Peças para o próximo leilão

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  • MARQUESA DE SANTOS (1797-1867)   DOMITILA DE CASTRO CANTO E MELO. PESADOS GARFO E FACA EM PRATA DE LEI COM MARCAS PARA ÁUSTRIA, DEC. 1820. DECORAÇÃO ESTILO IMPÉRIO COM PLUMAS HERÁLDICAS. RESERVA COM CAPRICHADO MONOGRAMA MS SOB COROA DE MARQUÊS. INTEGROU O SERVIÇO DE TALHERES DA MARQUESA DE SANTOS ADQUIRIDO PARA  O PALACETE DE MATA PORCOS NO RIO DE JANEIRO. PARTE DESSE SERVIÇO INTEGRA O ACERVO DO MUSEU DA CASA BRASILEIRA (COLEÇÃO CRESPI PRADO). ÁUSTRIA DEC. 1820. 24,5 CM DE COMPRIMENTO. (FACA) NOTA: Nascida na cidade de São Paulo em 27 de dezembro de 1797, Domitila de Castro do Canto e Melo, Titília para os familiares e amigos, era a sétima e penúltima filha do casal João de Castro Canto e Melo, militar açoriano, e Escolástica Bonifácia de Toledo Ribas. Por pai, descendia da nobreza lusitana; pela mãe, das primeiras famílias paulistas. Alta, pele clara e expressivos olhos escuros, Titília casou-se em São Paulo, aos 15 anos, com o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça (1789-1833), de proeminente família mineira dona de lavras de ouro, e mudou-se para Vila Rica. O casamento durou de 1813 a 1819 e gerou três filhos: Francisca, Felício e João, falecido criança. O mineiro de boa família acabou se revelando, após o casamento, um homem violento. Bebia, perdia dinheiro com jogos de azar e maltratava a esposa. A família de Domitila aceitou-a de volta em São Paulo, para onde ela fugiu com os filhos em 1816. Felício conseguiu uma transferência, e os dois buscaram refazer o casamento. Mas as coisas continuaram não dando certo. Tentando vender as terras que o casal havia herdado com a morte da mãe, Felício falsificou a assinatura de Domitila no contrato e depois tentou assassiná-la. Em 6 de março de 1819, armou uma emboscada próximo à bica de Santa Luzia, em São Paulo, onde a esfaqueou. Tentando justificar o crime como legítima defesa da honra, Felício alegaria, sem apresentar provas, que a esposa lhe era infiel. O alferes foi preso e levado para o Rio de Janeiro, e Domitila levou mais de um mês para se restabelecer. A moral da época exigia que ela aguentasse firme ao lado desse homem, mas a tentativa de assassinato foi a gota dágua. Segundo a lei da época, era o suficiente para o divórcio, que só se realizaria cinco anos depois. Abrigada na casa paterna, Domitila ainda teria que lutar pela guarda dos filhos, que o pai de Felício queria que fossem enviados para Minas para serem educados. O então príncipe regente d. Pedro (1798-1834) chegou a São Paulo em agosto de 1822, acompanhado do irmão caçula de Domitila, o alferes Francisco de Castro (1799-1868), que lhe apresentou a família. O príncipe era casado desde 1817 com a arquiduquesa austríaca Leopoldina de Habsburgo (1797-1826). O relacionamento entre d. Pedro e Domitila teve início em 29 de agosto de 1822 e terminou definitivamente em 1829. Sete anos que podem ser acompanhados nas mais de 200 cartas trocadas entre eles e dispersas em arquivos públicos e particulares, nacionais e estrangeiros. Domitila e família mudaram-se para a corte em 1823, onde viveriam sob a proteção de D. Pedro, coroado imperador em dezembro do ano anterior. Em 4 de abril de 1825, após ser afrontada pelas damas de companhia da imperatriz, ela foi nomeada Dama Camarista, posto acima das demais damas do paço. No mesmo ano, em 12 de outubro, foi feita Viscondessa de Santos, e em 12 de outubro de 1826 recebeu o título de Marquesa de Santos, ambos acrescidos com as honras de grandeza. Do relacionamento com d. Pedro I, Domitila teve cinco filhos, sobrevivendo apenas duas meninas: Isabel Maria (1824-1898), reconhecida pelo imperador e feita Duquesa de Goiás, e Maria Isabel (1830-1896), condessa de Iguaçu por casamento. Com a morte da imperatriz d. Leopoldina, d. Pedro buscou uma nova esposa na Europa. Com a aproximação da chegada ao Rio de Janeiro da nova imperatriz brasileira, d. Amélia de Leuchtenberg (1812-1873), Domitila, grávida da última filha do imperador, foi banida pelo amante da corte no segundo semestre de 1829. A Domitila que voltou para a provinciana São Paulo em 1829 era bem diferente da que havia partido para Minas com o marido em 1813. Com bens que incluíam mais de quarenta escravos, tornou-se uma das pessoas mais abastadas da cidade, e isso significava independência. No início de 1833 envolveu-se com o então presidente da Província de São Paulo, Rafael Tobias de Aguiar, riquíssimo sorocabano. O relacionamento foi oficializado somente em 1842 em Sorocaba, durante a Revolução Liberal. Domitila só concordou com o casamento de papel passado quando o destino do companheiro, principal líder do movimento, tornou-se incerto. Diferente dos costumes da época, a Marquesa exigiu que o casamento fosse feito com separação de bens. Assim ela continuaria gerindo a sua própria fortuna, mantendo-se independente financeiramente. Ela partiu sozinha com os filhos de São Paulo para se juntar ao marido em Sorocaba, cruzando à noite o campo no meio da movimentação de dois exércitos. Com o término da revolta, e a consequente fuga de Tobias para o Rio Grande do Sul, Domitila refugiou-se com as crianças e a sogra em um convento de Sorocaba, onde logo assumiu a liderança. Cavou ela mesma uma vala no jardim do prédio para esconder os bens da família e do próprio convento. A sua presença impediu que as tropas governamentais que invadiram a cidade profanassem o local. Como deferência pela marquesa, o Barão de Caxias, futuro Duque (1803-1880), mandou que alguns oficiais a escoltassem para São Paulo, não sem antes escrever para a esposa dando notícias sobre Domitila: Estimei que a marquesa se vá conservando fresca. Na época, ela tinha 44 anos e já havia passado por 14 gestações. Domitila, ao saber que Tobias de Aguiar fora capturado e levado preso para o Rio de Janeiro, partiu para a corte e rogou, por meio de um procurador, para que o imperador d. Pedro II (1825-1891) a deixasse cuidar do companheiro doente. O requerimento foi deferido, e ela pôde morar com o marido na prisão. Meses depois, o imperador anistiou os envolvidos na revolução, e o casal voltou para casa. Ela e Tobias ficaram juntos por 24 anos, até a morte dele, em 1857. Tiveram seis filhos: Rafael, João, Antônio, Brasílico, Gertrudes e Heitor, os dois últimos falecidos na infância. Domitila, sempre lembrada por seu caso de amor com Pedro I, é esquecida quanto ao seu envolvimento nas questões nacionais. Na corte, doara, como brasileira, e brasileira paulista, grande quantia à Guerra da Cisplatina (1825-1828). Quarenta anos depois, durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), abrigou em sua fazenda a tropa que marchava para Mato Grosso, presenteando soldados e oficiais com dinheiro. Extremamente caridosa, foi uma das pessoas que ajudou a Santa Casa de Misericórdia a ter a sua primeira sede própria. Doou dinheiro para a construção da capela do Cemitério da Consolação e de uma casa para dispensário médico. Ninguém concorria em São Paulo com a Marquesa na comemoração do 7 de setembro e do 11 de agosto, dia da implantação dos cursos jurídicos no Brasil. Protetora dos estudantes de Direito, cuidava destes quando adoeciam e recebia-os para refeições e festas em seu palacete na antiga rua do Carmo, atual Roberto Simonsen. Em seus salões, declamou o estudante e poeta Álvares de Azevedo e tocou, entre outros, o pianista Emilio Correa do Lago. Sob os tetos do palacete do Carmo, e às vistas da respeitável matrona, centenas de casamentos entre moças paulistas e futuros bacharéis foram arranjados. Devido a uma enterocolite aguda, a Marquesa de Santos faleceu em seu solar às 16h30 do dia 3 de novembro de 1867, às vésperas de completar 70 anos. Rompendo os padrões de comportamento que se esperava de uma mulher de seu tempo, ao transgredir, chocou a sociedade. Ao mostrar sua força, fez-se respeitada. Seu enterro foi seguido pela elite cultural, econômica e política paulista, com a presença do presidente da província, Saldanha Marinho. O total dos bens inventariados da Marquesa chegou a 1.308:848$600 (um mil, trezentos e oito contos, oitocentos e quarenta e oito mil e seiscentos réis), que daria, atualmente, cerca de cento e vinte milhões de reais. Deixou em testamento dinheiro para a compra das alfaias litúrgicas da capela do cemitério municipal e esmolas para a pobreza envergonhada. Está sepultada no Cemitério da Consolação, onde acabou por se transformar em santa popular. Em seu túmulo, sempre bem cuidado devido a uma promessa feita a ela pelo sanfoneiro Mario Zan, podem ser vistas algumas placas de graças alcançadas.
  • MARQUESA DE SANTOS (1797-1867)   DOMITILA DE CASTRO CANTO E MELO  BACCARAT -  MAGNÍFICO CENTRO DE MESA/FLOREIRO EM CRISTAL DE BACCARAT COM LAPIDAÇÃO DITA CONFETE DOUBLE TRANSLÚCIDO COM PASTILHADOS EM AZUL. ESSA GRANDIOSA PEÇA, É ELEVADA SOBRE QUATRO PÉS. EXEMPLARES DESSE SERVIÇO ESTÃO REPRODUZIDOS NAS PÁGINAS 310 E 311 DO LIVRO O CRISTAL NO  IMPÉRIO DO BRASIL POR JORGE GETULIO VEIGA ET AL. FRANÇA, MEADOS DO SEC. XIX. 28 X 15 CM
  • DOM PEDRO I  IMPERADOR DO BRASIL  OST  AUTOR DESCONHECIDO,  DEC. 1830. O IMPERADOR É REPRESENTADO CINGINDO A PLACA DA IMPERIAL ORDEM DO CRUZEIRO. RETRATO IDENTICO A ESTE E CERTAMENTE DO MESMO AUTOR,  PERTENCE AO ACERVO DO PALÁCIO DO ITAMARATY (VIDE EM: https://twitter.com/hitamaraty/status/1369352216553865216)). CHASSI EM PINHO DE RIGA TELA EM CANVAS, MOLDURA REMATADA EM OURO. DEC .1830. 57 X 48 CM (RETRATO COM MOLDURA).
  • DOM PEDRO I  VISTA ALEGRE  GOBLET EM CRISTAL LAPIDADO COM CAMAFEU EM CAULIM INCRUSTADO DA EFÍGIE DO IMPERADOR DOM PEDRO I DO BRASIL E DUQUE DE BRAGANÇA. LAPIDADO A PONTA DE DIAMANTE, DE FORMA TRONCOCÓNICA. BASE REDONDA, COM PÉS LAPIDADOS. APRESENTA UMA INCRUSTAÇÃO DE CAMAFEU EM CAOLIM NA FACE CENTRAL, REPRESENTANDO D. PEDRO, DUQUE DE BRAGANÇA, EM PERFIL ESQUERDO, DE UNIFORME. BORDO SUPERIOR LISO. EM PORTUGAL A TIPOLOGIA SERIA UTILIZADA PARA COPOS DE ÁGUA. PRODUZIDO NA REAL FÁBRICA DA VISTA ALEGRE ENTRE 1837 E 1846, SEGUNDO A TÉCNICA CRYSTALLO CERAMIE. A CRYSTALLO CERAMIE, OU A ARTE DA INCRUSTAÇÃO DE CAMAFEUS CERÂMICOS EM OBJETOS DE VIDRO, DEVE O SEU NOME AO VIDREIRO INGLÊS APSLEY PELLATT (1791-1863), QUE PATENTEOU ESTA TÉCNICA EM 1819.NO SEU LIVRO DE 1849, CURIOSITIES OF GLASSMAKING, PELLATT EXPLICA COMO AS PRIMEIRAS TENTATIVAS DE INCRUSTAR PEQUENAS FIGURAS CERÂMICAS EM OBJETOS DE VIDRO TIVERAM LUGAR NA BOÉMIA, MAS COM POUCO ÊXITO, JÁ QUE A ARGILA UTILIZADA NÃO ESTAVA ADAPTADA PARA SER COMBINADA COM O VIDRO, FORMANDO BOLHAS DE AR QUE IMPEDIAM A TOTAL ADERÊNCIA. A IDEIA FOI RETOMADA POR VIDREIROS FRANCESES, QUE LOGRARAM MELHORAR O MÉTODO, A PARTIR DO CAULIM, O QUE DARIA LUGAR A VÁRIAS PEÇAS COM EFÍGIES DE NAPOLEÃO BONAPARTE QUE FORAM VENDIDAS A ELEVADOS PREÇOS. PORÉM, VISTO QUE MUITAS PEÇAS SE QUEBRAVAM NO PROCESSO, ESTE NÃO SE TORNOU RENTÁVEL. A TÉCNICA DA CRYSTALLO CERAMIE CHEGA À FÁBRICA DA VISTA ALEGRE, POSSIVELMENTE, ATRAVÉS DO BRITÂNICO SAMUEL HUNGLES, VIRTUOSO ARTISTA QUE EM 1826 TINHA VINDO PARA TRABALHAR NA FÁBRICA E QUE VIRIA A INFLUENCIAR PROFUNDAMENTE A PRODUÇÃO VIDREIRA DA VISTA ALEGRE. ESTE VIDREIRO ERA SEM DÚVIDA CONHECEDOR DA TÉCNICA PATENTEADA POR  APSLEY PELLATT E, MUITO PROVAVELMENTE, TAMBÉM DO SEU LIVRO, PUBLICADO EM 1821; THE ORIGIN, PROGRESS AND IMPROVEMENT OF GLASS MANUFACTURE. AS CRIAÇÕES DE VIDROS COM CAMAFEUS CERÂMICOS DA VISTA ALEGRE DERAM LUGAR A UMA SÉRIE DE PEÇAS COMEMORATIVAS RETRATANDO PRINCIPALMENTE OS PERSONAGENS DA REVOLUÇÃO LIBERAL DOM PEDRO I, DONA MARIA II E O DUQUE DE PALMELA.  PORTUGAL, SEC. XIX. 9  X 7 CMNOTA: A Fábrica da Vista Alegre foi fundada em 1824, em Ílhavo, Aveiro, com o propósito de produzir porcelana, vidraria e estudar processos químicos, conforme alvará régio de 1 de Julho desse ano, obtendo todos os privilégios e isenções das Fábricas Nacionais. Cinco anos mais tarde recebia já o título de Real Fábrica. O seu fundador, José Ferreira Pinto Basto (1774-1839), dedicado ao comércio, ao imobiliário e à indústria, e que tinha já estabelecido um pequeno laboratório químico no jardim da sua casa em Lisboa uns anos antes para fazer ensaios sobre porcelana, associa os seus 15 filhos à fábrica, ficando a sociedade a denominar-se Ferreira Pinto & Filhos.
  • D. PEDRO II SERVIÇO IMPERIAL  DITO PII GRANDE (DIFERENCIA-SE DO PII GRANDE PELO TAMANHO DA INSCRIÇÃO PII NA PEÇA). PRATO FUNDO EM PORCELANA FRANCESA. NA ABA DO PRATO  O BRASÃO IMPERIAL EM SUAS CORES HERÁLDICAS ENCIMADO POR COROA APLICADOS SOB MANTO CARMESIM E CORDÕES EM OURO. DO BRASÃO PENDE INSIGNIA DA IMPERIAL ORDEM DO CRUZEIRO DO SUL. SOB O BRASÃO A INSCRIÇÃO PII. BORDA DELIMITADA POR FRISO VERDE ESMERALDA E RENDILHADO EM OURO. EXEMPLAR DO MESMO SERVIÇO REPRODUZIDO À PÁGINA 214 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, SÉC. XIX. 24 CM DE DIÂMETRO. NOTA: Como leiloeiros muitas vezes nos deparamos com a surpresa de nossos clientes principalmente na sala de leilão com o fato de um objeto da Família Imperial Brasileira ser levado à hasta pública. A pergunta recorrente é: Como esse objeto pode ter vindo parar aqui não teria de estar em um museu?. Por isso resolvi escrever um pouco sobre o desfecho da memória física da família Imperial Brasileira após o golpe republicano. Passados 129 anos da fatídica madrugada chuvosa e melancólica em que a Família Imperial embarcou para seu exílio na Europa em 17 de novembro de 1889 rememoramos um fato que aprendemos na escola, Dom Pedro II não pede indenização por suas propriedades perdidas, valores, haveres, apenas dirige ao governo provisório o pedido de um saco com terra do Brasil para pousar sua cabeça quando morresse. Tudo ficou para trás, o elo perdido da monarquia era um corpo insepulto nos corredores e aposentos dos palácios imperiais cheios de suas mobílias e alfaias. A última coisa que os golpistas desejariam era preservar essa memória em um museu. O novo sistema de governo sem legitimidade tratou de tentar varrer a honrada memória de Dom Pedro II e de sua família. Assim rapidamente organizou dezenas de leilões públicos para dar cabo da acusadora lembrança do regime imperial. Tomo a liberdade de transcrever alguns trechos Litiere C. de Oliveira a propósito dos leilões dos paços imperiais: O nono leilão realizado no Paço de São Cristóvão, realizado em 3 de outubro de 1890, começou com uma novidade que ainda hoje não é praticada em nenhum leilão de arte, que foi a venda antecipada, "por conveniência", de 28 lotes, não se sabe a quem nem o motivo! Entre as peças vendidas, destacamos: uma bela pintura a óleo sobre tela, "Vista de Veneza" com moldura veneziana, autor não revelado; três quadros pequenos e uma aquarela; um quadro "Paisagem", o.s.t. de artista ignorado; quatro telas, pontes "St. Pierre et neuf á Toulouse", "Hospício de la Grave" e "Eglise des Jesuites", Toulouse; uma pintura o.s.t. "Claustro de um convento" por M.C., 1843; uma pintura o.s.t. "Peregrino" por L. Moureaux; uma mesa e 12 cadeiras de mogno com assento e encosto de palhinha; duas mesas de mogno para jogo; quatro castiçais de Cristofle; seis antigas cadeiras de jacarandá esculturadas; secretária de mogno com guarnições de bronze dourado e fundo de espelho; outros móveis e diversos quadros e aquarelas. Segundo Francisco Marques dos Santos, "o leilão do Imperador foi como um destes grandes leilões modernos; o entusiasmo não arrefeceu, muito embora não fosse a São Cristóvão um número considerável de pessoas de destaque, justamente aquelas timoratas e outras que imaginavam se comprometer e algumas que, sendo hostis ao novo estado de coisas, não queriam arrostar os desordeiros que espionavam a casa, por própria conta ou de terceiros, fazendo, não raro, achincalhe ao antigo regime. Nesse leilão o que mais se via eram senhoras, formando grupo maior do que em dias anteriores. O leilão atravessou os aposentos particulares do Imperador e aquela gente estava na volúpia de devassar, ver os recantos onde vivia uma família arrebatada de sua Pátria pelo sopro tempestuoso dos acontecimentos políticos. No decorrer do leilão todos os móveis com a coroa imperial ou iniciais dos ex-imperadores adquiriram preços muitas vezes maiores do que a avaliação que lhes fizeram..."Esse nono leilão também ficou marcado por um fato inusitado e talvez inédito na leiloaria brasileira. Ao apregoar um piano de cauda (lote 1747), em caixa de jacarandá e tuia, com escultura e filetes dourados, fabricado por Chickering e comprado pelo Sr. Antônio Rezende por 2:000$000 (US$ 1.080), o leiloeiro Virgílio sentou-se ao piano e executou uma música. O referido piano está hoje no Museu Histórico Nacional. O décimo leilão foi realizado em 7 de outubro e se destacou pela acirrada disputa pelo dormitório da Imperatriz. Somente a cama de jacarandá com coroa esculturada e colchão de crina (lote 2001), foi vendida por preço recorde: 7:000$000 (três mil, setecentos e oitenta Dólares). Enquanto isso a cama onde dormia o Imperador (lote 1980), por ser um móvel modesto, sem coroa, brasão ou iniciais, alcançou apenas o preço de 190$000 (102 Dólares)! Era uma sólida cama de mogno e érable, com acolchoado de crina vegetal e lastro de palhinha. O filho e a governanta alemã do comprador afirmaram, tempos depois, que a cama foi destruída pelos cupins e jogada fora! Outros destaques desse leilão foram: cama de jacarandá que pertenceu à Princesa Isabel quando solteira, com escultura e coroa, comprada pelo Comendador Antônio Rezende por 3:100$000 (US$ 1.673), e que depois foi vendida no leilão do Conde Sebastião de Pinho ao Dr. Castro Maia, cujo filho doou ao Museu Imperial; um lavatório de jacarandá com esculturas, bronze e tampo de mármore (lote 1983), adquirido pelo Sr. A. Rezende por 5:000$000 (US$ 2.700); guarda-roupa de D. Pedro II (lote 1984) vendido por 2:000$000 (US$ 1.512); cadeira de repouso do Imperador (lote 1885) de jacarandá, com escultura, coroa e iniciais comprada pelo Comendador A. Rezende por 3:100:000 (US$ 1.674); entre outros. Realizado no dia 10 de outubro, o décimo primeiro leilão compreendeu os lotes 2001 a 2345, com aproximadamente 650 peças. Até aquele momento os leilões tinham atingido 400 contos de Réis, cerca de 215 mil Dólares, valor muito superior à avaliação inicial de 90:000$000, e ainda faltavam mais de dez pregões. Esse leilão era constituído de objetos que tinham sobrado do dormitório dos imperadores, das salas 40 e 41, galeria, sacristia e tribuna. Entre as peças leiloadas estavam: um oratório de jacarandá esculturado e guarnecido de cornalinas, lápis lazuli e figuras de bronze (lote 2007) que foi comprado pelo Dr. Faro por 3:000$000 (US$ 1.620); uma secretária de bois-rose com placas de porcelana de Sèvres e guarnições de bronze dourado (lote 2135) adquirida pelo Barão de Itacurussá por 7:000$000 (US$ 3.800); guarda roupa de jacarandá com guarnições de bronze dourado, coroa e espelho francês (lote 2034) alienado por 5:000$000 (US$ 2.700) ao Sr. Antônio Resende; uma mobília de jacarandá com 11 peças (lote 2236) vendida ao Sr. Goulart e outros móveis, ricas pinturas, porcelanas, esculturas, muitos objetos de decoração e bibelots, quase todos esses lotes a preços irrisórios. Ao final do décimo primeiro leilão, o último realizado no interior do Paço de São Cristóvão, relata Marques dos Santos: "Depois do leilão da galeria do 2º andar, desceu o leiloeiro ao pavimento térreo, onde estava a capela e suas dependências, que deviam imediatamente desaparecer, para dar lugar ao salão cenográfico do Congresso. O singelo e gracioso templo, concepção de Manoel de Araújo Porto Alegre, ostentava na frontaria Ecce Agnus Dei. Abrangia a nave propriamente dita e a sacristia, em dois compartimentos, além da tribuna, onde o pregão do leiloeiro emudeceu! Ali estacou! Naquele lugar onde tanta gente fora batizada, acrescendo ao nome o apelido de do Paço, onde tanta vez rezaram os Imperadores, em horas alegres e amargas! Já que falamos em capela: ainda vemos em São Cristóvão, no primeiro andar, ao Torreão do Norte, o local onde ficava o altar privado dos Imperadores, cuja abóboda, pintada de azul celeste, deixa ver em pequeno céu, mimosas estrelinhas de prata! Que recordações trazem!" O décimo segundo leilão foi realizado em uma das cocheiras do Paço de São Cristóvão, com os objetos não licitados, não retirados ou que não foram incluídos nos leilões anteriores. Esse leilão foi realizado no dia 20 de outubro, abrangendo 155 lotes. Foram leiloados quadros a óleo, ricos espelhos, estantes de jacarandá e de mogno, porcelanas valiosas, cristais, molduras de quadros que tinham ido para a Europa (!), um telescópio que ficava no terraço do Paço, alguns móveis e outros objetos. O décimo terceiro leilão foi realizado no dia 10 de novembro de 1890 abrangendo as benfeitorias da Quinta da Boa Vista, assim relatado por Francisco Marques dos Santos: Foi arrematante dessas benfeitorias o próprio governo. Supomos que foi o Comendador Bethencourt da Silva quem comprou por 320:000$000, como representante do Ministério do Interior e Justiça as casas ali existentes, habitadas pelos empregados e protegidos da família Imperial, desde o tempo de Dom João. Essa operação foi considerada bastante vantajosa. Segundo a Gazetilha do Jornal do Commércio de 12 de novembro, valia perto de 300:000$000 só a casa do mordomo ou Quinta da Joana, como era conhecida a grande habitação próxima ao portão da Estrada de Ferro, na então Rua Duque de Saxe. Era solidamente construída, com vastas acomodações para família, abundância de água, gaz, aparelhos e magnífico terreno. O edifício que o Imperador construíra de seu bolso para escola mista diurna e noturna, destinada aos filhos dos moradores da Quinta e seus arredores, fora reedificado em 1883 e custara 60 contos de réis. Arrematou-a o Ministério da Instrução Pública por 41:000$000. Cumpre, aliás, notar que o governo sempre fez bom negócio naquilo que comprou, pertencente ao Imperador! Antes dos leilões da Fazenda Imperial de Santa Cruz, um outro foi realizado nas cocheiras do Paço da Cidade, no dia 5 de dezembro, lotes 1 a 14, compreendendo as últimas carruagens que se achavam espalhadas por diversas cocheiras particulares. O destaque foi um rico coche de gala com lanternas de cristal, guarnições de bronze e armas imperiais. Também foi vendido nesse leilão o carro mortuário, com coroa imperial que, entre outros nomes importantes, fez o enterro do General Osório e do Marques do Paraná. Quando a DARGENT LEILÕES leva a pregão objetos como o desta coleção ligados ao cotidiano da Família Imperial Brasileira sempre busca justamente o contrário do que o regime republicano tentou com a venda dos objetos imperiais. Não buscamos esconder, apagar, esmaecer a augusta memória de Dom Pedro II, mas sim exaltar a figura de um patriota e do homem que construiu as bases para o crescimento do Brasil, um sábio reconhecido pelo mundo e injustiçado em seu próprio País.
  • DOM PEDRO II SERVIÇO DE CAÇA PRATO EM PORCELANA FRANCESA, ABA AZUL ROYAL E DOURADO; QUATRO RESERVAS, DUAS A DUAS, COM PÁSSAROS E FLORES; CALDEIRA COM RAMO DE FLORES EM POLICROMIA E ARABESCOS DOURADOS. ESSE APARELHO FOI OFERECIDO A DOM PEDRO II PELO IMPERADOR DA FRANÇA NAPOLEÃO III ENTRE 1852 E 1870. REPRODUZIDO À PÁGINA 211 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL", POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, SÉC. XIX. 26,5 CM DE DIÂMETRO.
  • DOM PEDRO I - SERVIÇO DA ILÚSTRISSIMA CÂMARA OU SERVIÇO FUMO E CAFÉ RARO PRATO EM PORCELANA COM ABA DECORADA COM LUXURIANTE GUIRLANDA COM FLORES COLORIDAS. CALDEIRA DE RAMO DE FUMO E CAFÉ UNIDOS POR CAPRICHADO LAÇO. FOI ENCOMENDADO PELA SENADO DA CORTE PARA SER OFERTADO AO IMPERADOR DOM PEDRO I, QUE EM 1823 CONFERIU AO PARLAMENTO CARIOCA A HONRARIA DO TÍTULO DE ILUSTRÍSSIMA CÂMARA MUNICIPAL(VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE O ANTIGO PRÉDIO DA ILUSTRISSIMA CÂMARA DO RIO DE JANEIRO NA ÉPOCA DE DOM PEDRO I). O ANÚÁRIO DO MUSEU IMPERIAL BRASILEIRO PUBLICADO EM 1942 TRAZ SOBRE ESSE SERVIÇO, AS SEGUINTES INFORMAÇÕES: Ainda desse tempo um belíssimo serviço, também raro nas nossas coleções. É o que pertenceu a ilustríssima Câmara Municipal do Primeiro Reinado, todo branco, borda em cercadura de flores, ramos de fumo e café ao centro. Pinturas a encarnado e verde, lembrando muito a decoração da fábrica Dagoty, têm eles, entretanto, a marca de De Roche 12. Ao que já ouvi dizer de pessoa informada, esse aparelho foi, quase em vésperas da abdicação, presenteado pelo imperador a uma afilhada de batismo, de família afeiçoada ao paço e moradora no caminho velho de Botafogo 13. Em seguida, dispersou-se pelos leilões e antiquários, alcançando os museus e as mãos ciosas dos felizardos que possuem restos dele. MARCA DO DECORADOR DEROCHE NO VERSO. PEÇA IDÊNTICA INTEGRA O ACERVO DO MUSEU IMPERIAL EM PETRÓPOLIS E ENCONTRA-SE REPRODUZIDO A PÁG. 207 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL", POR JENNY DREYFUS. INÍCIO DO SÉCULO XIX. 21,5 CM DE DIAMETRO. NOTA: A Câmara Municipal foi desde sempre um órgão prestigiado na administração portuguesa e também na de suas colônias. Era destinada aos cidadãos proeminentes da sociedade. No Rio de Janeiro, sede do Reino Unido nos tempos de Dom João VI e sede da Corte do Império a partir de Dom Pedro I, tão mais importante foi a Câmara do Senado Municipal. Tal foi que em 1823 nas festividade de aniversário do célebre Dia do Fico, o primeiro passo para nossa Independência no ano seguinte, o Imperador achou por bem galardoar a Câmara com o título de ILUSTRÍSSIMA CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO A distinção dos vereadores já se dava com as vestimentas. Havia um traje especial desde as ordenações da restauração de Portugal. No auto de levantamento e juramento do d. João IV, a 1o de dezembro de 1640, lê-se que o presidente da Câmara de Lisboa, conde de Castanhede, compareceu vestido de veludo negro aforrado de tela branca e mangas da mesma cor. No Rio de Janeiro, o traje dos vereadores durante a permanência da corte portuguesa no Brasil e sob o governo de d. Pedro I, até 1828, era composto de casaca, calção e colete pretos, meias brancas e sapatos de fivela. O chapéu de seda preta era desabado e com a frente levantada, guarnecido nas abas de pluma branca; na frente, presilha dourada e laço português. A partir de certa época passaram a usar um penacho de três plumas brancas sobre o laço (Est. 18). A peça mais característica era a capa preta com volta e pala de seda branca bordadas a ouro e prata; jabô de rendas brancas. Empunhavam vara branca e, nos bandos e cortejos desfilavam a cavalo com a montaria ricamente ajaezada, sendo as crinas trançadas com fitas e a cauda enfeitada de laço e de longas fitas de várias cores. O Senado da Câmara tinha sua bandeira e teve diversas. Depois da Independência passou sua insígnia a ser a bandeira imperial em seda adamascada, com franja, e armas bordadas. Tinha como remate a esfera armilar em prata. Sua forma era a de um trapézio retângulo 52. Pela reforma das câmaras municipais, determinada pela lei de 1o de outubro de 1828 seu traje foi abolido. Em 1841, porém, por avisos de 25 de janeiro e 15 de abril, foi declarado que os vereadores do Senado da Câmara do Rio de Janeiro podiam usar de novo as vestiduras antigas com capa de volta nas solenidades, mas não o estandarte e as varas. O decreto no 1.965 de 26 de agosto de 1857 aprovou o uniforme para os vereadores da ilustríssima Câmara Municipal do Rio de Janeiro, conforme modelo anexo reza o decreto. Tal modelo, como os figurinos dos senadores e dutados não foi encontrado. Baseamos a Est. 19 no retrato de Adolfo Bezerra de Meneses e em outros documentos. Como é natural, os uniformes dos vereadores obedeciam às disposições em uso, sendo porém a casaca de cor azul-ferrete. Em grande uniforme, a gola e os canhões eram guarnecidos de galão e de ramos de cafeeiro e tabaco trançados (semelhantes aos dos presidentes de província, mas sem a casa). Era usada aberta, com oito botões, colete e calça de casimira branca, esta, com galão largo; sobre o colete, cinto de pano azul-ferrete com bordados de ramagens e à direita borlas de franja dourada; chapéu armado com presilha de dragão, tope nacional e pluma; espada, luvas e botinas. Em pequeno uniforme, casaca aberta formando lapelas com bordados somente na gola deitada; calça e colete brancos ou azulferrete, chapéu armado sem pluma e o resto conforme o uso. MAS COMO EM NOSSOS DIAS NEM SEMPRE OS ILUSTRES VEREADORES DO RIO DE JANEIRO PORTARAM-SE COM A DIGNADE DO CARGO E FUNÇÃO QUE EXERCEM: A conferência de 28 de abril de 1883 do Conselho de Estado foi convocada para que os seus membros emitissem parecer sobre os graves acontecimentos que se repetiam, com freqüência, na Ilustríssima Câmara Municipal da Corte desde a posse de seus membros, efetuada a 6 de janeiro daquele ano. Segundo os esclarecimentos prestados pelo Ministro de Estado dos Negócios do Império responsável pela administração do Município Neutro quase não se realizavam sessões, por falta de comparecimento da maioria dos vereadores. Além disso gostavam eles o tempo em discussões acaloradas que algumas vezes quase têm chegado a pugilato, tomando parte os expectadores e levantando-se as sessões tumultuariamente. Mesmo com a intervenção da força pública o presidente não conseguia manter a ordem. Nada se resolvia nas reuniões e o maior prejudicando com isso era o Município. Deveria o Conselho sugerir providências destinadas a escolher quais as medidas mais adequados para pôr fim a essa situação. O assunto era bastante delicado, o que levou os conselheiros a examinarem com extrema cautela a matéria. As sugestões apresentadas insistiam, de modo geral, no restabelecimento da autoridade mediante o apelo à intervenção da força material da Polícia e, como último recurso, a suspensão coletiva da Câmara abrindo-se processo para o fim de apurar devidamente a responsabilidade pelos fatos ali ocorridos. Acabou prevalecendo, porém, e foi adotada pelo governo imperial a decisão de suspender a Câmara Municipal, através de Portaria de 30 de novembro de 1883, e convocada a anterior até que se normalizasse a situação. A medida punitiva atingiu uma instituição que datava de 1565, ano da fundação da cidade. Estácio de Sá concedera-lhe, em julho daquele ano, as terras que constituiriam o patrimônio municipal, como era de uso na época. Por alvará de 10 de fevereiro de 1642, pouco tempo depois da restauração da monarquia portuguesa, conseguiria, por concessão real, gozar das mesmas honras e privilégios concedidos à Câmara da cidade do Porto. Quatro meses mais tarde passaria a ostentar o título de Leal, pelo apoio firme dado ao rei D. João IV. Durante a gestão do governador Gomes Freire de Andrada no Rio de Janeiro, recebeu, em 11 de março de 1748, o privilégio de poder denominar-se Senado. Outras regalias lhe seriam atribuídas mais tarde, como o tratamento de Senhoria (6 de fevereiro de 1818) e o de Ilustríssima, honra esta que lhe foi concedida pelo Imperador D. Pedro l, ao comemorar-se, a 9 de janeiro de 1823, o primeiro aniversário da jornada do Fico. Nos acontecimentos relacionados com o movimento da Independência, em 1821 e 1822 desempenhou ela importante papel, embora tivesse à sua frente um português, José Clemente Pereira. Por lei de 1º de outubro de 1828 passou por importante reforma tendo sido aumentado o número de vereadores. Nesse mesmo ano instalara-se, provisoriamente, em uma de suas dependências, o Supremo Tribunal de Justiça, órgão máximo do Poder Judiciário durante o Império. A Ilustríssima Câmara Municipal estava localizada, na época em que ocorreram as irregularidades levadas ao conhecimento do Conselho de Estado, em imóvel situado entre as ruas General Câmara e São Pedro. O prédio fora inaugurado a 2 de dezembro de 1882, em substituição ao antigo, situado no mesmo local. Os vereadores eleitos em 1883 haviam escolhido para as funções de presidente a João Pedro de Miranda. Com a suspensão decretada pelo governo convocou-se a Câmara anterior, cuja presidência tinha sido exercida pelo Dr. José Ferreira Nobre. A Câmara possuía comissões de Fazenda, de Justiça, de Obras, de Saúde, de Instrução, de Matadouro e de Redação, além dos serviços auxiliares que compreendiam Secretaria, Contadoria, Tesouraria, Diretoria das Obras Municipais, Tombamento e Aferição. Vinculavam-se, ainda, a ela, a Biblioteca Municipal, Empresa de Limpeza da Cidade, Empresa Municipal de Limpeza das Chaminés e as Escolas Municipais.
  • IMPERATRIZ DONA AMÉLIA - SEGUNDA IMPERATRIZ DO BRASIL E SEGUNDA CONSORTE DE DOM PEDRO I. RARO PRATO EM PORCELANA DO SERVIÇO DE CASAMENTO. PRATO QUE INTEGROU O SERVIÇO DE CASAMENTO DA SEGUNDA IMPERATRIZ DO BRASIL DONA AMÉLIA DE LEUCHTENBERG. ABA COM BORDA FILETADA EM OURO, DIVIDIDA EM SEIS PARCELAS APARTADAS POR FRISOS LONGITUDINAIS EM OURO. AS PARCELAS SÃO DECORADAS COM RESERVAS CONTENDO ANFORAS, FLORES E GREGAS. CALDEIRA CONTEM RESERVA COM CRIANÇAS EM TRONO DE SALTIMBANDO EM APRESENTAÇÃO. ESSE MESMO SERVIÇO CONTÉM DECORAÇÃO VARIANDO NA CALDEIRA COM FRUTOS, FLORES, PAISAGENS, SEM DECORAÇÃO INTERNA E FRUTEIRAS. Reproduzido à página 177 do livro "Louça da Aristocracia no Brasil", por Jenny Dreyfus. França, DEC. 1830. 23  CM DE DIAMETRO NOTA: Dona Amélia, nossa segunda Imperatriz, teve fugaz passagem na História do Brasil, mas deixou nela bela e perfumada marca. A perda prematura de D. Leopoldina levara D. Pedro I a buscar nas Cortes europeias uma nova consorte, encontrada por seus enviados nessa princesa bávara de 17 anos, que ao nome ilustre de Leuchtenberg somava os predicados de virtude e formosura. Chegada ao Rio de Janeiro em 16 de outubro de 1829, D. Amélia, no dia imediato, recebia com o Imperador a bênção nupcial e era apresentada aos quatro filhos que ele dera a D. Leopoldina. Cheia de afeto, a nova Imperatriz cobriu de abraços carinhosos aquelas crianças que recebia como suas. Dois anos depois, porém, D. Pedro I abdicava, na fundada esperança de assegurar, em torno da pessoa de seu filho, a unidade do novo Império. Dona Amélia perdia assim, de um golpe, a situação de Imperatriz, a Pátria e os filhos que adotara. O devotamento de D. Amélia a D. Pedro, nas vicissitudes que se seguiram, até sua morte em 1834, o benéfico influxo de sua firmeza de caráter sobre o impulsivo esposo, a dedicação à única filha de ambos, D. Maria Amélia, até a morte precoce dela aos 22 anos, o recolhimento austero que se impôs depois no Paço das Janelas Verdes, em Lisboa, já não são partes das Histórias do Brasil, mas fazem pensar no espaço que ela teria ocupado, e no bem que teria feito, se aqui tivesse podido permanecer. Fez questão de se fazer tratar, até sua morte, aos 61 anos, como Imperatriz Viúva do Brasil. Solenemente trasladados para o Brasil, em 1982, seus restos repousam junto aos de D. Pedro I e de D. Leopoldina, no Monumento do Ipiranga. (D. LUIZ DE ORLEANS E BRAGANÇA)
  • DOM PEDRO II  BACCARAT  RARO COPO EM CRISTAL DE BACCARAT COM ELEGANTE LAPIDAÇÃO EM LINHAS RETAS FORMANDO FACETAS VERTICAIS COM RESERVA COM FEITIO DE PASTILHA SULPHIDE COM PERFIL DO IMPERADOR DOM PEDRO II A ÉPOCA DA COROAÇÃO EM 1840. A REPRESENTAÇÃO FOI GRAVADA POR CARLOS CUSTÓDIO DE AZEVEDO EM 1841 COMO CUNHO DA MOEDA DE 10.000 RÉIS CONHECIDA COMO DO TIPO ALMIRANTE. O IMPERADOR É REPRESETADO COM FARDA DE ALMIRANTE CINGINDO  A ORDEM DO CRUZEIRO E O TOSÃO DE OURO (VIDE A GRAVAÇÃO DE AZEVEDO  DA MEDALHA COMEMORATIVA DA MAIORIDADE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE), ESSE COPO ESTÁ REPRODUZIDO NA PAGINA 388 DO LIVRO O CRISTAL NO IMPÉRIO DO BRASIL DE JORGE GETULIO VEIGA ET AL. OS AUTORES SUGEREM A POSSIBILIDADE DA PEÇA SER MANUFATURA DE VISTA ALEGRE ENTRETANTO DISCORDAMOS COM A DEVIDA VÊNIA  POIS EXEMPLARES MUITO SEMELHANTES A ESSE COM PERSONAGENS DIVERSOS FORAM PRODUZIDOS PELA MANUFATURA DE BACCARAT E PODEM SER VISUALIZADOS EM: https://emuseum.mfah.org/objects/37838/tumbler-with-cameo-of-napoleon. PEÇA MAGNIFICA! FRANÇA, 1840. 10,5 CM DE ALTURANOTA: O processo de produção de sulfetos, ou encapsulamento de objetos cerâmicos moldados em cristal, foi aperfeiçoado e patenteado na Inglaterra por Apsley Pellatt em 1819. Os sulfetos tornaram-se uma forma popular de decoração de vidro na Europa durante a primeira metade do século XIX. Eles foram, não surpreendentemente, a forma mais antiga de peso de papel de vidro. Portanto, o período clássico da produção de pesos de papel sulfetados (1819-1865) começa mais de vinte anos antes do período clássico dos millefiori e outros tipos de pesos de papel de vidro (1840-1865). (Veja também o Capítulo Dois, Sulfetos.)Sulfetos não são encontrados apenas em pesos de papel. Eles aparecem em uma variedade de outros objetos de vidro: decantadores, copos, garrafas, vasos, xícaras, jarros, joias, botões, maçanetas, lacres, castiçais, objetos religiosos, perfumes e placas. As participações especiais nessas peças frequentemente comemoram um evento histórico ou homenageiam figuras políticas, artísticas ou religiosas notáveis. Muitos sulfetos, no entanto, são puramente decorativos por natureza e retratam animais ou cenas de paisagens.Os sulfetos são muitas vezes difíceis de identificar porque muito poucas peças foram assinadas ou datadas. Algumas peças, no entanto, são marcadas. Uma assinatura impressa no verso de um sulfeto geralmente indica a fábrica ou a pessoa que fez a medalha ou escultura original da qual o molde de sulfeto foi feito. Às vezes, um nome inscrito em óxido de cobalto é encontrado no verso de uma peça ou na frente do camafeu na parte inferior do busto. Tal inscrição geralmente identifica a pessoa representada no sulfeto.Uma das assinaturas mais comumente encontradas em sulfetos é a de Desprez, um artista sobre o qual, infelizmente, pouco se sabe. No livro Sulphides: The Art of Cameo Incrustation, Paul Jokelson relata as seguintes informações sobre este artista: É certo que Desprez, Jr., e talvez seu pai antes dele (durante o reinado de Napoleão 1) não apenas dominou a técnica de incrustação, mas o fez com uma perfeição que seus contemporâneos ou sucessores raramente alcançaram. Existem cinco assinaturas diferentes que foram feitas no verso dos sulfetos com um selo seco. Outros escultores e medalhistas cujas assinaturas são mais comumente encontradas em sulfetos incluem Apsley Pellatt, Pierre Honore Boudon de Saint-Amans e Bertrand Andrieu. O abrangente livro de Paul Jokelson, Sulphides: The Art of Cameo Incrustation, contém informações abrangentes sobre esses e outros artistas de sulfeto.Sulfetos datados são raros. Algumas das peças positivamente identificadas são sulfetos feitos para a Grande Exposição de 1851 em Londres.A presença de bastões millefiori em um pisa-papéis de sulfeto pode ajudar muito a atribuir a peça a uma determinada fábrica. Além disso, sabe-se que alguns objetos foram produzidos por certas casas de vidro. Em um caso, por exemplo, tanto um copo quanto um pisa-papéis identificável de carpete de Saint Louis apresentam o mesmo desenho de buquê pintado em um sulfeto oval.Baccarat: Os sulfetos de Baccarat são fixados tanto em vidro transparente quanto em fundos coloridos. Às vezes, os camafeus são cercados por um círculo de bastões, mas a maioria dos sulfetos Baccarat aparecem sozinhos. Existem alguns sulfetos de bacará de sobreposição dupla muito raros e bonitos.Talvez os sulfetos Baccarat mais valiosos sejam uma série de pesos magnum com topos planos e lapidação de diamante. Essas peças exibem um caçador e um cachorro, Joana d'Arc, a Rainha Vitória e a Madona, e são colocadas em fundos transparentes de rubi, azul ou verde. Outros assuntos de bacará relatados incluem:Esculápio Chateaubriand Czar Nicolau I Descida da cruz Duque de Orleans Benjamin Franklin Alphonse de Lamartine Rei Louis Philippe Madonna e criança Monsenhor Affre Napoleão I Napoleão III Daniel O'Connell
  • D.PEDRO II  SERVIÇO DE CAÇA. BELO E MUITO RARO PRATO DE SOBREMESA EM PORCELANA, PASTA DURA, OFERECIDO POR NAPOLEÃO III, DA FRANÇA, A D. PEDRO II. ABA PROFUSAMENTE DECORADA POR FAIXA AZUL ENTRE FRISOS A OURO, COM SINGELOS DETALHES FITOMORFOS,. ESPAÇADAS EM QUATRO RESERVAS FLORES E FRUTOS. NA CALDEIRA EXUBERANTE REPRESENTAÇÃO DE FRUTOS DE DAMASCO PRESOS A RAMAGEM. PEÇA DO MESMO SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDA NA PÁGINA 211 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL DE JENNY DREYFUS. SÉCULO XIX. 20,5 CM.
  • CONDE GUILHERME PRATES   RARA BANDEIRA OFICIAL PAULISTA UTILIZADA PELO GUARDA BANDEIRAS QUE A CONDUZIA A FRENTE DOS  BATALHÕES BANDEIRANTES NA REVOLUÇÃO DE 1932 (VIDE FOTOGRAFIA DOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE). GRANDE E BELA BANDEIRA COSTURADA EM LINHO COM EMBLEMA BORDADO COM AS ARMAS PAULISTAS CRIADAS PELO PINTOR WASTH ROGRIGUES, ADOTADAS EM AGOSTO DE 1932 PELO GOVERNO PEDRO DE TOLEDO . UM ESCUDO VERMELHO E UMA ESPADA COM O PUNHO VOLTADO PARA BAIXO SOBRE O CRUZAMENTO DE UM RAMO DE LOURO, À DIREITA E UM RAMO DE CARVALHO, À ESQUERDA. A LÂMINA SEPARA AS LETRAS "SP". O TIMBRE É UMA ESTRELA EM PRATA. O SUPORTE SÃO DOIS RAMOS DE CAFEEIRO FRUTIFICADOS (A RIQUEZA PAULISTA). PRO SAO PAULO FIANT EXIMIA (POR SÃO PAULO FAÇAM-SE GRANDE COISAS). ESSA BANDEIRA PERTENCEU AO CONDE GUILHERME PRATES QUE CONTAVA COM 40 ANOS DE IDADE QUANDO ECLODIU A REVOLUÇÃO E INTEGROU-SE ÀS TROPAS PAULISTAS NO MOVIMENTO CONTRA A DITADURA VARGAS EM PROL DO RETORNO AO ESTADO CONSITUCIONAL DE DIREITO. LUTOU NO FRONT DA FRENTE NORTE (VALE DO PARAÍBA) SETOR DE CUNHA, PRÓXIMO A SÃO LUIZ DE PARAITINGA. SÃO PAULO, 1932, 82 X 140 CMNOTA: Mesmo com a bandeira paulista tendo sido adotada logo após a proclamação da república não havia culto cívico por parte dos paulistas que preferiam honrar o pavilhão nacional. A Revolução de 32 mudou tudo, o civismo separatista trouxe o culto à Bandeira do Estado, afinal foi uma história que se fez com sangue derramado e muitas vidas perdidas. A Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 1932 ou Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no Estado de São Paulo, Brasil, entre os meses de julho e outubro de 1932, que tinha por objetivo a derrubada do governo provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil. Foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com a autonomia de que os estados gozavam durante a vigência da Constituição de 1891. A Revolução de 1930 impediu a posse do ex-presidente do estado de São Paulo, Júlio Prestes, na presidência da República e derrubou do poder o presidente da república Washington Luís colocando fim à República Velha, invalidando a Constituição de 1891 e instaurando o governo provisório, chefiado pelo candidato derrotado das eleições de 1930, Getúlio Vargas.Atualmente, o dia 9 de julho, que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do estado de São Paulo e feriado estadual. Os paulistas consideram a Revolução de 1932 como sendo o maior movimento cívico de sua história. No total, foram 87 dias de combates (de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 - sendo os últimos dois dias depois da rendição paulista), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2200 mortos, sendo que numerosas cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates. São Paulo, depois da revolução de 32, voltou a ser governado por paulistas, e, dois anos depois, uma nova constituição foi promulgada, a Constituição de 1934.
  • BARÃO DE SÃO JOÃO DO RIO CLARO, AMADOR RODRIGUES DE LACERDA JORDÃO (1825-1873)  BELO PAR DE MARGARIDAS, PASSADORES ORNAMENTAIS DE ARREIOS,  ELEMENTOS DA CABEÇADA, COM APLICAÇÃO DE CORONEL DE BARÃO. PERTENCERAM AO BARÃO DE SÃO JOÃO DO RIO CLARO, FILHO DO BRIGADEIRO JORDÃO, CASADO COM DONA MARIA HYPÓLITA DOS SANTOS SILVA, SENDO ESTA FILHA DOS BARÕES DE ITAPETININGA. FOI SENHOR DA FAZENDA SANTA GETRUDES, HERANÇA DE SUA MÃE DONA GERTRUDES GALVÃO DE OLIVEIRA LACERDA,  ENTRE OS ANOS DE 1848 ATÉ SUA MORTE EM 1873. FOI DEPUTADO GERAL PELA PROVINCIA DE SÃO PAULO POR DUAS LEGISLATURAS, FALECENDO DURANTE O EXERCÍCIO DE SEU SEGUNDO MANDATO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. TAMBÉM FOI PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA PROVINCIAL DE SÃO PAULO ENTRE 1861 E 1862,  A CRIAÇÃO DO TÍTULO DE SEU BARONATO OCORREU EM 16 DE NOVEMBRO DE 1858. BRASIL, SEC. XIX. 6 CM DE DIMETRO.
  • CONDE GUILHERME PRATES  RARO QUEPE DE SOLDADO DA REVOLUÇÃO DE 1932 PERTENCENTE AO CONDE GUILHERME PRATES. ARMAS DO REGIMENTO DE CAVALARIA, AO QUAL SE INTEGROU ALISTANDO-SE NO  2.  R.C.S, CORPO DE CAVALARIA CONSTITUÍDO POR SÓCIOS DA SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA QUE ATUOU NO FRONT NORTE DE BATALHA, UMA DAS MAIS ATIVAS FRENTES DO CONFLITO. ASSINATURA DO PROPRIETÁRIO  NA PARTE INTERIOR DO QUEPE ASSIM COMO O ANO 1932. EXCELENTE CONDIÇÃO! SÃO PAULO, 1932, 25 CM DE COMPRIMENTO.NOTA: Frente Norte ou do Vale do Paraíba: esta região foi uma dasprincipais áreas de combate, uma vez que abriria caminho em direção do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e faziafronteira ainda com Minas Gerais. A região foi tomada pelos paulistas a partir de 10 de julho de 1932 sob ocomando do coronel Euclydes Figueiredo e foi palco de importantes batalhas, em particular no túnel da Estradade Ferro Central do Brasil, na Serra da Mantiqueira, próximo a cidade de Cruzeiro, ponto estratégico entrefronteiras estaduais. Assim como foi a primeira frente formada, foi a última a cessar fogo, sendo que Figueiredorecusou a rendição e partiu para o sul, tentando reorganizar as tropas, mas acabou preso em Santa Catarina e,depois, exilado.
  • CONDE GUILHERME PRATES - RETRATO DO CONDE GUILHERME DE PRATES UNIFORMIZADO LOGO APÓS SEU ALISTAMENTO JUNTO AS TROPAS  REVOLUCIONÁRIAS PAULISTAS (2. R.C.S ) REGIMENTO DE CAVALARIA ESPECIAL FORMADO PELOS MEMBROS DA SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA, CINGE UNIFORME E O QUEPE APREGOADO NO LOTE ANTERIOR. 1932. 26 CM DE ALTURA
  • IMPORTANTE ALBUM DE FOTOGRAFIA COM DEZENAS DE RETRATOS FOTOGRÁFICOS DE AUTORIA DO CONDE GUILHERME PRATES  DO REGIMENTO DE CAVALARIA DA SOCIEDADE HIPICA PAULISTA (2. R.C.S.) . O CONDE GUILHERME REGISTROU ATRAVÉS DESSE PRECIOSO ARQUIVO FOTOGRÁFICO A PASSAGEM DO REGIMENTO POR VÁRIAS CIDADES DA FRENTE NORTE ONDE ERAM ACLAMADOS PELOS POPULARES EM GRANDES AJUNTAMENTOS, O TREINAMENTO NO CAMPO, O DESLOCAMENTO EM SEUS CAVALOS PELAS ESTRADAS, O DIA A DIA COM MINÚCIAS COMO O BANHO DOS SOLDADOS, CUIDADO COM OS CAVALOS ETC. PELA QUANTIDADE E PELA RIQUEZA DE DETALHES UM DOS MAIS IMPORTANTES REGISTROS FOTOGRÁFICOS DO PERÍODO DA REVOLUÇÃO EXISTENTES. SÃO PAULO, 1932.
  • TERÇADO DE PRANCHA DA  GUARDA CÍVICA PAULISTA, DO FINAL DO SEC. XIX. FOI UTILIZADO NA REVOLUÇÃO DE 1932. PUNHO TEM GUARDA COM INSCRIÇÃO RETICULADA S PAULO. NO RICASSO HÁ GRAVAÇÃO DOS DOIS LADOS, S PAULO EM UM DELES E DO OUTRO  BS 2874. BRASIL, FINAL DO SEC. XIX. 76 CM DE COMPRIMENTONOTA:  A antiga Guarda Cívica da Capital, setor da Força Pública (atual PMESP), criada ainda no século XIX, em 1896. Era uma Unidade tipicamente policial, especializada em policiamento ostensivo, patrulhava a Capital (e, na década de 1910, as cidades de Campinas-SP e Santos-SP). Atuando na vigilância em todos os aspectos, eram os primeiros policiais a terem contato com as ocorrências (incêndios, salvamentos, prisões, acidentes, etc.). Os praças da Guarda Cívica utilizavam como instrumento de defesa pessoal um tipo de espadim (ou refle), armamento pérfuro- contundente. Não mais atendendo as necessidades da grande urbanização da cidade, com o aumentando dos conflitos sociais, o espadim foi substituído pelo bastão (cassetete). Tais introduções foram influenciadas pela I Missão de Instrução Militar do Exército Francês na Força Pública, que atuou entre 1906 e 1914. Além de padronizarem procedimentos, os gauleses simplificavam e reduziam o número de fardamentos, diferenciados apenas pela colocação de instrumentárias especiais para determinados eventos (coberturas, platinas, luvas etc.).
  • CONDE GUILHERME PRATES - CONJUNTO PARA ESCRITÓRIO COMPOSTO POR  PESO DE PAPEL EM MÁRMORE NERO PORTORO COM EMBLEMA EM METAL CONTENDO ENCASTOADO O BRASÃO DE SÃO PAULO DURANTE A REVOLUÇÃO DE 1932 .  UM ESCUDO VERMELHO E UMA ESPADA COM O PUNHO VOLTADO PARA BAIXO SOBRE O CRUZAMENTO DE UM RAMO DE LOURO, À DIREITA E UM RAMO DE CARVALHO, À ESQUERDA. A LÂMINA SEPARA AS LETRAS "SP". O TIMBRE É UMA ESTRELA EM PRATA. O SUPORTE SÃO DOIS RAMOS DE CAFEEIRO FRUTIFICADOS (A RIQUEZA PAULISTA). PRO SAO PAULO FIANT EXIMIA (POR SÃO PAULO FAÇAM-SE GRANDE COISAS). TAMBÉM UMA ESPÁTULA PARA CARTAS COM PEGA FEITA POR UMA BALA DE FUZIL REMATADA PELO BRASÃO DE SÃO PAULO. DEC. 30. 8,5 CM DE DIAMETRO (PESO DE PAPEL)
  • SENHOR DO BONFIM / CRISTO VIVO  MAGNIFICA ESCULTURA EM MARFIM DE VERTENTE LUZÍADA COM CRUZ EBANIZADA REMATADA POR PONTEIRAS EM ESPLENDOROSO METAL RECOBERTO EM OURO REMATADO POR CABEÇAS DE ANJOS E VOLUTAS. AOS PÉS DO CRISTO PAR DE TÍBIAS CRUZADAS TAMBÉM EM MARFIM FAZENDO MENÇÃO AO MEMENTO MORE, A LEMBRANÇA DE QUE A VIDA É PASSAGEIRA E SEREMOS DEVOLVIDOS AO PÓ DE ONDE VIEMOS. SOBRE A CABEÇA DO CRISTO TÁVOLA DE INFÂMIA COM A INSCRIÇÃO INRI (JESUS NAZARENO REI DOS JUDEUS). A BASE TEM FEITIO DE TABERNÁCULO E É SUSTENTADA POR QUATRO PÉS EM MARFIM. A EXPRESSÃO DO CRISTO, AS CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS PERFEITAS E A PROJEÇÃO DO CORPO DE CRISTO PARA FRENTE FAZEM DESSA OBRA UMA GRANDIOSA E TOCANTE REPRESENTAÇÃO DA CRUCIFICAÇÃO. A ESCULTURA DO CRISTO É GRANTE E MAGNÍFICA! PORTUGAL, INICIO DO SEC. XVIII. 105 CM DE ALTURA (A CRUZ) E 31 CM DE ALTURA (SOMENTE O CRISTO)NOTA: A devoção ao Senhor do Bonfim em Portugal, iniciou-se com a construção em 1669, na cidade de Setúbal de uma Ermida, que primeiramente era conhecida como Anjo da Guarda, mas que depois passou a ser chamada de Igreja do Senhor do Bonfim. A devoção ao Senhor do Bonfim ganha forças quando Dom João V, diante da imagem do Senhor do Bonfim, fez promessas pelo restabelecimento da saúde de seu pai, o rei Dom Pedro II. Theodózio Rodrigues de Faria, capitão-de-mar-e-guerra da marinha portuguesa, fervoroso devoto do Senhor do Bonfim, havia feito uma promessa durante uma tempestade de que, se sobrevivesse, traria para o Brasil as imagens do Senhor Jesus do Bonfim e de Nossa Senhora da Guia. Assim, em 18 de Abril de 1745, uma réplica foi trazida da sua terra natal, Setúbal, em Portugal, iniciando a construção da Igreja do Senhor do Bonfim. Mas não foi somente a igreja que foi construída: neste momento começou, também, o culto ao Senhor do Bonfim e a Nossa Senhora da Guia, com a criação da Devoção do Senhor Bom Jesus do Bomfim, Irmandade de leigos reconhecida pelo então arcebispo Dom José Botelho de Matos, presente na fundação da mesma. A capela teve suas obras iniciadas em 1746, e no dia 24 de junho de 1754, após a conclusão das obras internas, foi trazida da Capela da Penha para a Colina do Bonfim a sagrada imagem, em procissão, onde o VI vice-rei esteve presente, junto da população, na celebração de missa solene. Em 1772 as obras da capela foram concluídas. Em 1773 a festa litúrgica do Bonfim passa a ser celebrada no segundo Domingo da Epifania (2º domingo de janeiro), com autorização do arcebispo Dom Sebastião Monteiro de Vide. Também neste ano teve iniciou-se a tradição da lavagem da Igreja, quando os integrantes da "Irmandade dos Devotos Leigos" obrigaram os escravos a lavarem a Igreja como parte dos preparativos para a festa do Senhor do Bonfim, no segundo domingo de janeiro, depois do Dia de Reis. Com o tempo, foi proibida a lavagem na parte interna do templo e o ritual foi transferido para as escadarias e o adro, iniciando-se com o cortejo de baianas que caminham desde a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até o alto do Bonfim, carregando água de cheiro, num percurso de oito quilômetros de festa. A festa de Nossa Senhora da Guia começou a ser celebrada na segunda-feira após o encerramento da festa do Senhor do Bonfim em 1792. Foi em 1809 que as famosas fitinhas do Senhor do Bonfim foram introduzidas. Na época chamadas de medidas, porque tinham exatamente 47 centímetros, que é a medida do braço direito da estátua do Senhor do Bonfim. A iluminação com lâmpadas de gás carbônico veio em 1862, em substituição da antiga iluminação feita por lampiões. A Capela foi elevada a Basílica Menor em 1927 pelo Papa Pio XI e em 1954 iniciam-se as missas vespertinas e em 1975 é criado o Museu dos ex-votos, onde todos os devotos podem deixar os objetos trazidos, símbolos de sua fé. No dia 20 de outubro de 1991 o Papa João Paulo II visita a Basílica e reza aos pés do Senhor do Bonfim, presenteando a Devoção com um cálice de prata dourada. A Igreja tem a arquitetura em estilo neoclássico e a fachada em rococó, seguindo o modelo das igrejas portuguesas dos séculos XVIII e XIX, com belos afrescos e azulejaria. O Senhor do Bonfim é um ícone da fé baiana, atraindo muitos devotos, turistas e peregrinos.
  • BELO TILBURY EM MADEIRA PARA TRANSPORTE DE DUAS PESSOAS (COCHEIRO E PASSAGEIRO). PARA TRAÇÃO DE UM ÚNICO CAVALO. PERÍODO CONDE EDUARDO PRATES (FINAL DO SEC. XIX OU INICIO DO XX). UM LINDO CARRO COM BELOS DETALHES. ENCOSTO REMATADO POR BALAÚSTRES. INSCRIÇÃO SANTA GERTRUDES. FINAL DO SEC. XIX.
  • PRINCESA ISABEL E GASTÃO DE ORLEANS, CONDE DEU - PRATO RASO DE PORCELANA FRANCESA PERTENCENTE AO 2º SERVIÇO DE GALA. BORDA RECORTADA E FILETADA A OURO, OSTENTANDO MONOGRAMA I.G. SOB COROA IMPERIAL EM OURO COM PDERFARIAS EM VERMELHO E VERDE. MARCADO EM DOURADO ESCALIER DE CRISTAL PARIS E MARCA DE FABRICAÇÃO HAVILAND. FRANÇA, SEC. XIX.  24,2 CM DE DIAMETRONOTA: A 29 de julho de 1846, nascia Isabel Christina Leopoldina Augusta Michaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Orléans e Bragança. Era a segunda filha do Imperador D. Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina. Seu irmão, Afonso Pedro, herdeiro presuntivo do trono brasileiro morreria, em 1850. Isabel tornou-se assim Princesa Imperial. A perda do pequeno príncipe causou um abalo sem precedentes no regime monárquico. A irmã mais nova, Leopoldina, nasceu em 13 de julho de 1847. Esses eram tempos em que mulheres eram educadas para viver no espaço privado. Daí seu pai ter se preocupado, e muito, com a educação que lhes foi dada. Sua aia, a Condessa de Barral, figura cosmopolita e que já tinha atuado em Cortes europeias, foi encarregada de proporcionar a melhor instrução possível. Línguas estrangeiras, conhecimentos de geografia e história, artes, desenho, música, astronomia, mineralogia, botânica, enfim, uma educação preciosa. Com a entrada das princesas na puberdade, era preciso casá-las. Não sobravam candidatos, pois poucos príncipes de sangue europeu se interessavam por um império agrícola e ainda escravista.Dom Pedro II procurou um marido para Isabel e Leopoldina entre as casas reais francesas, inicialmente considerando o príncipe Pedro, Duque de Penthièvree filho de Francisco, Príncipe de Joinville. A mãe dele era a princesa D.Francisca, irmã do imperador. Entretanto o Príncipe de Joinville , sugeriu seus sobrinhos os príncipes Gastão, Conde d'Eu, e Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota como escolhas adequadas para as duas princesas. Os dois homens viajaram para o Brasil em agosto de 1864 a fim que os quatro pudessem se conhecer antes de qualquer acordo final ser acertado. Isabel e Leopoldina só foram informadas quando Gastão e Luís Augusto já estavam a caminho. Os dois chegaram no começo de setembro e a Princesa Isabel em suas próprias palavras "começou a sentir um terno amor" pelo conde. Gastão e Isabel e Luís Augusto e Leopoldina, ficaram noivos em 18 de setembro. No dia 15 de outubro de 1864, casaram-se a herdeira do trono do Brasil e o Conde dEu, filho do Duque de Nemours, da França. O cortejo saiu da Quinta da Boa Vista cerca de 9 horas e seguiu, sob aplausos do povo, até o Largo do Paço (atual Praça XV), onde aguardavam a Guarda Nacional e um Batalhão de Fuzileiros, em trajes de gala. As salas do Paço estavam cheias de gente. Às 10 e meia anunciaram a chegada dos noivos e os foram esperar, à porta da Catedral, as Damas e os Oficiais da Casa. A Princesa trajava um vestido de filó branco com renda de Bruxelas e uma grinalda de flores de laranjeira. O noivo, em farda de Marechal, trazia a grã-cruz do Cruzeiro, a comenda da Ordem Militar de Espanha, a comenda da Ordem da Casa de Saxe e a medalha da Campanha do Marrocos. Os noivos, ajoelhados em almofadas bordadas a ouro, ouviram as palavras cerimoniais do arcebispo da Bahia, Dom Manoel Joaquim da Silveira, e confirmaram os votos perante Igreja. Terminada a cerimônia, D. Pedro II abraçou o genro e lhe condecorou com o colar da Ordem da Rosa. Seguiram todos para o salão do Paço, onde representantes estrangeiros, altos funcionários, membros do Legislativo e da Magistratura, muitos cidadãos de várias comissões especialmente designadas para cumprimentar Suas Majestades. Às duas horas da tarde, recolheu-se a família Imperial, partindo os recém-casados do Arsenal de Marinha na galeota com destino a Petrópolis.E o povo comemorou, até altas horas o acontecimento

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