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  • CANTON FAMILY ROSE - GRANDE PAR DE FLOREIROS BALAÚSTRE EM PORCELANA DECORADOS COM MAGNÍFICAS RESERVAS COM FLORES E PAVÕES. PEÇAS MUITO BONITAS, EM ÓTIMO ESTADO E DE GRANDE QUALIDADE! CHINA, SEC. XIX. 67 CM DE ALTURA
  • KUTANI - GRANDE FLOREIRO BALAÚSTRE EM PORCELANA COM RICA DECORAÇÃO FLORAL E DUAS GRANDES RESERVAS COM PÁSSAROS EM RELEVO SENDO UMA CODORNA EM UMA FACE E PÁTOS EM UM LAGO NA OUTRA. FANTÁSTICO TRABALHO E MUITO BELO! TODA A SUPERFÍCIE DO FLOREIRO É DECORADA COM MUITAS FLORES, RAMAGENS E ARREMATES EM OURO. JAPÃO, PERÍODO EDO, SEGUNDA METADE DO SEC. XIX. 41 CM DE ALTURA.NOTA: Kutani-yaki é uma cerâmica com pintura sobre esmalte, feita nas cidades do sul de Kanazawa, Komatsu, Kaga e Nomi na província de Ishikawa. Com suas cores vivas, ele atraiu muitos fãs no exterior, e muitos dos tipos relativamente novos de Kutani-yaki são exportados, então alguns de vocês já devem estar familiarizados com ele. A história de Kutani-yaki remonta ao século XVII. O primeiro lorde do Domínio Daishoji, Maeda Toshiharu, disse a seu criado Goto Saijiro para aprender sobre a cerâmica em Hizen-arita, depois que a magnetita foi descoberta em Kaneyama, Kutani, que agora é Sannaka cho, Kutani na Prefeitura de Ishikawa. Ele adotou suas técnicas e construiu um forno em Kutani, que se diz ser o início do Kutani-yaki . Com o uso requintado de muitas cores vivas, como azul, verde e amarelo e padrões ousados e não convencionais, Kutani-yaki veio em muitas formas. Ela logo recebeu grande aclamação como a melhor representação de porcelana com pintura overglaze no Japão, ganhando elogios em particular por sua singularidade e a poderosa beleza de suas formas. No entanto, o forno em Kutani foi repentinamente fechado por volta de 1730. O motivo ainda é desconhecido até hoje, e a verdade ainda não foi descoberta, embora corram rumores de que isso tem algo a ver com "problemas nos negócios". Os mistérios que cercam Kutani-yaki podem ser mais um fator que torna as pessoas atraídas por ele. Os que foram feitos antes desse incidente são chamados de  Ko (antigo) kutani  para diferenciá-los daqueles feitos depois. Cerca de 80 anos após o fechamento do forno, o forno Kasugayama foi inaugurado em Kanazawa sob a gestão direta do Domínio Kaga. Na mesma época, uma nova pedra de porcelana foi descoberta na área próxima, o que impulsionou ainda mais o renascimento, e Kaga Domain, que costumava obter suas cerâmicas de outros países, protegeu a indústria local ao proibir a importação de porcelana e cerâmica. Durante a era Meiji, o Saishoku-kinrante de Kutani Shoza tornou-se popular e o Kutani-yaki tornou-se um produto de exportação importante. Apresentado em exposições como a Weltausstellung 1873 Wien, facilitou a comunicação internacional e, desde então, Kutani-yaki adotou métodos ocidentais em seu processo de produção, expandindo-se estrategicamente no mercado global.
  • PRECIOSA MESA ORIENTAL EXPOSITORA EM MADEIRA RICAMENTE ENTALHADA COM TAMPO EM MÁRMORE. FEITIO CIRCULAR. SAIA FENESTRADA DECORADA COM ENTALHES DE FLORES E RAMAGENS. SUSTENTADA SOBRE QUATRO LINDOS PÉS. FINA ARTE DE TRADIÇÃO PERAKAN INSPIRADA EM SINGAPURA. CHINA, SEC. XIX. 35  (D) X 49 CM
  • CRACKLE GLAZED   IMPORTANTE FLOREIRO EM CERÂMICA MONOCROMÁTICA CRACKLE NA TONALIDADE AZUL TURQUESA DECORADO. TÉCNICA CARACTERÍSTICA DA DINASTIA SONG ESSE FLOREIRO É PRODUÇÃO POSTERIOR JÁ NO PERÍODO CHIEN LUNG (1736-1795), O IMPERADOR QIAN LONG. EM RELEVO FIGURAS DE DRAGÕES ASSIM COMO DECORAÇÃO RELEVADA EM ANÉIS CONSTITUINDO GREGAS. CHINA, SEGUNDA METADE DO SEC. XVIII. 29 CM DE ALTURA
  • COMPANHIA DAS INDIAS  SERVIÇO DE CASAMENTO - BELO AÇUCAREIRO EM PORCELANA COMPANHIA DAS INDIAS, PERÍODO JIAQING (1796  1820). ELEGANTE DECORAÇÃO EM OURO E AZUL FORMANDO GREGAS. RESERVA COM ESCUDO ENVOLTO POR PÁLIO ENCIMADO POR COROA DE CAVALEIRO ONDE POUSAM DOIS PÁSSAROS. NO ESCUDO AS INICIAIS DOS NUBENTES ENTRELAÇADAS DFAJ.  ALÇAS DUPLAS ENTRELAÇADAS E PEGA COM FEITIO DE FRUTO DE AMORA COM RAMAGENS. OS SERVIÇOS DE CASAMENTO CELEBRAVAM A UNIÃO DE FAMÍLIAS NOBRES EUROÉIAS, ERAM SERVIÇOS DE ENCOMENDA MUITAS VEZES, ENCOMENDADOS ANOS ANTES DAS BODAS QUE JÁ ESTAVAM CONTRATADAS PELO LARGO PERÍODO QUE DEMORAVAM PARA SUA PRODUÇÃO E IMPORTAÇÃO. CHINA, FINAL DO SEC. XVIII. 15 CM DE ALTURANOTA: Os brasões europeus em porcelana chinesa podem ser encontrados já no século XVI. Por volta de 1700, a demanda por porcelana chinesa feita sob encomenda e decorada com o brasões familiares aumentou. Cada serviço demoravam entre 10 e 18 meses para serem produzidos na China. Claro isso considerando um serviço regular o de Dom João VI, Rei de Portugal, conhecido como serviço dos Pavões com cerca de 5000 peças, demorou mais de 30 anos para ser produzido.  Durante o século 18, centenas de serviços foram encomendados. Desenhos de brasões individuais foram despachados para a China para serem copiados o mais fielmente possível e os produtos resultantes foram enviados de volta para a Europa e, a partir do final do século 18, para a América do Norte. Alguns foram ricamente pintados em esmaltes policromados e dourados, cobrindo grande parte da superfície, enquanto outros, especialmente aqueles no final do século, podem simplesmente incorporar uma pequeno escudo ou monograma (como esse açucareiro em pregão). O Brasão de armas passou a figuras na cerâmica europeia desde o Renascimento, com exemplos vistos em faiança italiana, Inglesa e Holandesa (Delft). Também a partir do sec. XVIII continuou a ser produzida no continente europeu. A porcelana armorial e outras porcelanas decoradas com temas europeus eram uma parte importante do comércio privado feito pelos funcionários a bordo da Companhia das Indias Ocidentais, e o valor em comparação com o espaço restrito disponível  para o transporte era uma preocupação. Estima-se que cerca de 3.000 serviços de encomenda, poderiam ter sido trazidos para a Inglaterra durante o século XVIII. Em uma estimativa semelhante, talvez 300 serviços tenham sido trazidos para a Suécia durante o mesmo período. Em média, três serviços de encomenda teriam estado a bordo de cada um dos navios que partiam da China para Europa. Considerando a porcelana com outras decorações especiais, o comércio privado era considerável. A nobre família sueca Grill esteve durante o século 18 entre as principais famílias financeiras e comerciais na Suécia e em toda a Europa, que também tinha amplos interesses na Companhia Sueca das Índias Orientais como diretores, acionistas e como comerciantes nas cargas trazidas em suas casas comerciais. Um serviço de casamento para um membro dessa família foi encomendado por Anthony Grill & Sons em Amsterdã através da mediação de Jean Abraham Grill, que trazendo esta ordem e seu projeto partiu de Gotemburgo para Cantão, navegando como 1º Assistente, em 5 de janeiro de 1755 a bordo do navio Sophia Albertina. A encomenda foi negociada com o comerciante chinês Hong Gyqua em Cantão com a ajuda do Segundo Oficial a bordo, Vigneaulx, um oficial holandês e um intérprete. Eles passaram um dia discutindo o pedido e comparando as medidas holandesas e chinesas e finalmente selaram o contrato e o projeto. Esse navio chegou a Gotemburgo em julho de 1757 com o navio Prins Friedrich Adolph. O custo total do serviço foi de 300 Piastras espanholas (suficientes para comprar um palacete). Parece ter sido originalmente composto por 882 peças, das quais no ano de 1951 cerca de 394 peças ainda puderam ser rastreadas nas coleções de vários parentes e museus. É possível que todas as peças encomendadas originalmente nunca tenham sido entregues. Outro famoso serviço de casamento esse já no padrão JIAQING foi o Feito para John Drummond, membro do parlamento da Inglaterra, celebrando seu casamento com Lady Susan Fane em 1783. . Em 1785 e 1789, o irmão de John, o capitão Robert Drummond, da East India Company, visitou Canton com seu navio 'General Elliot'. ele provavelmente encomendou o serviço. A propósito, ROBERT DRUMMOND está ligado a outro fato curioso e importante ele foi o primeiro Europeu a trazer da China uma muda de roseira, agora conhecida como 'Rosa Banksiae Normalis' plantada no estábulo do seu castelo. Seu irmão, General Sir Gordon Drummond, foi Governador Geral do Canadá. Drummondville, Quebec, recebeu o nome seu nome. Seu pai, Sr. Colin Drummond, comissário geral e tesoureiro das forças no Canadá. John vendeu o castelo em 1795, passando-o para Robert, que o passou para seu irmão Adam, mais tarde almirante Drummond. John então morava em Boyce Court, Gloucester.
  • COMPANHIA DAS INDIAS  SERVIÇO DE CASAMENTO - BELO AÇUCAREIRO EM PORCELANA COMPANHIA DAS INDIAS, PERÍODO JIAQING (1796  1820). ELEGANTE DECORAÇÃO EM OURO E AZUL FORMANDO GREGAS. RESERVA COM ESCUDO ENVOLTO POR PÁLIO DECORADO COM LAÇO. NO ESCUDO AS INICIAIS DOS NUBENTES ENTRELAÇADAS MJAB.  ALÇAS DUPLAS ENTRELAÇADAS E PEGA COM FEITIO DE FRUTO DE AMORA COM RAMAGENS. OS SERVIÇOS DE CASAMENTO CELEBRAVAM A UNIÃO DE FAMÍLIAS NOBRES EUROÉIAS, ERAM SERVIÇOS DE ENCOMENDA MUITAS VEZES, ENCOMENDADOS ANOS ANTES DAS BODAS QUE JÁ ESTAVAM CONTRATADAS PELO LARGO PERÍODO QUE DEMORAVAM PARA SUA PRODUÇÃO E IMPORTAÇÃO. CHINA, FINAL DO SEC. XVIII. 15 CM DE ALTURA.
  • COMPANHIA DAS INDIAS EXPORTAÇÃO CANTON FAMILLE ROSE MONUMENTAL VASO BALAUSTRE COM ESMALTES DA FAMÍLIA ROSA, RICAMENTE DECORADO COM CENAS DE COTIDIANO E FLORES. ALÇAS COM FEITIO DE CABEÇAS DE CÃES DE FÓ MORDENDES DE ARGOLAS. MUITO GRANDE E EXTREMAMENTE BONITA! CHINA, CANTÃO, FINAL DO SEC. XIX. 62 CM DE ALTURA.NOTA: CANTON FAMILLE ROSE é o estilo característico das peças decoradas em Guangzhou, a capital de Guangdong (antes de 1842) e o porto único habilitado para a exportação de produtos chineses para a Europa. Como tal, foi uma das principais formas de exportação produzidas na China nos séculos 18 até o inicio do XX. Normalmente, essa porcelana era fabricada e vitrificada e em Jingdezhen, mas decorada com esmaltes em Guangzhou (então geralmente romanizado como Cantão) para exportação para o oeste através das Treze Fábricas do do padrão Canton. Canton  Familli rose no século 19 foi tipicamente decorada com painéis alternados de figuras pássaros, flores e insetos, predominantemente em rosa e verde. Também com medalhões de cenas de cotidiano.
  • COMPANHIA DAS INDIAS EXPORTAÇÃO CANTON FAMILLE ROSE  LINDA TERRINA EM PORCELANA DECORADA COM INSETOS, FLORES, RAMAGENS E RESERVAS COM CENAS DE COTIDIANO. ARREMATES EM OURO. TAMPA COM PEGA COM FEITIO DE FRUTO. INTERIOR COM BELA DECORAÇÃO VEGETALISTA. EXTREMAMENTE BONITA! CHINA, CANTÃO, MEADOS DO SEC. XIX. 27 CM DE COMPRIMENTO.
  • CIA DAS INDIAS CANTÃO BELA TRAVESSA EM PORCELANA UNDERGLAZE DO PERÍODO QIANLONG (1736-1795). BORDA COM BARRADOS EM AZUL FORMADOS POR FIGURAS GEOMÉTRICAS. RESERVA COM CENAS LACUSTRE, COM BARCOS, PONTES E PAGODES. CHINA, SEC. XVIII. 34 X 26 CM NOTA: Jean Hugues van Linschooten voltou para a Holanda, seu país natal, em 1593. Ele chegava de Goa, então a capital das colônias portuguesas do Oriente, onde ocupara a função de secretário do arcebispado. O retorno desse modesto funcionário a Amsterdã poderia ter passado despercebido a seus contemporâneos caso o viajante, ainda maravilhado por tudo o que vira, não tivesse redigido uma obra intitulada Itinerário, viagem ou navegação às Índias Orientais. Era uma verdadeira mina de informações sobre as fabulosas riquezas desses lugares longínquos, acrescida de uma lista de plantas e animais extraordinários que lá existiam e complementada por mapas, desenhos e anotações, de maneira a permitir uma navegação bastante segura a quem se aventurasse pela rota. O autor incitava seus compatriotas a organizar expedições para o Leste, sem esquecer Java, "uma ilha ainda não freqüentada pelos portugueses, onde abundam diamantes, incenso e especiarias". Nessa época, Portugal e Espanha captavam em seus portos de Lisboa e Cádiz a maior parte das riquezas vindas do Oriente. Franceses, ingleses e holandeses se deslocavam até essas bases de comércio para adquirir as mercadorias que depois distribuíam em seus respectivos países. Um Capítulo especial de Linschooten se refere a profusão das porcelanas e a qualidade com que se apresentavam. Estas porcelanas nos séculos seguintes viriam a cair em cheio no gosto de nobres e burgueses europeus. Mas a que custo! A missão de um navio da Companhia das Índias durava muitos meses. Às vezes a embarcação só voltava ao porto de origem dois anos depois da partida, pois, além de as negociações comerciais no Oriente serem muito demoradas, era preciso esperar por ventos favoráveis para tomar o caminho de volta. Desde os portos do noroeste da Europa até Cantão, situado na costa chinesa, na embocadura do rio das Pérolas, um grande centro comercial, contam-se de 15 a 16 mil milhas. A partida da Europa dependia da data das monções. Levava-se quatro meses para atingir o cabo da Boa Esperança e, para passar por esse temível promontório na época propícia, era neces-sário sair da Europa no inverno, entre dezembro e março. A chegada a Cantão, ou mais exatamente a Wampu ou Huang Fu, acontecia, na melhor das hipóteses, no final do verão ou no início do outono, geralmente em setembro. A monção continental que se inicia em outubro levava os navios na direção do cabo. Além das circunstâncias imprevisíveis que sempre acompanham as expedições no mar, esses navios mercantes não dispunham de cartas marítimas elementares. Os portugueses guardavam em segredo as anotações feitas por seus capitães. Chegariam ao ponto de falsificar algumas delas, assim como fariam os holandeses mais tarde, deixando-as "escapulir" para as nações concorrentes, na intenção de provocar desastres ou naufrágios, dos quais tiravam, evidentemente, total benefício. Portugal estabeleceu com Cantão um monopólio de comércio que se revelou por mais de um século como uma lucrativa empreita. Por isso era frequente o uso de porcelana característica do Cantão nos países membros do império ultramarino português
  • GRANDE COROA PARA COROAÇÃO DE IMPERADOR DE FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO  GRANDE E BELA COROA EM PRATA DE LEI, DECORADA COM FLORES, LAURÉIS, VOLUTAS E ACANTOS. SEIS ALONGADAS HASTES QUE SÃO PRESAS A BASE POR PARAFUSOS E PORCAS EM PRATA DE LEI. AS HASTES SE UNEM AO TOPO FINALIZANDO COM ESFERA SOB A QUAL REPOUSA DIVINO ESPÍRITO SANTO COM AS ASAS ABERTAS.  BRASIL, SÉC. XVIII / XIX. 30 CM DE ALTURA.NOTA: A festa do Divino é a mais tradicional das comemorações religiosas populares do Brasil, iniciou-se junto com a própria colonização do país. Figura central na festa é o imperador escolhido todos os anos dentre os cidadãos proeminentes da comunidade. A figura do imperador simboliza os próprios reis portugueses no período da colonização e o imperador do Brasil a partir da independência. O próprio título de imperador para o monarca brasileiro foi decidido por sugestão de José Bonifácio justamente pela tradição difundida no Brasil da Festa do Divino e seu Imperador.
  • BELA ESCULTURA EM MADEIRA REPRESENTANDO FALCONEIRO SOBRE CAVALO. ESTILO TANG. RESQUICIOS DE POLICROMIA. RESQUÍCIOS DE DOURAÇÃO. CHINA, FINAL DO SEC. XIX. 33 CM DE ALTURA
  • ANTIGA BALANÇA ORIENTAL EM MADEIRA COM FEITIO DE TARTARUGA. PESOS EM FERRO COM FORMATO DE PÁSSAROS. APLICAÇÃO DE MADREPÉROLA.  FINAL DO SEC. XIX OU INICIO DO XX. 25 X 30 CMNOTA: A tartaruga é um animal sagrado na cultura oriental. Acredita-se que a tartaruga proporcione longevidade e sabedoria. De acordo com algumas lendas chinesas, a tartaruga possui poderes de adivinhação: seu casco seria um portal para o oculto, onde ela poderia ver o futuro. Em posse das respostas, o animal poderia voltar para o mundo real e mostrar o que viu através de sinais.
  • TRAVESSEIRO DE ÓPIO ESCULPIDO EM MADEIRA COM FEITIO DE BEBE ENGATINHANDO. ESSE ACESSÓRIO ERA DE USO NOS CHAMADOS ANTROS DO ÓPIO LOCAIS MUITAS VEZES DE ALTO LUXO ONDE AS PESSOAS IAM PARA FUMAR ÓPIO. ERAM DOTADOS DE GRANDES CAMAS E TRAVESSEIROS ESCULPIDOS ONDE AS PESSOAS SE RECLINAVAM DURANTE AS SESSÕES (VIDE FOTO DE UM ANTRO DE ÓPIO NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE). NESSES ANTROS ALÉM DO ÓPIO OS FREQUENTADORES BEBIAM E ERAM SERVIDOS PELAS LINDAS ATENDENTES. ESSE INTERESSANTE TRAVESSEIRO DE ÓPIO, QUE TEM UM PAR A SER APREGOADO NO LOTE SEGUINTE, TEM O FORMATO DE UM BEBE CHINÊS ENGATINHANDO. CHINA, FINAL DO SEC. XIX. 51 CM DE COMPRIMENTO.NOTA: Um antro de ópio era um estabelecimento no qual o ópio era vendido e fumado. Os antros de ópio prevaleciam em muitas partes do mundo no século 19, principalmente na China , Sudeste Asiático , América do Norte e França . Em todo o Ocidente , antros de ópio eram frequentados e associados aos chineses porque os estabelecimentos eram geralmente administrados por chineses , que forneciam o ópio e o preparavam para os fumantes visitantes não chineses. A maioria dos antros de ópio mantinha um estoque de apetrechos de ópio, como cachimbos e lâmpadas especiais necessários para fumar a droga. Os clientes reclinavam-se para segurar os longos cachimbos de ópio sobre lâmpadas a óleo que aqueciam a droga até que se vaporizasse, permitindo ao fumante inalar os vapores. Os antros de ópio na China eram frequentados por todos os níveis da sociedade e sua opulência ou simplicidade refletiam os recursos financeiros dos patronos. Nas áreas urbanas dos Estados Unidos , principalmente na Costa Oeste , havia antros de ópio que espelhavam o que havia de melhor na China, com enfeites luxuosos e atendentes femininas. Para a classe trabalhadora , havia muitos covis de baixo custo com móveis esparsos. Os últimos covis tinham maior probabilidade de admitir fumantes não chineses. A reputação da Londres vitoriana como um centro de fumantes de ópio é baseada na crença da ficção literária sobre fatos históricos. A imprensa londrina, junto com os populares autores britânicos da época, gostava de retratar o distrito Limehouse de Londres como um poço de perigo e mistério encharcado de ópio. Na verdade, a população chinesa de Londres nunca excedeu as poucas centenas, em grande contraste com as dezenas de milhares de chineses que se estabeleceram em Chinatowns na América do Norte. Em meados da década de 1880, Chinatowns começaram a se formar em Londres e Liverpool com mercearias, restaurantes, pontos de encontro e, no East End, nomes de ruas chineses. Em 1891, o Censo registrou 582 residentes nascidos na China na Grã-Bretanha, embora o número tenha caído para 387 em 1896. 80% eram homens solteiros entre 20 e 35 anos, a maioria marinheiros. As empresas começaram a exportar ópio da Índia para a China, vendendo a droga para levantar dinheiro para comprar remessas de chá. Isso era contra a lei e irritou as autoridades chinesas. Em 1839, eclodiu a guerra entre a Grã-Bretanha e a China por causa do comércio de ópio . A Grã-Bretanha derrotou a China e, sob os termos do Tratado de Nanquim em 1842, Hong Kong tornou-se uma colônia britânica. Em 1857, a Segunda Guerra do Ópio resultou nos Tratados desiguais de Tianjin, que incluíam uma cláusula permitindo que a Grã-Bretanha e a França recrutassem chineses para as colônias britânicas, América do Norte, América do Sul e Austrália como mão de obra barata. No entanto, a Grã-Bretanha não recrutou tantos trabalhadores quanto a América do Norte, onde os chineses foram empregados na construção da Ferrovia Transcontinental , e onde muitos chineses imigraram em busca de fortuna durante a corrida do ouro, portanto, as comunidades chinesas eram muito menores na Grã-Bretanha. Os imigrantes chineses em Londres frequentemente chegavam aos portos do leste de Londres de barco, como a Blue Funnel Line. A maioria deles eram marinheiros e muitos teriam se estabelecido em apenas algumas ruas selecionadas. Quando os empregos nas docas e nos barcos acabaram, muitos chineses se voltaram para outros negócios, como restaurantes ou lavanderias. Na década de 1860, a "Dark England" com seus antros de ópio no East End de Londres foi descrita na imprensa popular e em livros, vários indivíduos e organizações religiosas começaram a fazer campanha contra o tráfico irrestrito de ópio. Em Pennyfields havia uma missão cristã para os chineses e um templo confucionista. Em Limehouse Causeway havia a famosa pensão de Ah Tack. Havia muito preconceito contra a comunidade chinesa do East End, com grande parte dele iniciado pelos escritos de Thomas Burke e Sax Rohmer . Ambos os homens escreveram sobre a comunidade chinesa. Burke e Ward exageraram o verdadeiro tamanho da comunidade chinesa e fizeram muitas menções a jogos de azar, antros de ópio e "coisas profanas" nas sombras. Um personagem do último romance de Charles Dickens , The Mystery of Edwin Drood (1870) define a cena: "Ó minha pobre cabeça! Eu faço meus cachimbos de tinteiros velhos, sabe, querida - esta é uma - e eu me encaixo -em um bocal, por aqui, e eu tiro meu misturador deste dedal com esta colherzinha de chifre; e assim eu encho, querida. Ah, meus pobres nervos! Dickens é famoso por sua representação e caricatura da Londres do século XIX. Portanto, é significativo que ele tenha imortalizado esse antro de ópio no leste de Londres, identificando-o como parte da trama da Londres vitoriana. O estabelecimento "dirigido pelo chinês", descrito em O mistério de Edwin Drood , era baseado em um antro de ópio real. Era dirigido por Ah Sing, ou John Johnston, como era conhecido por seus clientes, um imigrante de Amoy na China. Existem fotos raras da cena chinesa do ópio no leste de Londres. Uma fotografia no Museu da Ciência de Londres mostra duas mulheres chinesas do lado de fora da cova de ópio de Ah Sing. O próprio Ah Sing era fumante e alegou-se que somente ele possuía o "verdadeiro segredo de misturar ópio ... pensando no negócio". Seu segredo evidentemente lhe trouxe muito sucesso, já que sua toca era freqüentada pelos marinheiros chineses locais em uma pausa do trabalho nos navios, mas também por outros. Parte da elite literária da época, incluindo Arthur Conan Doyle (veja " O Homem com a Borda Torcida ") e o próprio Dickens visitaram a área, embora se eles próprios adotaram o "cachimbo" não tenha sido revelado. O antro de ópio de Ah Sing era provavelmente o mais famoso dos antros da Londres vitoriana, atraindo cavalheiros da própria elite da alta sociedade londrina. Em 1868, a Lei de Farmácia reconheceu drogas perigosas e limitou sua venda a químicos e farmacêuticos registrados, mas até o final do século XIX poucos médicos e cientistas alertaram sobre os perigos da dependência de drogas. Quando o pequeno número de antros de ópio diminuiu gradualmente em Londres, após repressões das autoridades, indivíduos como Ah Sing foram forçados a se mudar de suas propriedades e tiveram que encontrar maneiras alternativas de ganhar a vida. Em seus últimos dias, foi dito que ele continuou a fumar, apesar de encontrar a religião. Ele finalmente conseguiu parar de fumar ópio, embora apenas alguns dias antes de morrer por volta de 1890, aos 64 anos. Ele agora está enterrado no cemitério Bow.
  • TRAVESSEIRO DE ÓPIO ESCULPIDO EM MADEIRA COM FEITIO DE BEBE ENGATINHANDO. ESSE ACESSÓRIO ERA DE USO NOS CHAMADOS ANTROS DO ÓPIO LOCAIS MUITAS VEZES DE ALTO LUXO ONDE AS PESSOAS IAM PARA FUMAR ÓPIO. ERAM DOTADOS DE GRANDES CAMAS E TRAVESSEIROS ESCULPIDOS ONDE AS PESSOAS SE RECLINAVAM DURANTE AS SESSÕES (VIDE FOTO DE UM ANTRO DE ÓPIO NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE). NESSES ANTROS ALÉM DO ÓPIO OS FREQUENTADORES BEBIAM E ERAM SERVIDOS PELAS LINDAS ATENDENTES. ESSE INTERESSANTE TRAVESSEIRO DE ÓPIO, QUE TEM UM PAR A SER APREGOADO NO LOTE SEGUINTE, TEM O FORMATO DE UM BEBE CHINÊS ENGATINHANDO. CHINA, FINAL DO SEC. XIX. 51 CM DE COMPRIMENTO.
  • PRATA JAPONESA - INUSITADA CAIXA EM PRATA DE LEI COM MARCAS PARA O JAPÃO. FEITIO DE LEQUE. TAMPA TEM DESENHO RELEVADO DE LEQUE DECORADO COM CINZELADOS VEGETALISTAS. JAPÃO, INICIO DO SEC. XX. 15 CM DE COMPRIMENTO. 280 G.
  • PRATA CHINESA  LINDA CAIXA EM PRATA DE LEI PROFUSAMENTE DECORADA EM RELEVO COM FIGURAS DE FENIX, CARPA, CERVO E DRAGÕES. INTERIOR COM VERMEIL. CHINA, SEC. XIX. 8,5 X 6 X 2 CM - 125 GR
  • DAKIR PARREIRAS  BAIA DA GUANABARA COM VISTA DO PÃO DE AÇUCAR. OLEO SOBRE TELA FIXADO EM MADEIRA. ASSINADO, DATADO 1937 E LOCALIZADO RIO. LINDA OBRA ICONOGRÁFICA DO RIO DE JANEIRO. BRASIL, 60 X 62 CM (CONSIDERANDO SOMENTE O TAMANHO DA TELA)NOTA: Dakir Parreiras (Niterói, Rio de Janeiro, ca. 1894  Idem, 1967). Pintor, professor e decorador. Filho mais novo do renomado pintor Antônio Parreiras (1860-1937), Dakir segue a carreira do pai. Cursa o secundário no Colégio Abílio, em Niterói, Rio de Janeiro. Começa a aprender a pintura com o pai, com quem viaja, em 1908, a Belém e a Paris, onde continua sua instrução artística. Expõe pela primeira vez na Exposição Geral de Belas Artes de 1911 e recebe menção honrosa de segundo grau. Dois anos depois, volta à capital francesa e mantém um ateliê com o pai e o primo, o pintor Edgar Parreiras (1885-1964). Inscreve-se na Académie Julian. A partir de 1913, é encarregado da decoração dos navios e das agências da companhia de navegação Lloyd Brasileiro. Em 1915, expõe com Antônio Parreiras na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Torna-se professor do Instituto de Educação de Niterói. Participa de diversas Exposições Gerais: em 1922, expõe Convalescente, obra que lhe vale a medalha de bronze; em 1930, A Hora do Milho e Lac de Vincennes, premiado com a medalha de prata; e, em 1964, seu último salão, exibe Canal Grande, Veneza e Mau tempo. Também participa de salões em São Paulo. Há obras suas nos palácios de governo de Porto Alegre e Florianópolis. Realiza panos de boca para teatros das cidades paulistas de Campinas e Ribeirão Preto. O Museu Antônio Parreiras, em Niterói, possui três quadros de sua autoria. Formado sob a influência do pai, Antônio Parreiras, e da academia francesa, Dakir Parreiras mantém-se distante das vanguardas atuantes em Paris na década de 1910. Em vez disso, impressiona-se pelo academicismo eclético e pelo neoimpressionismo. Dedica-se à pintura, sobretudo, de paisagens, cenas históricas e cotidianas e decoração. Há quem diga que sua atividade de professor impede a participação regular nos salões. Hoje, há poucos trabalhos do artista em coleções públicas. Frequentemente, sua obra é comparada à de Antônio Parreiras e, nesse sentido, nunca é considerada mais bem-sucedida que a do pai. A paisagem Angra dos Reis (1927), pertencente ao Museu Antônio Parreiras, mostra um morro ao longe, visto da orla, com o mar no plano médio. O desenho é correto, mas nada o destaca. A coloração clara, de azuis, terras e verdes leves, é aplicada à tela em pinceladas também leves, que não ajudam a estabelecer profundidade. Ele evita o detalhismo presente em algumas telas de Antônio Parreiras e de seus colegas do Grupo Grimm; ao mesmo tempo, distancia-se das vertentes artísticas impressionistas, apresentando uma vista pouco convincente. A Vista do Rio de Janeiro Tomada do Morro da Urca (1929) é mais bem-acabada no desenho e na cor. No primeiro plano, vê-se o morro de onde se toma a vista. No vale, a cidade vai se perdendo ao longe, cada vez mais indefinida, até desaparecer nos morros à distância, onde as cores aproximam-se cada vez mais, em perspectiva atmosférica cinza azulada.
  • DOM PEDRO II  CANHÃO DE HONRA OU DE SALVA  - RARO  CANHÃO  FUNDIDO EM BRONZE COM SUA CARRETA EM MADEIRA DOTADA DE GUARNIÇÕES TAMBÉM EM BRONZE. POSSUI NA PARTE SUPERIOR COROA IMPERIAL E MONOGRAMA PII RELATIVO A DOM PEDRO II. TRATA-SE DE UM CANHÃO MÓVEL, PORTÁVEL E EMPREGO EM CERIMÓNIAS PROTOCOLARES DE GOVERNO OU CELEBRAÇÃO DE DATAS IMPORTANTES LIGADAS AO IMPÉRIO E AO IMPERADOR.  TEM PRESILHAS QUE PERMITEM DESMONTA-LO E TRANSPORTA-LO FACILMENTE.PEÇA EXTRAORDINÁRIA, DE ÉPOCA E EM ÓTIMO ESTADO DE CONSERVAÇÃO. BRASIL, PRIMEIRA METADE DO SEC. XIX. 50 CM DE COMPRIMENTO O CANHÃO COM O CARRO FICA COM 52 CM.NOTA:  A presença militar em atos públicos relacionados com o calendário festivo Real, incluindo-se aí as honras fúnebres, marcava-se por acções coreografadas das tropas ao som das caixas, tambores, instrumentos de sopro e também pelo aparato sonoro bélico. Esse era constituído por salvas de fuzilaria e artilharia dadas pelos regimentos, pelos castelos e fortalezas e pelas embarcações que utilizavam, nas operações navais, esses sons como meio de comunicação e como forma de saudar hierarquicamente as autoridades. Nas festas, a sonoridade bélica compunha o cerimonial, ordenando-o, dando-lhe maior solenidade e atuando como demonstração do poderio militar da coroa impondo, através da coação sonora aos seus súditos, a autoridade dos monarcas. Segundo nos informa o militar Raimundo José da Cunha Mattos (1776-1839), deve-se aos venezianos, no século XIV, a invenção e a introdução militar das salvas, tendo esta prática, nos séculos seguintes, expandindo-se para outros reinos da Europa: Os Venezianos forão inventores, ou introdutores das salvas de Artilharia no século 14, e o seu costume teve aceitação nos outros Povos da Europa. As salvas são de Artilharia, ou de Fuzilaria. As primeiras constam de um numero de tiros correspondente á graduação, ou categoria da pessoa a quem se salva: as segundas sempre consistem em tres descargas de fogo rolante da direita para a esquerda da linha, quando a salva he de alegria, ou de tres descargas cerradas quando o fogo he em funeral3. Em Portugal, a regulamentação das salvas militares dá-se, faseadamente, entre os séculos XVII e XIX, com vários decretos emitidos durante esse período, acompanhando o desenvolvimento da prática naval. Entretanto, no que diz respeito ao cerimonial fúnebre real, o Regimento do Senado da Câmara de Lisboa, de 30 de Agosto de 1502, no capítulo sobre o funeral (dó) e aclamação (levantamento) do Rei, já menciona que durante essas cerimónias todos las naoos e navios que ouver amte O porto seram apemdoadas E despararan seus tiros a tenpo devido E asy todos loos spingardeiros que ouver na çidade quamdo se der a Voz do levantamento acabadaa de se dar despararam seus tiros como dito he. .Entre as cerimónias fúnebres da casa real portuguesa, é a partir do falecimento de D. João V, em 1750, que se tornou possível constatar a presença e a funcionalidade dos sons bélicos, e a reprodutibilidade desse modelo sonoro por todo o reino e seus domínios, através das várias relações sobre as cerimónias realizadas pela morte do Fidelíssimo Rei. (...) concorreraõ todas as Communidades Religiozas Monachaes, e Mendicantes, e de Clerigos Regulares de Lisboa, ainda as mais privilegiadas, e com devoçaõ, e harmonia cantaraõ os Responsos costumados. (...) O Cabido da Basilica de Santa Maria com a sua Communidade se portou nesta função taõ gravemente, que enterneceo, e edificou aos circunstantes, cantando solemne Responso pelo seu Augusto Benfeitor. Nesse mesmo tempo se repetiaõ de quarto a quarto os tiros de Canhaõ, que se disparavaõ no Castello, e Baluarte da Vedoria, cujo estrondo, unindo-se ao que faziaõ todos os sinos da Cidade, e ao toque das trombetas á surdina dos regimentos da Cavallaria, e caixas destemperadas cubertas de luto, da Infantaria, rompendo os ares, penetravaõ os coraçoens com taõ sensivel dor, que Lisboa nunca vio em muitos annos dia mais triste, e lamentavel. Sendo Lisboa e posteriormente o Rio de Janeiro espaços de residência da corte e os principais núcleos políticos do reino, estas cidades, devido à sua importância, localização geográfica e à conexão marítima, dependiam de edifícios fortificados, estrategicamente posicionados  assim como em outros portos de domínio português  para garantir o controlo da entrada e saída de todo os tipos de navios e, principalmente, a defesa militar. Para isso era essencial o conhecimento prévio dos protocolos sonoros (associados às bandeiras hasteadas) utilizados, através dos regulamentos das salvas, para a comunicação a longa distância entre as próprias embarcações e, entre estas e as fortalezas3. Nesse sentido, os diários de viagem de oficiais estrangeiros contribuíram para a circulação de informações, não somente acerca das cidades visitadas mas, também, dos procedimentos vigentes nos portos portugueses no que diz respeito à relevância dos sinais sonoros. Um erro na administração das salvas poderia ocasionar em pequenos conflitos diplomáticos ou, em caso extremo, em um ataque ao navio. Na chegada da fragata Bondeuse à baía do Rio de Janeiro, a 21 de Junho de 1767, por exemplo, o oficial francês Louis Antonie de Bougainville (1729-1811) ordenou que a bandeira portuguesa fosse hasteada e que fosse dado um tiro de canhão. Estando a embarcação em frente a Fortaleza de Santa Cruz, receberam um oficial português que, conforme determinado, exigiu saber o objetivo da viagem. O desenrolar da história é assim contado por Bougainville: Mandei o Chevalier de Bournand com ele para informar o Conde d´Acunha, vice-rei do Brasil, e discutir as saldas de costume. (...) O Chevalier de Bournand voltou logo depois, e me disse que a respeito da saudação, o Conde d´Acunha havia respondido que quando alguém, ao se encontrar com outro na rua, tirava o chapéu, antes não perguntava se esta cortesia seria devolvida ou não; que se saudássemos o lugar, ele veria o que tinha que fazer. Como essa resposta não era uma, não saudei. (...) No dia 22, fomos em conjunto fazer uma visita ao vice-rei; ele nos devolveu a bordo no dia 25, e quando ele saiu, eu o saudei com dezenove tiros de canhão, os quais a terra retornou. O falecimento de D. Maria I, em 1816, na cidade do Rio de Janeiro  inaugurou naquela cidade o protocolo das salvas para o protocolo da morte de um soberano. Dona Maria foi a única monarca a falecer em território do Brasil.  No dia 20 de Março,  após às onze horas e um quarto, os sinos da cidade anunciaram a morte de D. Maria I. Pouco depois do meio-dia deu-se início aos procedimentos militares, com o posicionamento das bandeiras a meio-mastro, primeiramente pela Fortaleza da Ilha das Cobras que, pela hierarquia, precedia a todas as outras fortificações e navios. Desde a mesma Ilha foi dada uma salva de 21 tiros, seguida por tiros periódicos de dez minutos (e não mais de quinze), o que foi seguido pelas outras fortalezas até a uma hora da manhã, momento em que se arrearam todas as bandeiras. Também seguiram com os tiros as esquadras nacionais e estrangeiras que se encontravam ancoradas no porto, porém somente até o pôr-do-sol. Esse procedimento levou o Comandante da Esquadra Portuguesa a advertir os navios nacionais para regular o tempo do fogo e do hastear e arriar das bandeiras, com o que se praticava nas fortalezas, mantendo-se os navios estrangeiros os tiros somente até o final da tarde. No dia 21, a partir das seis horas da manhã as bandeiras foram içadas a meio-mastro e novamente as fortificações e navios deram início aos tiros periódicos, como no dia anterior, o que foi reproduzido no dia seguinte. Sobre o acompanhamento, houve formação das tropas que se posicionaram em alas, pelas ruas da cidade, desde o Palácio até o Convento da Ajuda, onde à porta, se encontrava uma Brigada de Infantaria e um Parque de Artilharia. Quanto a saída do corpo, não há menção às salvas, somente após a chegada do cortejo à porta da Igreja do Convento, às dez e um quarto da noite, momento em que todos os navios deram uma salva de 21 tiros de peça, e os destacamentos a bordo dos mesmos deram três descargas de fuzilaria. A Bateria de Artilharia e a Brigada de Infantaria, que se encontravam postadas à frente da Igreja, também deram as salvas e as descargas correspondentes, assim como as Fortalezas e os navios estrangeiros. O Brasil independente nasceu sob o estrondo de salvas de honra. O dia 12 de outubro de 1822, data da aclamação do imperador Pedro I, amanheceu nublado e chuvoso no Rio de Janeiro. Mas nem a chuva nem as rajadas de vento conseguiram atrapalhar a primeira grande festa cívica do Brasil independente. Logo ao alvorecer, a cidade foi acordada por uma ensurdecedora salva de canhões disparada das fortalezas situadas na entrada da baía de Guanabara e dos na- vios de guerra ancorados no porto. Às nove horas chegaram ao Campo de Santana  hoje também denominado praça da República  duas brigadas do exército. Uma delas era comandada pelo brigadeiro José Maria Pinto Peixoto, aquele mesmo que o príncipe mandara prender e soltar na famosa viagem a Minas Gerais no começo do ano. De rebelde, o brigadeiro havia-se tornado um dos mais fiéis aliados de D. Pedro e assim permaneceria pelo resto da vida. As ruas estavam ocupadas pela multidão e das varandas pendiam colchas, toalhas bordadas e outros adereços. Os moradores colocaram suas melhores roupas e saíram às janelas para ver o espetáculo. Senhoras que, pela elegância de seus vestidos, em que sobressaíam as cores verde e amarela e riqueza de enfeites, ofereciam uma cena capaz de despertar sentimentos de alvoroço na alma mais tíbia, descreveu o jornal O Espelho.1 No centro da praça foi erguido um palacete especialmente para a ocasião. Ostentava os novos símbolos nacionais criados por decreto de D. Pedro no dia 18 de setembro. Em verde e amarelo, o escudo das armas e o distintivo, também chamado de tope nacional, combinavam elementos da heráldica portuguesa, como a esfera armilar (representação da abóbada celeste e do império) e a cruz da Ordem de Cristo, com motivos tropicais: um ramo de café e outro de tabaco ao redor de um campo verde. Era uma simbologia de duplo sentido. O verde representava as florestas, mas também era a cor da tradição no escudo da real família de Bragança. O amarelo remetia simultanea-mente ao ouro do Brasil e à cor da casa de Lorena, usada na Áustria pelos Habsburgo da imperatriz Leopoldina.2 D. Pedro saiu do Palácio da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, às dez horas, acompanhado por D. Leopoldina e pela filha mais velha do casal, a princesa Maria da Glória, então com três anos. O novo imperador completava 24 anos naquele dia, 15 dos quais havia passado no Brasil. A guarda de honra, composta por soldados paulistas e fluminenses, abria o cortejo, precedida por oito batedores. A cor e o desenho dos uniformes inspiravam-se na vestimenta do exército austríaco. Seguiam-se três rapazes representando a diversidade racial brasileira: um índio, um mulato e um negro. Atrás vinha o coche imperial ladeado por quatro pajens e escoltado por mais um destacamento da guarda de honra. Dois carros com autoridades e camaristas do palácio fechavam o séquito. Ao chegar ao Campo de Santana, D. Pedro foi recebido com gritos e vivas da multidão. Depois de subir no palacete, onde já estavam os ministros e outras autoridades, ouviu um longo discurso proferido pelo presidente do senado da Câmara, José Clemente Pereira, e aceitou solenemente o título de imperador e defensor perpétuo do Brasil. O povo reagiu com entusiasmo ainda maior, sacudindo lenços brancos. Era uma consagração popular como nunca se vira no Brasil. Muitas pessoas se abraçavam e choravam. Segundo o pintor Jean-Baptiste Debret, que registrou a cena, o próprio imperador também chorou, dando pleno desafogo à sensibilidade de sua alma, oprimida pelo aluvião de paixões que a assaltavam. Novamente a cidade estremeceu sob o impacto de 101 tiros de canhão seguidos de duas cargas da infantaria. Cinco anos depois do nascimento do filho, a 7 de abril de 1831, o primeiro imperador abdicou o trono e regressou a Portugal. Dom Pedro foi aclamado imperador do Brasil. As aclamações da multidão e os tiros de canhão o aterrorizaram. A festa do país significou para ele o afastamento do pai, que nunca mais veria. Já perdera a mãe nove dias após completar um ano de idade. O protocolo de saudação ao imperador era de 21 tiros e assim era nas ocasiões em que era recebido em suas viagens. A última saudação ao Imperador Dom Pedro II registrada no episódio do golpe republicano e do banimento da família Imperial foi no dia 2 de dezembro de 1889, aniversário do Imperador na altura do arquipélago de Cabo Verde. Quando da partida do navio Alagoas, que conduzia a família imperial ao exilio, o navio da marinha portuguesa Bartolomeu Dias, que estava no porto, deu uma salva de 21 tiros de canhão. Nesse momento, foi içada a bandeira do Império, e todos que estavam a bordo, se levantaram e bateram palmas, alguns emocionados até as lágrimas. Da embarcação lusitana e de alguns navios alemães que ali se encontravam, tripulantes e passageiros sacudiram lenços brancos. No dia seguinte, foi comemorado a bordo o 64º aniversário do Imperador, que ficou muito comovido ao ouvir as palavras de saudação do comandante Pessoa em sua homenagem, quando este ergueu um brinde, ao lado dos presentes. dom Pedro respondeu com palavras trêmulas:- Bebo a prosperidade do Brasil!
  • DOM PEDRO II  PRECIOSO MEDALHÃO EM PRATA DE LEI CONTENDO RETRATO DO IMPERADOR PINTADO COM ESMALTES MANAIS EM VIDRO. POSSUI A INSCRIÇÃO DON PEDRO II. O IMPERADOR É RETRATADO COM O COLAR DO TOSÃO DE OURO E A MEDALHA DA ORDEM CRUZEIRO DO SUL .BRASIL, SEC. XIX. 9 X 5,5 CM.
  • BARONESA DE SÃO CLEMENTE (1845-1876)   CARTE DE VISITE  CYPRIANO & SILVEIRA  RETRATO DA PRIMEIRA BARONESA DE SÃO CLEMENTE, MARIA JOSÉ RODRIGUES FERNANDES CHAVES FILHA DO BARÃO DE QUARAIM, PEDRO RODRIGUES FERNANDES CHAVES E IRMÃ DA VISCONDESSA DE SANTA VITÓRIA. A BARONESA DE SÃO CLEMENTE FOI DONA DO MAIS ELEGANTE SALÃO DA CORTE DO RIO DE JANEIRO NO SEC. XIX,. O PALÁCIO DE SÃO CLEMENTE (HOJE PALÁCIO DO CATETE). SEU MARIDO FOI O CONDE DE SÃO CLEMENTE, ANTONIO CLEMENTE FILHO.  BRASIL, DEC. 1860. 10 CM DE ALTURA.NOTA: A troca de cartes de visite  cartões de visita fotográficos  foi um dos grandes modismos da segunda metade do século XIX e deu origem a outro modismo: os álbuns de fotografia. E foi a febre do retrato fotográfico, por sua vez, que solidificou a fotografia no Brasil e no mundo. Os cartes de visite eram trocados entre amigos,familiares e colecionadores, que com eles se confraternizavam. Conferiam ao fotografado um certo status social e, muitas vezes, continham dedicatórias e eram datados. A fotografia tornava-se, assim, parte da vida do homem moderno. Os cartes de visite, como todos sabem, tornaram-se a moeda social, os dólares da civilização. A frase do escritor norte-americano Oliver Wendell Holmes (1809-1894) foi escrita, em 1863, e evidencia a popularidade desse formato de fotografia em todo o mundo. André Adolphe-Eugène Disdéri (1819-1889), em 27 de novembro de 1854, patenteou sua invenção com o nome de carte de visite: uma câmara fotográfica com quatro lentes para obter oito retratos em apenas uma chapa de vidro; as primeiras 4 fotos eram expostas, a chapa se deslocava e permitia a exposição das outras 4 fotos. Os cartes de visite apresentavam uma fotografia de cerca de 9,5 x 6 cm montada sobre um cartão rígido de cerca de 10 x 6,5 cm. A copiagem era feita geralmente com a técnica de impressão em albumina. O invento permitiu a produção em massa de fotografias. O apogeu da popularidade dos cartes de visite começou, em 1859, quando, no dia em que partia para a Itália, em 10 de maio, Napoleão III parou no estúdio de Disdéri, em Paris, para ser retratado. No dia seguinte, já havia filas na porta do ateliê fotográfico. O entusiasmo em torno desses retratos era enorme e o sucesso do luxuoso ateliê de Disdéri, reputado, na década de 1860, como o fotógrafo mais rico do mundo, foi descrito por um viajante alemão como o verdadeiro templo da fotografia. Ainda, segundo esse relato, Disdéri vendia todos os dias de 3 a 4.000 francos de retratos e empregava 90 pessoas que realizavam mais de duas mil fotografias por dia. começaram a circular, provavelmente, no verão de 1859, introduzidos pelo fotógrafo Charles DeForest Fredricks (1823-1894). A Guerra Civil norte-americana (1861  1865) deu grande impulso aos cartes de visite  os soldados e suas família se faziam retratar antes de serem separados pelo conflito. Na Inglaterra, a venda de cartes de visite era muit0 grande e a própria Rainha Vitória (1819  1901) formou mais de 100 álbums de retratos de membros da família real e de pessoas socialmente importantes. O declínio do formato carte de visite aconteceu a partir da década de 1870, quando começou a ser suplantado pelo cartão cabinet (gabinete), que surgiu na Inglaterra, em 1866. Era um pouco maior: apresentava fotografias de cerca de 9,5 x 14cm montadas sobre cartões rígidos de cerca de 11 x 16,5 cm. No Brasil, um panorama sobre a expansão do retrato de estúdio pode ser obtido através do Dicionário Histórico-Fotográfico Brasileiro, de Boris Kossoy, e editado pelo Instituto Moreira Salles, em 2002. Segundo o autor: Foram investigados a modesta expansão da atividade no período da daguerreotipia (entre 1840 e 1858,  aproximadamente) e o caráter itinerante dos pioneiros, estrangeiros na sua grande maioria, que para este lado do mundo se aventuravam em razão, inclusive, da forte concorrência em seus países de origem  e que, após reunir algum pecúlio, embarcavam de volta. Foi demonstrado também o progressivo desenvolvimento da atividade a partir da década de 1860 em virtude , por um lado, da introdução de novos processos e de técnicas fotográficas baseadas no princípio do negativo-positivo, que, barateando os custos de produção do retrato fotográfico, o tornaria acessível a um público maior. Por outro lado, assiste-se a um progresso econômico: multiplicam-se as ligações ferroviárias, a imigração européia é incentivada, transformam-se as feições dos mais importantes centros urbanos, há, enfim, um efetivo crescimento de uma classe média nas maiores cidades, particularmente no Rio de Janeiro, sede da Corte e, mais tarde, da República. A clientela, nesta altura, já teria um perfil diferente daquele dos primeiros tempos da daguerreotipia, quando o retratado era, via de regra, um representante da elite agrária ou da nobreza oficial. Nas últimas décadas do século avolumava-se o número de estabelecimentos fotográficos em virtude da nova clientela constituída de comerciantes urbanos, professores, profissionais liberais, funcionários da administração, entre outros elementos de uma classe que almejava ter sua imagem perpetuada pela fotografia(pg.11-12). Importante contribuição para o desenvolvimento da fotografia brasileira no século XIX, o título de Photographo da Casa Imperial, foi agraciado por dom Pedro II a diversos fotógrafos, muitos deles de estúdios fotográficos de renome no período como Buvelot & Prat, Joaquim Insley Pacheco (c. 1830  1912), Stahl & Wahnschaffe, José Ferreira Guimarães e  Henschel & Benque.

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