fez com que Thoth restaurasse seu olho e criasse o Olho de Hórus, também conhecido como Wadjat. Hórus era um deus de grande significado e influência na religião egípcia antiga. Ele era o deus do céu, da realeza, da proteção, da cura e do sol. Ele era filho de Osíris e Ísis , e inimigo de Set. Ele foi o primeiro rei e ancestral de todos os faraós. Ele também foi um conceito, um princípio e um modo de vida que moldou a cultura e os valores do antigo Egito.
  • MISSIVA DO GENERAL FRANCES  NEREL HOMENAGEANDO O PAULISTA GUSTAVO GÉLAS VOLUNTÁRIO NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL E A SEGUIR INTEGRADO A LEGIÃO ESTRANGEIRA LUTANDO NO MARROCOS E MORTO EM COMBATE. O GENERAL TERMINA COM OS VERSOS DE VICTOR HUGO EXTRAIDOS DA OBRA HYMNE: Gloire à notre France éternelle !Gloire à ceux qui sont morts pour elle !Aux martyrs ! aux vaillants ! aux forts !À ceux qu'enflamme leur exemple Qui veulent place dans le temple,Et qui mourront comme ils sont morts ! (Glória à nossa eterna França!Glória àqueles que morreram por ela!Aos mártires! para o valente! para os fortes!Para aqueles que estão inflamados pelo seu exemplo,Que querem um lugar no templo,E que morrerão como morreram!) FRANÇA, EM 31 DE MAIOR DE 1922NOTA: Em 1º de agosto de 1914 a Alemanha declarou guerra à Rússia; a 03 de agosto a Alemanha à França; a 04 a Grã-Bretanha à Alemanha e, a 06 de agosto a Áustria à Rússia, estando assim iniciada a Primeira Guerra Mundial.As repercussões do conflito refletiam em todo o mundo, e aquém do Oceano Atlântico, em nosso Brasil.De São Paulo partem milhares de voluntários e reservistas dos exércitos ingleses e franceses. O brio nacional havia sido ferido.Um jovem tieteense se encontrava em Paris, em estudos de aperfeiçoamento. Acaba de se formar. Recém saído da Escola de Farmácia e Odontologia colara grau em 16 de novembro de 1911.Seu pai Pedro Francisco Gelas, francês de origem, trabalhava em Tietê como administrador da Fazenda da Baronesa, de propriedade de dona Paulina de Souza Queirós, onde o menino nascera em 24 de abril de 1890.Alguns anos mais tarde, seus pais deixaram a fazenda e retornaram para São Paulo, onde ele fez o curso primário e, em seguida, cursara a Escola de Farmácia, entre os anos de 1909 e 1911.Declarada a guerra, o jovem Gustavo Gelas, como bom filho de gaulês, apresentou-se como voluntário e por ser estrangeiro foi engajado no célebre regimento da Legião dos Estrangeiros.Acompanhemos a vida de nosso herói no transcorrer da tragédia da guerra em que se empenhara através dos comunicados oficiais do Exército Francês.Tomara parte na luta em várias frentes onde a Legião Estrangeira era designada e como simples soldado de 2ª classe já merecia a Cruz de Guerra como rezam os assentamentos militares.Eis a primeira citação:Ordem do dia do Regimento nº 275 de 24 de outubro de 1916. Excelente soldado, muito enérgico, provou durante um ataque de surpresa no qual voluntariamente tomou parte revelando as mais belas qualidades, de coragem e sangue frio.Novamente na Ordem do Dia do 17º Corpo de Exército nº 6 de 13 de junho de 1917. Granadeiro de escol. No dia 17 de abril de 1917 conquistou sucessivamente vários trechos de trincheiras onde o inimigo, fortemente estabelecido resistia tenazmente.Como cabo, Gelás alcançou a seguinte citação: Ordem do dia do 2º Exército nº 888, de 1º de setembro de 1917, dirigiu o combate com admirável coragem e, só, conquistou um trecho de trincheira obrigando dez alemães a renderem-se. Ferido por três estilhaços de obus recusou formalmente a retira-se do campo de luta.Como sargento obteve medalha militar com a seguinte citação:Ordem nº 11.432. D  De 11 de novembro de 1918, do grande Quartel General. Inferior de escol. Bravo até a temeridade distinguiu-se em todas as batalhas em que tomou parte pela sua coragem e suas façanhas. Em 26 de abril de 1918, foi ferido gravemente, quando conduzia com seu ardor habitual sua seção para assalto das linhas. Dois ferimentos anteriores, três citações.Como Segundo Tenente, em outubro de 1918, recebeu a cruz da Legião da Honra, conquistada no campo de batalha com a ordem seguinte:Ordem nº 1.507. D. De 10 de outubro de 1918, do grande Quartel General. Oficial de excepcional bravura conduziu brilhantemente seu pelotão na batalha de 02 de setembro de 1918, destruindo numerosas metralhadoras, fazendo saltar um importante depósito de munições e contribuiu para rechaçar numerosos contra-ataques. Em pleno combate, tomando o comando de vagas de assaltos de um batalhão privado de seus chefes, reorganizou-o sob um violento fogo, mantendo-os nas posições conquistadas. Causou ao inimigo, pelo emprego judicioso de suas peças, elevadas perdas e contribui para a progressão das unidades avançadas. Três ferimentos, quatro citações.De simples soldado, pela valentia foi promovido a cabo, sargento e segundo-tenente.Em começos de setembro de 1918 O Estado publica um telegrama do exterior que diz:Paris, 21  (E) O tenente Gustavo Gelás natural do Estado de São Paulo, recebeu hoje no campo de batalha, a condecoração da Legião de Honra.A notícia desperta a atividade da reportagem do grande órgão, que no dia 22 de setembro de 1918, publica novas informações:Gustavo Gelás e não Galésio, como saiu a tempo publicado, em cujo peito o Governo acaba de colocar a medalha da Legião de Honra, justo prêmio de seus valiosos feitos na guerra, é um rapaz natural deste estado, nascido na cidade de Tietê e diplomado em Odontologia pela Escola de Farmácia de São Paulo.Ao rebentar a guerra, Gelás que já se achava na França, onde prosseguia os seus estudos alistou-se incontinente na Legião Estrangeira participando desde então dos mais sangrentos combates que até agora se travaram contra o invasor do território francês e dos quais inúmeras vezes saiu ferido.Dotado de magnífico físico, ardoroso e audaz, distinguiu-se desde logo de seus companheiros de armas, chamando para si a atenção de seus superiores, que nunca mais perderam de vista aquele belo rapaz de cabeleira ruiva, nascido em longes terras, que afrontava impavidamente a morte pela França, com um heroísmo que tinha algum de tanto selvagem.A entrada do Brasil na guerra veio ainda mais aumentar o ardor combativo do moço paulista, que numa ascensão rápida, através de mil perigos, chegou a obter o posto de Tenente, após ter sido citado em ordem do dia por atos de bravura, os quais são narrados em entusiástico artigo pela Ilustration de 19 de janeiro de 1918.Por ele se vê quão justa e merecida é a recompensa que acaba de receber o jovem patrício, cujo patriotismo raciocinado e devotamento à causa comum mais uma vez ele evidencia, numa carta que nos enviou e que, extraordinária coincidência, chega às nossas mãos, precisamente quando o telégrafo nos anuncia sua condecoração.Eis os termos da missiva:Front, 14de agosto de 1918.Amigos do Estado.Notícias vindas da Pátria longínqua e querida informam-me que o meu nome obscuro tem sido festejado como o de um herói.Engajado como voluntário nas fileiras gloriosas do Exército francês procurei nos campos de batalha da velha Europa enaltecer o nome de nossa grande Pátria: - o nosso Brasil amado.Conquistei os meus galões de tenente sob a metralha e entre os mortos, vítimas gloriosas da causa sacrossanta da Civilização e do Direito.Batendo-me pela França bato-me pelo Brasil, pois todos nós sabemos que os destinos da Pátria idolatrada se decidem nos campos de batalha da França. Creio mesmo que todo o brasileiro digno deve empunhar na hora grave do presente a carabina e a espada contra as hordas vandálicas dos assassinos e incendiários que sob a capa imunda da Kurtur, procuram obstruir os progressos da civilização e aniquilar as altas concepções do Direito, da Justiça e da Liberdade.Longe de ambicionar os galões, engajei-me sob as cores imortais do grande estandarte latino, porque julguei que o gesto da Alemanha era um insulto sórdido à nossa raça.Povo detestado pelo universo culto e civilizado, raça infame, cujos crimes de um número vultadíssimo, ele merece dos exércitos aliados, um castigo dos mais severos. E esse castigo ele o terá porque, hoje como ontem, a nossa vontade de vencer é grande. Dando o meu sangue a França, cumpro com o meu dever de homem e de brasileiro que sou, satisfeito de ver que a minha cidade natal, Tietê, não tem motivos para se envergonhar de um filho humilde que, nos campos de batalha do velho mundo, tem vertido seu sangue pela causa comum.Sempre que me foi possível procurei subtrair-me à popularidade, sendo que o artigo publicado pela Ilustration em 19 de janeiro último, foi com a minha formal oposição.Não me chamo Gelásio nem Galésio, mas Gustavo Gelás, sou diplomado pela Escola de Farmácia de São Paulo e filho do venerando ancião, Pedro Gelás, professor de agricultura do Instituto Disciplinar dessa capital.Embora sendo filho de pais franceses optei pela nacionalidade brasileira, e é como brasileiro que me bato nas fileiras do exército francês contra os hunos.Terminada a Guerra Européia, com a assinatura do armistício de 11 de novembro de 1918, as tropas francesas foram distribuídas na ocupação do território da Alemanha, sob o comando do Generalíssimo Foch.Em 1920, o Tenente Gelás recolhia-se a Marrocos, agitado pela revolta do RIF, juntamente com o seu Regimento cuja sede oficial era naquele protetorado.O Tietê, edição de 04 de junho de 1922 publicou a seguinte notícia: Em Marrocos, em virtude de grave ferimento que recebera na perna esquerda, faleceu o nosso distinto conterrâneo Tenente Gelás, cuja morte causou aqui grande consternação.O Tenente Gelás foi ferido no dia 14 de abril de 1922, no combate de Bab Hoceine  Issoual, quando, sob o fogo do inimigo, à queima roupa, dispunha em ordem de combate a seção de morteiros que comandava. Foi transportado em liteira para Ain Defali, depois em aeroplano no dia 16 para o hospital de Meknés.O seu primeiro ferimento era grave: fratura em dois pontos, a tíbia e o perônio da perna esquerda. Durante a viagem a perna gangrenou. Foi mister recorrer à amputação. A operação pouco adiantou, a febre persistiu, sinal de uma infecção geral.Na manhã do dia 15 de maio, o Tenente Gelás teve uma pequena hemorragia, imediatamente estancada, mas que, dado seu estado de extrema fraqueza, ocasionou sua morte aproximadamente às 10 horas e meia. Conservou-se perfeitamente lúcido até os últimos instantes de vida, fumando cigarros até as 9 horas e meia. Morreu sem sofrer, sem sentir.Os seus funerais foram celebrados no dia 16, diante de toda guarnição formada e numerosos civis de Meknés. As honras militares foram-lhe prestadas pelo 4º Regimento Estrangeiro, pela sua banda, e por destacamento de todas as armas.
  • PRINCIPE  D. MANUEL  DE PORTUGAL- FILHO DO REI DE PORTUGAL  DOM PEDRO II E IRMÃO DO REI DOM JOÃO V - CARTA DIRIGIDA EM 1737 AO SEU TIO O GRANDE ELEITOR PALATINO CARLOS III FILIPE. EXCERTOS DO TEXTO ORIGINALMENTE EM FRANCES MAS TRADUZIDO POR NÓS: "MEU SENHOR, MEU QUERIDO TIO,  ME APRESENTO HUMILDEMENTE  A SUA ALTEZA ELEITORAL  PELA SUA BONDADE EM QUERER ABRAÇAR MEUS INTERESSES. DECIDI PELO SÁBIO CONSELHO DA RAINHA, SUA IRMÃ MINHA QUERIDA TIA VOLTAR A PORTUGAL E ESPERO QUE SUA ALTEZA APROVE ESTE PROJETO E ME DÁ A GRAÇA DE TER INTERESSE EM PEDIRA AO IMPERADOR E AO REI DE FRANÇA PARA QUE ELES TENHAM A BEM ESCREVER AO REI MEU IRMÃO E A SUA  IRMÃ SOBRE MINHAS GARANTIAS E MEUS PROTETORES. A RAINHA , QUERIDO TIO , PERGUNTA A MESMA COISA DE SUA ALTEZA ELEITORAL. SOLICITO-LHE QUE ME PRESERVE EM SUA PRECIOSA MEMÓRIA, TENDO A HONRA DE ESTAR COM A MAIS PROFUNDA VENERAÇÃO. MEU SENHOR  DE SUA ALTEZA ELEITORAL O SERVO  E FILHO MANUEL MUITO HUMILDE E MUITO SUBMETIDO E DEVOGADO EM BAYONNE 21 DE NOVEMBRO DE 1737".  O INFANTE DOM MANUEL SEMPRE FOI UM PROBLEMA PARA O REI DOM JOÃO V.  POR ASSIM DIZER O CAÇULA DO REI DOM PEDRO II E IRMÃO MAIS NOVO DO REI DOM JOÃO V ERA "A OVELHA NEGRA DA FAMÍLIA". FUGIU DIVERSAS VEZES DE PORTUGAL, EM PELO MENOS UMA DELAS SUBTRAINDO VALORES DA COROA. NESSE CARTA PEDE AO SEU TIO O GRANDE LEEITOR QUE INTERCEDA POR SUA SEGURANÇA PARA VOLTAR AO REINO DE PORTUGAL AINDA COM O RESPALDO DO REI DA FRANÇA E DO IMPERADOR DA ESPANHA.  VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE IMAGEM DO INFANTE DOM MANUEL AUTOR DESSA CARTA. NOTA: O Infante D. Manuel de Bragança (Lisboa, 3 de Agosto de 1697 - Belas, 3 de Agosto de 1766), de seu nome completo Manuel José Francisco António Caetano Estêvão Bartolomeu de Bragança, era o sétimo filho de Pedro II de Portugal e da rainha Maria Sofia de Neuburgo, portanto irmão do rei João V de Portugal. Chamado conde de Ourém e de infante D. Manuel Bartolomeu. Durante mais de 20 anos percorreu as grandes capitais, onde sempre foi acolhido com deferência. Obrou feitos de guerra nos Bálcãs; com o apoio do imperador da Áustria santo imperador Romano-Germânico, arquiduque da Áustria, rei da Hungria, da Boémia e da Croácia, esteve quase a ser rei da Polónia e grão-duque da Lituânia; em 1732 foi o seu nome lembrado para receber a nova coroa da Sardenha e da Córsega; e nas suas andanças estabeleceu laços de amizade com figuras notáveis da cultura europeia. Aos 18 anos o Infante embarcou no dia 5 de novembro secretamente para os Países Baixos num barco inglês, sem consentimento do rei seu irmão, e se dirigiu à Holanda. Pedido seu regresso à pátria, veio por Paris, onde foi hóspede do conde da Ribeira Grande. Mas voltou a fugir, frustrando os intentos de D. João V, seu irmão. Guerreiro e aventureiro, se distinguiu com o Príncipe Eugénio de Saboia. Em 4 de novembro de 1715 fugiu de Lisboa sem ordem, deixando extensa carta ao irmão rei, afirmando que ia servir ao Imperador seu primo na guerra da Hungria onde lhe pedia que lhe assistisse com o que cá lhe dava e com o mais que esperava da sua real grandeza.Segundo Rebelo da Silva o infante, moço ambicioso e inquieto, ardendo em desejos de se mostrar e ganhar fama, cobiçando ver o mundo, desvinculado da tutela da corte do irmão e muito em segredo tramou a fuga, atribuindo-a a concluio com a Rainha, grávida do Infante D. Carlos, a fim de dissuadir o Rei de uma viagem que, a pretexto de pagar promessa a Nossa Senhora de Loreto, resolvera efetuar. Obrigado a desaprovar publicamente o procedimento do Infante, suspenderia sua própria viagem - o que fez, satisfazendo a Rainha.D. António Caetano de Sousa diz que partiu porque seu espírito belicoso ansiava pela gloria dos combates e Portugal estava em paz. Outros comentam que o rei queria que o irmão tomasse Ordens sacras, quando se tratava da criação da Patriarcal. Pinheiro fugira para apagar a nodoa na sua honra, em movimento de arrebatada indignação. Sua popularidade aumentou. Veríssimo Serrão, em História de Portugal, volume V, página 248, diz que Bebeu na educação uma forma de altivez que tinha as marcas da valentia e do pundonor, haja vista uma das divisas que compôs aos 10 anos: ´Mais devem os homens estimar a perda da vida com honra do que viver com infâmia´.Levou um filho do conde de Tarouca, Manuel Teles da Silva, da sua idade, um reposteiro e outro moço mais de serviço, algumas jóias, 20 mil cruzados em prata e uma letra do mesmo valor, da parte do comerciante Manuel de Castro Guimarães, para receber em Londres. Foi para a Holanda, apesar da fragata inglesa que D João mandou para persegui-los. Em 14 de novembro de 1715 desembarcou em Amsterdam. Levou ali vida alegre e dissipada, em funções de todo o gênero, do que se lamentava o velho embaixador D. Luís da Cunha ao descrever ao conde de Assumar as festas, corridas de trenós e bailes em que se dansava até as 7 da manhã, o que o deixava ´meio morto´ de assistir.Passou para a Haia, com o conde de Tarouca, recebido com grandes festas, e ali passou três meses. Passou à França, indo para a Alemanha depois. Passou à Hungria, no período da 2ª guerra entre os Habsburgos e a Turquia. Em 1º de agosto de 1716 se apresentou voluntario ao Príncipe Eugênio para combater os turcos (150 mil homens) Na Batalha de Petrovaradin em 1716 nas operações de limpeza depois do combate, tomou o comando de um destacamento designado para flagelar os turcos em fuga, mas esta surtida teria acabado mal se não lhe acudissem oficiais mais experimentados. Assistiu à batalha, em Peterwerden tomou parte nela, saiu ferido e coberto de glória, do ataque à praça de Temeswar. Em dezembro de 1716 estava em Viena, ingressou no exército austriaco, tomando parte na campanha de Belgrado com o Príncipe Eugênio, com a qual a guerra terminou, firmando-se em 1718 o Tratado de Passarowitz. Nomeado Marechal de campo dos exércitos imperiais, obteve o comando de um Regimento de couraceiros com o elevado soldo de 50 mil cruzados. Dai por diante viveu em constante peregrinação pelas cortes da Europa, vida de dissipação, boêmia e amores. Pretendente infeliz ao trono da Polônia e da Lituânia, impôs-se seu imediato regresso ao reino em 21 de outubro de 1734.Suas proezas encontraram eco nas folhas volantes da época na literatura portuguesa: o Eclipse da Lua Otomana e a Notícia Sumária da Gloriosa Vitória Alcançada pelo Sereníssimo Príncipe Eugénio Francisco de Sabóia. Após as proezas bélicas do infante, a quem chamam filho de Vénus e Marte ou ainda o Marte Lusitano, fácil era dar uma explicação para a sua saída do país: vendo Portugal em paz, D. Manuel procurara zonas em guerra pois setntia falta do combate, segundo António Caetano de Sousa.Conhecido nas altas rodas aristocráticas europeias, o Journal de Verdun regista os movimentos do príncipe; e a sua fama mundana inspirou dois escritores franceses contemporâneos: Madame Dunoyer, nas suas Lettres Historiques et Galantes, descreve com admiração as graças do príncipe e as festas dadas em sua honra pelo conde de Tarouca. O abbé Prévost no seu livro Mémoires et Aventures d'un Homme de Qualité que s'est retiré du Monde, vol. IX, conta à sua maneira, as razões por que teria deixado Portugal: uma história de amor, rematada pelo suicídio da amada.Durante 17 anos viveu com a alta aristocracia europeia, aspirando à mão de princesas. Esteve na Itália, na Rússia (em 1730), em Riga e em Varsóvia, tendo sido aventado o seu nome para rei da Polónia e grão-duque da Lituânia (1733). Sem meios, pois a coroa portuguesa não sustentava seu estadão e pretensões, conforme documentos, acabou por regressar a Portugal em 1734. Suas dívidas foram parcialmente pagas mediante um adiantamento da herança paterna.A partir de 1734, estabeleceu corte na aldeia: em Belas, numa propriedade do conde de Pombeiro. Houve quem pretendesse, mais tarde, ter havido uma conspiração em Minas Gerais no intuito de o aclamar Rei do Brasil, o que é tolice, mas efetivamente o infante foi contactado por um português que vivera 20 anos no Brasil, de 1702 a 1722: trata-se de Pedro de Rates Henequim, imediatamente preso pela Inquisição e condenado quatro anos mais tarde em um auto-da-fé em 1744 como cristão-novo e por suas idéias nitidamente milenaristas.O infante sobreviveu ao monarca e ao terramoto, falecendo solteiro e com poucos meios na quinta de Belas, entregue à vida social e ao convício com letrados e artistas.Está sepultado no Panteão dos Braganças, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
  • IMPÉRIO NAPOLEÃO BONAPARTE  PASSAPORTE DE PAR LEMREIUR ET ROI (DA PARTE DO IMPERADOR E REI. CONCEDIDO EM 1810 COM ESTANDARTE DE NAPOLEÃO BONAPARTE. EMITIDO EM NOME DE JEAN FRANÇOIS BAROU. COM CARIMBO DE ENTRADA EM TURIM. FRANÇA NAPOLEONICA, 1810.

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