Peças para o próximo leilão

636 Itens encontrados

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  • BELA COMPOTEIRA COM INCLUSÃO DE URALINA. CORPO EM TORCEIL MODELO BAMBOO TOURS. EUROPA, INICIO DO SEC. XX. 13,5 CM DE ALTURA
  • CESTA EM PRATA DE LEI COM CORPO LISO, ALÇA FENESTRADA. MARCAS DE CONTRASTE PARA BETA, MANAUS E TEOR 935. BRASIL, SEC. XX. 17 CM DE COMPRIMENTO. 260 G
  • MOSER  BELA CAIXA EM  CRISTAL COM GUARNIÇÕES EM METAL COM TONALIDADE QUE VARIA DO AZUL AO LILÁS DEPENDENDO DO TIPO DA LUZ INCIDENTE. ISTO SE DEVE A INCLUSÃO NA COMPOSIÇÃO DO MINERAL NEODÍMIO OU ALEXANDRITA DESCOBERTO PELO BARÃO AUSTRÍACO CARL AUER VON WELSBACH EM 1885. INTEGRADO NO PROCESSO DE PRODUÇÃO, É UMA MARCA REGISTRADA DA FAMOSA CRISTALERIA. SEÇÃO RETANGULAR. GURANIÇÃO EM METAL. TCHECOSLOVÁQUIA, SEC. XX. 12 CM DE COMPRIMENTO
  • BELA SALVA EM PRATA DE LEI ESTILO E ÉPOCA DONA MARIA I. FATURA INGÊNUA, GALERIA DECORADA EM ARCOS SOBREPOSTOS. PLANO COM DELICADO GUILLOCHE FORMANDO LAURÉIS CONCENTRICOS. ASSENTE SOBRE TRÊS ROBUSTOS PÉS. BRASIL, FINAL DO SEC. XVIII OU INICIO DO XIX. 18 CM DE DIAMETRO., 410 G
  • MOSER  BELO FLOREIRO EM  CRISTAL COM GUARNIÇÕES EM METAL COM TONALIDADE QUE VARIA DO AZUL AO LILÁS DEPENDENDO DO TIPO DA LUZ INCIDENTE. ISTO SE DEVE A INCLUSÃO NA COMPOSIÇÃO DO MINERAL NEODÍMIO OU ALEXANDRITA DESCOBERTO PELO BARÃO AUSTRÍACO CARL AUER VON WELSBACH EM 1885. INTEGRADO NO PROCESSO DE PRODUÇÃO, É UMA MARCA REGISTRADA DA FAMOSA CRISTALERIA. SEÇÃO RETANGULAR. GURANIÇÃO EM METAL. TCHECOSLOVÁQUIA, SEC. XX. 18 CM DE ALTURA
  • PAR DE CASTIÇAIS EM PRATA DE LEI. MARCAS DE CONTRASTE COM TEOR 833, FUSTE FACETADO DECOCARO COM ROCAILLES E CONCHEADOS. BASE SEGUE O MESMO PADRÃO DECORATIVO. ELEVADOS POR QUATRO PÉS EM ROCAILLE VEGETALISTA. BRASIL, SEC. XX. 27 CM DE ALTURA. 1145 G
  • BACCARAT MODELO DOLPHIN  PAR DE CANDELABROS EM CRISTAL MOULE DE BACCARAT ESTILO NAPOLEÃO III. BASE RECORTADA, DECORADA EM GODRONS. FUSTE COM FEITIO DE DOLPHINS FINALIZADOS EM SATINE. DAS BOBECHES PENDEM PRISMAS DE CRISTAL. CÚPULAS LAPIDADAS COM GUIRLANDAS FLORAIS E ENCAIXE NA BASE EM METAL. FRANÇA, INICIO DO SEC. XX. 52 CM DE ALTURA (uma das cúpulas tem imperceptível bicado na borda)
  • BELO FLOREIRO EM PRATA DE LEI TEOR 800. ESTILO E ÉPOCA ART DECO. DECORADOS COM FOLHAGENS ESTILIZADAS. EUROPA, INICIO DO SEC. XX. 20 CM DE ALTURA. 350 G
  • VELHO PARIS  LINDO PAR DE FLOREIROS EM PORCELANA COM MAGNIFICA DECORALÃO DE ELEMENTOS FLORAIS E PRESONAGEM MASCULINO E FEMININO COM TRAJES DE ÉPOCA. ARREMATES EM OURO. FRANÇA, SEGUNDA METADE DO SEC. XIX. 28 CM DE ALTURA
  • GRANDE JARRO EM PRATA DE LEI  COM MARCAS DA PRATARIA UNIÃO E TEOR 833. DECORAÇÃO DOM JOÃO V COM CONCHEADOS E ROCAILLES. BRASIL, SEC. XIX. 30 CM. 1130 G
  • SALVA EM PRATA DE LEI COM MARCA PSEUDO P COROADO. GALERIA FENESTRADA COM FLORES. PLANO COM ROCAILLES CINZELADAS. BRASIL, SEC. XIX. 32 CM DE DIAMETRO. 940 G
  • SALVA EM PRATA DE LEI COM MARCAS DO PRATEIRO MICHEL KHURY E TEOR 800.  GALERIA FENESTRADA REMATADA POR ELEMENTOS VEGETALISTAS. PLANO COM ROCAILLES CINZELADAS. BRASIL, SEC. XIX. 23 CM DE DIAMETRO. 495 G
  • DELICADA FLOREIRA COM FEITIO DE  CORNUCÓPIA EM VIDRO ARTÍSTICO DE MURANO NA TONALIDADE RUBI COM BASE TRANSLÚCIDA. CORPO EM SUAVE TORCEIL. ITÁLIA , MEADOS DO SEC. XX. 16,5 CM DE ALTURA
  • DUQUE DE CAXIAS RARÍSSIMO PRATO  DE SOBREMESA EM PORCELANA PERTENCENTE AO SERVIÇO DO DUQUE DE CAXIAS, LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA UM DOS QUATRO DUQUES BRASILEIROS (O ÚNICO SEM SANGUE REAL) . ABA NA TONALIDADE VERDE COM RESERVAS FLORAIS PINTADAS MANUALMENTE. ARREMATES EM OURO. CALDEIRA COM EXUBERANTE RESERVA FLORAL. ESSE SERVIÇO FOI APREGOADO EM LEILÃO EM 1928 ADQUIRIDO PELO COLECIONADOR INACIO AREAL REALIZADO PELO LEILOEIRO DA ÉPOCA, BASTOS DIAS. DEPOIS EM 1983 FOI LEILOADO POR FERNANDO SOARES EM SÃO PAULO ESSA PEÇA EM PREGÃO TAMBÉM ESTÁ REPRODUZIDA NO CATÁLOGO DO LEILÃO REFERIDO ACIMA (O DE FERNANDO SOARES) E FOI REPRODUZIDA EM MATÉRIA DA DÉCADA DE 90 SOBRE INVESTIMENTO EM MERCADO DE ARTES (VIDE FOTOS DA MATÉRIA E DO CATÁLOGO DO LEILÃO). PEÇA DESSE APARELHO ESTA REPRODUZIDA A PÁGINA 209 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, SEC. XIX. 25,5 CM DE DIAMETRO NOTA: Luís Alves de Lima e Silva (25/8/1803-7/5/1880) nasce em Vila do Porto da Estrela, em uma família de militares. É declarado cadete aos 5 anos. Em 1823, com apenas 20 anos, participa da campanha pelo reconhecimento da independência na Bahia como tenente. Promovido a capitão, conduz a linha de frente brasileira na Guerra da Cisplatina em 1825. É nomeado major e chefia o batalhão do imperador até 1831. Em 1840 combate os focos de resistência ao governo central no Maranhão e no Piauí. Em recompensa pela pacificação das duas províncias, é elevado ao posto de brigadeiro e recebe o título de barão de Caxias. Como comandante das Armas da Corte, reprime a Revolução Liberal de 1842 em São Paulo e em Minas Gerais e dirige as tropas imperiais contra a Revolta dos Farrapos. Em 1845, dom Pedro II o indica para o Senado pelo Rio Grande do Sul. Lidera as tropas do Exército nas guerras platinas em 1851 e exerce, depois, a Presidência da província gaúcha. Em 1866 chefia as forças brasileiras na Guerra do Paraguai e conquista Assunção em 1869. No mesmo ano recebe o título de duque de Caxias. Morre na cidade de Barão de Juparanã, no Rio de Janeiro. Duque de Caxias (Luís Alves de Lima e Silva) (1803-1880) foi um militar brasileiro. É o Patrono do Exército. Foi um dos maiores vultos da nossa história. Foi chamado de O Pacificador. No dia 25 de agosto, dia do seu nascimento, é comemorado o dia do soldado. Luís Alves de Lima e Silva nasceu na fazenda São Paulo, no Taquaraçu, próximo da Vila Estrela, hoje município de Duque de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, no dia 25 de agosto de 1803. Filho de Francisco de Lima e Silva e de Cândida de Oliveira Belo cresceu em meio a uma família de militares. Seu avô, José Joaquim de Lima e Silva, um militar português, imigrou para o Brasil em 1767 e se instalou no Rio de Janeiro, então capital do país. Seu pai foi brigadeiro do Exército Imperial e membro da Regência-Trina durante a menoridade de Dom Pedro II. No dia 22 de novembro de 1808, o 1.º Regimento de Infantaria de Linha, comandado por seu avô, recebia o novo soldado com cinco anos, apenas uma homenagem a seu avô, o Ministro da Guerra. Entre 1809 e 1817, estudou no Seminário São Joaquim (hoje Colégio Pedro II). Em 1818, Luís Alves entrou para a Escola Militar do Largo do São Francisco, onde permaneceu até 1821. Foi cadete, alferes e tenente. Quando concluiu o curso, foi incorporado ao 1.º Batalhão de Fuzileiros. Em 1822, o Brasil torna-se independente e Luís Alves ingressa no Batalhão do Imperador, comandado por seu tio José Joaquim de Lima e Silva. Em 1823, participou da luta no combate aos soldados portugueses da Bahia que relutavam a aceitar a Independência do país. Com a vitória do Batalhão, Luís Alves foi promovido a Capitão e com 21 anos recebia a Imperial Ordem do Cruzeiro, das mãos de D. Pedro I. Em 1825, Luís Alves foi chamado para mais uma vez manter a unidade nacional, desta vez na Campanha da Cisplatina conflito ocorrido entre o Brasil Império e as Províncias Unidas do Rio da Prata, pela posse da "Província Cisplatina", no Uruguai. Três vezes foi citado por bravura. Ganhou as insígnias de Major e as comendas da Ordem de São Bento de Ávis e a ordem da Rosa. Em 1831, após a abdicação de D. Pedro I, Luís Alves foi um dos poucos que permaneceu ao lado do monarca. Foi chamado pelo ministro da Justiça, Padre Feijó, para organizar o Batalhão Sagrado, para manter a ordem no Rio de Janeiro, evitando a anarquia. Nesse mesmo ano, organizou a Guarda Municipal, que depois foi transformada em Guarda Municipal Permanente. Em 1832 a Guarda Municipal lutou contra a tentativa de derrubar a Regência-Trina, durante a menoridade de Dom Pedro II. No dia 2 de fevereiro de 1833, Duque de Caxias casa-se com Ana Luísa do Loreto Carneiro Vianna de apenas 16 anos, neta da Baronesa de São Salvador de Campos. Em dezembro do mesmo ano nasce Luísa de Loreto. Em 24 de junho de 1836 nasce sua segunda filha, Ana de Loreto. O filho Luís Alves Júnior faleceu na adolescência. Em 1837, com 34 anos, Luís Alves foi promovido a Tenente-Coronel, em seguida, deixou o comando da Guarda Permanente. Em 1839, foi nomeado comandante-geral das forças militares do Maranhão e presidente da Província. Sua missão: sufocar a revolta dos que se opunham ao governo provincial e ocupavam acidade de Caxias. Conhecida como Balaiada, a campanha de Lima e Silva saiu vitoriosa. Em 1841, de volta ao Rio de Janeiro, Luís Alves é promovido a General-Brigadeiro e recebeu o título de Barão de Caxias, referência à cidade que conseguiu pacificar. Em 1842, o Barão de Caxias foi nomeado "Comandante das Armas da Corte", cargo já ocupado por seu pai. Nessa época, eclodiu a revolução liberal em São Paulo e Minas Gerais, que Caxias reprimiu com facilidade e entrou em Sorocaba, onde enfrentou seu antigo chefe, o Padre Feijó. Em Minas Gerais, destacou-se no combate de Santa Luzia, decisivo para a vitória. Ao voltar, reassume o comando das armas, como o Pacificador. Após pacificar três províncias, faltava só o Rio Grande do Sul onde a Guerra dos Farrapos entrava no seu sétimo ano. Foi nomeado "presidente da província do Rio Grande do Sul"e "Comandante das Armas". Reorganizou as forças imperiais e depois de dois anos saiu vitorioso. Com a vitória, na Guerra dos Farrapos, Caxias foi agraciado com o título de Conde, em 2 de abril de 1845 e escolhido para o Senado por Dom Pedro II, mandato que exerceu junto com seu pai. Em 1855 foi nomeado para a Pasta da Guerra e em 1862 para "Presidente do Conselho". Nesse mesmo ano, foi promovido a Marechal Graduado do Exército. Caxias combateu em vários conflitos de fronteira no Sul do Brasil e voltou vitorioso ao Rio de Janeiro, quando, recebeu o título de Marquês. A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado ocorrido na América do Sul, na bacia do rio da Prata, que envolveu Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil. O Paraguai era o país que havia alcançado um certo progresso econômico autônomo e seu presidente Solano López resolveu ampliar o território paraguaio e criar o Paraguai Maior, anexando regiões da Argentina, do Uruguai e do Brasil (como Rio Grande do Sul e Mato Grosso), com o objetivo de conquistar o acesso ao Atlântico. Em 1864, o Paraguai ordenou o aprisionamento do navio brasileiro Marquês de Olinda, no rio Paraguai. A resposta brasileira foi a imediata declaração de guerra ao Paraguai. Em 1865, o Paraguai invadiu o Mato Grosso e o Norte da Argentina, e os governos do Brasil, Argentina e Uruguai criaram a Tríplice Aliança contra Solano López. O Brasil, Argentina e Uruguai contavam com o apoio inglês, recebendo empréstimos para equipar e manter poderosos exércitos. Depois de algumas derrotas, em 1867, Luís Alves de Lima e Silva, então Marquês de Caxias, assumiu o comando das forças militares imperiais, vencendo rapidamente importantes batalhas como as de Itororó, Avaí, Angosturas e Lomas Valentinas, chamadas dezembradas por terem ocorrido no mês de dezembro de 1868. Finalmente Assunção foi ocupada em 5 de janeiro de 1869. Após a vitória do Brasil na Guerra do Paraguai, Caxias com 66 anos recebe o título de Duque, com medalhas e condecorações. No dia 23 de março de 1874 morre sua esposa. Em 1875, o Duque de Caxias foi nomeado, por Dom Pedro II, para a presidência do Conselho de Ministros e assume também o Ministério da Guerra. Era um Gabinete que serviria à princesa Isabel na ausência do Imperador. Em 1877, cansado e doente, Duque de Caxias se retira para a fazenda do Barão de Santa Mônica, de seu genro, hoje Ji-Paraná, Rio de Janeiro. No dia 7 de maio de 1880, às 20 horas e 30 minutos, fechava os olhos para sempre aquele bravo militar e cidadão que vivera no seio do Exército para glória do próprio Exército. No dia seguinte, em trem especial, chegava na Estação do Campo de Santana o seu corpo, vestido com o seu mais modesto uniforme de Marechal de Exército, trazendo ao peito apenas duas das suas numerosas condecorações, as únicas de bronze: a do Mérito Militar e a Geral da Campanha do Paraguai, tudo consoante suas derradeiras vontades expressas. Outros desejos testamentários são respeitados: enterro sem pompa; dispensa de honras militares; o féretro conduzido por seis soldados da Guarnição da Corte, dos mais antigos e de bom comportamento, aos quais deveria ser dada a quantia de trinta cruzeiros (cujos nomes foram imortalizados no pedestal de seu busto, no passadiço do Conjunto Principal antigo da Academia Militar das Agulhas Negras); o enterro custeado pela Irmandade da Santa Cruz dos Militares; e seu corpo não embalsamado. Quantas vezes o caixão foi transportado, suas alças foram seguras por seis Praças de Pré do 1º e do 10º Batalhão de Infantaria. No ato do sepultamento, o grande literato Visconde de Taunay, então Major do Exército, proferiu alocução assim concluída: "Carregaram o seu féretro seis soldados rasos; mas, senhores, esses soldados que circundam a gloriosa cova e a voz que se levanta para falar em nome deles, são o corpo e o espírito de todo o Exército Brasileiro. Representam o preito derradeiro de um reconhecimento inextinguível que nós militares, de norte a sul deste vasto Império, vimos render ao nosso velho Marechal, que nos guiou como General, como protetor, quase como pai, durante 40 anos; soldados e orador, humilde todos em sua esfera, muito pequenos pela valia própria, mas grandes pela elevada homenagem e pela sinceridade da dor". Seu testamento lavrado em 23 de abril de 1874 mostra que esse grande brasileiro que defendeu invictamente o Brasil por tantas vezes e ocupou posições tão importantes morreu sem muitos bens, mas buscando honrar sua pátria e o serviço a ela prestado. Reza o texto de suas últimas vontades expressas: Em Nome de Deus Amém: Eu, Luiz Alves de Lima, Duque de Caxias, achando-me com saúde e meu perfeito juízo, ordeno o meu testamento, da maneira seguinte: sou católico romano, tenho nesta fé vivido, e pretendo morrer. Sou natural do Rio de Janeiro, batizado na freguesia de Inhamerim; filho legítimo do Marechal Francisco de Lima e Silva, e de sua legítima Mulher, dona Mariana Cândida Bello de Lima, ambos já falecidos. Fui casado a face da Igreja com a virtuosa dona Anna Luiza Carneiro Viana de Lima, Duquesa de Caxias, já falecida, de cujo matrimônio restam dois filhos que são Luiza e Anna, as quais se acham casadas; a primeira com Francisco Nicolas Carneiro Nogueira da Gama, e a segunda, com Manoel Carneiro da Silva, as quais são as minhas legítimas herdeiras. Declaro que nomeio meus testamenteiros, em 1º lugar, o meu genro Francisco Nicolas, em 2º meu genro Manoel Carneiro, em 3º meu irmão e amigo, o Visconde de Tocantins, e lhes rogo que aceitem esta testamentária, da qual só darão contas no fim de dois anos. Recomendo a estes que quero que meu enterro seja feito, sem pompa alguma, e só como irmão da Cruz dos Militares, no grau que ali tenho. Dispensando o estado da Casa Imperial, que se costuma a mandar aos que exercem o cargo que tenho. Não desejo mesmo, que se façam convites pro meu enterro, porque os meus amigos que me quiserem fazer este favor, não precisam dessa formalidade e muito menos consintam os meus filhos que eu seja embalsamado. Logo que eu falecer deve o meu testamenteiro fazer saber ao Quartel General, e ao ministro da Guerra que dispenso as honras fúnebres que me pertencem como Marechal do Exército e que só desejo que me mandem seis soldados, escolhidos dos mais antigos, e melhor conduta, dos corpos da Guarnição, pra pegar as argolas do meu caixão, a cada um dos quais o meu testamenteiro, no fim do enterro, dará 30$000 de gratificação. Declaro que deixo ao meu criado, Luiz Alves, quatrocentos mil réis e toda a roupa do meu uso. Deixo ao meu amigo e companheiro de trabalho, João de Souza da Fonseca Costa, como sinal de lembrança, todas as minhas armas, inclusive a espada com que comandei, seis vezes, em campanha, e o cavalo de minha montaria, arreado com os arreios melhores que tiver na ocasião da minha morte. Deixo à minha irmã, a Baronesa de Suruhi, as minhas condecorações de brilhantes da ordem de Pedro I como sinal de lembrança e a meu irmão, o Visconde de Tocantins, meu candieiro de prata, que herdei do meu pai. Deixo meu relógio de ouro com a competente corrente ao Capitão Salustiano de Barros Albuquerque, também como lembrança pela lealdade com que tem me servido como amanuense. Deixo à minha afilhada Anna Eulália de Noronha, casada com o Capitão Noronha, dois contos de réis. Cumpridas estas disposições, que deverão sair da minha terça, tudo o mais que possuo será repartido com as minhas duas filhas Anna e Luiza, acima declaradas. Mais nada tenho a dispor, dou por findo o meu testamento, rogando as justiças do país, que o façam cumprir por ser esta a minha última vontade escrita por mim e assinada. Rio de Janeiro, 23 Abr 1874 - Luis Alves de Lima Duque de Caxias.
  • BARÃO DE IBITINGA (1832-1815)  JOAQUIM FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE  FILHO DO BARÃO DE ITATIBA, SOGRO E PADRASTO DO CONDE DE ÁLVARES PENTEADO, CUNHADO DA BARONESA DE PIRAPITINGUI. MUITO GRANDE TRAVESSA  EM PORCELANA DA MANUFATURA DE CHARLES PILLIVUYT & CO MEDAILLE D0R 1867  1878. BORDA COM BARRADO EM SALMÃO DELIMITADO POR FRISOS EM OURO. CALDEIRA COM RESERVA CONTENDO INICIAIS BI ENTRELAÇADAS SOB COROA DE BARÃO. PERTENCEU AO SERVIÇO DE JOAQUIM FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE. EXEMPLAR DESSE BELO SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDO A PAGINA 265 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, DEC. 1870.  44 X 30 CM NOTA: Natural de Campinas, Joaquim Ferreira de Camargo nasceu em 1832. Proprietário de uma fazenda de café, conhecida como Nova Lousã, no município de Espírito Santo do Pinhal. Também foi proprietário da Fazenda das Cabras e São José. Pertenceu ao Partido Liberal, exercendo cargos de nomeação e eleição popular. Foi fazendeiro e teve plantação de café no município de Itatiba/SP, foi também vereador, juiz municipal e diretor de várias empresas, como a Companhia Campineira de Iluminação e Gás e Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Em 1882 foi agraciado com o título de Barão de Ibitinga pelo Governo Imperial. Joaquim Ferreira de Camargo Andrade é neto, por pai, do Capitão Joaquim de Camargo Penteado e é neto, por mãe, do Capitão Mor, Floriano de Camargo Penteado. Foi fazendeiro e teve plantações de café no município de Itatiba/SP. Casou-se com Cândida Marcolina de Cássia Franco (1842 - 1866), filha do capitão Joaquim Franco de Camargo e de sua segunda esposa, Maria Lourença de Morais. Eram suas irmãs Manuela Assis de Cássia Franco, baronesa de Araras, e Clara Franco de Camargo, primeira esposa do Barão de Arari. O casal teve cinco filhos: Maria Ferreira de Camargo; Francisca Ferreira de Camargo; Cândida Ferreira de Camargo; Joaquim Ferreira de Camargo; Ana Ferreira de Camargo, morta em tenra idade. Viúvo, casou pela segunda vez com Maria Higina Álvares de Almeida Lima (1833 - 1902), também viúva (do Dr. João Carlos Leite Penteado), filha de Antônio Álvares de Almeida Lima, importante fazendeiro de Limeira, e de Maria Emília de Toledo, irmã do Barão do Descalvado. Desta união, nasceram-lhe mais quatro filhos: Alberto Ferreira de Camargo; Clodomiro Ferreira de Camargo; Fausto Ferreira de Camargo; Amália Ferreira de Camargo. Um fato curioso é que Maria, Francisca e Cândida, as três filhas do primeiro casamento de Camargo Andrade, casaram-se, respectivamente com Antônio Álvares, Carlos Olímpio e Bernardo Álvares Leite Penteado, filhos do primeiro casamento de Maria Higina. Também Clodomiro casou-se com Lucília Ferreira de Camargo, sua sobrinha, filha de sua meia-irmã Maria Joana Leite Penteado, do casamento de Maria Higina e de João Carlos Leite Penteado, e de Elisiário Ferreira de Camargo Andrade, seu tio paterno. Já Joaquim e Alberto desposaram outras duas irmãs: Clara e Olívia, filhas de João Soares do Amaral e de Maria da Glória Lacerda (filha de Clara Franco de Camargo). Amália, por sua vez, casou-se com Henrique Santos Dumont, irmão de Alberto Santos Dumont. Em 7 de maio de 1882, foi condecorado com o título de Barão de Ibitinga pelo imperador Pedro II. Faleceu em Campinas, aos 83 anos, e seu corpo foi sepultado no Cemitério da Saudade
  • GUERRA DO PARAGUAI -  MEDALHA RECOMPENSA A BRAVURA MILITAR  RARA MEDALHA EM BRONZE COM SUA FITA ORIGINAL E DOIS PASSADORES POR BRAVURA EM DUAS BATALHAS DA GUERRA DO PARAGUAI. CRIADA POR D. PEDRO II PELO DECRETO 4131 DE 28 MAR 1868, DESTINADA AOS  QUE SE DEM0NSTRARAM  DIGNOS POR ATOS DE BRAVURA EM AÇÕES  DE GUERRA DURANTE A CAMPANHA DO PARAGUAI. A MEDALHA É  OVAL, DE BRONZE E USADA DO LADO ESQUERDO DO PEITO, PENDENTE DE FITA COM TRÊS LISTRAS, UMA ESCARLATE CENTRAL E COMO EXTREMAS VERDES. ELA POSSUÍA TANTOS PASSADORES QUANTOS ERAM COMO CONCESSÕES POR AÇÕES EM QUE PRATICOU ATO DE BRAVURA. AS AÇÕES FIGURAVAM PELA DATA, OU PELO NOME HISTÓRICO QUE TOMOU A AÇÃO. ESSA MEDALHA EM PREGÃO FOIS CONCEDIDA POR ATOS EM DUAS BATALHAS (TEM DOIS PASSADORES COM AS DATAS CORRESPONDENTES AS BATALHAS DE NHU-GUAÇU TRAVADA EM 16 DE AGOSTO DE 1869 E TAMBÉM POR ATOS NA BATALHA DE PIRIBEBUY, TRAVADA EM 12 DE AGOSTO DE 1869). POSSUI ALÉM DA FITA A PARTE INFERIOR DA CAIXA ORIGINAL. O ANVERSO TEM: UM CONJUNTO DE TROFÉUS DE GUERRA COM CANHÕES, BANDEIRAS E BALAS DE CANHÃO CIRCUNDADO PELA LEGENDA - EXÉRCITO EM OPERAÇÃO CONTRA O GOVERNO DO PARAGUAY. O REVERSO APRESENTA: INSCRIÇÃO CENTRAL RECOMPENSA À BRAVURA MILITAR, CIRCUNDADO PELA INSCRIÇÃO DECRETO DE 28 DE MARÇO DE 1868. BRASIL, 1869, 10 CM DE COMPRIMENTO COM A FITA, SEM CONSIDERAR O TAMANHO DA FITA: 4,3 CM DE COMPRIMENTO.NOTA: A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi o maior e o mais sangrento conflito de toda História da  América do Sul. O Brasil liderou as operações de Guerra em conjunto com a Argentina e Uruguai contra o Ditador do Paraguai Solano Lopes. Vamos discorrer um pouco sobre as duas batalhas cujos atos de bravura laurearam o soldado que recebeu essa medalha em pregão: BATALHA DE PIRIBEBUY, TRAVADA EM 12 DE AGOSTO DE 1869: A Batalha de Piribebuy  foi travada em 12 de agosto de 1869 na cidade paraguaia de Piribebuy, que era então uma porção como uma capital temporária do governo paraguaio. Os defensores paraguaios, que estavam mal armados e incluíam crianças, lutaram contra os ataques das forças aliadas, lideradas pelo general brasileiro CONDE DEU, marido da PRINCESA ISABEL e genro do IMPERADOR PEDRO II do Brasil. O pequeno povoado de Piribebuy, a pouco mais de 70 km a oeste de Asunción, encontrava-se na encosta de um cerro, cercados por colinas mais elevadas. Possuía humildes casas de tetos de palha e uma igreja colonial telhada. A vila era defendida por um fosso e trincheira de leiva, sob a forma de polígono irregular de 28 faces, de 2.422 metros de circunferência. Um córrego cortava Piribebuy, desaguando no arroio homônimo (Taunay, 2002, p. 134 et seq.). No central, forças aliancistas, de vinte mil imperiais e argentinos e mais de trinta canhões, cercaram a vila em 10 de agosto de 1869, onde se encontravam 1.600 defensores, no geral hombres mal armados, la mayor parte muchachos.(homens mal armados e crianças)  No dia 11, após posicionar suas forças, o conde dEu teria intimado à rendição a Pedro Pablo Caballero. O comandante da vila teria respondido com palavras de aço:  Estoy aquí para pelear, y si es necesario morir; pero no para rendirme (Centurión, 2010, p. 393-94). Na madrugada do dia 12, antes que iniciasse o bombardeio, o conde dEu mandara novamente delegado intimar a Caballero para que retirase del recinto del reducto a las mujeres y a los niños. Novamente Pedro Pablo Caballero respondera em forma altiva: Decid a vuestro jefe que las mujeres y los niños están aquí seguros, y que él mandará en territorio paraguayo cuando no haya uno que lo defienda! Destaque-se que mulheres e crianças eram boa parte das tropas defensoras da vila. A seguir, teria iniciado o ataque, de resultados já certos, devido ao enorme desequilíbrio de forças  treze soldados aliancistas para cada paraguaio! Y sin embargo la resistencia fue heroica y prolongada. Duró 5 horas!. Segundo aquele autor, as tropas aliancistas teriam atacado em forma mais encarniçada pelo norte, posição que sabiam guarnecida por cuerpos compuestos de muchachos débiles armados los más de escopetas de cazar y lanzas. Como os demais atacantes, o general João Manuel Mena Barreto, montado en un hermoso alazán, teria sido rechaçado dos veces, retirando-se com suas tropas para reorganizar-se, para além do arroio Mboveví. Na terceira investida, a 500 varas c. 550 metros da trincheira, teria sido ferido mortalmente por uma bala de fuzil na ingle, ou seja, na virilha. Transferido para uma cabana próxima, faleceu antes que o cirurgião chegasse. Entrementes, os assaltantes romperam as defesas pelo sul, aprisionando, entre outros, Pedro Pablo Caballero e o chefe político da povoação, Patricio Marecos, conduzidos diante do conde que habló con Caballero. Porém, ao saber que, mesmo não tendo morrido muitos assaltantes, falecera o general Mena Barreto, o comandante em chefe das tropas imperiais teria dito, apontando para os dois prisioneiros diante de si:   Degüéllenlos a esos, ellos tienen la culpa! Ordem que teria sido cumprida imediatamente. Pedro Pablo Caballero teria sido degolado ao lado do cadáver do general sul-rio-grandense  ou o seu cadáver foi exposto junto a ele, mais tarde. Mais tarde, uma testemunha ocular, Asunción Gonzáles, que teria levantado o quepe do chefe paraguaio, constatando o corte ao pescoço, afastou a possibilidade de uma morte em combate. A batalha durou 5 horas, com os aliados, que tinham uma grande vantagem numérica, capturaram a cidade. O hospital da cidade foi queimado com varios feridos dentro do hospital, e os documentos oficiais foram perdidos no fogo resultante, mas  o fogo resultou por conta de um tiro de canhão não intencional. BATALHA DE NHU-GUAÇU: Na batalha seguinte, Campo Grande ou Nhu-Guaçu (16 de agosto), as forças brasileiras se defrontaram com um exército formado, em sua maioria, por adolescentes e crianças e idosos, recrutados a força pelo ditador paraguaio. A derrota paraguaia encerrou o ciclo de batalhas da guerra. Os passos seguintes consistiram na mera caçada a López, que abandonou Ascurra e, seguido por menos de trezentos homens, embrenhou-se nas matas, marchando sempre para o norte. Dois destacamentos foram enviados em perseguição ao presidente paraguaio, que se internara nas matas do norte do país acompanhado de 200 homens. No dia 1.º de março de 1870, as tropas do general José Antônio Correia da Câmara (1824-1893), o Visconde de Pelotas, surpreenderam o último acampamento paraguaio, em Cerro Corá, onde Solano López foi ferido a lança pelo cabo Chico Diabo e depois baleado, nas barrancas do arroio Aquidabanigui, após recusar-se à rendição. Depois de Cerro Corá, as tropas brasileiras ficaram eufóricas, assassinando civis, pondo fogo em acampamentos e matando feridos e doentes que se encontravam nos ranchos. Não era esse o desejo do imperador D. Pedro II, que preferia ter López preso a morto. No Rio de Janeiro, a morte de Lopéz foi muito bem recebida e o imperador recuperou sua popularidade que havia sido abalada pela dispendiosa guerra. Em 20 de junho de 1870, Brasil e Paraguai assinaram um acordo preliminar de paz.
  • PRINCESA ISABEL E CONDE DEU - GRANDES BOTÕES DA FARDA DE GALAR DA GUARDA DE ARCHEIROS EM SERVIÇO NO CASAMENTO DA PRINCESA ISABEL E CONDE DEU. OS ARCHEIROS FORMARAM ALAS QUE ACOMPANHARAM AS CARRUAGENS QUE CONDUZIAM A FAMÍLIA IMPERIAL E OS NOIVOS. OS BOTÕES TEM MARCAS DO PRESTIGIADO FABRICANTE INGLÊS FIRMIN & SONS, FORNECEDOR DE BOTÕES, EMBLEMAS, ACESSÓRIOS E UNIFORMES PARA CERIMONIAS MILITARES FUNDADA EM 1655, É A MAIS ANTIGA EMPRESA DO REINO ÚNIDO (365 ANOS) E UMA DAS 500 MAIS ANTIGAS DO MUNDO SERVINDO A DEZESSEIS MONARCAS BRITÂNICOS. SÃO FEITOS EM METAL ESPESSURADO A PRATA. DECORADOS COM A COROA IMPERIAL BRASILEIRA SOB OS BRASÕES DA CASA IMPERIAL DO BRASIL E BRASÃO DA CASA DE ORLEANS (DA QUAL PROVÉM O CONDE DEU). VIDE IMAGEM DA CERIMÔNIA DE CASAMENTO DA PRINCESA ISABEL E CONDE DEU NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE. BOTÕES IDÊNTICOS A ESSES FAZEM PARTE DO ACERVO DO MUSEU IMPERIAL DE PETROPOLIS. 2,5 CM DE DIAMETRO.NOTA: O CASAMENTO DA PRINCESA ISABEL E DO CONDE DEU - Nos dias que antecederam a cerimônia, os jantares se sucederam em São Cristóvão. Ministros e cortesãos eram apresentados aos dois príncipes. Houve visitas ao Arsenal e quartéis, com exibições de artilharia e fuzilaria. A partir do dia 12 de outubro de 1864, os jornais começaram a publicar o programa do dia 15: desfile de carruagens saindo de São Cristóvão, seguida do regimento de cavalaria. A partir da Cidade Nova, a guarda de arqueiros faria alas, às carruagens da família imperial. No Paço, um mestre-sala encaminharia os convidados aos seus respectivos lugares na Capela Imperial. Sobre uma almofada bordada, um fidalgo levaria as condecorações que o Imperador daria ao genro. Outro, os anéis nupciais e dois cartões com as palavras que os jovens teriam que repetir diante do arcebispo. E um terceiro, os autos do casamento. Ao fundo, a harmonia de uma das composições de Haendel. Isabel vestiria filó branco, véu de rendas de Bruxelas, grinalda de flores de laranjeiras e ramos das mesmas apanhando o vestido do lado esquerdo. Gastão, o uniforme de marechal, com a comenda da Ordem do Mérito Militar de Espanha, a comenda da Ordem da Casa de Saxe e a medalha da campanha do Marrocos. Depois da troca de alianças, ao som de harpas, os guarda-tapeçarias estenderiam no estrado do altar mor uma rica colcha bordada a ouro e os noivos ajoelhariam sobre almofadas para receber as bênçãos. A seguir, Gastão seria condecorado e receberia um ósculo paternal do Imperador, numa demonstração pública de que entrara na imperial família. Seguir-se-ia um Te Deum Laudamus. Na saída, uma salva de artilharia postada no largo do Paço e correspondida pelas fortalezas e embarcações colocadas em semicírculo na baia, anunciaria aos moradores da cidade que a cerimônia estava concluída. Desfile militar e recepção no Paço, encerrariam uma parte da festa. Ela graciosa e sorridente e ele, digno, segundo os jornais. Nos jornais, também, começaram a chover os pedidos vindos da penitenciária desta corte. Assinados pela voz de um infeliz ou pelas vítimas do infortúnio, que gemem no cárcere, muitos chefes de numerosa família pediam perdão por seus crimes: Graça! Graça!. Nas freguesias, moradores se organizavam para festejar o feliz consórcio. Sociedades ou clubes pediam aos associados que ornassem e iluminassem a frente de suas casas nos dias 15,16 e 17. Aos negociantes e droguistas, a Classe Caixeral pedia que fechassem as portas. Assim, o povo iria para as ruas aclamar os nubentes. Comissões as mais diversas do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Imperial Sociedade de Beneficência, da Real Sociedade Portuguesa Amante da Monarquia, do Núcleo Literário Fluminense, Veteranos da Independência da Bahia, etc., se organizavam para ir cumprimentar os noivos. Publicavam-se as listas de convidados: quem ia e quem não ia. E não faltava quem usasse o Jornal do Comércio para cobrar: Deixarão de ser convidados para o casamento imperial os Senhores Primeiros Cadetes?!!. A tradição nas festas brasileiras eram as luminárias. De onde vinha? Do tempo em que o Brasil era colônia. Estavam assinaladas nas Cartas Régias, desde o século XVI. De início, eram panelinhas de barro com azeite de mamona. No século XIX, já se beneficiavam da iluminação à gás. No casamento dos jovens príncipes não podiam faltar e foram previstas em toda a parte: no Largo do Paço, na Rua Direita, na Praça da Constituição, no Campo da Aclamação. Na Rua dos Ourives, esquina da Rua da Assembléia, enfeitando a renomada Farmácia do Carmo, a iluminação seria elétrica. Magnífico! Junto com as luminárias, inúmeros coretos com músicos, arcos festivos e representações gratuitas no Teatro do Ginásio. Retratos dos noivos eram vendidos nas livrarias. Na fábrica de gás, fundada pelo barão de Mauá, um coreto para quinhentas pessoas foi montado. Candelabros de vidros prismáticos encantavam o ambiente. O ponto alto da festa popular seria a ascensão do aeronauta Wells, num balão com 80 pés de altura que levava pintadas as armas brasileiras e em grandes dísticos os nomes da Princesa Isabel e do Conde d´Eu. No momento em que o préstito passasse e ao som do hino nacional, o balão se elevaria aos céus. Girândolas de foguetes encheriam os ares. Mas os jornais do dia seguinte mostraram que alguns itens planejados não foram bem sucedidos. O aeronauta não conseguiu encher o balão, que fez um voo curto. Parece que a decoração dos arcos também não agradou a todos. Mas o que de errado aconteceu parece não ter sido culpa dos artistas brasileiros na verdade, os culpados foram o engenheiro francês Auguste Andreosy e o pintor Giacomo Micheli.
  • PRINCESA ISABEL E CONDE D'EU  CHRISTOFLE   TRAVESSA EM METAL ESPESSURADO A PRATA COM BRASÃO DAS FAMÍLIAS ORLEÃNS E BRAGANÇA SOB COROA IMPERIAL ENTRE RAMOS DE FUMO E DE CAFÉ. B0RDA COM GODRÕES DE CRUZETAS RELEVADOS. SERVIU A RESIDÊNCIA DA PRINCESA ISABEL E DO CONDE DEU. FRANÇA, SEC. XIX. 38 CM DE COMPRIMENTO.NOTA: A 29 de julho de 1846, nascia Isabel Christina Leopoldina Augusta Michaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Orléans e Bragança. Era a segunda filha do Imperador D. Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina. Seu irmão, Afonso Pedro, herdeiro presuntivo do trono brasileiro morreria, em 1850. Isabel tornou-se assim Princesa Imperial. A perda do pequeno príncipe causou um abalo sem precedentes no regime monárquico. A irmã mais nova, Leopoldina, nasceu em 13 de julho de 1847. Esses eram tempos em que mulheres eram educadas para viver no espaço privado. Daí seu pai ter se preocupado, e muito, com a educação que lhes foi dada. Sua aia, a Condessa de Barral, figura cosmopolita e que já tinha atuado em Cortes europeias, foi encarregada de proporcionar a melhor instrução possível. Línguas estrangeiras, conhecimentos de geografia e história, artes, desenho, música, astronomia, mineralogia, botânica, enfim, uma educação preciosa. Com a entrada das princesas na puberdade, era preciso casá-las. Não sobravam candidatos, pois poucos príncipes de sangue europeu se interessavam por um império agrícola e ainda escravista.Dom Pedro II procurou um marido para Isabel e Leopoldina entre as casas reais francesas, inicialmente considerando o príncipePedro, Duque de Penthièvree filho deFrancisco, Príncipe de Joinville.A mãe dele era a princesa D.Francisca, irmã do imperador. Entretanto o Príncipe de Joinville , sugeriu seus sobrinhos os príncipes Gastão, Conde d'Eu, eLuís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota como escolhas adequadas para as duas princesas. Os dois homens viajaram para o Brasil em agosto de 1864 a fim que os quatro pudessem se conhecer antes de qualquer acordo final ser acertado. Isabel e Leopoldina só foram informadas quando Gastão e Luís Augusto já estavam a caminho. Os dois chegaram no começo de setembro e a Princesa Isabel em suas próprias palavras "começou a sentir um terno amor" pelo conde. Gastão e Isabel e Luís Augusto e Leopoldina, ficaram noivos em 18 de setembro. No dia 15 de outubro de 1864, casaram-se a herdeira do trono do Brasil e o Conde dEu, filho do Duque de Nemours, da França. O cortejo saiu da Quinta da Boa Vista cerca de 9 horas e seguiu, sob aplausos do povo, até o Largo do Paço (atual Praça XV), onde aguardavam a Guarda Nacional e um Batalhão de Fuzileiros, em trajes de gala. As salas do Paço estavam cheias de gente. Às 10 e meia anunciaram a chegada dos noivos e os foram esperar, à porta da Catedral, as Damas e os Oficiais da Casa. A Princesa trajava um vestido de filó branco com renda de Bruxelas e uma grinalda de flores de laranjeira. O noivo, em farda de Marechal, trazia a grã-cruz do Cruzeiro, a comenda da Ordem Militar de Espanha, a comenda da Ordem da Casa de Saxe e a medalha da Campanha do Marrocos. Os noivos, ajoelhados em almofadas bordadas a ouro, ouviram as palavras cerimoniais do arcebispo da Bahia, Dom Manoel Joaquim da Silveira, e confirmaram os votos perante Igreja. Terminada a cerimônia, D. Pedro II abraçou o genro e lhe condecorou com o colar da Ordem da Rosa. Seguiram todos para o salão do Paço, onde representantes estrangeiros, altos funcionários, membros do Legislativo e da Magistratura, muitos cidadãos de várias comissões especialmente designadas para cumprimentar Suas Majestades. Às duas horas da tarde, recolheu-se a família Imperial, partindo os recém-casados do Arsenal de Marinha na galeota com destino a Petrópolis.E o povo comemorou, até altas horas o acontecimento.
  • BARÃO DE CATAGUASES  MANUEL DE CASTRO GUIMARÃES (1816-1881)   GRANDE TABUBELIRO EM PRATA DE LEI COM MARCAS DE CONTRASTE PARA CIDADE DO PORTO (P COROADO) E PRATEIRO ABEL AUGUSTO DE LEMOS DATAVEL DE 1853 A 1881 (MOITINHO PAG. 206). GALERIA VAZADA DECORADA COM CAPRICHADOS ELEMENTOS VEGETALISTAS. PLANO COM EXUBERANTE ROCAILLE CONTENDO RESERVAS CENTRAIS DIAMETRALMENTE OPOSTAS COM MONOGRAMA MG ENTRELAÇADO E TIMPRE ARMORIAL DE GUIMARÃO MODIFICADO: UM LEÃO RAMPANDE APOIADO SOBRE AS DUAS PERNAS TRASEIRAS E TRAZENDO NAS MÃOS UMA ALABARDA. MEADOS DO SEC. XIX. 71 X 43 CM. 3571GNOTA: Manoel de Castro Guimarães, primeiro e único  barão de Cataguases (Barbacena, MG, 1816  Juiz de Fora, MG, 15 de setembro de 1881) foi um fazendeiro e político brasileiro. Foi batizado em 25 de agosto de 1816, na capela de Curral Novo, então pertencente a Barbacena, hoje parte de Antônio Carlos, MG, filho de José Antônio de Castro Guimarães e de Bernardina Clara do Nascimento. Durante a infância, se mudou com os pais para o distrito do Piau, MG, onde residia em 1831. Foi dono da fazenda da Liberdade, herdada de seus sogros, no então distrito juiz-forano de Água Limpa, atual município de Coronel Pacheco, MG. Foi vereador em Juiz de Fora nas legislaturas de 1857-61 e de 1869-72. Comendador da Ordem da Rosa, foi agraciado barão de Cataguazes (denominação original do título) em 13 de dezembro de 1876. A denominação de seu título possivelmente remete à cidade de Cataguases, na zona da mata mineira, cidade essa, que, entretanto, não parece ter ligação com a história do barão. Em seu diário, D. Pedro II, anotou, em 27 de abril de 1881, que teria almoçado em sua casa, durante visita a Juiz de Fora. Faleceu em 15 de setembro de 1881.
  • DOM JOÃO VI  REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES  RARA CARTA PATENTE ASSINADA PELO REI DOM JOÃO VI NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO CONCEDENDO O HÁBITO DA ORDEM DE CRISTO A THOMAZ PEREIRA DE CASTRO VIANNA EM 26 DE NOVEMBRO DE 1816 (ANO EM QUE DOM JOÃO VI ASSUMIU O TRONO APÓS A MORTE DE DONA MARIA I). TAMBÉM TEM A ASSINATURA DO GENTIL HOMEM DE CAMARA  MATIAS ANTÓNIO DE SOUSA LOBATO QUE ASSINOU NA FRENTE COMO BARÃO DE MAGÉ E NA PARTE DE TRÁS NO RECOLHEMENTO DAS SIZAS NO ANO SEGUINTE JÁ COMO CONDE DE MAGÉ .   EM MUITO GRANDE FORMATO (52 X 40 CM ) E EM BOM ESTADO DE CONSERVAÇÃO COM SELO SECO DE ARMAS REAIS. O AGRACIADO TEM UMA HISTÓRIA CURIOSA E MUITO AFORTUNADA: ANOS ANTES DE SE TORNAR UM MEMBRO PROEMINENTE DA SOCIEDADE THOMAZ PEREIRA DE CASTRO VIANNA, PORTUGUÊS EMIGRADO PARA O BRASIL CHEGOU COMO MUITOS OUTROS COM UMA MÃO NA FRENTE E OUTRA ATRÁS. TRABALHOU COMO CAIXEIRO DO LIBANÊS NATURALIZADO PORTUGUÊS ELIAS ANTONIO LOPES, UM DOS COMERCIANTES MAIS RICOS DO BRASIL E TAMBÉM TRAFICANTE DE ESCRAVOS. ELIAS ANTONIO ENTROU PARA HISTÓRIA DO BRASIL PRINCIPALMENTE PORQUE FOI ELE O DOADOR DO PALACETE DE SÃO CRISTÓVÃO (QUINTA DA BOA VISTA) PARA SERVIR COMO RESIDÊNCIA A DOM JOÃO VI EM 1808 QUANDO DA TRANSFERÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL EM 1808. ESSE PALACIO DEPOIS DE DOM JOÃO VI SERVIU COMO RESIDÊNCIA AOS IMPERADORES DOM PEDRO I  E DOM PEDRO II E COM A REPUBLICA TORNOU-SE O MUSEU NACIONAL CRIMINOSAMENTE DESTRUÍDO POR UM INCÊNDIO HÁ DOIS ANOS ATRÁS. POIS BEM, EM 1815 MORRE O COMERCIANTE ELIAS E SEU INVENTARIANTE É O EX EMPREGADO E AGORA EMPRESÁRIO THOMAZ PEREIRA DE CASTRO VIANNA, APARENTEMENTE THOMAZ ASSUMIU PARTE DOS NEGÓCIOS DO FINADO PATRÃO. ELIAS ANTONIO LOPES, SE CHAMAVA NA VERDADE ELIE ANTUN LUBBUS. COMO LIBANÊS, MESMO SENDO DOADOR DO PALÁCIO REAL E UM DOS HOMENS MAIS RICOS DO BRASIL, NÃO PODERIA SER AGRACIADO COM O MANTO DA ORDEM DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. AS EXIGÊNCIAS BÁSICAS PARA OBTENÇÃO DA COMENDA ERAM A DE POSSUIR  SANGUE LIMPO (QUE SIGNIFICAVA NÃO HAVER EM SUA LINHAGEM PRECEDENTE ELEMENTOS COM ASCENDÊNCIA JUDAICA, MOURA OU NEGRA) E COMPROVAR QUE PELO MENOS HÁ TRÊS GERAÇÕES NÃO HOUVE REGISTRO DE MÁCULA MECÂNICA OU SEJA DEPENDER DA SUBSISTÊNCIA POR ESFORÇO BRAÇAL. A PRIMEIRA CONDIÇÃO ERA IRRETRATÁVEL, A MACULA DE SANGUE, MAS A SEGUNDA (TER TRABALHADO PARA OBTER O SUSTENTO),  NO BRASIL COLONIAL ERA CONTORNÁVEL. POR ESSE MOTIVO  AS BENESSES QUE ELIAS ANTONIO LOPES RECEBEU DE DOM JOÃO VI  FORAM AS FACILITADES PARA AUMENTAR COM OS NEGÓCIOS DA CORTE SUA FORTUNA PESSOAL, A HONRARIA DA ORDEM DE CRISTO SÓ FOI CONCEDIDA AO SEU EX EMPREGADO, THOMAZ PEREIRA DE CASTRO VIANNA, EX CAIXEIRO SIM, MAS HERDEIRO E INVENTARIANTE  DOS NEGOCIOS DE ELIAS E DE SANGUE LIMPO. NOTE-SE QUE EM FUNÇÃO DA MÁCULA MECÂNICA DOM JOÃO VI DISPENSOU O POSTULANTE DA APRESENTAÇÃO DAS PROVANÇAS DE COSTUME OU SEJA AS PROVAS DE QUE TINHA SANGUE LIMPO E DE QUE NÃO POSSUIA MACULA MECÂNICA. A SEGUIR TRANSCREVEREMOS O TEOR DA CARTA DE MERCÊ QUE TOMEI A LIBERDADE DE FAZE-LO COM O PORTUGUÊS ATUALIZADO: Dom João por Graça de Deus Rei do Reino Unido de Portugal e do Brazil e Algarves daquem e dalém mar em África Senhor de Guiné e da conquista navegação e comércio da Ehtiopia, Arabia, Pérsia e da India, como Governador e perpétuo administrador que sou do Mestrado, Cavaleria e Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo. Faço saber a voz Monsenhor Almeida do meu Conselho que ora estareis encarregado de lançar o Hábito da dita Ordem que Thomaz Pereira de Castro Vianna mostrando desejo e devoção de servir a Nosso Senhor e a Mim  na Dita Ordem me pediu por mercê houvesse por bem recebe-lo e mandar-lhe lançar o hábito dela: E tendo-lhe Eu feito essa Mercê, e a Graça da Dispensa das Provanças, e Habilitações de sua pessoa, havendo-o por habilitado receber: Por esta vos mando, Dou poder e comissão que lhe lanceis o Hábito dos noviços dela na minha Real Capela  que lhe serve de cabeça da Ordem nesta Corte lhe lanceis o hábito de noviço da  na forma na definições e de que assim me foi lançado,  fareis assentamento no livro respectivo fazendo arrecadar esta carta no cartório para ela dispensado passando a certidão do estilo. Esta se cumprirá sendo registrada no registro geral das mercês  e passada pela chancelaria da ordem. Rio de Janeiro, 26 de novembro de mil oitocentos e dezessete. SEGUE-SE A ASSINATURA DO REI E CONTINUA COM O ENCAMINHAMENTO DO CAMARISTA: Carta pela qual V. Magestade manda lançar o Hábito dos Noviços da Ordem de Christo a Thomaz Pereira de Castro Vianna como acima de declara. Barão de Magé. NO VERSO ASSINATURA DO RESPONSÁVEL PELO RECOLHIMENTO DAS SIzAS, SECRETARIO DA ORDEM E DO VISCONDE DE MAGÉ.

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