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  • SANTANA MESTRA  BELA ESCULTURA EM MADEIRA POLICROMADA E DOURADA REPRESENTANDO SANTANDA MESTRA EM SUA APRESENTAÇÃO DITA CAMINHANTE. BRASIL, SEC. XIX. 26 CM DE ALTURANOTA: A figura de Santana Mestra é figura de veneração recorrentemente representada no período do alto barroco no séc. XVIII em Portugal e em suas colônias. Na arte barroca, a iconografia de SantAnna evoca mais a educação de Maria do que sua concepção e genealogia. Dois tipos iconográficos ressaltam este tema: SantAnna Mestra e SantAnna Guia. Nessas representações Maria é sempre menina, mesmo quando apresentada como uma mulher em miniatura. Ela já tem idade para aprender questões religiosas e morais. O tipo iconográfico de SantAnna Mestra foi criado no século XIII ou antes, possivelmente na Inglaterra. O livro que Anna carrega é seu atributo essencial. O livro indica que os dois tipos iconográficos convergem para o mesmo significado fundamental. Tudo leva a crer que este significado foi responsável pela difusão intensa desta iconografia de SantAnna como educadora em Minas. No mundo lusitano, o culto da imagem de SantAnna Mestra era estimulado através de indulgências prometidas aos que orassem diante das imagens representadas em gravuras ou pinturas como no caso desta em pregão. O que SantAnna ensinava a sua filha? O conteúdo do livro aberto de SantAnna Mestra é raramente indicado em esculturas e gravuras (por exemplo: Salmo 24 e Deus). No entanto, há gravuras portuguesas que revelam o sentido do ensinamento, por apresentarem inscrições na parte inferior da estampa (Psal. 118 e Prov. 4). Nas obras do século XVIII, a religião e a virtude compunham a essência da educação da Virgem, e estes valores davam sentido às imagens de SantAnna Mestra, norteando os devotos que as contemplavam. A iconografia da Contra-Reforma revela que a forma mais significativa de uma mãe ser santa foi sendo mestra e guia. A santa do livro é onipresente no catolicismo setecentista das Minas. Mais do que um instrumento do saber, o livro é um canal de comunicação, destinado a Maria e aberto também ao fiel que contempla a imagem (Mãe, mestra e guia: uma análise da iconografia de SantaAnna Maria Beatriz de Mello e Souza).
  • MUITO GRANDE E IMPORTANTE VASO PURIFICATÓRIO EM PRATA DE LEI BATIDA. ESTRUTURA DESMONTÁVEL EM TRÊS PARTES COMO DEVE SER NA DOS BONS VASOS SETECENTISTAS. IMPRESSIONANTE PELA GRANDE DIMENSÃO. PODE-SE OBSERVAR O BELISSIMO TRABALHO BATIDO NA PRATA TANTO NA PARTE INFERIOR DA BASE, QUANTO NA PARTE INTERNA DO COPO. O FUSTE É HARMONICAMENTE EXECUTADO COM FEITIO DE BALAÚSTRE. PEÇA DIGNA DE MUSEU, CERTAMENTE PERTENCEU A GRANDE IGREJA PAROQUIAL. BRASIL, PRINCíPIO DO SEC. XVIII. 33 CM DE ALTURA.NOTA: Esse elemento de Alfaia era empregado no ritual litúrgico de purificação nas missas até meados do sec. XIX. Esse vaso ou grande cálice representava o símbolo da purificação. Os  vasos eram grandes, bojudos, mas seu fuste não poderia ser mais elevado do que os cálices do vinho da eucaristia da missa nem poderiam ser de ouro ou prata dourada. Antes da comunhão o Acólito levava o vaso até os fiéis contendo água e coberto por um pano de linho feito especialmente para esse fim. A água era o elemento da purificação. Antes de receber o corpo do Senhor, cada fiel levava o cálice à boca, depois que tomava a água o Acólito passava o pano de linho na borda do vaso e o oferecia ao próximo fiel. Por volta de 1850 esse ritual foi eliminado da liturgia da missa para evitar a propagação de doenças. Por terem sido abolidos há cerca de 150 anos esses vasos são extremamente raros constituindo-se verdadeiras peças de museu e alto colecionismo.
  • SUNTUOSA PEANHA EM MADEIRA DOURADA CONSTRUÍDA COM ELEGANTE ENTALHE ESTILO DOM JOSÉ I. BRASIL, SEC. XIX. 35 CM DE COMPRIMENTO
  • MAJESTOSA PEANHA EM MADEIRA RECOBERTA EM OURO BRUNIDO. ELEGANTES ENTALHES COM FORMOSAS VOLUTAS. VASADOS E CONCHEADOS COMPLETAM A DECORAÇÃO. PORTUGAL, SEC. XVIII/XIX. 108 (C) C 90 X 26 (H) CM
  • LINDO CONJUNTO PARA CAFÉ ESTILO E ÉPOCA ART DECO EM PRATA DE LEI TEOR 925, BELISSIMO DESIGN. AS PEÇAS SÃO FINALIZADAS COM GRÃOS DE CAFÉ CINZELADOS. COMPOSTO POR CAFETEIRA, AÇUCAREIRA E CREMEIRA.  16 CM DE ALTURA (CAFETEIRA). 820 G
  • ENCANTADOR PAR DE CADEIRAS DE SALÃO ESTILO LOUIS XVI. CARTELA DECORADA COM BELOS ENTACHES PRESIDIDOS POR VOLUTA E SIMULANDO LAUREL ENRODILHADO NO ENCOSTO. ASSENTO RECORTADO. SAIA MOVIMENTADA EM BOMBE. PERNAS EM CABRIOLET ARTISTICAMENTE DECORADAS COM FOLHAS DE ACANTO. ESTRUTURA ROBUSTA E FIRME. SUAVE PÁTINA DOURADA ENVELHECIDA NATURALMENTE.FORRAÇÃO EM CETIM. FRANÇA, FINAL DO SEC. XIX. 47 X 90 X 47 CM
  • CONDE DO PINHAL  ANTONIO CARLOS DE ARRUDA BOTELHO (1827-1901)  - CHRISTOFLE  BELO CASTIÇAL EM METAL ESPESSURADO A PRATA COM MONOGRAMA CP ENTRELAÇO SOB COROA DE CONDE. PERTENCEU A ANTONIO CARLOS DE ARRUDA BOTELHO O CONDE DO PINHAL. FRANÇA, SEGUNDA METADE DO SEC. XIX. 45 CM DE ALTURANOTA: Antonio Carlos de Arruda Botelho (Piracicaba, 23 de agosto de 1827 São Carlos, 11 de março de 1901), primeiro e único barão, visconde e conde do Pinhal, foi um político e empresário brasileiro. Herdeiro de terras na sesmaria do Pinhal, formou várias fazendas nos municípios de São Carlos e Jaú, tendo prosperado como grande produtor de café, cujos rendimentos possibilitaram a ele investir em outros ramos de negócios. Teve importante participação política no Estado de São Paulo, principalmente no período do Segundo Império no Brasil. Casou-se duas vezes, tendo, ao todo, treze filhos. Sua residência familiar era a Fazenda Pinhal, localizada no município de São Carlos, onde o conde do Pinhal faleceu, em 1901. Antonio Carlos era neto de Carlos Bartholomeu de Arruda Botelho, que obteve entre os anos de 1785 e 1786 duas sesmarias nos conhecidos Campos ou Sertões de Araraquara , uma por meio de doação da Coroa e outra mediante compra. Um dos filhos de Carlos Bartholomeu, Manoel Joaquim Pinto de Arruda, adquiriu mais uma sesmaria nos mesmos Campos, em 1786, que juntas formaram a Sesmaria do Pinhal. Porém, foi um dos filhos de Carlos Bartholomeu, o Carlos José Botelho, conhecido também como Botelhão, que requereu a demarcação dessas terras, em 1831. Ele foi o responsável por construir a Casa de Morada nas terras que herdou do pai, na Sesmaria do Pinhal, formando, assim, a Fazenda Pinhal. Carlos José se casou em 1824 com Cândida Maria do Rosário, tendo com ela nove filhos, além de uma filha natural. Dentre os filhos do casal está Antonio Carlos de Arruda Botelho, o futuro Conde do Pinhal. Antonio Carlos se casou em primeiras núpcias, em 31 de maio de 1852, com Francisca Theodora Ferraz Coelho, natural de Piracicaba, nascida em 1834, filha de Frutuoso José Coelho e Antonia da Silva Ferraz. Do primeiro casamento, Antonio Carlos teve só um filho: o futuro senador Carlos José de Arruda Botelho, nascido em Piracicaba. Com a morte do Botelhão, em 1854, as terras da Sesmaria do Pinhal foram divididas entre seus filhos e coube a Antonio Carlos a Fazenda Pinhal e terras ao seu redor. Por volta desse período, este último, sua mulher e o filho pequeno residiam naquela propriedade. Contudo, em 10 de março de 1862, Francisca Theodora faleceu na Fazenda Pinhal. Aproximadamente um ano após a morte da primeira companheira, em 23 de abril de 1863, Antonio Carlos se casou novamente, agora com Anna Carolina de Mello Oliveira, a futura condessa do Pinhal , natural de Rio Claro, nascida em 5 de novembro de 1841, e filha de José Estanislau de Oliveira e Elisa de Mello Franco. José Estanislau foi um grande fazendeiro e influente político na região de Rio Claro, tendo obtido em 1867 o título de Primeiro Barão de Araraquara e, em 1870, o título de visconde do Rio Claro. Antonio Carlos e Anna Carolina tiveram 12 filhos. O primeiro deles, José Estanislau de Arruda Botelho, casou-se com Ana Brandina de Queirós Aranha, de Campinas. Ela era filha de Manuel Carlos Aranha, barão de Anhumas, e de Brandina Augusta de Queirós Aranha, a baronesa consorte de Anhumas, da família Pereira de Queirós, de Jundiaí, sobrinha de Antônio de Queirós Teles, barão de Jundiaí, tendo esta herdado de seus pais a Fazenda Pau d'Alho, em Campinas. Antonio Carlos de Arruda Botelho, o conde do Pinhal, faleceu na Fazenda Pinhal, após regressar de uma viagem de negócios que fez no Rio de Janeiro, em 11 de março de 1901. Após seu falecimento, a administração de seus negócios e bens passaram às mãos de sua esposa, auxiliada por filhos e netos. Anna Carolina de Mello Oliveira, a condessa do Pinhal, faleceu em 5 de outubro de 1945, exatamente um mês antes de completar 104 anos de idade. Carlos José, o Botelhão, pai do futuro conde do Pinhal, idealizou em vida fundar uma povoação próxima às suas terras na sesmaria do Pinhal. Porém, devido a sua morte, ele não pôde efetivamente pôr em prática tal projeto. Assim, seu filho Antonio Carlos, em companhia de alguns irmãos e de Jesuíno José Soares de Arruda, levaram a cabo esse objetivo. Houve a doação de terras por parte desses fazendeiros, tendo sido construída uma capela, onde hoje se encontra a catedral da cidade. A família Arruda Botelho fez a doação, para a mencionada capela, de uma imagem de São Carlos Borromeu, santo padroeiro da família e que passou a ser o padroeiro da cidade também, dando seu nome a ela. A 4 de novembro de 1857 foi oficialmente fundada São Carlos do Pinhal, a atual cidade de São Carlos, no interior do Estado de São Paulo . Antonio Carlos de Arruda Botelho herdou do pai as terras onde está localizada a Fazenda Pinhal. Essa propriedade lhe serviu de morada durante toda a sua vida, sendo o local em que criou seus filhos. Ele promoveu o desenvolvimento dessas terras, inicialmente com cana-de-açúcar e gado e, posteriormente, com o cultivo do café , que no último quartel do século XIX era o principal produto agrícola produzido na região do Oeste Paulista, configurando-se também como o principal produto nacional destinado à exportação. No caso da Fazenda Pinhal, a criação de gado sempre existiu, mesmo que em alguns momentos em pequena escala. Ao mesmo tempo, o conde do Pinhal abriu e formou várias fazendas na região, a grande maioria de café. Em Jaú, as fazendas Maria Luísa, Carlota, Sant'Ana, Santo Antonio, Santa Sofia, São Carlos, São Joaquim e Salto do Jaú; e em São Carlos, as fazendas: Palmital, Serra, Santa Francisca do Lobo e Santo Antonio. Em Ribeirão Preto, comprou de um grupo de capitalistas fluminenses, em 1892, uma companhia agrícola, conhecida como Companhia Agrícola de Ribeirão Preto, formada por nove fazendas para o cultivo de café. Ao longo de todo esse período, e devido ao desenvolvimento e expansão de sua produção cafeeira, Antonio Carlos, tal como outros grandes fazendeiros da época, inverteu parte de seus recursos em outros ramos de atividades, mas todos ligados, de certa forma, aos negócios cafeeiros. O transporte do café até o porto de Santos, por exemplo, sempre foi uma preocupação dos fazendeiros do interior. Nos municípios servidos por estradas de ferro (ferrovias), o transporte além de ser mais rápido, evitava perdas do produto pelo caminho. Até por volta de 1880, não havia nos municípios de São Carlos, Araraquara e Jaú ferrovias que fizessem o transporte em direção ao porto de Santos. Rio Claro estava ligado a Jundiaí por meio da estrada de ferro da Companhia Paulista de Estradas de Ferro; de Jundiaí a Santos, quem fazia o transporte ferroviário era a São Paulo Railway Company. A Companhia Paulista manifestou interesse em ampliar seus trilhos além Rio Claro, mas o traçado proposto era contrário aos interesses de alguns fazendeiros da região. Depois de negociações com o Governo e diante das pressões desses fazendeiros, encabeçadas por Antonio Carlos de Arruda Botelho (que na época era Deputado Provincial e Barão do Pinhal), a Paulista abdicou da concessão de prolongamento da ferrovia. Em 1882, Antonio Carlos comprou, com capital próprio e de outros fazendeiros, parte dessa concessão. Assim, elaborou-se um novo projeto e a estrada de ferro pôde ser concluída . Eles formaram, então, a Companhia do Rio Claro de Estradas de Ferro. Em 1884 foi inaugurado o trecho entre Rio Claro e São Carlos. Já o prolongamento até Araraquara foi finalizado em 1885, e em 1886 foi concluído o trecho até Jaú. Além de ter uma posição estratégica para o transporte do café, essa nova ferrovia propiciou, também, maior desenvolvimento aos municípios por ela servidos. Em 1889, a Companhia do Rio Claro de Estradas de Ferro foi comprada pela "São Paulo Railway Company", e posteriormente, em 1892, pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Outro investimento de Antonio Carlos de Arruda Botelho, diretamente ligado ao setor cafeeiro, foi a criação de uma casa comissária na cidade portuária de Santos, a Casa Comissária Arruda Botelho, que surgiu por volta de 1886/1887. As casas comissárias, nesse momento, recebiam comissões por comercializarem produtos agrícolas nacionais no exterior nesse período principalmente o café fornecendo aos fazendeiros tanto créditos em dinheiro, quanto bens de consumo e instrumentos a serem aplicados nas lavouras, tendo como garantia o produto enviado ou a ser enviado no futuro por esses mesmos fazendeiros . Além desses grandes investimentos, Antonio Carlos fundou também três bancos. Em 1889 ele fundou na cidade de São Paulo o Banco de São Paulo (banco emissor). Já os outros dois foram fundados no interior do Estado, ambos em 1891: o Banco União de São Carlos e o Banco de Piracicaba. Estes últimos, porém, não tiveram a mesma prosperidade do primeiro, tendo sido liquidados em anos posteriores, talvez devido às crises cafeeiras surgidas em fins do século XIX. Antonio Carlos de Arruda Botelho pertencia ao Partido Liberal (Brasil Império), formado no período regencial do Brasil (1831 1840) . Ele foi um importante político, tendo ocupado diversos cargos influentes. Assim, de forma cronológica, algumas de suas principais participações/atuações "políticas" Foi Juiz Municipal e Presidente da Camara Municipal de Araraquara, tenente-coronel Comandante do Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional, Deputado Provincial e Senador. Além dos cargos eletivos acima mencionados, Antonio Carlos teve participação na Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1864 e 1870. Ele ficou incumbido de abastecer as tropas, enviando carnes e açúcar; recrutar voluntários; além de promover a manutenção dos caminhos que levavam a Mato Grosso. Por sua participação na Guerra, recebeu os seguintes títulos : 23 de abril de 1867: Coronel Comandante Superior da Guarda Nacional. Em 02 de setembro de 1868: foi nomeado Oficial da Ordem da Rosa. Em 02 de agosto de 1879: Barão do Pinhal. Ao mesmo tempo, pelo empreendimento que realizou por ter criado a Companhia do Rio Claro de Estradas de Ferro, que ligou Rio Claro a Jaú, passando por São Carlos e Araraquara, Antonio Carlos, que já era o Barão do Pinhal, foi agraciado com mais dois títulos : Em 05 de maio de 1883: Visconde do Pinhal. Em 07 de maio de 1887: Conde do Pinhal. Em 1957, durante as comemorações do centenário da fundação de São Carlos, os Correios confeccionaram um selo em homenagem ao Conde do Pinhal. A família do Conde do Pinhal possuía, além de sesmarias na região de São Carlos, também na região de Piracicaba, chamada Sesmaria do Bom Jardim do Salto. O Conde se ausentava frequentemente da Fazenda do Pinhal, tendo formado várias fazendas nas regiões de São Carlos e Jaú, dentre elas: Santo Antonio, da Serra, Palmital, Maria Luiza, Carlota, Sant Ana, Santa Sophia, São Carlos, São Joaquim e Salto de Jaú. A família possuía também diversos imóveis urbanos, como o Palacete Conde do Pinhal em São Carlos, uma residência em São Paulo (demolida na década de 1940), e outra em Poços de Caldas, conhecida como Villa Pinhal (demolida nos anos 1980). Após a morte da condessa, em 1945, os bens seriam divididos entre os filhos, exceto a Fazenda Pinhal, que ficou em estado pró-indiviso por 23 anos. Nos anos 1970, a Casa do Pinhal seria comprada por Modesto Carvalhosa e sua esposa Helena Vieitas Carvalhosa, bisneta do Conde, os quais manteriam o imóvel rural nas próximas décadas. Em 2010, a Fazenda Pinhal foi adquirida por Fernão Carlos Botelho Bracher, bisneto do Conde, e sua esposa Sônia. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Carlos_de_Arruda_Botelho
  • MARQUÊS DE RESENDE  ANTÔNIO TELES DA SILVA CAMINHA E MENEZES  AMIGO PESSOAL DE DOM PEDRO I E EMBAIXADOR DO BRASIL NA ÁUSTRIA. GOBLET EM CRISTAL DE BACCARAT DECORADO INTERNAMENTE COM INSCRUSTAÇÃO EM OURO, PRATA E ESMALTES REPRESENTANDO A IMPERIAL ORDEM DA COROA DE FERRO DA ÁUSTRIA COM FITAS VERDES E AMARELAS ALUSIVAS AO BRASIL. O COPO É LAPIDADO EM RELEVO COM LAUREL FORMANDO COROA EM TORNO DE UM RESSALTO EM CABOCHON NO INTERIOR DO QUAL ESTÁ A REPRESENTAÇÃO DA ORDEM. PARTE INFERIOR COM LAPIDAÇÃO DIAMANTE. FOI O PRIMEIRO GRAU DE NOBREZA DO DIPLOMATA, OBTIDO DO IMPÉRIO AUTRÍACO LEGAÇÃO QUE ASSUMIU LOGO APÓS A INDEPENDENCIA DO BRASIL. TEMPOS DEPOIS POR SEUS SERVIÇOS PRESTADOS A DIPLOMACIA DA NASCENTE NAÇÃO BRASILEIRA E POR SER UM DOS MAIORES AMIGOS DE DOM PEDRO I SE TORNARIA PRIMEIRO VISCONDE COM GRANDEZA E DEPOIS MARQUÊS. FRANÇA, DECADA DE 1820. 9 X 7,5 CMNOTA: Antônio Teles da Silva Caminha e Meneses, primeiro e único Visconde com Grandeza e Marquês de Resende, (Torres Vedras, 22 de setembro de 1790  Lisboa, 8 de abril de 1875). Filho de Fernando Teles da Silva Caminha e Meneses, 3. Marquês de Penalva e 7. Conde de Tarouca, e de D. Joana de Almeida, filha de D. Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão d'Eça e Melo Silva Mascarenhas, 2. Marquês de Lavradio e 5. Conde de Avintes, vice-rei do Brasil de 1769 a 1779. O Marquês de Resende casou-se em 1800 com Fanny Hélèbe Le Roi. Aderiu à independência do Brasil, passando a servir como embaixador em Viena, Paris e Moscou. Era titular da Imperial Ordem da Coroa de Ferro da Áustria,  Grã-Cruz da Imperial Ordem da Rosa, da Ordem Militar de Cristo, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, além de Cavaleiro de Honra e Devoção da Ordem Soberana e Militar de Malta. A Imperial Ordem da Coroa de Ferro foi estabelecida a 5 de junho de 1805 por Napoleão Bonaparte (sob seu título de Rei Napoleão I da Itália). Tem seu nome baseado na antiga Coroa de Ferro - uma antiga joia medieval que possui no seu interior um anel de ferro, forjado com supostos cravos que seriam aqueles usados para pregar Jesus em sua crucificação. A coroa inspirou ainda o nome da Ordem da Coroa da Itália. A ordem consistia originalmente em três classes de cavaleiros: 20 grã-cruzes, 30 chefes e 50 cavaleiros. Em 1815, a ordem foi adotada pelo Império Austríaco depois que este país recuperou o controle sobre o norte italiano. Restabelecida em 1 de Janeiro de 1816 pelo imperador Francisco I da Áustria, Pai da Imperatriz Leopoldina,  sob o nome de Ordem da Coroa de Ferro (Orden der Eisern Krone, em alemão) e era concedida a três graus da nobreza. Aqueles que a recebiam, sendo plebeus, tornavam-se nobres: podiam requerer ao imperador o reconhecimento de sua nobreza através de um diploma confirmador. A ordem foi abolida em 1918.
  • CONDE DE SÃO CLEMENTE  PRATO RASO EM PORCELANA PERTENCENTE AO  SERVIÇO DO CONDE DE SÃO CLEMENTE ( ANTÔNIO PEREIRA PINTO ). BORDA RECORTADA COM LARGO BARRADO EM  AZUL DELIMITADO POR FRISOS GRAVADOS A OURO. OSTENTA NA CALDEIRA, BRASÃO DO TITULAR SOB COROA DE CONDE ENCIMADA POR ÁGUIA NEGRA, TIMBRE DA FAMÍLIA SÃO CLEMENTE PROVENIENTE DA CIDADE DO PORTO. MARCAS DA MANUFATURA I.GAUVAIN. EXEMPLAR COMO ESTE ESTÁ REPRODUZIDO À PÁG. 320 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL DE JENNY DREYFUS. FRANÇA, SEC. XIX,  23,5 CM DE DIÂMETRO.NOTA: BRASÃO DO CONDE DE SÃO CLEMENTE:  Escudo partido em pala: na primeira em campo de ouro,cinco crescentes de lua de azul, postos em aspa; na segunda as armas dos Vasconcellos que são: em campo preto, três faixas, veiradas e contraveiradas de prata e goles. TIMBRE: uma águia de preto,estendida.
  • CONDE ATTILIO MATARAZZO - BACCARAT ELEGANTE BOWL EM CRISTAL COM RICA LAPIDAÇÃO FORMANDO RAMAGENS E GAVINHAS. MONOGRAMA EM OURO COM AS INICIAS M E B ENTRELAÇADOS RELATIVAS À ATTILIO MATARAZZO E SUA ESPOSA ADELE DALL'ASTE BRANDOLINI, FILHA DO CONTE DALL ASTE BRANDOLINI. FRANÇA, INICIO DO SEC. XX. 13 CM DE DIAMETRO. NOTA: CONDE ATTILIO MATARAZZO (1889-1985) Era filho do Conde Francesco Matarazzo e de Dona Filomena Sansivieri, A Muito Honorável Condessa de Matarazzo. Foi um dos filhos do Conde que se casou com membro da alta nobreza Italiana, Adele dall'Aste Brandolini filha do Conde dall Aste Brandolini.
  • BARÃO DE ITACURUÇÁ MANOEL MIGUEL MARTINS O GRANDE ARREMATANTE DOS LEILÕES IMPERIAIS APÓS A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. MAGNIFICO PRATO EM PORCELANA COM EXUBERANTE BORDA EM AZUL REMATADA EM OURO COM CACHOS DE UVAS E PARRAS. PALMÁCEAS RELEVADAS COMPLETAM A DECORAÇÃO. CALDEIRA COM LUXURIANTE DECORAÇÃO FLORAL. MARCAS DA CASA COMERCIALB WALLERSTEIN & CIA IMPORTADORA DO RIO DE JANEIRO. REPRODUZIDO NA PAGINA 274 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL DE JENNY DREYFUS E NA PAGINA 44 DO LIVRO LOUÇA HISTÓRICA MUSEU DE ARTE DA BAHIA. EXISTE UMA HIPÓTESE DEFENDIDA ENTRE COLECIONADORES DE LOUÇA DA ARISTOCRACIA BRASILEIRA QUE ESTE SERVIÇO É NA VERDADE UM DOS SERVIÇOS IMPERIAIS DE DOM PEDRO II ARREMATADO EM UM DOS LEILÕES DOS PAÇOS IMPERIAIS APÓS A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. TAL HIPÓSTESE NÃO É INVEROSSÍMEL UMA VEZ QUE O SERVIÇO ATRIBUIDO AO BARÃO É MUITISSIMO PARECIDO COM O SERVIÇO DE CAÇA DE DOM PEDRO II E O BARÃO FOI O MAIOR ARREMATANTE DOS BENS IMPERIAIS OFERTADOS NO LEILÃO PROMOVIDO PELA REPÚBLICA NASCENTE. FRANÇA, 23 CM DE DIAMETRO. NOTA: Manoel Miguel Martins Barão de Itacurussá, nasceu em10 de novembro de 1831 em Sant'Ana do Itacurusá e faleceu em 01 de janeiro de 1911, filho de João Martins e de Gertrudes Margarida. Casou em 09 de março de 1867, no Rio de Janeiro, com Jerônyma Eliza de Mesquita, Baronesa de Itacurusá nascida em 02 de junho de1851 no Rio de Janeiro/RJ e batizada na Igreja de Santa Rita, e falecida em 24 de setembro de 1917, filha de Jerônymo José de Mesquita Conde de Mesquita e deElisa Maria de Amorim. Casaram-se em 09 de março de 1867 (portanto Jerônima estava com 16 anos de idade) na Igreja de S. Francisco Xavier. Título nobiliárquico de Barão de Itacurussá outorgado , em 25 de março de 1888, a Manuel Miguel Martins era um título de origem toponímica. Ilha e povoação do Estado do Rio de Janeiro, lugar de onde era natural este titular. Foi um homem riquíssimo, proprietário de terras e capitalista do Rio de Janeiro. Sua esposa a baronesa Jerônima Elisa de Mesquita Martins, era filha do conde de Mesquita e neta do marquês de Bomfim. O Barão foi o grande comprador do Leilão do Paço Imperial, onde além de muitas preciosidades, adquiriu todo o serviço de porcelana do casamento de D. Pedro I e D. Amélia de Leuchtemburg.
  • LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL POR JENNY DREYFUS - RARA E MAIS IMPORTANTE OBRA REFERENCIAL DA LOUÇA DOS TITULARES BRASILEIROS. Luxuosa edição, em papel couché, profusamente ilustrada com centenas de fotografias, na sua maioria a cores, de importantes e raras peças de porcelana, com a devida descrição pormenorizada, acompanhada da indicação da época de produção e da biografia resumida dos titulares a quem as peças pertenceram. Notável subsídio para o estudo da história social brasileira, com larga pesquisa dos serviços dos nobres do Império, das suas louças brasonadas, monogramadas ou simplesmente sem marcas e identificadas pelos seus descendentes, além do estudo das importantes baixelas da família imperial reinante e outros governantes do aparelho colonial, como vice-reis, governadores, capitães - generais e titulares portugueses que no Brasil permaneceram. Bom exemplar. Capa ilustrada com uma peça em porcelana que ostenta as armas de D. Pedro I, Imperador do Brasil, e IV de Portugal.. Rio de Janeiro. Monteiro Soares Editores e Livreiros. 1982. In -4º de 349 págs.
  • ELEGANTE SALVA DE ESMOLAS EM PRATA DE LEI BATIDA E CINZELADA COM MARCAS PARA CIDADE DO PORTO (P COROADO) E PRATEIRO MJPS REFERENCIADO POR MOITINHO COMO MARCA P480 (PAG 276) E DATÁVEL A PARTIR DE 1860. BORDA DECORADA POR SUCESSIVOS ANÉIS CONCÊNTRICOS. PLANO POSSUI LINDA GUIRLANDA VEGETALISTA COM FLORES E RAMAGENS QUE EMOLDURAM REPRESENTAÇÃO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO (POMBA). FUSTE EM BALAÚSTRE. A BASE CIRCULAR APRESENTA-SE EM PLATEAU CONSTITUIDO DE ANÉIS CONCENTRICOS COM DIÂMETRO CRESCENTE, 22 centímetros de diâmetro e 14 centímetros de altura. FUSTE É ROSQUEÁVEL PARA LIBERAR A PARTE SUPERIOR DA SALVA. NOTA: As salvas de esmola faziam comumente parte do cotidiano da cristandade até o sec. XIX. Cada irmandade tinha a sua que ficava sobre o altar da irmandade nas igrejas ou era conduzida nas ruas pelos irmãos que coletavam esmolas. Há um texto de Machado de Assis, chamado O Dístico publicado originalmente no periódico. A Quinzena, nº. 7, 1º. de julho de 1886 relata o uso cotidiano dessa alfaia: Já lá vão vinte anos, ou ainda vinte e dois. Foi na Rua de S. José, entre onze horas e meio-dia. Vi a alguma distância parado um homem de opa, creio que verde, mas podia ser encarnada. Opa e salva de prata, pedinte de alguma irmandade, que era das Almas ou do Santíssimo Sacramento. Tal encontro era muito comum naqueles anos, tão comum que não me chamaria a atenção, se não fossem duas circunstâncias especiais.... Muitas vezes as salvas de esmola trazem indicação da irmandade a que pertencem seja por simbologia ou por escrita.
  • BARÃO DE TAUNAY FÉLIX ÉMILE TAUNAY - MAISON ODIOT - CONJUNTO COM DOZE GRANDES GARFOS EM PRATA DE LEI DA MANUFATURA ODIOT DECORADO COM ROCAILLES E O BRASÃO DE ARMAS DO BARÃO DE TAUNAY, PAI DO VISCONDE DE TAUNAY. MARCAS DA PRESTIGIADA MANUFATURA ODIOT PARA A DECADA DE 1870. CADA PEÇA POSSUI ELABORADO BRASÃO DE ARMAS DO BARÃO DE TAUNAY SOB COROA PEROLADA DE BARÃO COM GRANDEZA. UM TRABALHO ESPETACULAR DO PRATEIRO ODIOT, O MAIOR PRATEIRO FRANCÊS DO SEC. XIX. AS PEÇAS SÃO ROBUSTAS, ELEGANTES E BELÍSSIMAS! FRANÇA, CIRCA DE 1830. 1140 GNOTA: Félix Émile Taunay 2º barão de Taunay, foi um pintor francês, também professor de desenho, pintura, língua grega e literatura na Academia Imperial de Belas Artes do Brasil. Filho do pintor Nicolas-Antoine Taunay, do Instituto de França, e de sua esposa, Marie Josephine Rondel, de origem bretã. Nasceu numa casa que pertenceu a Jean-Jacques Rousseau, adquirida por seu pai. Com a derrocada de Napoleão Bonaparte, Nicolas deixa a França e parte para o Brasil, a convite do Marquês de Marialva, enviado do rei Dom João VI à Paris para arregimentar artistas para o seu projeto de uma escola nacional de artes. Nicolas chegou ao Rio de Janeiro em 1816, integrando a Missão Artística Francesa, acompanhado dos seus cinco filhos: Charles Auguste, Adrian, Hippolyte e Theodore Marie. Foi nomeado professor de Pintura Histórica da Academia Imperial de Belas Artes e recebeu o título de Barão de Taunay,mas em apenas três anos retornaria à França, deixando Félix Émile em seu lugar na cátedra. Félix Émile foi nomeado professor de Pintura e Paisagem da Academia Imperial, em seguida sendo eleito diretor da instituição, em 12 de dezembro de 1834. Instituindo exposições de pintura que se renovavam anualmente, tomando outras iniciativas úteis, a sua administração deu grande prestigio à Academia. Pintou quadros notáveis, entre os quais Morte de Turenne, Derrubada das matas, Mãe d'água, Descobrimento das Caldas, O caçador e a onça, tendo pintado também o famoso retrato de Pedro II na infância. Homem de letras, traduziu para o francês os versos dos Idílios Brasileiros (escritos em latim por seu irmão Theodore), as obras de Píndaro, as sátiras de Pérsio e a "Astronomíe du jeune âge". Escreveu a "Batalha de Poitiers", poema em 24 cantos. A 1 de janeiro de 1835, foi nomeado professor de Desenho, Grego e Literatura do jovem D. Pedro II. A partir daí torna-se não apenas mestre, mas amigo pessoal do monarca. Foi ainda professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes, autor de numerosos trabalhos científicos, sócio e fundador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Casou-se com Gabriela Hermínia de Robert dEscragnolle, filha do conde d'Escragnolle e irmã do barão d'Escragnolle, sendo pais do famoso escritor Alfredo d'Escragnolle Taunay, visconde de Taunay, e de mais dois filhos. Viveram na casa erguida por seu pai ao lado de uma cascata no alto da Tijuca, hoje batizada como "Cascatinha Taunay". Segundo o Dicionário de Curiosidades do Rio de Janeiro, há um monumento erigido em sua homenagem em frente à Cascatinha, na floresta da Tijuca, onde tinha uma residência. Recebeu a Ordem do Mérito e foi sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Detentor do Hábito da Ordem de Cristo (1841), do título de cavaleiro da Legião de Honra (1843), foi membro honorário da Academia Imperial de Belas Artes (1852) e comendador da Imperial Ordem da Rosa (1867). Em 1871 foi confirmado como 2º barão de Taunay. Em virtude de um problema de visão, aposentou-se precocemente e passou a se dedicar à educação de seus três filhos. As últimas palavras que articulou foram : "Adieu, belle nature du Brésil! Adieu, ma belle cascade!". E como trazia um gorro à cabeça, tateando-o para tirá-lo nas trevas da cegueira em que mergulhara havia três anos, murmurou: "Voici la mort. Il faut découvrir" (aqui está a morte. Você vai ter de me descobrir).
  • VISCONDE DO RIO PRETO  TAÇA  EM CRISTAL DA BOHEMIA COM OVERLHAY DE TONALIDADE AMBAR, DECORADO COM CERVOS EM MEIO A UM BOSQUE. EXEMPLAR DESSE SERVIÇO ESTA REPRODUZIDO NO LIVRO O CRISTAL NO IMPÉRIO DO BRASIL DE JORGE GETÚLIO VEIGA EXISTEM TAMBÉM EXEMPLARES NA COLEÇÃO DO MUSEU IMPERIAL DE PETRÓPOLIS. SEC. XIX, 12 CM DE ALTURANOTA: Domingos Custódio Guimarães, primeiro barão e visconde com grandeza do Rio Preto(São João del-Rei,1802 Valença,7 de setembrode1868) foi um político e fazendeiro de café brasileiro. Filho de Pedro Custódio Guimarães e Teresa Maria de Jesus. Casou-se com Faustina Xavier Pestana, depois com Maria das Dores de Carvalho, com que foi pai do segundo barão do Rio Preto, Domingos Custódio Guimarães Filho. Sua fortuna tem origem na década de1820, quando, em sociedade com José Francisco de Mesquita, fundou a companhia Mesquita & Guimarães, especializada no abastecimento de carne para a corte imperial e na venda de escravos serra acima. Na década seguinte, investiu o lucro na compra de terras e no plantio de café na região do vale do Rio Preto. Suas atividades centravam-se na sesmaria das Flores, adquirida em1843, onde levantou a sede da Flores do Paraíso, conhecida como a "jóia de Valença", notabilizada por inovações técnicas, como iluminação a gás, terreiros asfaltados e mecanização. Sua fazenda foi, em1875, pintada pelo italiano Nicolau Facchinetti. Agraciado com obaronatoem6 de dezembrode1854, com oviscondadoem14 de marçode1867e com agrandezaem14 de marçode1867. Foi comendador da Imperial Ordem da Rosa. Foi vereador em Valença, por dois mandatos sucessivos, entre1861e1868.
  • DIOGO PIRES MONTEIRO BANDEIRA NASCIDO NO RIO GRANDE DO SUL EM 1811 E FALECIDO EM LISBOA EM 1894  TENENTE DO EXÉRCITO, GENERAL DE CAVALARIA. RARO PRATO COMPANHIA DAS INDIAS DE ENCOMENDA DO REINADO DAOQUANG, PRIMEIRA METADE DO SEC. XIX.  DECORADO COM RESERVAS COM CENA DE COTIDIANO, PÁSSAROS, FRUTOS, RAMAGENS E EXUBENRANTES FLORES. CALDEIRA TEM BRASÃO ARMORIAL CONTENDO AS ARMAS BANDEIRA, MONTEIRO, CUNHA E GAGO. EXEMPLAR DESSE SERVIÇO ESTA REPRODUZIDO A PAGINA 234 DO LIVRO A PORCELANA CHINESA E OS BRASÕES DO IMPÉRIO DE AUTORIA DE NUNO DE CASTRO. CHINA, MEADOS DO SEC. XIX. 25 CM DE DIAMETRO.NOTA: DIOGO PIRES MONTEIRO BANDEIRA era Gaúcho, filho de DOMINGOS PIRES MONTEIRO BANDEIRA (1782-1841), que foi ajudante de ordens do Governador da Capitania do Rio Grande do Sul. Seu pai era Senhor do Morgado de Santa Bárbara. Também foi  fidalgo da Casa Real de Dona Maria I e Dom João VI. Era cavaleiro professo e comendador da Ordem de Cristo, e cavaleiro da Ordem de Avis (30-10-1821). Seguiu a carreira das armas e assentou praça no Regimento de Lagos (1797). Foi capitão do Regimento de Cavalaria em Castelo Branco e passou ao Brasil como capitão ajudante de ordens do governador da Capitania-Geral de São Pedro do Sul, aí sendo promovido a tenente-coronel (12-10-1812). Tomou partido pela causa liberal durante o reinado de D. Miguel (1828-1834), pelo que foi preso 6-11-1831 em Lisboa, juntamente como os seus filhos DIOGO e DOMINGOS, com 19 e 16 anos de idade e ainda estudantes, todos sucessivamente encaminhados para prisão do Forte de São Julião da Barra (31-05-1832) e de Elvas (25-06-1832), assim como para o Castelo de Estremoz (1834). Em Fevereiro de 1833, ainda preso, pôs à venda as suas casas da Rua do Salitre, após o que, estando detido no Castelo de Estremoz, já no estertor da Guerra Civil que se agudizou, talvez doente ou temendo pela sua vida, aí dita o seu testamento a 6-02-1834. Nele declara deixar todos os prazos para sua mulher, nos quais se incluíam as quintas de Santo António dos Gorizos da Portela, as da Gança e da Godinha, bem como os de Talaíde, em Oeiras, e os prazos de Lisboa e das vilas da Covilhã e Fundão . Por morte da sua mulher todo este imenso património devia ficar para os filhos (que eram 12), em partes iguais. Tendo sobrevivido ao cárcere e à Guerra Civil, entretanto terminada (26-05-1834), vai ocupar o cargo de governador do Castelo de São Jorge em Lisboa (1836) e de 2.º Comandante do Real Colégio Militar. Não deixa também de ser interessante o aviso publicado na Gazeta de Lisboa ( com privilégio de Sua Magestade ) Num.41 do Ano de 1819 " quem quiser comprar a laranja, e limão da quinta de Santa Bárbara de Talaíde, em Porto Salvo, póde tratar com o seu dono no alto do Salitre, nº 215", morada onde se localizava um palácio da referida família.
  • VISCONDE DE MIRANDELA  FRANCISCO ANTÔNIO VEIGA CABRAL DA CÂMARA (1739 LISBOA  1811 RIO DE JANEIRO)-  GOVERNADOR DA CAPINATIA DE SANTA CATARINA, GOVERNADOR DE ARMAS DO RIO DE JANEIRO E GOVERNADOR DA ÍNDIA. TOMOU PARTE NA COMITIVA DE DOM JOÃO VI QUANDO DA FUGA  DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL POR OCASIÃO DA INVASÃO NAPOLEÔNICA.  MAGNÍFICA TRAVESSA EM PORCELANA CIA DAS INDIAS REINADO QIANLONG (1711-1799). BORDA RECORTADA COM BARRADO EM AZUL DECORADO COM ESTRELAS EM OURO. SUCEDIDA PRO FILETE ROUGE DE FER DECORADO COM DELICADA GUIRLANDA EM OURO E PEROLADOS. A TRANSIÇÃO DA BORDA COM A CLADEIRA TEM TRÊS FILEIRAS CONCENTRICAS EM AZUL COMPOSTAS POR FIGURAS GEOMÉTRICAS E PEROLADOS. EM RESERVA BELO BRASÃO DE ARMAS DO 1. VISCONDE DE MIRANDELA SOB COROA DUCAL, PERTENCEU AO SERVIÇO DE FRANCISCO ANTÔNIO VEIGA CABRAL DA CÂMARA, 1. VISCONDE DE MIRANDELA. PEÇA MUITO RARA E EM ÓTIMAS CONDIÇÕES! CHINA, SEGUNDA METADE DO SEC. XVIII. 36 CM DE COMPRIMENTONOTA: Nasceu em 10 de setembro de 1734, em Bragança, Portugal. Filho de Francisco Xavier da Veiga Cabral da Câmara e Rosa Joana Gabriela de Morais Pimentel. Militar, nomeado Capitão de Regimento de Cavalaria de Bragança, em 15 de julho de 1761, serviu na colônia portuguesa de Goa, na Índia, e foi transferido para o Brasil. Chegou ao Rio de Janeiro no dia 11 de outubro de 1774, depois seguiu para a Bahia, onde foi Coronel do Regimento local. Designado para governar a Ilha de Santa Catarina durante a ocupação dos espanhóis, instalou-se primeiro em São Miguel da Terra Firme (hoje Biguaçu, no litoral), a 1º de maio de 1778, e manteve contato com o Governador Espanhol que comandava a ilha para restituí-la ao Governo português, com base no Tratado de São Ildefonso. Nomeado Governador da Capitania de Santa Catarina, por Carta Régia do Vice-Rei do Brasil, 1º Marquês do Lavradio, em 25 de abril de 1778, tomou posse em 12 de agosto de 1778, recebeu o comando de todas as fortificações da Ilha (com artilharia e munições) e administrou a capitania até 5 de julho de 1779. Transmitiu o cargo para Francisco de Barros Moraes Araújo Teixeira Homem.  Em seu governo, reorganizou o Regimento de Infantaria da Ilha e possibilitou a retomada da pesca da baleia. Ainda no ano de 1779, governou a Capitania do Rio Grande. Em outubro de 1782 foi despachado novamente para Goa. Nomeado Marechal de Campo, com Carta de Conselheiro de 15 de julho de 1788. Alcançou o posto de Tenente-General (1792). Tornou-se Governador e Capitão Geral da Índia, nomeado por Carta Régia, para o período de 1794-1807. Retornou ao Brasil com a corte de Dom João VI (1808), quando assumiu como Ministro do Supremo Conselho Militar, em 25 de abril de 1808. No mesmo ano, graduou-se Marechal do Exército (em 18 de julho) e foi nomeado Conselheiro de Guerra (em 21 de dezembro). Nomeado Governador das Armas da Corte e Capitania do Rio de Janeiro, a 18 de maio de 1810, mas não chegou a assumir. Faleceu em 31 de maio de 1810, no Rio de Janeiro/RJ. Era comendador da Ordem de Cristo e tornou-se a 13 de maio de 1810 o primeiro Visconde de Mirandela.
  • JOSÉ SEABRA DA SILVA  MINISTRO DE ESTADO DE DOM JOSÉ I FOI O HOMEM MAIS IMPORTANTE DEPOIS DO MARQUÊS DE POMBAL EM SUA ÉPOCA. CAINDO EM DESGRAÇA POR INTRIGAS DA CORTE FOI DESTERRADO PARA O BRASIL E ÁFRICA. TEVE AS HONRAS RECUPERADAS SOB O REINADO DE DONA MARIA I SEU FILHO VEIO A SER O VISCONDE E CONDE DA BAHIA. RARO E IMPORTANTE PRATO EM PORCELANA COMPANHIA DAS INDIAS. BORDA RECORTADA FILETADA EM OURO E DECORADA COM MAGNÍFICA GUIRLANDA FLORAL CONTENDO EM RESERVA BRASÃO ARMORIAL SOBRE COROA DE VISCONDE. CONHECIDO COMO SEGUNDO SERVIÇO OU SERVIÇO DAS GRINALDAS. ESTE RARO E IMPORTANTE PRATO ESTÁ REPRODUZIDO NAS PAGINA 350 DO LIVRO O BRASIL E A CERAMICA ANTIGA DE BRANCANTE E NA PÁGINA 121 DO LIVRO A PORCELANA CHINESA E OS BRASÕES DO IMPÉRIO DE NUNO DE CASTRO. 23 CM DE DIAMETRONOTA: Fidalgo cavaleiro e moço fidalgo com exercício na Casa Real, por alvará de 20 de setembro de 1753, grande estadista, etc. Nasceu em Vilela a 31 de outubro de 1732, faleceu a 13 de março de 1813. Era filho de Lucas Seabra da Silva e de sua mulher D. Josefa de Morais Ferraz. Aprendeu em casa os estudos preparatórios da Universidade debaixo da direção de um douto eclesiástico chamado Manuel de Sousa, e passou depois a matricular-se na Universidade de Coimbra, quando apenas contava doze anos, como consta de dois documentos autênticos, transcritos por um neto do estadista António de Seabra num folheto que publicou para responder a algumas asseverações feitas por Simão da Luz Soriano na sua História do reinado de D. José. Um desses documentos é a cópia da certidão do baptismo, que o declara nascido na data já mencionada, o outro é a certidão da matrícula e do doutoramento que prova que ele se matriculou na faculdade de Leis a 1 de outubro de 1744, e que se doutorou a 21 de abril de 1751, tendo por conseguinte doze anos quando entrou na universidade, e dezanove quando se doutorou. Deve notar-se, porém, que isto se passava antes da reforma da universidade feita pelo marquês de Pombal. Vindo para Lisboa, onde seu pai era desembargador, fez logo a 1 de março de 1752 o seu exame vago ou de jure aperto, como se dizia, e com tal brilho que o marquês declarou nas respostas aos quesitos que se lhe fizeram, quando se lhe instaurou processo depois da sua queda, que tendo assistido a esse exame, desde logo o distinguiu e prometeu a si mesmo empregá-lo em cargo de confiança. Não o favor que desde logo adquiriu de Sebastião, que estava bem longe então de ser onipotente, mas os privilégios que nessa época desfrutavam os filhos dos altos magistrados judiciais, fizeram com que fosse logo despachado desembargador do Porto por alvará de 1 de janeiro de 1763, quando ainda não completara vinte e um anos de idade. Logo, porém, que o marquês de Pombal começou a adquirir mais preponderância, não se esquecendo nunca dos homens para quem fora deitando as vistas como seus auxiliares prestantes que podiam ser, chamou José de Seabra para junto de si, e primeiro, como ele próprio diz, encarregou-o simplesmente de ser o seu secretárop particular, de lhe minutar os papéis de menos segredo. Auxiliando-o vivamente na sua campanha contra os jesuítas, foi conquistando cada vez mais as boas graças de Sebastião de Carvalho, que o fez seu ajudante de estado, e que principiou a pensar em o nomear ministro adjunto à sua pessoa, uma espécie de sub-secretário de estado. Em 1765 foi nomeado procurador da coroa, e nessa qualidade continuou a ser um poderoso auxiliar do marquês de Pombal na sua guerra contra os jesuítas e contra os jacobinos ou sigilistas. Por isso, tendo sido nomeado a 25 de abril de 1765, foi logo a 11 de novembro do mesmo ano nomeado chanceler da Casa da Suplicação, a 29 de abril de 1766 guarda-mor da Torre do Tombo, sendo já desde 1757 fiscal da companhia do Grão-Pará e Maranhão, desde 1760 executor da real fazenda da rainha D. Maria Ana. A carta régia de 25 de janeiro de 1770 fazia-o desembargador do Paço, e finalmente a 3 de junho de 1771 era nomeado ministro de Estado adjunto ao marquês de Pombal. José de Seabra esteve no poder três anos, merecendo sempre a confiança mais completa do grande ministro, até que de repente desabou sobre ele a mais extraordinária e implacável calamidade que é possível imaginar-se. A 17 de janeiro de 1774 ia a família real partir para Salvaterra, e José de Seabra, que costumava acompanhá-la, chegou ao cais de Belém quando o rei já estava na galeota. José de Seabra, chegou se à beira do cais, beijou a mão ao rei, e pediu-lhe as suas ordens. D. José, porém, sem lhe dizer como ele esperava: Venha, disse-lhe apenas: Vá recebê-las do marquês de Pombal. José de Seabra ficou suspeitando apenas que haveria algum negócio urgente de que não tinha ainda conhecimento, quando o rei outra vez o chamou só para lhe apertar as mãos mostrando-se comovido. Então é que José de Seabra se começou a perturbar, percebendo que havia novidade de maior vulto. Assim que o rei partiu, correu a casa do marquês; este mandou o entrar, e apenas se viram sós, lhe lançou os braços ao pescoço, e disse-lhe também comovido que estava demitido e desterrado. Perguntou-lhe José de Seabra o motivo de tão inesperada desgraça, e o marquês só lhe respondeu, que cumpria com o mais vivo pesar as ordens positivas e terminantes do rei. A ordem era a seguinte: "Cumpre ao meu real serviço que haja como hei por escuso de todos os empregos que nele ocupou o doutor José de Seabra da Silva, e lhe ordeno que no termo de quarenta e oito horas haja de sair da cidade de Lisboa e seu termo, e no de quinze dias peremptórios se apresente no Vale de Besteiros para dele não sair até segunda ordem minha. O marquês de Pombal, do meu conselho de Estado e secretário e ministro dos negócios do reino, o tenha assim entendido e faça executar, registando-se este decreto no livro a que pertence, e averbando-se os que por ele ficam reduzidos de nenhum valor. Palácio de Nossa Senhora da Ajuda em 17 de Janeiro de 1774."  Fulminado com esta ordem e sem a poder perceber, recebia ao mesmo tempo a ordem verbal de sair de Lisboa sem o dizer sequer à família. Cumpriu a ordem rigorosamente como fora dada, porque bem sabia o risco que corria se ousasse faltar fosse em que fosse. Foi para Vale de Besteiros e ali esteve três meses. De repente recomeça a perseguição. A 16 de abril de 1774 uma ordem escrita toda pelo próprio punho do marquês de Pombal, manda ao juiz de fora de Tondela que auxilie no desempenho duma importante e urgente comissão de serviço o corregedor de Évora João Baptista da Fonseca Teixeira Coelho Cardoso. Essa comissão é a de ir prender na sua casa de Vale de Besteiros o desterrado José de Seabra. Chegam os dois magistrados acompanhados por uma força de cavalaria a sua casa no dia 30 de abril, e levam-no preso para S. João da Foz no Porto, onde chegou no dia 4 de maio, deixando-o ali sepultado nas masmorras do castelo. E entretanto em Lisboa promulgava o rei D. José outro decreto ainda mais áspero que o primeiro:  "Por quanto, dizia o decreto de 6 de Maio de 1774, pelo decreto de 17 de Janeiro do corrente ano houve por escuso de todos os empregos que no meu real serviço ocupava o doutor José de Seabra da Silva, sou servido que na secretaria do Estado dos negócios do reino seja lavrado o decreto original de 6 de Julho de 1771, que pelo sobredito ficou de nenhum efeito e que o registo dele seja trancado e abolido, de sorte que mais se não possa ler, e que este decreto seja registado no livro a que pertence, guardando-se o original na forma do estilo. O marquês de Pombal, do meu conselho, e secretário e ministro dos negócios do reino, tenha assim entendido e faça executar. Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, etc." Ainda aqui não parou a perseguição. O corregedor de Évora, quando o prendeu, confiscou-lhe o dinheiro que ele tinha em casa, e que eram três mil cruzados. A 4 de outubro foi tirado do castelo de S. João da Foz, e conduzido debaixo de prisão para um navio que seguia para o Rio de Janeiro, não levando consigo nem dinheiro nem fato quase como se fosse um marinheiro qualquer. Chegando ao Rio de Janeiro foi mandado para a fortaleza da ilha das Cobras,  e daí para África, para o presídio de Pedras Negras (Fortaleza de Pungo-Andongo). O desafortunado ministro cria que a causa de sua ruína fora  uma intriga urdida pelo Cardeal da Cunha. Chegou a Luanda a 1 de março de 1775, foi encarcerado imediatamente na fortaleza Purgo-Andongo, ou presídio das Pedras Negras. Era esse o desterro mais cruel, que então se podia dar a um homem. Além das intempéries do clima, chegou a sofrer privações, e quase que padeceu fome, e padece-la-ia de certo, se o governador D. António de Lencastre lhe não valesse. Qual era o motivo, porém, desta tão inesperada catástrofe? É esse um dos enigmas mais insolúveis da nossa história. Apenas correu em Lisboa a notícia da queda de José de Seabra, circularam vários boatos a respeito do motivo de tão repentino desastre, mas no que mais se insistiu, que se considerou até adquirido para a história, e que Jacome Ratton consignou nas suas Recordações, foi que José de Seabra tinha conhecimento de um plano que o marquês de Pombal formara, de combinação com D. José, para afastar do trono a princesa D. Maria, e para fazer subir a ele o príncipe D. José, neto do soberano, e muito estimado pelo marquês, e deixara transpirar esse segredo, e que fora dali que resultara a queda do infeliz ministro. Muitas razões, ainda assim, fazem com que se acredite ser falso também este boato. Dizia-se que o cardeal da Cunha o intrigara para com o rei; o fato é que nunca se pôde averiguar o verdadeiro motivo de tão atroz perseguição. Sabendo José de Seabra que em 1777, pela morte do rei e aclamação de D. Maria I, podia voltar ao reino, partiu logo. Foi em Outubro de esse ano que a notícia chegou às Pedras Negras, e foi no fim desse mês que ele partiu para Luanda, a 20 de dezembro do mesmo ano que saiu de Luanda para a Baía, onde chegou a 29 de janeiro de 1778. Depois de ali se demorar alguns dias embarcou para Lisboa, sendo aqui recebido com verdadeira ovação, indo imensa gente acompanhá-lo a sua casa de S. Sebastião da Pedreira. Poucos dias depois dirigiu uma representação à rainha, em que pedia que lhe fossem restituídas as honras de ministro que lhe cabiam por ter exercido esse cargo, e que o indemnizasse do que perdera, como fosse do seu real agrado. Nessa representação não se queixava do marquês de Pombal, e declarava que nunca fora réu do crime honrado que lhe imputavam, de ter revelado o segredo em que se pretendia excluir do trono a rainha D. Maria I. Tornou-se isso menos importante à soberana, e o certo é, que tendo-se proposto em conselho de ministros uma pensão seis mil cruzados por ano para José de Seabra, a rainha estranhou a quantia, e afinal concedeu-se a comenda de S. Miguel de Oliveira de Azeméis, da Ordem de Cristo, que rendia apenas dois mil duzentos e cinquenta cruzados. José de Seabra retirou-se descontente para uma quinta próximo da Figueira, onde começou a passar uma vida patriarcal com sua mulher. O infeliz ministro havia casado em 1764 com D. Ana Felícia Coutinho Pereira de Sousa Tavares da Horta Amado Cerveira, filha única e herdeira de Nicolau Pereira Coutinho de Sousa Meneses da Horta Amado e Cerveira, senhor de diversos morgados, e de sua mulher D. Francisca Maria Tavares de Sousa Coutinho. No seu retiro, contudo, muitas vezes o consultavam como homem experiente e prático das coisas da administração. Em 1781 foi surpreendido pela nomeação de presidente da Junta do Código; finalmente em 1788, tendo falecido o visconde de Vila Nova da Cerveira e Aires de Sá, ministros do reino e dos estrangeiros, foi José de Seabra da Silva chamado ao ministério juntamente com Luís Pinto de Sousa Coutinho, indo este para a pasta dos estrangeiros e da guerra, e aquele para a do reino. Não foi feliz este ministério, porque foi exatamente o que teve de dirigir os negócios do país quando rebentou a revolução francesa, e não os dirigiu com acerto. O Ministério do Reino compreendia também então as atuais pastas da justiça e negócios eclesiásticos e obras públicas. Tendo encontrado já criada a Academia Real das Ciências, tomou várias providências a seu favor; com relação à Universidade do Coimbra, mandou-lhe entregar os títulos dos bens que tinham pertencido aos jesuítas, e procedeu a outras medidas de importância. Criou o lugar de superintendente geral e a Junta Diretora dos Estudos, tomou várias providências com relação ao Jardim Botânico, Museu, Laboratório e casa de risco da Ajuda, mandou formalizar a descrição geográfica e económica do Minho, nomeou urna comissão para estudar cientificamente o Brasil e mandou estudar ao estrangeiro alguns moços de talento, e finalmente foi ele o fundador da Biblioteca Pública. Em obras públicas também fez coisas importantes, consignando avultadas verbas para as obras da barra do Porto, mandou fazer as estradas de Lisboa ao Porto, do Porto à Foz, e a do Alto Douro, etc. Aboliu as ouvidorias, determinou e demarcou as novas comarcas. Perto de onze anos durou o ministério de José de Seabra, mas de súbito novamente caiu sobre ele o desagrado régio. Fora a 15 de dezembro de 1788, que entrara no governo, e foi a 15 de agosto de 1799, que foi de novo demitido. As causas desta vez são conhecidas e honradíssimas para José de Seabra. Em 1792, achando-se completamente louca a rainha D. Maria I e incapaz de se aplicar de qualquer forma aos cuidados do governo, José de Seabra e os seus colegas deliberaram em conselho, depois de ouvidos os médicos, que era indispensável que o príncipe D. João assumisse a regência, mas entendeu José de Seabra, e à exortação que ele lhes tez nesse sentido aderiram completamente os seus colegas, que o príncipe entrasse a governar o reino, mas sem tomar abertamente a regência, como em Inglaterra se fazia também com a loucura de Jorge III. Assim se resolveu, e as coisas neste sentido caminharam por mais do sete anos, recebendo José de Seabra constantes provas de estima e de consideração do príncipe, sendo uma delas o título de visconde da Baía conferido a seu filho primogénito Manuel Maria Coutinho Pereira de Seabra e Sousa a 16 de junho de 1796, título que foi conferido ao filho e não a ele, porque era o filho que descendia, pelo lado materno, dos primeiros donatários da Baía de Todos os Santos. Em 1799, porém, resolveu o príncipe D. João assumir a regência, e José de Seabra opinou em conselho que a regência não se podia assumir sem a convocação das cortes. Foi uma barreira que desde logo se levantou entre o príncipe regente e José de Seabra. Ao príncipe D. João dominava-o uma preocupação constante, o medo que lhe acontecesse o mesmo que a Luís XVI. Falar-se-lhe em convocar as cortes, quer dizer falar-se-lhe em fazer o mesmo que Luís XVI fizera convocando os Estados Gerais, era o mesmo que anunciar-lhe que viria atrás de si uma Assembleia Constituinte, a república e o cadafalso. Por isso, com uma severidade que não estava nos hábitos do príncipe, apenas José de Seabra proferiu o fatal conselho, com que os outros ministros não concordaram, foi logo demitido pela segunda vez de todos os seus cargos, e mandado para fora de Lisboa, para a sua quinta do Canal junto da Figueira com a proibição de voltar à corte. Surpreendidos por esta súbita resolução, os amigos de José de Seabra intercederam por ele. Animados ao verem que se permitia ao visconde da Baía que frequentasse o Paço, animavam também o ministro exilado, dando-lhe esperanças de que o príncipe reconsiderasse e o tornasse a chamar. José de Seabra consolava-se com essa esperança, vendo demais a mais que, a pedido de sua mulher, o príncipe consentira que ele se transferisse para a sua quinta de S. João da Ribeira, por ser mais sossegada. Com tal rigor procedeu o príncipe regente, que nem permitiu a José de Seabra em 1803 que viesse a Lisboa assistir ao casamento do visconde da Baía, seu filho, com uma filha dos condes de Rio Maior. O governo começou a precisar muitas vezes de recorrer aos seus conselhos, como sucedeu quando D. Carlota Joaquina se quis assenhorear da regência, dando seu marido por incapaz de governar. Nessa época, porém, já José de Seabra estava em Lisboa, porque, em atenção à sua provecta idade, fora-lhe permitido que se recolhesse à sua casa de São Sebastião da Pedreira, em março de 1801, mas continuando a ser-lhe proibida a entrada na corte. José de Seabra nunca mais foi recebido pelo príncipe. As suas obras publicadas foram todas escritas no desempenho dos seus deveres oficiais como procurador-geral da coroa. Além da Petição de recurso, que apresentou à rainha, conforme dissemos, e que publicou, em 1767 imprimiu também em 1769 um Memorial sobre o cisma do sigilismo.
  • BARÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - ANTÔNIO JOSÉ CORREIA: SUNTUOSO CENTRO DE MESA EM PRATA DE LEI. MARCA DE CONTRASTE CABEÇA DE MINERVA PARA O SEC. XIX. PRATO DECORADO COM ELEGANTES GUILLOCHES E BORDA RECORTADA EM ROCAILLE RELEVADA. FUSTE SUSTENTADO POR BELA FIGURA DE PUTTO ALADO. BASE EM SEMI TORCEIL. ELEVADO SOBRE QUATRO PÉS. NA BASE, EM RELEVO, BRASÃO ARMORIAL DO BARÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO PARDO COM ARMAS DA FAMILIA CORREIA: ÁGUIA ARMADA DE PRATA, ESTENDIDA E NO ALTO DO ESCUDO ELMO DE PRATA DE ONDE PARTE TIMBRE ARMORIAL REPRESENTADO POR ÁGUIA COMO A DO ESCUDO. PEÇA BELÍSSIMA E IMPONENTE! FRANÇA, SEC. XIX. 27 CM DE ALTURA. 880 GNOTA: ANTÔNIO JOSÉ CORREIA, o terceiro Barão do Rio Pardo (12 de junhode18405 de outubrode1906). Era filho do Capitão Prudente José Correia, conhecido por Prudente do Morro. Foi grande proprietário de terras, produtor de café, deputado provincial agraciado com o título de Barão em 23 de setembro de 1887. Leal ao Império do Brasil, recebeu de Dom Pedro II a comenda da Ordem da Rosa e em 23 de dezembro de 1887 o título de Barão. No ano de 1885, dois anos antes de receber seutítulo de nobreza, ele disputou e ganhou o cargo de deputado provincial. Hospedeu em sua residência o Conde DEu quando este inspecionou o tronco da Ferrovia Mogyana. Sua filha dona Francisca Correia veio a casar-se com Pedro Evangelista de Sillos, filho do Barão de Casa Branca
  • MARQUÊS DE VILA REAL DA PRAIA GRANDE  MINISTRO DE DOM PEDRO I, GOVERNADOR DE MATO GROSSO E PERNAMBUCO. SUNTUOSA MOLHEIRA EM PORCELANA COMPANHIA DAS INDIAS PADRÃO FOLHA DE TABACO. BORDA RECORTADA. DECORAÇÃO COM ESMALTES DA Família Rosa, no padrão Folha de Tabaco, com folha de hibisco, E PROFUSA APRESENTAÇÃO DE flores e folhas. Reinado Qianlong. Séc. XVIII.PEÇA DESSE SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDA NA PAGINA 157 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL DE JENNY DREYFUSCHINA, SEC. XVIII, 29  CM DE COMPRIMENTO. NOTA: Caetano Pinto de Miranda Montenegro, primeiro barão,visconde com grandezaemarquês deVila Real da Praia Grande (Lamego,16 de setembrode1748Rio de Janeiro,11 de janeirode1827), foi ummagistradoepolíticoluso-brasileiro. Foiintendente do Ouro(1791) no Rio de Janeiro . Era o governador daCapitania de Pernambucoà época daRevolução Pernambucana, e foi o primeiroministro da Justiçado Brasil. Caetano Pinto de Miranda Montenegro foicapitão-generale governador dePernambucode 1804 a 1817, quando foi deposto por ocasião da Revolução Pernambucana. Integrou o ministério do imperadorD. Pedro Iem duas ocasiões na pasta da fazenda em 1822 e na justiça em julho de 1823. Essa última pasta foi desmembrada doMinistério do ImpérioporJosé Bonifácio de Andrada e Silva. Foi senador do Império do Brasil (1826), membro doConselho de Estadoe desembargador do tribunal daMesa do Desembargo do Paço. Ao longo de sua vida, recebeu os títulos de barão, visconde e marquês da Vila Real da Praia Grande. Morreu no Rio de Janeiro em 11 de janeiro de 1827. Filho de Bernardo José Pinto de Menezes de Sousa Melo e Almeida Correia de Miranda Montenegro,fidalgo escudeiroda casa real de Portugal, e de Antônia Matilde Leite Pereira de Bulhões. Casou com Maria da Incarnação Carneiro de Figueiredo Sarmento, com quem teve dois filhos: Margarida Máxima Pinto de Miranda Montenegro eCaetano Pinto de Miranda Montenegro Filho, segundo visconde de Vila Real da Praia Grande.Foi fidalgo escudeiro da casa real de Portugal e comendador daOrdem Militar de Cristo.

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