Peças para o próximo leilão

772 Itens encontrados

Página:

  • SANTANA MESTRA  MAGNIFICA IMAGEM EM MADEIRA POLICROMADA E DOURADA COM COROA EM PRATA DE LEI. DE TALHA ERUDITA COM BELO PANEJAMENTO E EM TUDO PRIMOROSA. A VIRGEM MENINA É COLOCADA DE FORMA INUSUAL SUSTENTADA PELA MÃO DE SANTANA. A GRACIOSA MENINA TEM A MÃO SOBRE O LIVRO EM QUE APRENDE OS PRECEITOS CRISTÃOS ACOMPANHANDO UMA PARTITURA MUSICAL QUE NELE ESTÁ DESENHADA. OS CABELOS DE MARIA ARRANJADOS EM UM COQUE DEIXAM ESCORREM EM DELICADAS MADEIXAS SOBRE AS COSTAS. A CADEIRA É BELISSIMA! BRASIL, SEC. XVIII. 36 CM DE ALTURA SEM CONSIDERAR O TAMANHO DA COROA. NOTA: A figura de Santana Mestra é figura de veneração recorrentemente representada no período do alto barroco no séc. XVIII em Portugal e em suas colônias. Na arte barroca, a iconografia de SantAnna evoca mais a educação de Maria do que sua concepção e genealogia. Dois tipos iconográficos ressaltam este tema: SantAnna Mestra e SantAnna Guia. Nessas representações Maria é sempre menina, mesmo quando apresentada como uma mulher em miniatura. Ela já tem idade para aprender questões religiosas e morais. O tipo iconográfico de SantAnna Mestra foi criado no século XIII ou antes, possivelmente na Inglaterra. O livro que Anna carrega é seu atributo essencial. O livro indica que os dois tipos iconográficos convergem para o mesmo significado fundamental. Tudo leva a crer que este significado foi responsável pela difusão intensa desta iconografia de SantAnna como educadora em Minas. No mundo lusitano, o culto da imagem de SantAnna Mestra era estimulado através de indulgências prometidas aos que orassem diante das imagens representadas em gravuras ou pinturas como no caso desta em pregão. O que SantAnna ensinava a sua filha? O conteúdo do livro aberto de SantAnna Mestra é raramente indicado em esculturas e gravuras (por exemplo: Salmo 24 e Deus). No entanto, há gravuras portuguesas que revelam o sentido do ensinamento, por apresentarem inscrições na parte inferior da estampa (Psal. 118 e Prov. 4). Nas obras do século XVIII, a religião e a virtude compunham a essência da educação da Virgem, e estes valores davam sentido às imagens de SantAnna Mestra, norteando os devotos que as contemplavam. A iconografia da Contra-Reforma revela que a forma mais significativa de uma mãe ser santa foi sendo mestra e guia. A santa do livro é onipresente no catolicismo setecentista das Minas. Mais do que um instrumento do saber, o livro é um canal de comunicação, destinado a Maria e aberto também ao fiel que contempla a imagem (Mãe, mestra e guia: uma análise da iconografia de SantaAnna Maria Beatriz de Mello e Souza).
  • FORMIDÁVEL PAR DE PALMAS DE ALTAR COM BASES EM MADEIRA POLICROMADA E DOURADA COM FLORES EM METAL BATIDO. AS BASES TEM FEITIO DE LINDAS ANFORAS DE ONDE PARTEM AS PALMAS. BRASIL, SEC. XIX.  87 CM DE ALTURA. NOTA: As palmas são elementos decorativos dos altares empregados desde o principio da Igreja Cristã. Este costume está ligado a tradição decorativa empregada na construção do Templo de Salomão erguido quase mil anos antes do nascimento de Cristo. O livro de Reis descreve a decoração desse templo cujos elementos foram ao longo de séculos reproduzidos em parte, nas mais suntuosas construções dos templos cristãos. Algumas passagens bíblicas descrevem tais elementos: 2 Cr 3: 1-14 cf. 1 Rs 6: 1-10; 1 Rs 6: 23-28; 1 Rs 7: 15): Começou Salomão a edificar a Casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá Gn 22: 2, onde Abraão ofereceu Isaque em sacrifício. Também foi onde o Senhor aparecera a Davi, seu pai, lugar que Davi tinha designado na eira de Ornã, o jebuseu cf. 1 Cr 21: 22; 1 Cr 22: 1. Começou a edificar no segundo mês, no dia segundo, no ano quarto do seu reinado O reinado de Salomão foi de 970-930 AC, portanto, iniciou a construção do templo em 966 AC. Foram estas as medidas dos alicerces que Salomão lançou para edificar a Casa de Deus: o comprimento em côvados, segundo o primitivo padrão 51,8 cm, usado para fins sacros, sessenta côvados 31 m de comprimento, e a largura, vinte 10,36 metros de largura. Em 1 Rs 6: 2 está escrito também 30 côvados de altura = 15,54 metros de altura. O pórtico ülâm diante da casa media vinte côvados no sentido da largura do Lugar Santo 10,36 metros de largura, e a altura, cento e vinte em Hebraico. Em Siríaco e na Septuaginta, a versão grega do AT, 20 côvados = 10,36 metros de altura, o que, dentro cobriu de ouro puro 1 Rs 6: 3: ... Lugar Santo, contra dez de fundo = 5,18 metros de profundidade. Também fez forrar de madeira de cipreste a sala grande o Lugar Santo = hékâl ou hekhal, que deriva do Sumério: É GAL = Casa Grande, e a cobriu de ouro puro, E GRAVOU NELA PALMAS e cadeias. Também adornou a sala de pedras preciosas; e o ouro era de Parvaim localização obscura cogita-se Iêmen. É, geralmente, um nome genérico para as regiões orientais de onde vinha ouro, como Ofir, por exemplo. Cobriu também de ouro a sala, as traves, os umbrais, as paredes e as portas; e lavrou querubins nas paredes. Fez mais o Santo dos Santos Debir, cujo comprimento, segundo a largura de sala grande, era de vinte côvados, e também a largura, de vinte 10,36 metros cúbicos um cubo perfeito; cobriu-a de ouro puro do peso de seiscentos talentos 1 talento corresponde a 34 kg, portanto, 20.400 kg. O peso dos pregos era de cinqüenta siclos de ouro (600 g.). Cobriu de ouro os cenáculos (NVI, as salas superiores). No Santo dos Santos, fez dois querubins de madeira e os cobriu de ouro. As asas estendidas, juntas, dos querubins mediam o comprimento de vinte côvados 10,36 metros; a asa de um deles, de cinco côvados 2,59 metros, tocava na asa do outro querubim. Também a asa do outro querubim era de cinco côvados 2,59 metros e tocava na outra parede; era também a outra asa igualmente de cinco côvados 2,59 metros e estava unida à asa do outro querubim. As asas destes querubins se estendiam por vinte côvados 10,36 metros; eles estavam postos em pé, e seu rosto, virado para o Santo Lugar. Também fez o véu de estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino; e fez bordar nele querubins. Fez também diante da sala duas colunas de trinta e cinco côvados de altura 18,13 metros, as duas juntas; e o capitel, sobre cada uma, de cinco côvados 2,59 metros. Também fez cadeias, como no Santo dos Santos, e as pôs sobre as cabeças das colunas; fez também cem romãs, as quais pôs nas cadeias. Levantou as colunas diante do templo, uma à direita, e outra à esquerda; a da direita NVI, sul, chamou Jaquim, e a da esquerda NVI, norte, Boaz.
  • SÃO JOSÉ COM MENINO JESUS - LINDA ESCULTRUA EM MADEIRA POLICROMADA E DOURADA. TERNA REPRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS QUE AO MESMO TEMPO EM QUE  É ACOLHIDO NO COLO DO SEU  PAI  TERRENO APONTA COM O DEDO PARA O CÉU LEMBRANDO QUE É O FILHO DE DEUS. AMBOS TEM EXPRESSIVOS OLHOS EM VIDRO. O MENINO JESUS CINGE COROA EM PRATA DE LEI. BASE ESTILO DONA MARIA I COM FOLHAS DE ACANTO E PÉS EM GARRA. FEIÇOES DELICADAS E  ELABAORADAS DE FORMA ERUDITA.. PORTUGAL, SEC. XIX. 32 CM  DE ALTURA
  • LINDO CRUCIFICADO  EM MADEIRA POLICROMADA E DOURADA ESTILO DONA MARIA I COM RESPELDNOR E PLACA DE INFAMIA EM PRATA DE LEI. O RESPLENDOR TEM CRAVAÇÃO CENTRAL DE PEDRA VERMELHA. A CRUZ  COM ELABORADA ESCULTURA É RICAMENTE REVESTIDA EM OURO BRUNIDO. ASSENTE SOBRE PÉS D EGARRA. PORTUGAL, SEC. XIX. 66 CM DE ALTURA
  • NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO  MONUMENTAL IMAGEM DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO EM MADEIRA DOURADA E POLICROMADA. POSSUI COROA EM PRATA DE LEI. LINDO E EXPRESSIVO ROSTO, EXUBERANTE PANEJAMENTO. BRASIL, FINAL DO SEC. XIX OU INICIO DO XX. 113 CM DE ALTURA
  • RARISSIMO PRATO COMEMORATIVO DO CINQUENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL EM 1872. PORCELANA DECORADA COM AS ARMAS IMPERIAIS BRASILEIRAS. SELO GLAZURADO NO VERSO: CH.PILLIVUYT & CIA. EXP.1867. MEDAILLE DOR. ESSE BELO PRATO COM AS ARMAS IMPERIAS COBERTAS EM OURO É UM EXEMPLO DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL PELA CELEBRAÇÃO DOS CINQUENTA ANOS DO BRASIL COMO NAÇÃO INDEPENTENTE. BRASIL, 1872,  23 CM DE DIÂMETRONOTA:  A Independência do Brasil é considerada um dos principais marcos históricos da nação.  No seu cinquentenário, em 1872, a Corte Imperial celebrou a efeméride com a inauguração de uma estátua de José Bonifácio de Andrada e Silva no Largo de São Francisco.  Alguns impressos no século XIX noticiaram a inauguração da estátua, como o grande evento comemorativo pelo cinquentenário da Independência. De certo modo, a monumentalização de José Bonifácio servia para mitificar e imortalizá-lo como heroe, expressão ou termo que em dicionário da época significava varão digno de honra e memória por suas grandes proezas. A imprensa destacava seus feitos, ideias e aspirações como simbologia da liberdade alcançada pelo país. Entretanto, da mesma forma que havia a produção de uma memória positiva sobre esse sujeito, alguns intelectuais como Mello Moraes e Pinto Junior, por exemplo, se esforçaram por estranhar, questionar e desconstruir seu passado glorioso.
  • ELISIÁRIO FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE FILHO DO BARÃO DE ITATIBA E IRMÃO DO BARÃO DE IBITINGA. FUNDADOR DO MUNÍCIPIO DE ELISÁRIO EM SÃO PAULO. TIO E CUNHADO DA PRIMEIRA PROPRIETÁRIA DA FAZENDA DONA FRANCISCA FERREIRA DE CAMARGO, CASADO COM A IRMÃ DE CARLOS OLYMPIO LEITE PENTEADO, PRIMEIRO PROPRIETÁRIO DA FAZENDA SANTO ANDRÉ. DUAS XÍCARAS  DE CHÁ COM SEUS PIRES EM PORCELANA DE EXCEPCIONAL QUALIDADE. FUNDO NA TONALIDADE AZUL TURQUESA COM RESERVA COM ELEGANTE MONOGRAMA COM AS INICIAIS DO PROPRIETÁRIO. MARCAS DA MANUFATURA CH PILLIVUYT & CO MEDAILLES D0R 1867 1868. FRANÇA, SEC. XIX, 14 CM DE DIÂMETRO
  • JOSÉ DE CAMARGO PAIS  UM DOS PATRIARCAS DO TRONCO PENTEADO DE CAMPINAS. PERÍODO COLONIAL, CIRCA DE 1790, SALVA CORBÉLIA DE CASAMENTO EM PRATA DE LEI DECORADA COM LINDOS GUILOCHES FORMANDO GUIRLANDAS E NO CENTRO RESERVA COM AS INICIAIS JCP.PERTENCEU A JOSÉ DE CAMARGO PAIS, FOI CASADO COM BÁRBARA PAIS DE BARROS, INÁCIA DE ARRUDA LEITE E LUZIA CORRÊA. FOI PAI DE FLORIANO DE CAMARGO PENTEADO QUE FOI PAI DA BARONESA DE ITATIBA E PADRASTO DO BARÃO DE ITATIBA. BRASIL, 1790. 15 CM DE DIAMETRONOTA: A Corbélia de casamento era um costume no Brasil colonial e nas primeiras décadas após a independência. Fazia parte do ritual do casamento, o pai da noiva pagava o dote e os pais do noivo enviavam na véspera do casamento presentes preciosos como jóias de família ou moedas de ouro. Isso para os mais abastados. Para os casamentos reservados aos de menor poder aquisitivo o presente se fazia com frutas, flores, bordados. O veículo de entrega das corbélias de jóias eram salvas preciosas como a em pregão. Esta requintada salva em particular é testemunha provavelmente de uma oferta de jóias e por si só a salva já seria uma oferta para a noiva simbolizando a união. José de Alencar faz referencia a esse costume em seu romance SENHORA quando relata: Resolveu casar-se ao costume da terra, à noite, em oratório particular, na presença de algumas senhoras e cavalheiros que lhe fariam a ela orfã e só no mundo, as vezes da família que não tinha. No centro da sala estava a mesa onde os mais finos cristais irisavam-se aos raios da luz, cambiando o esmalte da fina porcelana e a as cores das frutas apinhadas em corbelhas de prata.
  • VISCONDE DE GUAY  JOAQUIM ELÍSIO PEREIRA MARINHO  ELEGANTE WATER KETTLE EM METAL GARANTIDO ESPESSURADO A PRATA DA MANUFATURA ELKINGTON COM MARCAS PARA O PERÍODO DE 1865 A 1897. DECORADO COM  BELO MONOGRAMA COM A INICIAL G SOBRE COROA DE VISCONDE. PERTENCEU A JOAQUIM ELÍSIO PEREIRA MARINHO, VISCONDE DE GUAY. INGLATERRA, DECADA DE 1880. 32 CM DE ALTURANOTA: Joaquim Elísio Pereira Marinho, primeiro e único barão e visconde de Guaí (Salvador, 21 de janeiro de 1841.  Rio de Janeiro, 13 de agosto de1914) foi um militar e político brasileiro. Foi deputado geral pela Bahia nas legislaturas de 1881 a 1889. Foi Ministro da Marinha de 8 de fevereiro a 7 de junho de 1889. Foi diretor do Banco do Brasil e do Banco Nacional, além de presidente da Associação Comercial da Bahia, de 1870 a 1890. Agraciado barão, em 26 de abril de 1879, e visconde, em 31 de outubro de 1889. O VISCONDE E O METEORITO Um fato curioso ligado ao Visconde de Guai foi o de ter sido ele o financiador da fantástica aventura para resgatar um meteorito caído do espaço em pleno sertão da Bahia. Esse meteorito exposto na Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro tem a seguinte história: O meteorito do Bendegó, também chamado Pedra do Bendegó (ou Bendengó) foi encontrado em 1784 pelo menino Bernardino da Mota Botelho, próximo ao riacho do Bendegó. É o maior meteorito já encontrado em solo brasileiro. No momento do seu achado, tratava-se do 2º maior meteorito do mundo. Atualmente ocupa o 16º lugar, em tamanho. A julgar pela camada de 435 cm de oxidação sobre a qual ele repousava, e a parte perdida de sua porção inferior, calcula-se que estava no local há milhares de anos. A notícia do achado correu o mundo, chegando aos ouvidos do governador D. Rodrigues Menezes, que em 1785 que ordenou o seu transporte até Salvador, pelo capitão-mor da vila de Itapicuru, Bernardo Carvalho da Cunha. Devido ao peso de mais de cinco toneladas, mesmo com doze juntas de bois não foi possível transportá-lo, e a pedra acabou despencando ladeira abaixo e caindo no leito seco do riacho Bendegó, a 180 metros do local original. Ali ficou por mais de 100 anos. Em 1820, a dupla de naturalistas alemães Spix e Martius foram conhecer o meteorito, encontrado ainda sobre os restos da carreta com a qual tinha despencado ladeira a baixo em 1785. Depois de atearem fogo à pedra por mais de 24 horas, conseguiram retirar alguns fragmentos que foram levados à Europa, o maior deles sendo doado ao Museu de Munique. Em 1886 Dom Pedro II tomou conhecimento da existência do meteorito ao visitar a Academia de Ciências em Paris, e decidiu providenciar sua remoção da caatinga nesse ponto entrou a figura do Visconde de Guai, forte capitalista que financiou toda a expedição. O transporte da pedra da caatinga para a capital acabou se tornando uma das mais complexas empreitadas da história do transporte durante o Império. Por iniciativa do Visconde de Paranaguá, se providenciou o seu traslado num carretão puxado por juntas de bois, deslizando sobre trilhos por 108 km até a estrada de ferro mais próxima. Esse traslado durou 126 dias.
  • JOÃO CARLOS LEITE PENTEADO. PAI DE CARLOS OLYMPIO LEITE PENTEADO O PRIMEIRO PROPRIETÁRIO DA FAZENDA SANTO ANDRÉ. PRATO DE JANTAR EM PORCELANA PERTENCENTE A JOÃO CARLOS LEITE PENTEADO. EXEMPLAR DESSE APARELHO ESTÁ REPRODUZIDO NA PÁGINA 109 DO LIVRO CAMPINAS MUNICÍPIO NO IMPÉRIO DE CELSO MARIA DE MELLO PUPO (VIDE FOTO DA PÁGINA DA PUBLICAÇÃO). ABA COM LARGO BARRADO NA TONALIDADE SALMÃO. ARREMATES EM OURO FORMANDO GREGA. NA CALDEIRA, EM RESERVA, MONOGRAMA ENTRELAÇADO JCLP. PERTENCENTE A JOÃO CARLOS LEITE PENTEADO. MARCAS DO ATELIER CH PILLIVUYT & CO MEDAILLES D0R 1867 1868. FRANÇA, SEC. XIX, 22 CM DE DIÂMETRO.NOTA: Doutor João Carlos Leite Penteado, nasceu em São Paulo em 1815. Formado em direito, foi abastado fazendeiro, juiz em Mogy Mirim e eleitor naquela cidade em 1844. Foi casado com Maria Hygina f.ª de Antonio Alvares de Almeida Lima, fazendeiro na Limeira e de Maria Emilia de Toledo. João Carlos Leite Penteado descendente de João Correia Penteado 1666-1739 e Isabel Pais de Barros 1673-1753. Foi avô da socialite Yolanda Penteado, que exerceu forte mecenato junto aos grandes artistas do sec. XX do modernismo brasileiro. Antes do matrimônio, na casa de sua tia Olívia Guedes Penteado, Yolanda relaciona-se com a primeira geração de modernistas em São Paulo: Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Villa-Lobos, entre outros. D. Olívia Guedes, conhecida como a madrinha dos artistas e protetora das artes, para acolher seus amigos modernistas criou, em 1925, um ambiente especial, o Pavilhão Modernista, expunha suas telas de Picasso, Legér, Tarsila, Brancusi e Brecheret. Dessa convivência, em suas memórias, Di Cavalcanti merece um capítulo especial nas memórias de Yolanda que transcreveu um bate-papo com o artista. Nessa transcrição, Di Cavalcante relembra como conheceu Yolanda: "Meu conhecimento com você não foi propriamente conhecimento com a pessoa. Foi conhecimento com a entidade. Quando fui estudar Direito em São Paulo, havia uma porção de mulheres que eram verdadeiras entidades. Yolanda Penteado era uma delas".
  • MESTRE VALENTIM- APARADOR EM TALHA DE MADEIRA POLICROMADA. PROCEDENTE DA DESMANTELAÇÃO DAS IGREJAS BARROCAS CARIOCAS NA DÉCADA DE 1940. ESSAS IGREJAS FORAM DESTRUÍDAS PARA ABERTURA DO TRAÇADO DA AVENIDA RIO BRANCO DURANTE O GOVERNO GETÚLIO VARGAS.  rio de janeiro, sec. xviii. 120 X 55 X 38 CMNOTA: BIOGRAFIA MESTRE VELENTIM: "Filho de um fidalgote português contratador de diamantes e de uma crioula natural do Brasil",o mulato Valentim da Fonseca e Silva, comumente conhecido como Mestre Valentim, destaca-se como um dos artistas mais originais em atuação no Rio de Janeiro entre o último quartel do século XVIII e o início do XIX. Seu estilo "híbrido", no qual concilia formas barrocas e rococóscom certo sentido de contenção e sobriedade neoclássicas, sinaliza os processos de aculturação ocorridos nessa cidade desde sua proclamação a capital do vice-reino. Entre os principais nomes da arte colonial brasileira, comoAleijadinho (1730 - 1814)eManoel da Costa Athaide (1762 - 1830), diferencia-se por ser o único a desenvolver, paralelamente aos trabalhos em igrejas, obras no campo da arte civil. No âmbito da arte civil, o artista realiza tanto obras de embelezamento público quanto de saneamento e abastecimento de água, executando trabalho originalmente de engenheiros militares. Seu principal solicitante é o vice-rei,Dom Luís de Vasconcelose Sousa. De todas as suas obras, a mais marcante, sem dúvida, é o conjunto formado peloPasseio Público(1783), primeiro jardim de lazer do carioca, e pelo Chafariz das Marrecas (1785, destruído em 1896). Seu projeto reporta-se às idéias iluministas de bem-estar, civilidade, higienização, progresso, que deveriam transformar a capital brasileira numa cidade moderna. Tal projeto simboliza também uma natureza dominada pela razão e ação do homem.
  • DOM JOÃO VI SERVIÇO PINGO DE OURO BELO PRATO EM PORCELA COM MARCAS DO ATELIER DO DECORADOR DEROCHE. CONHECIDO COMO SERVIÇO PINGO DE OURO. ABA COM BORDA CONTENDO FRISO DOURADO QUE DELIMITA FAIXA EM BRANCO REMATADA EM OURO. SEGUINDO EM DIREÇÃO A CALDEIRA LARGA FAIXA EM ROUGE DE FEUR PONTILHADAS EM OURO. NO CENTRO DA CALDEIRA ROSÁCEA TAMBEM EM OURO. REPRODUZIDO NA PAGINA 179 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, CIRCA DE 1813. 22 CM DE DIAMETRO 23 CM DE DIAMETRO  NOTA: DIZ O ANUÁRIO DO MUSEU IMPERIAL EDITADO EM 1942 A RESPEITO DAS LOUÇAS BRAGANTINAS: Quase no fim os preciosos aparelhos da China, com raras peças que ainda teimavam em ostentar a sua estranha suntuosidade, d. Maria I, ainda lúcida, nas calmas de sua corte respeitosa, fez para a França as grandes encomendas da fábrica nobilíssima do Duc dAngoulême, que deram a d. João infinito prazer. Entre essas as que contavam delicados pratos com o entrecho pitoresco das fábulas de La Fontaine. Ao lado desses não ficavam em posição inferior outros serviços usados no Brasil pela real casa lusitana. Foram muitos. Das mais soberbas e preconizadas marcas. Sèvres, Saxe, Bourg-la-Reine, Chantilly, Sarreguemines, Capo di Monte, o vieux Limoges. Todos esses aparelhos, os mais caros e apreciados da época (não se serviam com mais fausto os grão-senhores das cortes européias) eram apenas complemento às referidas peças de porcelana francesa de fabrico do Duc dAngoulême, que apresentam na borda a coroa do Reino Unido e ao centro uma paisagem, ou simplesmente o escudo real (serviço do Reino Unido) . Esses que passaram mais tarde das mãos reais à tradição da família brasileira, especialmente daquelas castas mais achegadas ao paço, das saudosas matronas patrícias que foram amigas íntimas da princesa Isabel e d. Teresa Cristina, e no leilão do Paço Imperial atropelavam o paciente Virgílio com um chorado peditório de um sapato velho, que a medo escondiam no seio, um lenço usado, um grampo de chapéu, uma negalha de cabelo ainda agarrado à tartaruga dos pentes, qualquer coisinha, um pequeno nada que tivesse pertencido à mãe dos brasileiros, Dona Thereza Cristina . Não só as pessoas fidalgas, que possuíam brasões de armas registrados em cartórios de nobreza e desenhados pelo lápis acatado de Luiz Aleixo Boulanger. Muita gente humilde. Muito fiel servidor do paço ou descendente da abundante famulagem de Petrópolis, de Santa Cruz e da Boa Vista. Conheço o filho de um antigo cocheiro da quinta que ainda guarda uns pratos imperiais, com emblemas e frisos de ouro, e não os larga por dinheiro nenhum, nem à mão de Deus Padre. Infelizmente torna-se penoso identificar todo o conjunto restante das louças da monarquia. O catálogo do leilão da Boa Vista é, de parte o seu alto valor documentário, impreciso e deficiente na explanação dos seus dois mil e tantos lotes. Há muita dúvida na sua descrição, na qualidade, marca, cor, desenho e procedência dos seus múltiplos componentes. Existia no Paço da Cidade, como nas outras moradias reais, muita louça sem brasão, iniciais ou siglas de fabrico, principalmente na fazenda de Santa Cruz, cujos armários resplendiam com mais de vinte serviços da ilustríssima Companhia das Índias. Com o inevitável rumo dispersivo causado pelo leilão, muita coisa desapareceu, mergulhou no tumulto dos acontecimentos, sem que pudesse ser analisada nos seus menores detalhes, classificada ao menos na sua vaga aparência. Não obstante, foram os lotes dessa inesquecível justa de arte que revelaram a existência de muita porcelana fina que corre a via sacra dos antiquários e leiloeiros, em meio século de República. Sem que ninguém percebesse, pela falta absoluta de provas de identidade, foram por isso adquiridas a preços irrisórios e mesmo depreciadas por amadores displicentes que imaginavam que nas mesas imperiais só poderiam figurar louçarias que se distinguissem por coroas ou monogramas de príncipes. Talloni, pouco antes de falecer, cedeu ao dr. João do Rego Barros, o aprimorado amador de arte antiga que o Rio de ontem conheceu e estimou. Talloni era um jovem oficial, quando se deu o leilão de Santa Cruz. Morava aí ou servia próximo, nos seus lidares de militar brioso. Ainda o conheci, capitão do Exército, no Colégio Militar, à flor dos meus verdes anos. Era um tipo de homem exemplar na sua rígida conduta. Sua palavra, seu conceito sempre portava por fé. De verdadeiro servidor da pátria as suas atitudes, o fiel cumprimento do dever. Assim, tudo que ele pudesse ter declarado ao confiar a Rego Barros as peças imperiais que adquirira vale um documento histórico, por um tributo de serena honestidade. Dentre os espécimes por ele adjudicados, revelam-se aqueles, até então desconhecidos, que hoje refulgem nos mostruários dos museus e exibem finas decorações de flores, animais, paisagens e pássaros. São já bastante conhecidos dos amadores e não deixam a menor dúvida quanto à sua procedência, das suas primorosas pinturas tiravam os serviçais do paço as pitorescas alcunhas. Ao pôr a mesa para os ágapes, eles diziam, pela voz do mordomo: Hoje é a louça dos pastores. Ou, em dia de gala: O rei hoje, data do seu aniversário, vai gostar de comer nos pratos dos pavões. E assim, como um florido calendário, iam essas jóias de valor se entremostrando ao sol de cada dia. Na coleção Andrade Pinto, no museu do Instituto Histórico, existe um raro exemplar da louça dita das casas, de idêntica filiação, que, por opostos caminhos, o infatigável amador pudera classificar como pertencente a serviço de propriedade do príncipe d. João. 1. E muito alegre ficou, quando Carlos Frederico, esse outro arguto e inteligentíssimo maníaco, lhe mostrou alguns exemplares que completavam a série, juntamente com o mais rico, o das fábulas, cuja beleza e raridade, com efeito, não têm rival. As marcas das porcelanas desse período, geralmente conhecidas por Vieux Paris, às vezes sem determinação precisa de local e de época, o que atormenta o colecionador, desapareciam com facilidade. Raríssimas as peças em que ainda hoje se deparam intactas as indicações de ano e de fatura. Eram essas quase sempre gravadas sobre o esmalte a tinta avermelhada-escura; e do serviço de d. João VI, o que tem a coroa na borda do prato, só se conhece, com a marca, o exemplar que se acha no Instituto Histórico. Outros sinais, muita vez convenções, quando não simples iniciais ou algarismos, muito comuns aos obreiros de Sèvres, eram colocados antes do esmaltamento final e gravados na própria porcelana, o que lhes assegura uma impressão indelével. Esse cuidado serve para uma completa identificação dos objetos, no que se refere à mão que os fez e ao tempo que os consagrou.
  • A MESA DO REI: A PORCELANA DE DOM JOÃO VI, REI DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES. POR ANDRÉ LUIZ RIGO. BELISSIMA E ELUCIDATIVA PUBLICAÇÃO SOBRE OS SERVIÇOS DE PORCELANA REAIS DE DOM JOÃO VI. MUITAS ILUSTRAÇÕES E UM TEXTO FLUIDO E ELEGANTE COM APORTES TÉCNICOS PRECIOSOS FAZEM DESSA A MAIS IMPORTANTE PUBLICAÇÃO DO GÊNERO SOBRE AS LOUÇAS DE MESA DE DOM JOÃO VI. ESTÃO DESCRITOS E ILUSTRADOS TODOS OS SERVIÇOS ATRIBUIDOS AO REI. FINALMENTE UMA PUBLICAÇÃO QUE VEM PREENCHER A LACUNA DE ATUALIZAÇÃO DESSA TEMÁTICA QUE ATRAI TANTOS COLECIONADORES E INTERESSADOS.  101 PAG.  28 X 25 CM
  • DOM JOÃO VI SERVIÇO PINGO DE OURO BELO PRATO EM PORCELA COM MARCAS DO ATELIER DO DECORADOR DEROCHE. CONHECIDO COMO SERVIÇO PINGO DE OURO. ABA COM BORDA CONTENDO FRISO DOURADO QUE DELIMITA FAIXA EM BRANCO REMATADA EM OURO. SEGUINDO EM DIREÇÃO A CALDEIRA LARGA FAIXA EM ROUGE DE FEUR PONTILHADAS EM OURO. NO CENTRO DA CALDEIRA ROSÁCEA TAMBEM EM OURO. REPRODUZIDO NA PAGINA 179 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, CIRCA DE 1813. 22 CM DE DIAMETRO NOTA: De acordo com Leila Mezan Algranti, em seu artigo: Em torno da mesa do rei: artefatos, convivialidade e celebração no Rio de Janeiro joanino, em 26 de abril de 1821, após doze anos de estadia no Rio de Janeiro, iniciava-se a viagem de regresso de D. João VI a Portugal a fim de, mais uma vez, preservar sua Coroa e domínios. Para a autora, a partida da Corte foi precedida de muitas indecisões políticas e de intensos preparativos de ordem prática, da mesma forma como acontecera ao viajar para o Brasil, em 1807. Naquela ocasião, em meio aos riscos de invasão do Exército napoleônico, foi necessário acomodar nas embarcações não só os ilustres passageiros, mas também um conjunto imenso e variado de coisas destinadas ao uso particular de seus proprietários, bem como da Casa Real.Um conjunto de peças de prata, roupas de mesa e artigos de copa, recém-chegados do Rio de Janeiro, viajou para Lisboa sob a incumbência de Joze de Britto, fiel da mantearia do rei, e foi entregue no pátio das cozinhas do Palácio da Ajuda a Joze Caetano Trigo, também funcionário do mesmo departamento da Casa Real, o qual realizou o registro das peças e o assinou por ordem de João Lourenço de Andrade que, por sua vez, recebeu todo o material em nome de Caetano Joze de Campos e Andrade Pinto, manteeiro da Casa Real, naquele momento. O título do registro Inventário da Prata, Roupa e mais trem pertencente à Mantearia de Sua Majestade que veio do Ryo de Janeiro indica claramente que, ao retornar do Rio de Janeiro, D. João VI fez embarcar objetos de prata, os quais constituíam parte ou a totalidade de um serviço de mesa. Entretando deixou no país quase todos os serviços de porcelana adquiridos para seu uso aqui ou trasladados de Portugal quando de sua fuga. O conjunto poderia conter elementos da famosa baixela Germain, assim denominada por ter sido encomendada a François Germain por D. José I, em 1756, após o terremoto ter destruído a baixela de D. João V, fabricada pelo ourives de Luís XIV (Thomas Germain) e pai do prateiro de D. José. A suposição de que poderia haver peças da baixela Germain de D. José I entre os artefatos registrados no inventário advém do fato de que há informações sobre seu transporte para o Brasil, bem como estudos referentes à divisão da mesma entre D. João VI e D. Pedro I, antes do retorno do monarca a Portugal. Os bens que permaneceram no Brasil, por sua vez, teriam sido gravados com as insígnias imperiais e o monograma P1º. De acordo com Leonor d'Orey, considerando-se o que atualmente se encontra preservado desta baixela em Portugal, o lote do imperador do Brasil era menor, embora incluísse várias peças muito prestigiosas, as quais se encontram dispersas em coleções particulares e de museus estrangeiros, vendidas após a deposição de D. Pedro II. Sabe-se igualmente que entre a prataria de mesa de grande aparato pertencente à Casa Real havia peças da baixela dos duques de Aveiro, confiscada pela Coroa, após o atentado a D. José em 1759,15 assim como peças denominadas avulsas. Por outro lado, as baixelas para D. Pedro I foram encomendadas às famosas casas francesas, embora a técnica dos ourives radicados no Brasil fosse excelente, como apontou Francisco Marques dos Santos. Segundo o mesmo autor, muitas dessas peças emigraram, mas algumas voltaram. Havia, portanto, na corte no Rio de Janeiro, mais de um serviço de mesa em prata, sendo que um conjunto significativo dessas peças atravessou o Atlântico pelo menos duas vezes, a exemplo do que se sucedeu com a Família Real. Além disso, vários desses objetos foram possivelmente fabricados na França e na Inglaterra, uma vez que os prateiros portugueses nem sempre eram considerados, na época, suficientemente habilidosos para agradar o sofisticado gosto da alta nobreza portuguesa, consumidora de produtos de luxo importados não só de outros países da Europa, como do Oriente. Embora, como apontou Gonçalo de Vasconcelos e Sousa, houvesse prateiros de renome em Portugal, fabricando artefatos de mesa e mesmo baixelas completas, cuja qualidade do trabalho atingiu durante o século das Luzes um dos seus momentos mais importantes. De qualquer modo, a mesa da Casa Real e aquelas de outros membros das elites europeias e luso-brasileiras eram há muito tempo aparamentadas com artefatos de prata estrangeiros, bem como com porcelanas e vidros chineses, germânicos e franceses. Como bem apontou Nuno Vassallo e Silva, em seu estudo sobre a ourivesaria da mantearia da Casa de Aveiro, não é possível refletir sobre as baixelas de prata ou de porcelana usadas na mesa real sem levar em conta a conexão dessa indústria com as manufaturas europeias e orientais. Assim, é possível dizer que os objetos de luxo destinados ao serviço de mesa da Corte joanina, no Rio de Janeiro, resultavam de um circuito comercial e de comunicação que interligava diferentes impérios coloniais (português, inglês, francês), os quais se estendiam por três continentes: Europa, Ásia e América. No caso dos artefatos de prata que nos interessam comentar neste estudo, é provável que a matéria-prima utilizada fosse originária da América espanhola, tendo retornado ao mesmo continente após ter sido trabalhada por habilidosos artesãos franceses para uso e ostentação dos monarcas portugueses. Por outro lado, tais objetos indicam um movimento mais amplo de evolução do gosto e da maneira de viver dos membros da aristocracia europeia, que remonta ao final do século XVII, cuja etiqueta de mesa foi fixada na corte de Luís XIV. Como assinalou Marco Daniel Duarte, a alta sociedade quando se sentava à mesa se quer aprisionar por regras de etiqueta rígida. Mesmo levando-se em conta que no final do século XVIII Portugal acompanhava o restante da Europa, adotando nos banquetes reais a porcelana das índias e francesa como alternativas às baixelas de prata, conforme esclareceu Cristina Neiva, a prataria de mesa continuava a representar a riqueza e o poder das famílias reais, haja vista não só a encomenda de D. José I a François Germain, cuja baixela foi produzida ao longo da segunda metade do século XVIII, como também o fato de esta ter sido dividida entre o monarca e seu primogênito, antes da partida de D. João VI para a Europa. Sinal de que as mesas dos reis não poderiam prescindir dos objetos de prata em algumas situações. Observa-se de imediato na lista de bens que chegaram do Rio de Janeiro que os objetos destinados à copa eram de cobre ou de bronze, enquanto os de mesa eram em prata. Um dado indicativo da separação dos dois espaços tanto em termos de funções destinadas à alimentação como de simbologia e hierarquia dos objetos no ambiente doméstico. Estes atestam algumas tarefas desempenhadas no espaço, como a preparação das frutas e dos doces, bem como de clarear o sal, fazer e distribuir o pão e as saladas, além de confeccionar e realizar as obras de decoração. A copa oferecia ainda suporte ao serviço de mesa. Na lista analisada, há diferentes tipos de objetos, como, por exemplo, cafeteiras de cobre com e sem torneiras, além de chocolateiras e chaleiras do mesmo material, assim como tachos, escumadeiras, frigideira de ferro para torrar café, caixas para conduzir a prata e as iguarias, tabuleiros sortidos, gral de pedra e bancos para arear facas. A qualidade e, especialmente, a quantidade dos objetos nos permitem pensar que estes poderiam ser utilizados em uma mesa servida à francesa forma ainda predominante no período joanino , na qual os alimentos eram oferecidos em duas ou três mesas sucessivas cobertas com travessas de alimentos de vários tipos. Daí denominarem-se primeira, segunda e terceira cobertas ou serviços. A última coberta era de doces e de frutas, como indicam os livros de receitas do período e os protocolos a serem seguidos nos banquetes oficiais. O serviço de mesa à francesa necessitava de um grande número de objetos do mesmo tipo, não só para dispor simultaneamente os vários alimentos de uma coberta, como para promover rapidamente a reposição das iguarias nas sucessivas mesas ou cobertas. Os serviços em porcelana são divididos entre as porcelanas de encomenda da China (cia das índias): Galos , Pavões, Corças, Correios, Pastores, das Rosas, Vista Grande e Vista Pequena. Há também registro dos Europeus: Reino Unido e Camaristas, em porcelana francesa, Espinha de peixe e os chamados 'de barra bordeaux' , 'sépia e verde' e "de barra rosa"chamado Pingo de Ouro, em porcelana possivelmente também francesa, o de "Wedgwood" e o conhecido também como "das Rosas", em porcelana inglesa.
  • VISCONDE DE PELOTAS (2)   JOSÉ ANTÔNIO CORREIRA DA CÂMARA (1824-1893). GRANDE TRAVESSA EM PORCELANA EM PASTA DURA. BORDA COM FRISO MAGENTA NA EXTREMIDADE, CERCADO POR FILETE DOURADO INTERROMPIDO POR CANTONEIRAS DOURADAS E GUARNECIDO POR PINGOS EM MAGENTA. NA BORDA A INICIAL P SOB COROA DE CONDE EM DOURADO. ESTA REPRODUZIDO NA PÁGINA 304 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL POR GENNY DREIFFUS. PERTENCEU A JOSÉ ANTÔNIO CORREIRA DA CÂMARA, 2. VISCONDE DE PELOTAS COM GRANDEZA, FILHO DO COMENDADOR JOSÉ ANTÔNIO FERNANDES DE LIMA, NETO MATERNO DO PRIMEIRO VISCONDE DE PELOTAS , HERÓI DA INDEPENDÊNCIA BRASILEIRA. CASADO COM MARIA ELISA FERNANDES PINHEIRO, FILHA DOS VISCONDES DE SÃO LEOPOLDO. FOI MARECHAL, PARTICIPOU DA GUERRA DO PARAGUAI, FOI PRESIDENTE DA PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO SUL, MINISTRO DA GUERRA E SENADOR PELO RIO GRANDE DO SUL. FRANÇA, SEC. XIX. 51 CM DE COMPRIMENTO
  • MARIA JOANNA MACHADO  LINDO PRATO EM PORCELANA DA IMPORTANTE MANUFATURA INGLESA DE DAVENPORT. FEITIO RECORTADO E LUXUOSAMENTE REMATADO EM OURO.  DECORADO COM PINTURAS MANUAIS REPRESENTANDO CENAS LACUSTRES E RUÍNAS ARQUITETÔNICAS. NA CALDEIRA ENTRE GUIRLANDA DE FOLHAS EM OURO, RESERVA COM CIRCULO CONTENDO AS INSCRIÇÕES MARIA JOANNA MACHADO E AO CENTOR EM DESTAQUE BAHIA. GUARNECEU A RESIDÊNCIA DA ARISTOCRATA QUE ERA NETA MARECHAL JEAN BAPTISTE JOURDAN, OFICIAL DE CONFIANÇA DO IMPERADOR NAPOLEÃO BONAPARTE QUE SE ENCONTRA SEPULTADO AO LADO DO IMPERADOR NO PALÁCIO NACIONAL LES INVALIDES. FOI CASADA COM O COMENDADOR FRANCISCO XAVIER MACHADO VIVIAM EM UM SUNTUOSO SOLAR QUE DESDE 1877  ABRIGA O ASILO DA MENDICIDADE DOM PEDRO II. EXEMPLAR DESSE SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDO NA PÁGINA 77 DO LIVRO LOUÇA HISTÓRICA DO MUSEU DE ARTE DA BAHIA. MEADOS DO SEC. XIX. 23 CM DE DIAMETRO
  • CONDE DE BAEPENDI  (1812-1887)   BRÁS CARNEIRO NOGUEIRA DA COSTA E GAMA  MUITO RARO PRATO RASO DO SERVIÇO DO SEGUNDO CONDE DE BAEPENDI, BRÁS CARNEIRO NOGUEIRA DA COSTA E GAMA . ERA FILHO DO MARQUÊS DE BAEPENDI E TINHA COMO IRMÃOS O BARÃO JUPARANÃ E O BARÃO DE SANTA MONICA. ERA GENRO DO CONDE DE CARAPEBUS E SEU FILHO CASOU COM UMA DAS FILHAS DOS BARÕES DE CARAPEBUS. A LOUÇA TEM MARCAS INCISAS DA MANUFATURA CF DE CHRISTIAN FISCHER, DA BOHEMIA EMPREGADAS ENTRE 1846 E 1860. BORDA TIOTADA REALÇADA EM OURO E ROSA EM TOM BLUSHING (RUBOR DE BOCHECHA). NA BORDA MONOGRAMA COM INICIAIS NGC ENTRELAÇADAS EM AZUL REALÇADAS EM OURO SOB COROA DE CONDE. O SEGUNDO CONDE DE BAEPENDI TEVE DESTACADA IMPORTÂNCIA NA POLITICA BRASILEIRA, FOI POR VÁRIAS  OCASIÕES PRESIDENTE DA CÂMARA E DO SENADO DO IMPÉRIO. TINHA PARENTESCO NA CIDADE DE CAMPINAS , ERA PRIMO DO PRIMEIRO PÁROCO DA CIDADE  DE CAMPINAS FREI ANTÔNIO DE PÁDUA TEIXEIRA E DO FUNDADOR DA CIDADE FRANCISCO BARRETO LEME.  O MUI NOBRE CONDE DE BAEPENDI RECEBEU OS TÍTULOS DE GENTIL-HOMEM DA IMPERIAL CÂMARA; FIDALGO CAVALEIRO DA CASA IMPERIAL; VISCONDE COM GRANDEZA, PELO DECRETO DE 12 DE OUTUBRO DE 1828; CONDE DE BAEPENDI, PELO DECRETO DE 2 DE DEZEMBRO DE 1858. 24,5  CM DE DIAMETRONOTA: Brás Carneiro Nogueira da Costa e Gama, Conde de Baependi -  (Rio das Flores, 22 de maio de 1812  12 de maio de 1887) foi um proprietário rural e político brasileiro. Foi presidente da província por Pernambuco em 1868, além de deputado provincial, deputado geral (de 1850 a 1864 e de 1869 a 1872) e senador (de 1872 a 1887) pelo Rio de Janeiro, além de presidir Câmara e Senado por diversas vezes. Filho de Manuel Jacinto Nogueira da Gama, marquês de Baependi, e de Dona Francisca Mônica Carneiro da Costa. Era irmão de Manuel Jacinto Carneiro da Costa e Gama, barão de Juparanã, e Francisco Nicolau Carneiro Nogueira da Costa e Gama, barão com honras de grandeza de Santa Mônica. Casou-se aos 22 de outubro de 1834 com sua prima Rosa Mônica Nogueira Vale da Gama, filha da Baronesa de São Mateus, com a qual teve dois filhos: Manuel Jacinto Nogueira da Gama, que se casou com Ana Pinto Neto da Cruz, filha dos primeiros barões de Carapebus, e Francisca Jacinta Nogueira da Gama, que se casou com Antônio Dias Coelho Neto dos Reis, conde de Carapebus, filho dos primeiros barões de Carapebus. Grande do Império, foi gentil-homem e fidalgo-cavaleiro. Recebeu os graus de comendador da Imperial Ordem de Cristo e de grande dignitário da Imperial Ordem da Rosa. Recebeu o viscondado com grandeza por decreto de 12 de outubro de 1828 e o condado por decreto de 2 de dezembro de 1858. O título faz referência à cidade mineira de Baependi.
  • CONDE DE TOCANTINS - CORONEL JOSÉ JOAQUIM DA LIMA E SILVA SOBRINHO (IRMÃO DO DUQUE DE CAXIAS) BelO PRATO COM ABA DECORADA COM LARGO FRISO AZUL COBALTO. NA EXTREMIDADE ARREMATES EM OURO FORMANDO RENDILHADO QUE SE REPETE NA EXTREMIDADE DA CALDEIRA. TAMBÉM NA ABA MONOGRAMA ENTRELAÇADO TLS SOB COROA DE VISCONDE. pertencente Ao serviço de José Joaquim de Lima e Silva Sobrinho, primeiro e único Visconde e Conde de Tocantins. França, sec. XIX, 24 cm de diâmetro. nota: OCoronel José Joaquim de Lima e Silva Sobrinho 1809 - 1894, foi agraciado, sucessivamente, com os títulos de Visconde com Honras de Grandeza de Tocantins Mercê de 17.07.1872 e de Conde de Tocantins Mercê de 30.03.1889. Foi Veador de S. majestade a Imperatriz. Filho do marechal-de-campoFrancisco de Lima e Silva, barão de Barra Grande, e de Mariana Cândida de Oliveira Belo; era irmão deLuís Alves de Lima e Silva, duque de Caxias, e de Carlota Guilhermina de Lima e Silva, que se casaria com o primoManuel da Fonseca de Lima e Silva, barão de Suruí. Casou-se em primeiras núpcias com Emiliana de Morais, filha deJosé Gonçalves de Morais, barão de Piraí, com quem teve um filho, Luís César de Lima e Silva; em segundas, casou-se com Maria Balbina da Fonseca Costa, filha deManuel Antônio da Fonseca Costa,marquês da Gávea, com quem teve três filhas, entre eles Maria Balbina de Lima e Silva, Mariana Cândida da Lima e Silva, que se casaria comLuís Otávio de Oliveira Roxo,visconde de Vargem Alegre. Grande do Império, Veador de S.M. a Imperatriz e recebeu os graus de dignitário daImperial Ordem da Rosa, comendador das imperiais ordensde Cristo, no Brasil. De Portugal, ade Avise daOrdem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosae da Ordem Ernestina de 2ª classe, da Casa Ducal daSaxônia. Deixando o exército, foi reformado no posto de Capitão. Membro da Guarda Nacional do Município da Corte do Rio de Janeiro, onde alcançou a patente de Coronel. Presidente do Banco do Brasil. Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Vice-Presidente da Caixa Econômica e Monte Socorro. Secretário da Imperial Companhia de Seguros Mútuos Contra Fogo.
  • MOSER  POR JOSEF HOFFMAN  LINDO FLOREIRO ESTILO E ÉPOCA ART DECO. LAPIDAÇÃO FACETADA COM LINDA COR QUE VARIA DO ROXO AO AZUL DEPENDENDO DO TIPO DA LUZ QUE É EXPOSTO. ISTO SE DEVE A INCLUSÃO NA COMPOSIÇÃO DO MINERAL NEODÍMIO OU ALEXANDRITA DESCOBERTO PELO BARÃO AUSTRÍACO CARL AUER VON WELSBACH EM 1885. INTEGRADO NO PROCESSO DE PRODUÇÃO, É UMA MARCA REGISTRADA DA FAMOSA CRISTALERIA.. PRODUÇÃO  DE JOSEF HOFFMAN DA DÉC DE 1930. TCHECOSLOVÁQUIA, 20 CM DE ALTURA.
  • CLICHY - PINHA (BOULE D'ESCALIER) -  LINDA PINHAS EM CRISTAL DA MANUFATURA DE CLICHY LINDA PADRONAGEM DECORATIVA!  BASE EM METAL. FRANÇA, SEC. XIX. 17 CM DE ALTURANOTA: Boule DEscalier ou bolas de escada começaram a ser fabricas em cristal pela manufatura SAINT LOUIS em 1845. Além do aspecto ornamental, elas tinham uma razão prática para existir: a conveniência de ocultar intersecção do corrimão no balaústre na base da escada. A manufatura de BACCARAT começou logo a seguir em 1846. Seguiu-lhes a manufatura de CLICHY (1849). A Whiterfriars Manufactory (Reino Unido) começou um pouco atrasada e não lançou as primeiras bolas de vidro até 1855. Inicialmente elas eram em blocos de cristal maciço (e logo depois passaram a ser ocadas). As Grandes cristalleries francesas como Baccarat e Saint-Louis produziram verdadeiras obras de arte cujas facetas capturavam a iridescência azulada da iluminação a gás. Em seguida, a bola foi adornada à maneira do cristal da boêmia, alternando a transparência das peças lapidas com as áreas planas do vidro colorido. Assim o artesão criava efeitos de luz a partir de formas geométricas sob uma segunda camada de cristais coloridos colocados na superfície: técnica chamada de "sobreposição". Das escadas, as Boule DEscaliers passaram a adornar as salas dos colecionadores que reúnem modelos e cores diferentes o que as torna encantadoras e decorativas.

772 Itens encontrados

Página: