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  • IMPERIAL ORDEM DE SÃO BENTO DE AVIS - ACOMPANHADA DE SEU ESTOJO ORIGINAL  GRANDE INSIGNIA PARA COLAR EM OURO MACIÇO DE ALTO TEOR E ESMALTES NA TONALIDADE VERDE, VERMELHO E BRANCO. GRAU DE COMENDADOR PARA USO EM COLAR (VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE OS DIVERSOS GRAUS DA ORDEM INCLUSIVE EXEMPLAR IDENTICO A AQUI APREGOADA). CRUZ LATINA VERDE FLORDELIZADA PENDENTE DE ESTRELA COM OITO PONTAS TENDO AO CENTRO CORAÇÃO FLAMEJANTE COM COROA DE ESPINHOS.  BRASIL, SEC. XIX. 11 CM DE ALTURA. 23,4 G. NOTA: NOTA: A morte de D. João VI, em Março de 1826, e a aclamação do Imperador Dom Pedro I como Rei de Portugal e Algarves , apesar de efémera, elevou, transitoriamente, D. Pedro à dignidade de Grão-Mestre das Ordens Militares e Honoríficas Brasileiras e Portuguesas , e veio suscitar a necessidade de resolver a questão pendente da definição dos termos da posse e gozo pelo Império do Brasil , de todos os direitos e privilégios anteriormente concedidos pela Santa Sé ao reis de Portugal, enquanto administradores do Grão-Mestrado das Ordens Militares de Cristo, Avis e Santiago. D. Pedro solicitou ao Papa Leão XII a concessão de tais direitos e privilégios, dele tendo obtido a bula Praeclara Portugalliae Algarbiorumque Regum, remetida de Roma, aos 15 de Maio de 1827, mediante a qual foi criado no Brasil um novo Grão-Mestrado das Ordens Militares de Cristo, de São Bento de Avis e de Santiago da Espada, independente do Grão-Mestrado das Ordens Militares de Portugal . Além disso, concedia à Ordem de Cristo brasileira o padroado das igrejas e benefícios do Império, transformando os Imperadores do Brasil em seus Grão-Mestres perpétuos. No entanto, tal bula uma vez submetida ao escrutínio do poder legislativo brasileiro, seria liminarmente rejeitada pela Câmara dos Deputados, em Outubro de 1827, como manifestamente ofensiva à Constituição e aos direitos de Sua Majestade o Imperador. As antigas Ordens Militares Portuguesas deixaram de existir desde então no Brasil, tendo sido substituídas por outras com a mesma denominação, mas reformuladas nas suas insígnias. Foi, de fato, nesse período, entre 1825 e 1827, que D. Pedro I modificou as insígnias brasileiras, para que se distinguissem claramente das portuguesas, nelas introduzindo emblemática nova, específica do Império do Brasil , apesar de inspirada na Legião de Honra francesa: - a estrela de cinco braços bifurcados que forma o resplendor das insígnias da Ordem Imperial do Cruzeiro ; inclusão da coroa imperial brasileira nos hábitos das Ordens, cujo uso já vinha do Primeiro Reinado ; a estrela do Cruzeiro, assente numa coroa de ramos de café e de fumo e suspensa da coroa imperial; - manutenção na cabeceira da placa raiada do emblema do Sagrado Coração, em vez da coroa imperial que figura nas placas do Cruzeiro. Tão prematura introdução das novas insígnias das Imperiais Ordens de Cristo, de Avis e de Santiago é, de resto, atestada por dois óleos iconografando D. Pedro e D. Maria da Glória (futura D. Maria II), que integram a galeria dos retratos dos senhores Reis de Portugal da Real Companhia Velha de Gaia, onde ambos já as ostentam em data anterior à abdicação do Imperador A abdicação de D. Pedro I abriu um longo período de regência, que se prolongou de Abril de 1831 até à declaração da maioridade de D. Pedro II, em 1840, e durante o qual não foram concedidas mercês honoríficas. A nacionalização das Ordens Militares Portuguesas por D. Pedro II, doravante, consideradas Ordens Imperiais Brasileiras, meramente civis e políticas , bem assim como a concessão dos seus graus no Império do Brasil seria final e definitivamente regularizada e regulamentada pelo Decreto n.º 321, de 9 de Setembro em 1843, cujos três primeiros artigos estabeleciam: Art. 1.º - As Ordens Militares de Cristo, São Bento de Avis e São Tiago da Espada ficam de ora em diante tidas e consideradas como meramente civis e políticas, destinadas para remunerar serviços feitos ao Estado, tanto pelos súbditos do Império como por estrangeiros beneméritos. Art. 2.º - Cada uma destas Ordens constará de Cavaleiros e Comendadores, sem número determinado, e de 12 Grã-Cruzes; não compreendidos neste número os Príncipes da Família Imperial e os estrangeiros, que serão reputados supranumerários. Art. 3.º - Os Cavaleiros, Comendadores e Grã-Cruzes das três Ordens continuarão a usar das mesmas insígnias de que até agora têm usado, e com as fitas das mesmas cores; sendo, porém as das Ordens de Cristo e S. Tiago orladas de azul, e a da Ordem de S Bento de Avis orlada de encarnado. Quanto à placa, constata-se que, além dos incontáveis exemplos de fabrico local, existiram dois modelos distintos dessas placas, um português e outro brasileiro, adotados pelos fabricantes franceses para satisfazer as encomendas das Ordens Militares, de ambas as proveniências. O modelo francês para o Brasil segue a tipologia adotada desde finais do Primeiro Reinado.
  • GIUSEPPE GARIBALDI - CONDENADO A MORTE, FUGITIVO, VÁRIAS VEZES PRESO, VIVENDO SOB NOME SUPOSTO E LUTANDO EM QUATRO NAÇÕES, EU AMOR TORNOU CÉLEBRE UMA HUMILDE BRASILEIRA ANITTA GARIBALDI.   MISSIVA DE AGRADECIMENTO DE GIUSEPPE GARIBALDI DIRIGIDA A LULLI  ESCRITA EM CAPRARA EM 4 DE FEVEREIRO DE 1873. EXCERTOS DO TEXTO: CARO LULLI GRAZIE PER LE RICEZIONE GENTILE SEMPRE VOSTRO G. GARIBALDI  CAPRARA 4 FEBBRAIO  1873  (CARO LULLI OBRIGADO PELA RECEPÇÃO GENTIL.  SEMPRE SEU. GIUSEPPE GARIBALDI). 27 CM DE ALTURANOTA: Garibaldi nasceu em Nice, que na época era parte do departamento francês dos Alpes Marítimos. Isto antes que este departamento fosse devolvido para a Casa de Saboia, governantes do Reino da Sardenha, depois da derrota de Napoleão Bonaparte, nos termos do Congresso de Viena (1815). Após 1860, retornou ao domínio francês. Desta forma, Garibaldi foi batizado em 29 de julho de 1807, na igreja de San Martino di Acri e registrado como cidadão francês, com o nome de Joseph Marie Garibaldi. A sua família tinha se transferido para Nice na década de 1770. O pai, Domenico Garibaldi (1766-1841), nascido em Chiavari, era proprietário de uma tartana chamada Santa Reparata, de 29 toneladas, a mãe, Rosa Raimondi (1776-1852), era originária de Loano, naquela época parte da República Liguriana. Giuseppe era o segundo de seis filhos: Angelo, seu irmão mais velho, foi cônsul nos Estados Unidos; Michele foi capitão na marinha; Felice representante de uma companhia de navegação; Elisabetta e Maria Teresa morreram ainda crianças: a primeira em um incêndio na enfermaria em que se encontrava, a segunda de doença. Giuseppe Garibaldi passou dez anos de sua vida a bordo de navios mercantes e com o tempo chegou a obter licença de capitão. Mas seus desejos de aventura não permitiram que permanecesse na carreira dos mares. Em abril de 1833, em Taganrog, na Rússia, enquanto comandava a escuna Clorinda, levando um carregamento de laranjas, conheceu Giovanni Battista Cuneo de Oneglia e entrou em contato com a sociedade secreta Jovem Itália, sendo seduzido pelas ideias socialistas de Henri Saint-Simon e da Jovem Itália, fundada por Giuseppe Mazzini. Mazzini era republicano e ardoroso defensor da unidade italiana, que esperava alcançar por meio de um levantamento popular. Garibaldi se uniu à sociedade secreta, jurando dedicar sua vida à libertação da sua terra natal do jugo estrangeiro. Em novembro de 1833, encontrou-se com Mazzini, iniciando um relacionamento que mais tarde se tornaria problemático. Juntou-se à Carbonária e em fevereiro de 1834 tomou parte da fracassada insurreição de Gênova, sendo condenado à morte por uma corte genovesa. Refugiou-se em Marselha e, em 1835, fugiu para a Tunísia, chegando depois ao Rio de Janeiro. Com 28 anos iniciava seu primeiro exílio. Residiu algum tempo no Rio de Janeiro, onde foi membro da Congrega della Giovine Itália, fundada por Giuseppe Stefano Grondona. Foi também no Rio de Janeiro que conheceu Luigi Rossetti, com quem se juntou à Revolução Farroupilha. Também conheceu Bento Gonçalves da Silva ainda em sua prisão, no Rio de Janeiro, e obteve dele uma carta de corso para aprisionar embarcações imperiais. Em 1 de setembro de 1838, Garibaldi foi nomeado capitão-tenente, comandante da marinha farroupilha.Rossetti e Garibaldi transformaram seu pequeno barco comercial Mazzini em corsário a serviço da República Rio-Grandense. No caminho para o sul, atacaram um navio austríaco, com uma carga de café e trocaram de navio com seus ocupantes, rebatizando a nova embarcação de Farroupilha. Enquanto Rossetti desembarcou no porto de Maldonado, Garibaldi foi capturado pela polícia marítima uruguaia, acabando preso na Argentina.Depois de algum tempo preso, tendo inclusive sido torturado, conseguiu fugir e chegar ao Rio Grande do Sul.Junto dos republicanos foi encarregado de criar um estaleiro, o que foi feito junto a uma fábrica de armas e munições em Camaquã, na estância de Ana Gonçalves, irmã de Bento Gonçalves. Lá Garibaldi coordenou a construção e o armamento de dois lanchões de guerra. Para participar da empreitada marinheiros vieram de Montevidéu e outros foram recrutados pelas redondezas. Terminada a construção dos barcos, foram lançados à água os lanchões Seival e Farroupilha. Porém, acossados pela armada de John Pascoe Grenfell, não tiveram muito sucesso: capturaram alguns barcos de comércio desprevenidos, em lagoas ou rios longe da Armada Imperial. Surgiu, então, o plano de levar os barcos pela lagoa dos Patos até o rio Capivari e, dali, por terra, sobre rodados especialmente construídos para isso, até a barra do Tramandaí, onde os barcos tomariam o mar. Os farrapos despistaram a armada imperial e conseguiram enveredar pelo estreito do rio Capivari e passaram os barcos à terra em 5 de julho de 1839. Puxados sobre rodados, os dois lanchões artilhados, com cem juntas de bois, atravessaram ásperos caminhos, pelos campos úmidos - em alguns trechos completamente submersos, pois era inverno, com tempo feio, chuvas e ventos, que tornavam o chão um grande lodaçal. Cada barco tinha dois eixos e quatro grandes rodas, revestidas de couro cru. Piquetes corriam os campos entulhando atoleiros, enquanto outros cuidavam da boiada. Levaram seis dias até a lagoa Tomás José, vencendo 90 km e chegando a 11 de julho. No dia 13, seguiram da lagoa Tomás José à barra do rio Tramandaí, no oceano Atlântico e no dia 15, lançaram-se ao mar com uma tripulação mista de 70 homens. O Seival, de 12 toneladas, era comandado pelo norte-americano John Griggs, conhecido como "João Grandão", e o Farroupilha de 18 toneladas, comandado por Garibaldi - ambos armados com quatro canhões de doze polegadas, de molde "escuna". Por fim, a 14 de julho de 1839, os lanchões rumaram a Laguna para atacar a província vizinha. Na costa de Santa Catarina, próximo ao rio Araranguá, uma tempestade pôs a pique o Farroupilha, salvando-se milagrosamente uns poucos farrapos, entre eles o próprio Garibaldi.Com a chegada da marinha farroupilha a Santa Catarina, unindo-se às tropas do exército, sob o comando geral de David Canabarro, foi possível preparar o ataque a Laguna por terra e pela água. A marinha farroupilha entrou através da lagoa de Garopaba do Sul, passando pelo rio Tubarão e atacou Laguna por trás, surpreendendo os imperiais que esperavam um ataque de Garibaldi pela barra de Laguna e não pela lagoa. Garibaldi tomou um brigue e dois lanchões, enquanto somente o brigue-escuna Cometa conseguiu escapar para o mar. O império então impôs um bloqueio naval que buscava estrangular a república economicamente. Garibaldi ainda conseguiu furar o bloqueio com três barcos, capturou dois navios de comércio, trocou tiros com o brigue-escuna Andorinha e tomou o porto de Imbituba. Alguns dias mais tarde retornou a Laguna, em 5 de novembro. Pouco tempo depois, o império reagiu com força total, comandado pelo general Francisco José de Sousa Soares de Andrea, comandante de armas de Santa Catarina, com mais de três mil homens atacando por terra. Enquanto isto, por mar, o almirante imperial Frederico Mariath, com uma frota de 13 navios, melhor equipados e experientes, iniciou a batalha naval de Laguna. Garibaldi fundeou convenientemente seus cinco navios, que se bateram contra os imperiais valentemente, mas sem chances de vitória.17 Nos navios farroupilhas nenhum comandante ou oficial escapou com vida.17 O próprio Garibaldi, vendo a derrota iminente, queimou seu navio, a escuna Libertadora, e se juntou à tropa de Canabarro, que preparou a retirada de Laguna. Era o fim da marinha farroupilha.Em Laguna, Garibaldi ainda conheceu Ana Maria de Jesus Ribeiro, conhecida depois como Anita Garibaldi, com quem se casaria e que se tornaria sua companheira de lutas na América do Sul e depois na Itália.Anos depois Garibaldi escreveria em suas memórias: Eu vi corpos de tropas mais numerosas, batalhas mais disputadas, mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes que os da bela cavalaria rio-grandense, em cujas fileiras aprendi a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada das nações. Quantas vezes fui tentado a patentear ao mundo os feitos assombrosos que vi realizar por essa viril e destemida gente, que sustentou, por mais de nove anos contra um poderoso império, a mais encarniçada e gloriosa luta. No Uruguai, casou-se em 26 de março de 1842, na Igreja de São Francisco de Assis com Anita Garibaldi, ali nasceram os outros filhos do casal: Rosa, Teresa e Ricciotti. Rosa faleceu aos dois anos de idade por asfixia, por causa de uma infecção na garganta. Garibaldi regressou à Itália em 1848 para lutar na Lombardia contra o exército austríaco e iniciar a luta pela unificação italiana. Formou a Legião Italiana, com muitos recrutas provenientes do Piemonte e dos territórios da Lombardia e Vêneto, sob domínio austríaco, e teve até uma estação na cidade de Rieti, na fronteira com o Reino das Duas Sicílias.  Ao final de 1848, o Papa, temendo as forças liberais, abandonou Roma, para onde foi Garibaldi junto com um grupo de voluntários. Em fevereiro de 1849, foi eleito deputado republicano na assembleia constituinte da recém-proclamada República Romana. Em 25 de abril, de oito a dez mil soldados franceses sob comando do general Charles Oudinot desembarcaram em Civitavecchia, na costa noroeste de Roma, enquanto a Espanha enviou quatro mil homens sob Fernando Fernández de Córdova para Gaeta, onde o papa tinha encontrado refúgio. O francês enviou uma equipe oficial para no dia seguinte encontrar-se com Giuseppe Mazzini com uma mensagem de que o papa seria restabelecido ao poder. Os franceses esperavam pouca resistência por parte dos "usurpadores". Mas a solução republicana foi dada na figura do carismático Garibaldi. Em 29 de abril desembarcam no porto de Anzio 600 homens do batalhão lombardo Bersaglieri, comandado por Luciano Manara. Precipitadas defesas foram erguidas sobre os muros de Janículo, e as moradias da periferia da cidade foram protegidas. Os legionários e os cidadãos-soldados de Garibaldi conseguiram mandar as tropas inimigas de volta ao mar.Ainda que não tivesse opção alguma para evitar a queda de Roma, sua luta se converteu em uma das mais épicas passagens do Risorgimento. O cerco começou a sério no dia 1 de junho e, depois de um assédio de um mês, apesar de muitos episódios de valor por parte do exército republicano e dos voluntários de Garibaldi, entre os quais a defesa do Janículo, o exército francês prevaleceu em 29 de junho. Em 30 de junho, a Assembleia Romana reuniu-se e foram debatidas três opções: render-se; continuar lutando nas ruas de Roma; ou retirar-se de Roma e continuar a resistência nos Apeninos. Garibaldi fez um discurso em que ele favoreceu a terceira opção e, depois, disse: Dovunque saremo, colà sarà Roma. ("Onde estivermos, lá será Roma.")Declarou ainda Garibaldi ao parlamento romano:A sorte, que hoje nos traiu, sorrirá para nós amanhã. Estou saindo de Roma. Aqueles que quiserem continuar a guerra contra o estrangeiro, venham comigo. Não ofereço pagamento, quartel ou comida. Ofereço somente fome, sede, marchas forçadas, batalhas e morte. Os que amam este país com seu coração, e não com seus lábios apenas, sigam-me. Após muitos anos de lutas conseguiu a unificação da Itália Garibaldi então recusou o título de nobreza e a pensão vitalícia que o rei lhe ofereceu e retirou-se para sua pequena casa na ilha de Caprera. Ele, porém, não considerava terminada sua missão, pois Roma continuava fora do Reino de Itália.Ao estourar a Guerra Civil Americana, em 1861, Garibaldi voluntariou seus serviços ao presidente Abraham Lincoln, através de uma carta ao jornal New York Daily Tribune. O cônsul americano em Antuérpia, James William Quiggle,64 escreve a 8 de junho, oferecendo-lhe um posto de comando no exército do norte. Numa carta datada de 17 de julho de 1861, do Secretário de Estado William H. Seward para H. S. Sanford, ministro plenipotenciário americano em Bruxelas, foi oferecido a Garibaldi o posto de general maior.65 Em 18 de setembro Sanford respondeu ao congresso que Garibaldi só poderia servir no posto de comandante-em-chefe, com a condição que fosse declarada a abolição da escravidão; explicava que seria de pouco uso sem a primeira condição e sem a segunda, pareceria uma guerra civil, na qual o mundo teria pouco interesse ou simpatia. Porém naquela época Lincoln não estava disposto a declarar a abolição, preocupado em piorar a crise na agricultura.  Em 6 de agosto de 1863, após o anúncio da Proclamação de Emancipação, Garibaldi escreveu a Lincoln: "A posteridade vai chamá-lo de grande emancipador, um título mais invejável que qualquer coroa e maior que qualquer tesouro mundano".Em 1870, lutou em sua última campanha, dando apoio à recém-criada Terceira República Francesa, na Guerra Franco-Prussiana, (1870-1871). Em 29 de janeiro, foi estipulado um armistício de algumas semanas, que não levou em conta a zona sudoeste e portanto o Exército do Vosges. Em 31 de janeiro, a tropa de Garibaldi foi atacada. O general, evitando o ataque, dirigiu a defesa de uma zona sujeita ao armistício. Quando terminou a guerra, o seu Exército dos Vosges, foi o único que permaneceu substancialmente intacto, com mínimas perdas, sem nunca ter sido derrotado na guerraApós a derrota francesa no conflito, em 1871, Garibaldi foi eleito deputado à nova Assembleia Nacional Francesa na lista dos republicanos radicais, como deputado da Côte-d'Or, Paris, Argel e naturalmente, sua cidade natal Nice. Esta quádrupla eleição foi, porém, invalidada pela assembleia. Oficialmente o motivo foi sua posição contrária aos interesses franceses ao opor-se à anexação de Nice, realisticamente foi por medo da popularidade do herói "socialista": a mesma assembleia, por outro lado, estaria logo ocupada da repressão à Comuna de Paris. A oposição da Assembleia contra Garibaldi levou à demissão outro deputado ilustre, Victor Hugo que havia declarado que Garibaldi havia intervindo em defesa da França, ao contrário de nações ou reis.Apesar de eleito para o parlamento italiano, Garibaldi passou a maior parte dos seus derradeiros anos em Caprera. Também deu apoio ao projeto de aterramento das áreas ao sul do Lácio.2Em 1879, fundou a "Liga da Democracia", propondo o sufrágio universal, a abolição da propriedade eclesiástica e a emancipação feminina.Doente e de cama por causa de artrite, fez viagens à Calábria e à Sicília. Em 1880, casou pela terceira vez com Francesca Armosino, com quem tinha tido previamente três filhos.Em 2 de junho de 1882, aos 74 anos, Giuseppe Garibaldi morreu em sua casinha na ilha de Caprera. Embora tenha deixado instruções detalhadas para sua cremação, seu corpo foi enterrado na ilha de Caprera, onde repousa com sua última esposa e alguns de seus filhos.A vida de Garibaldi, dedicada à luta pela libertação de seu país do domínio estrangeiro, levou seu nome ao reconhecimento na Itália e no mundo. Cinco navios da marinha italiana receberam seu nome, entre eles o cruzador Giuseppe Garibaldi da Segunda Guerra Mundial e o porta-aviões Giuseppe Garibaldi. Estátuas com sua figura existem em muitas praças na Itália e em outros países ao redor do mundo. Na Itália, seu nome foi dado a praças e ruas em mais de 5 000 comunas. No Brasil, o município de Garibaldi tem esse nome em homenagem ao herói italiano.Na cidade de Tramandaí, no litoral norte do Rio Grande do Sul, a Ponte Giuseppe Garibaldi passa sobre um dos rios que o herói italiano utilizou para chegar até Laguna, onde proclamou a República Juliana.
  • LOTE RETIRADO ATENDENDO INTERESSE DO ARQUIVO NACIONAL. REVOLUÇÃO FARROUPILHA - DUQUE DE CAXIAS  CARTA DO DUQUE DE CAXIAS, ENTÃO BARÃO DE CAXIAS, DATADA DE 1844 DANDO POSSE AOS VEREADORES ELEITOS EM CAMPOS DE PEDRO FAGUNDES. NESSA ÉPOCA ENQUANTO COMBATIA OS FARRAPOS DUQUE DE CAXIAS ERA PRESIDENTE DA PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO SUL E COMANDANTE EM CHEFE DO EXÉRCITO NA PROVÍNCIA. NOTA: Duque de Caxias (1803-1880), conhecido como Luiz Alves de Lima e Silva foi um patrono do Exército e militar. Nasceu na Fazenda de São Paulo, na então província do Rio de Janeiro no dia 25 de agosto de 1803, faleceu na Fazenda Santa Mônica, estação de Desengano, hoje Jiparaná, Rio de Janeiro no dia 7 de maio de 1880. Com apenas 15 anos de idade ingressou na Escola Militar tornando-se alferes, realizando com brilho o curso na Escola Militar. Obteve o posto de Tenente em 1821. Tomou parte da Campanha da Bahia lutando contra as tropas portuguesas que se negavam a reconhecer a Independência do Brasil. Seguiu para Montevidéu afim de combater Lavalleja em 1825, tendo já o posto de Capitão. Sufocou a Brilada em 1832. Já no Posto de Coronel em 1839, foi incumbido de governar o Maranhão, conseguindo derrotar a Balaiada. Regressou ao Rio de Janeiro em 1841, sendo logo solicitado para combater os revoltosos da província de São Paulo, do qual foi nomeado Vice-Presidente. Conseguiu pôr termo à Guerra dos Farrapos, depois de ter sido nomeado Presidente do Rio Grande do Sul e Comandante Chefe das Forças Armadas, que operavam naquela província; Senador em 1845. Foi nomeado para a Pasta da Guerra em 1855, e Presidente do Conselho em 1862; foi promovido a Marechal Graduado no mesmo ano. Coube a Caxias um papel incomparável na vitória dos aliados, com a eclosão da Guerra do Paraguai. Demonstrou todo o seu gênio militar quando assumiu o Comando da Campanha, no afastamento de Mitre. Após importantes vitórias, cansado e doente, retirouse do campo de luta. Retornou ainda ao Senado e foi Conselheiro de Estado Extraordinário. Em 23 de Março de 1869, recebeu o título de Duque. O dia do seu nascimento foi consagrado ao dia do soldado brasileiro. Seu nome era Luiz Alves de Lima e Silva.
  • PRINCESA ISABEL E CONDE DEU - GRANDES BOTÕES DA FARDA DE GALAR DA GUARDA DE ARCHEIROS EM SERVIÇO NO CASAMENTO DA PRINCESA ISABEL E CONDE DEU. OS ARCHEIROS FORMARAM ALAS QUE ACOMPANHARAM AS CARRUAGENS QUE CONDUZIAM A FAMÍLIA IMPERIAL E OS NOIVOS. OS BOTÕES TEM MARCAS DO PRESTIGIADO FABRICANTE INGLÊS FIRMIN & SONS, FORNECEDOR DE BOTÕES, EMBLEMAS, ACESSÓRIOS E UNIFORMES PARA CERIMONIAS MILITARES FUNDADA EM 1655, É A MAIS ANTIGA EMPRESA DO REINO ÚNIDO (365 ANOS) E UMA DAS 500 MAIS ANTIGAS DO MUNDO SERVINDO A DEZESSEIS MONARCAS BRITÂNICOS. SÃO FEITOS EM METAL ESPESSURADO A PRATA. DECORADOS COM A COROA IMPERIAL BRASILEIRA SOB OS BRASÕES DA CASA IMPERIAL DO BRASIL E BRASÃO DA CASA DE ORLEANS (DA QUAL PROVÉM O CONDE DEU). VIDE IMAGEM DA CERIMÔNIA DE CASAMENTO DA PRINCESA ISABEL E CONDE DEU E DO CORTEJO QUE SE INICIOU NO PAÇO IMPERIAL NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE. BOTÕES IDÊNTICOS A ESSES FAZEM PARTE DO ACERVO DO MUSEU IMPERIAL DE PETROPOLIS. 2,5 CM DE DIAMETRO.NOTA: O CASAMENTO DA PRINCESA ISABEL E DO CONDE DEU - Nos dias que antecederam a cerimônia, os jantares se sucederam em São Cristóvão. Ministros e cortesãos eram apresentados aos dois príncipes. Houve visitas ao Arsenal e quartéis, com exibições de artilharia e fuzilaria. A partir do dia 12 de outubro de 1864, os jornais começaram a publicar o programa do dia 15: desfile de carruagens saindo de São Cristóvão, seguida do regimento de cavalaria. A partir da Cidade Nova, a guarda de arqueiros faria alas, às carruagens da família imperial. No Paço, um mestre-sala encaminharia os convidados aos seus respectivos lugares na Capela Imperial. Sobre uma almofada bordada, um fidalgo levaria as condecorações que o Imperador daria ao genro. Outro, os anéis nupciais e dois cartões com as palavras que os jovens teriam que repetir diante do arcebispo. E um terceiro, os autos do casamento. Ao fundo, a harmonia de uma das composições de Haendel. Isabel vestiria filó branco, véu de rendas de Bruxelas, grinalda de flores de laranjeiras e ramos das mesmas apanhando o vestido do lado esquerdo. Gastão, o uniforme de marechal, com a comenda da Ordem do Mérito Militar de Espanha, a comenda da Ordem da Casa de Saxe e a medalha da campanha do Marrocos. Depois da troca de alianças, ao som de harpas, os guarda-tapeçarias estenderiam no estrado do altar mor uma rica colcha bordada a ouro e os noivos ajoelhariam sobre almofadas para receber as bênçãos. A seguir, Gastão seria condecorado e receberia um ósculo paternal do Imperador, numa demonstração pública de que entrara na imperial família. Seguir-se-ia um Te Deum Laudamus. Na saída, uma salva de artilharia postada no largo do Paço e correspondida pelas fortalezas e embarcações colocadas em semicírculo na baia, anunciaria aos moradores da cidade que a cerimônia estava concluída. Desfile militar e recepção no Paço, encerrariam uma parte da festa. Ela graciosa e sorridente e ele, digno, segundo os jornais. Nos jornais, também, começaram a chover os pedidos vindos da penitenciária desta corte. Assinados pela voz de um infeliz ou pelas vítimas do infortúnio, que gemem no cárcere, muitos chefes de numerosa família pediam perdão por seus crimes: Graça! Graça!. Nas freguesias, moradores se organizavam para festejar o feliz consórcio. Sociedades ou clubes pediam aos associados que ornassem e iluminassem a frente de suas casas nos dias 15,16 e 17. Aos negociantes e droguistas, a Classe Caixeral pedia que fechassem as portas. Assim, o povo iria para as ruas aclamar os nubentes. Comissões as mais diversas do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Imperial Sociedade de Beneficência, da Real Sociedade Portuguesa Amante da Monarquia, do Núcleo Literário Fluminense, Veteranos da Independência da Bahia, etc., se organizavam para ir cumprimentar os noivos. Publicavam-se as listas de convidados: quem ia e quem não ia. E não faltava quem usasse o Jornal do Comércio para cobrar: Deixarão de ser convidados para o casamento imperial os Senhores Primeiros Cadetes?!!. A tradição nas festas brasileiras eram as luminárias. De onde vinha? Do tempo em que o Brasil era colônia. Estavam assinaladas nas Cartas Régias, desde o século XVI. De início, eram panelinhas de barro com azeite de mamona. No século XIX, já se beneficiavam da iluminação à gás. No casamento dos jovens príncipes não podiam faltar e foram previstas em toda a parte: no Largo do Paço, na Rua Direita, na Praça da Constituição, no Campo da Aclamação. Na Rua dos Ourives, esquina da Rua da Assembléia, enfeitando a renomada Farmácia do Carmo, a iluminação seria elétrica. Magnífico! Junto com as luminárias, inúmeros coretos com músicos, arcos festivos e representações gratuitas no Teatro do Ginásio. Retratos dos noivos eram vendidos nas livrarias. Na fábrica de gás, fundada pelo barão de Mauá, um coreto para quinhentas pessoas foi montado. Candelabros de vidros prismáticos encantavam o ambiente. O ponto alto da festa popular seria a ascensão do aeronauta Wells, num balão com 80 pés de altura que levava pintadas as armas brasileiras e em grandes dísticos os nomes da Princesa Isabel e do Conde d´Eu. No momento em que o préstito passasse e ao som do hino nacional, o balão se elevaria aos céus. Girândolas de foguetes encheriam os ares. Mas os jornais do dia seguinte mostraram que alguns itens planejados não foram bem sucedidos. O aeronauta não conseguiu encher o balão, que fez um voo curto. Parece que a decoração dos arcos também não agradou a todos. Mas o que de errado aconteceu parece não ter sido culpa dos artistas brasileiros na verdade, os culpados foram o engenheiro francês Auguste Andreosy e o pintor Giacomo Micheli.
  • PRINCESA ISABEL  BILHETE ESCRITO EM PAPEL COM CHANCELA DA PRINCESA ISABEL ( P.D.I SOB COROA IMPERIAL EM RELEVO) DESTINADO A SUA TIA A PRINCESA DONA FRANCISCA, IRMÃ DE DOM PEDRO II, ENCARREGADA DE PROCURAR PRETENDENTES PARA AS DUAS PRINCESAS BRASILEIRAS NAS CORTES EUROPÉIS. O BILHETE TRATA DE UMA ENCOMENDA DE VESTIDO PARA PRINCESA ISABEL. EXCERTOS DO TEXTO: MINHA QUERIDA CHICA, O VESTIDO PODE SER DE CAÇA, DE BARBATANA, DE BACALHAU OU DE MANTEIGA, CONTANTO QUE SEJA BRANCO. MUITAS DA PARTE DA MANA. ADEUS SUA AMIGA MUITO DO CORAÇÃO. ASSINA I. P (ISABEL PRINCESA). DEC.  DE 1860. 21 CM DE ALTURA
  • WILLIAN GORE OUSELEY (1797-1866) DIPLOMATA E PINTOR VIAJANTE. RUINAS DA CAPELA DE SÃO GONÇALO  BAHIA. LINDA E MUITO RARA GRAVURA AQUARELADA A PARTIR DE DESENHO DE WILLIAN GORE OUSELEY. EXCEPCIONALMENTE BELA MOLDURA! APRESENTA VISTA DAS RUÍNAS DA CAPELA DE SÃO GONÇALO NA BAHIA.  A CAPELA DE SÃO GONÇALO DO RIO VERMELHO FOI PROVAVELMENTE A PRIMEIRA IGREJA DEDICADA AO SANTO, NO BRASIL, CONSTRUÍDA ENTRE 1636 E 1695. EM 1724, O TEMPLO FOI DOADO AO MOSTEIRO DE SÃO BENTO. NO FINAL DO SÉCULO 18, A IMAGEM DE SÃO GONÇALO FOI TRANSFERIDA PARA A IGREJA DO BONFIM E A FESTA DE SÃO GONÇALO FOI ADAPTADA PARA O NOVO LOCAL.  PUBLICADO EM 1852ESTA LIVRO VIEWS IN SOUTH AMERICA FROM ORIGINAL DRAWINGS MADE IN BRAZIL, THE RIVER PLATE AND PARANA, DE W. G. OUSELEY. WILLIAM GORE OUSELEY (1797-1866), FOI UM DIPLOMATA INGLÊS QUE ESTEVE NA BAHIA, EM 1835, E FEZ ALGUMAS ILUSTRAÇÕES, QUE FORAM LITOGRAFADAS POR J. NEEDHAM. 49 X 35 CM SOMENTE O TAMANHO DA GRAVURA E 70 X 57 CM (CONSIDERANDO O TAMANHO DA MOLDURANOTA: RELATO DE WILLIAN GORE OUSELEY (1797-1866) DIPLOMATA E PINTOR  SOBRE SUA VISITA ÁS RUINAS DA CAPELA DE SÃO GONÇALO POR ELE RETRATADAS. A poucos quilômetros da Bahia, na costa atlântica, perto do Rio Vermelho, há uma pequena capela em ruínas que pode facilmente escapar à atenção de um viajante, a menos que seja mais viciado em explorar os recantos de um país pitoresco do que os habitantes ou estrangeiros residentes, que são naturalmente absorvido em atividades mais lucrativas. Ao aproximar-se dela, o que não foi muito fácil, pois os caminhos estavam tomados pelo denso mato e pela rica vegetação comum neste país, o aspecto solitário e deserto da capelinha, e a sua pitoresca posição e interior, tornaram-na objeto de interesse. Em resposta à indagação de pessoas casualmente encontradas na estrada do Rio Vermelho (provavelmente autoridades pouco competentes), afirmou-se que se tratava da Capela de São Gonçalo; entre os primeiros edifícios, alguns disseram o primeiro edifício, dedicado ao culto cristão, construído no Brasil, ou como outros acrescentaram, na América. Como sua própria existência parecia desconhecida na Bahia, essa história foi aceita, sobretudo porque sua correção em nada diminuía o efeito da pequena ruína do ponto de vista artístico. Ao exame, ao cortar algumas das plantas que cobrem o interior densamente coberto de vegetação, vestígios de vários detalhes ornamentais em pedra ou mármore bem talhados, atestam o cuidado com que este local de culto isolado foi anteriormente ornamentado, e o custo com que deve ter sido construído. Às vezes ficamos inexplicavelmente interessados pela descoberta (como pode ser chamada) de relíquias que comprovem antigo zelo religioso ou habilidade arquitetônica, no meio do que é agora uma solidão deserta. Tal interesse é tudo o que se pode alegar por oferecer esboços de um lugar tão pouco conhecido e de tão pouca importância como as ruínas da capela de São Gonçalo
  • WILLIAN GORE OUSELEY (1797-1866) DIPLOMATA E PINTOR VIAJANTE. HARBOR OF BAHIA  BAIA DE SÃO SALVADOR. . LINDA E MUITO RARA GRAVURA AQUARELADA A PARTIR DE DESENHO DE WILLIAN GORE OUSELEY. EXCEPCIONALMENTE BELA MOLDURA! APRESENTA VISTA DA BAÍA DE SÃO SALVADOR.  PUBLICADO EM 1852  NA OBRA VIEWS IN SOUTH AMERICA FROM ORIGINAL DRAWINGS MADE IN BRAZIL, THE RIVER PLATE AND PARANA, DE W. G. OUSELEY. WILLIAM GORE OUSELEY (1797-1866), FOI UM DIPLOMATA INGLÊS QUE ESTEVE NA BAHIA, EM 1835, E FEZ ALGUMAS ILUSTRAÇÕES, QUE FORAM LITOGRAFADAS POR J. NEEDHAM. 49 X 35 CM SOMENTE O TAMANHO DA GRAVURA E 70 X 57 CM (CONSIDERANDO O TAMANHO DA MOLDURANOTA: O diplomata e pintor amador inglês William Gore Ouseley (1797-1866) dedicava-se a desenhar paisagens fora das trilhas convencionais retratadas, antes dele, por outros viajantes, conforme escreveu na introdução de seu álbum Views in South America from original drawings made in Brazil, the River Plate and Parana, publicado em Londres, em 1852. Com 25 litografias que retratam majoritariamente paisagens brasileiras, além de algumas da Argentina, da Ilha da Madeira e de Tenerife, o livro destinava-se a curiosos e principalmente potenciais viajantes que desejavam conhecer lugares pouco visitados.Ouseley viveu no Brasil como secretário comercial e depois como ministro especial britânico entre 1833 e 1841. Por recomendação médica, dedicava-se a passeios pelas serras do Rio de Janeiro, onde os ingleses costumavam se reunir para escapar do calor extremo da cidade. Em 1835, esteve na Bahia onde também fez vários desenhos.Acima, em uma das imagens do álbum, a Capela de São Gonçalo em ruínas, na Bahia (Ruined Chapel of S. Gonsalo, Bahia), que ele considerou um objeto de muito interesse, talvez pela dificuldade de acesso devido à vegetação densa típica do país. Segundo Ouseley, algumas pessoas que encontrou na estrada do Rio Vermelho, onde ficava a capela, lhe disseram que esta seria uma das primeiras construções, ou até mesmo a primeira, devotadas ao cristianismo no Brasil e talvez na América.Examinando o local, "cortando algumas das plantas no interior, densamente coberto de vegetação, vestígios de vários detalhes ornamentais em pedra bem lapidada ou em mármore atestam o cuidado com que este local de culto era antigamente ornamentado, e o sacrifício com que deve ter sido construído", escreveu Ouseley, na explicação da gravura (em tradução livre). Em seu texto, ele também alertava os viajantes sobre os perigos de encontrar escorpiões e cobras no interior da capela. Como escreve a pesquisadora e crítica de arte Ana Maria Belluzzo, em seu artigo O viajante e a paisagem brasileira (Revista Porto Arte, Porto Alegre, 2008), Ouseley ficou muito impressionado com esta pequena ruína de pedras situada num ponto de observação tão artístico. E também pela pouca importância que lhe era atribuída pela população do país.A aquarela acima, de 1835, que retrata a Gamboa, na Bahia, também revela o interesse do artista por lugares e pontos de vista inusitados.No mesmo artigo, Belluzzo defende que esse gosto do artista era influenciado por sua formação clássica: William Gore Ouseley, filho de um orientalista, era um homem de ampla cultura clássica; estudou em Paris e em Leyden e viajou por vários países (dentre eles Suécia e Estados Unidos) antes de chegar ao Brasil. A obra de Ouseley traz esclarecimentos a respeito das características do passeio pitoresco inglês praticado pelos visitantes do Brasil. O termo pitoresco denota aqueles objetos que são propriamente aptos para a pintura. (...) Conforme o gosto pitoresco, o olhar buscava as relações que revelassem a natureza digna de ser apreciada ou desenhada, segundo padrões poéticos arcádicos. O observador escolhia ângulos privilegiados para registrá-la sob valores consagrados pela pintura e pela poesia. A tradição pictórica ditava normas à natureza e só algumas combinações notáveis da natureza chegavam a constituir material adequado a arte.Essa paisagem parece ainda mais idealizada quando pensamos que foi pintada no mesmo ano em que ocorreu, em Salvador, o maior levante de escravizados da história do Brasil, que ficou conhecido como a Revolta dos Malês. Naquela época, dos cerca de 65.500 habitantes da capital da Bahia, 78% eram de origem africana ou afrodescendentes. Os malês eram os negros muçulmanos (imalê em iorubá) que lutaram pelo fim da escravidão e pela liberdade religiosa, entre outros direitos que lhes eram negados. Na aquarela de Ouseley, alguns homens negros aparecem nos barcos, pequenos frente à grandiosidade da natureza, apenas para compor o cenário idílico que o artista propõe em sua obra.Segundo a pesquisadora, a própria configuração das cidades costeiras e a implantação da arquitetura em território irregular e montanhoso vêm de encontro aos anseios do paisagismo inglês. A forte presença da vegetação e das montanhas à beira-mar tornava a natureza, por si, um signo imperativo junto ao conjunto edificado. Integraram ainda o repertório pitoresco: a casa isolada em meio à vegetação, a mescla da arquitetura com algum aspecto da natureza, as chácaras e casas de campo, que forneciam o modelo ideal de ambiência prezado pelos viajantes europeus no Rio de Janeiro, assim como na Bahia e Pernambuco.
  • DOM PEDRO II   FACULDADE DE DIREITO DE SÃO PAULO (LARGO DE SÃO FRANCISCO) DOCUMENTO DE NOMEAÇÃO DO BACHAREL CARLOS GALVÃO MARIANNO BUENO COMO PROFESSOR DE PHILOSOFIA RACIONAL E MORAL DA FACULDADE DE DIREITO DE SÃO PAULO (LARGO DE SÃO FRANCISCO). O BACHAREL CARLOS GALVÃO MARIANNO (1834-1877). DATADO DE 7 DE FEVEREIRO DE 1877. EXCERTOS DO TEXTO:  ATENDENDO AO MERECIMENTO E HABLITAÇÃO QUE EM CONCURSO  DEMONSTROU O BACHAREL CARLOS GALVÃO MARIANNO BUENO PROFESSOR SUBSTITUTO DAS CADEIRAS DE RETHORICA, DE FILOSOPHIA RACIONAL E MORAL DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO CURSO PREPARATÓRIO DE ACESSO A FACULDADE DE DIREITO DE SÃO PAULO . HEI POR BEM NOMEÁ-LO PROFESSOR  DE FILOSOPHIA RACIONAL E MORAL DO MESMO CURSO COM O RENDIMENTO QUE LHE COMPETIR. PALÁCIO DO RIO DE JANEIRO EM 7 DE FEVEREIRO DE 1874, QUINQUAGÉZIMO TERCEIRO DA IMNDEPEND:ENCIA E DO IMPÉRIO. ASSINA IMPERADOR. O DR CARLOS MARIANO GALVÃO BUENO NASCEU EM SÃO PAULO EM JANEIRO DE 1834.  FEITOS OS SEUS ESTUDOS PREPARATÓRIOS MATRICULOU-SE NA FACULDADE DE DIREITO, COLANDO GRAU EM 1860. EM 1867, FOI NOMEADO INTERINAMENTE PROFESSOR DE FILOSOFIA E RETÓRICA DO ANTIGO CURSO ANEXO, EM 1874, LENTE CATEDRÁTICO DE FILOSOFIA DO MESMO CURSO. TORNOU-SE FAMOSO COMO PROFESSOR CRITERIOSO E CULTO. EM 1877, PUBLICOU UM TRATADO DE FILOSOFIA, QUE LOGO SE POPULARIZOU ENTRE A CLASSE ACADÊMICA. MORREU AFOGADO EM 24 DE MAIO DE 1883, QUANDO PESCAVA NAS ÁGUAS DO TAMANDUATEI. SEU NOME FOI IMORTALIZADO AO SER ADOTADO COMO O NOME DA RUA MAIS IMPORTANTE RUA DO BAIRRO DA LIBERDADE A RUA GALVÃO BUENO (AQUELA DECORADA COM LANTERNAS EM FEITIO ORIENTAL). BRASIL, 1874, 37 CM DE ALTURA.NOTA: A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), também conhecida por Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, "São Francisco", "Sanfran" ou, ainda, "Arcadas", em alusão à sua arquitetura, é uma unidade de ensino, pesquisa e extensão da Universidade de São Paulo. Foi criada em 11 de agosto de 1827 juntamente com a Faculdade de Direito do Recife, sendo estas as duas mais antigas faculdades de direito do país. Ao longo de quase dois séculos formou diversas personalidades notórias da história do Brasil.3 55 Ministros que compuseram o STF desde a Proclamação da República estudaram o Bacharelado em Direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. 13 Presidentes da República, 45 Governadores do Estado de São Paulo e 13 Prefeitos de São Paulo estudaram o curso de graduação na instituição. Segundo o Anuário Análise Advocacia, grande parcela dos advogados de destaque do Brasil concluíram a graduação na Faculdade de Direito da USP. A Ideia acerca da criação de um curso jurídico no Brasil surgiu em 1822, com José Feliciano Fernandes Pinheiro, o Visconde de São Leopoldo, membro do Parlamento. Até então, os que desejavam estudar direito deveriam deslocar-se até Coimbra, em Portugal. O local onde hoje funciona a Faculdade de Direito era, originalmente, ocupado por um Convento franciscano. O prédio do estilo barroco luso-brasileiro, inaugurado em 17 de setembro de 1647, era feito de taipa, com fundações de 03 metros de profundidade e com paredes que chegavam a 02 metros de espessura em alguns pontos. A Faculdade de Direito, a mais antiga instituição do gênero no Brasil juntamente com a Faculdade de Direito do Recife, deve a sua origem a um decreto imperial assinado em 1827. Estas destinavam-se a formar governantes e administradores públicos, sendo fundamental para a consolidação e para o desenvolvimento do país independente. A Carta de Lei assinada por D. Pedro I em 11 de agosto de 1827 criou dois "Cursos de Sciencias Jurídicas e Sociaes" no Brasil, um instalado no Convento de São Francisco, em São Paulo, e outro no Basílica e Mosteiro de São Bento (Olinda), em Olinda, Pernambuco. Cada curso seria ensinado "no espaço de cinco anos e em nove cadeiras", resultando no grau de bacharel, havendo a possibilidade de prosseguir ao grau de doutor. Em princípio chamado simplesmente "curso jurídico", teve sua aula inaugural dada em São Paulo no 1 de março de 1828, pouco antes do curso de Olinda. Posteriormente, ficou conhecida como Academia de Direito do Largo de São Francisco54 ou também Academia de Direito de São Paulo. O termo "Academia" foi oficialmente incorporado ao nome da Instituição, a partir do Decreto-lei de 7 de novembro de 1831, o qual registra que "O sello da Academia Juridica terá ... a seguinte inscripção - Academia de Sciencias Juridicas, e Sociaes, S. Paulo." Foi só em 1854 que o nome oficial Faculdade de Direito da Cidade de São Paulo começou a ser usado pela aprovação do decreto nº 1 386, de 28 de abril de 1854: "Art. 1º Os actuaes Cursos Juridicos serão constituidos em Faculdades de Direito; designando-se cada uma pelo nome da cidade, em que tem, ou possa ter assento".Devido a um incêndio ocorrido em 1880, a fachada foi reformulada em 1884. Por conta do incêndio de 1880, foi criado o Corpo de Bombeiros na Cidade de São Paulo, pois se percebeu a expansão da cidade e necessidade da disposição de recursos para o combate a incêndios. Por ocasião dessa reforma da fachada em 1884 foi instalado o relógio que possui até a atualidade em sua fachada, o primeiro relógio da Cidade de São Paulo. Em 1903, fora fundada aquela que seria considerada a Entidade (administração) estudantil mais tradicional e antiga do Brasil. Chamada de "Centro Acadêmico XI de Agosto", corresponde a um local de representação dos alunos da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Na década de 1930 foi iniciada a construção do novo prédio do antigo Convento de São Francisco, chamado de Prédio Histórico, que foi finalizada em 1941. Ricardo Severo foi o autor do projeto de estiloneocolonial, no qual implementou características do barroco luso-brasileiro à Arquitetura moderna, mesclando a tradição do antigo convento com o aspecto cultural do país. Desde o início, a Faculdade de Direito pertenceu ao Governo central, passando do monárquico ao republicano, e em agosto de 1934 a Faculdade foi incorporada à Universidade de São Paulo por Getúlio Vargas. Com a Revolução Constitucionalista de 1932, alguns alunos da Faculdade de Direito morreram lutando contra a Ditadura de Getúlio Vargas. Assim, ergueram em Homenagem a estes o "Monumento ao Soldado Constitucionalista", situado na área interna do Prédio Histórico. Encontra-se, também, um túmulo, construído em 1842 em homenagem a Julius Frank,  m professor de história e geografia fundador de uma sociedade secreta de jovens, Burschenschaft, que teria influenciado, principalmente os jovens, durante muitos anos na história da política brasileira. Em 1973, a criação dos cursos de Pós-graduação, teve como consequência a diminuição do espaço acadêmico disponível. Cogitou-se, então, a transferência do "campus" para a Cidade Universitária, na zona oeste da cidade de São Paulo, porém muitos alunos e professores foram contrários a essa mudança devido ao fato de a localização de toda a infraestrutura jurídica estar concentrada no centro de São Paulo (escritórios de advocacia e tribunais). Além significação da Faculdade estar localizada a mais de um século no Largo São Francisco. Diante disto, fora colocada uma pedra fundamental para o pretenso da nova localização do "campus" da faculdade, porém estudantes a retiraram da Cidade Universitária e a levaram para o Largo de São Francisco, instalada (até hoje) na calçada em frente à escola. Nela, gravaram a seguinte frase: "Quantas pedras forem colocadas, tantas arrancaremos. 30-X-1973". A história da faculdade está relacionada ao desenvolvimento de importantes momentos históricos do Brasil. Ela formou alunos notórios que fizeram parte de grandes movimentos políticos, como o movimento abolicionista, de Joaquim Nabuco, José Antônio Pimenta Bueno e Perdigão Malheiro, o movimento republicano, de Prudente de Moraes, Campos Salles e Bernardino José de Campos Júnior, e as campanhas das Diretas Já, de Franco Montoro e Ulysses Guimarães. Emergiram treze presidentes da república desta faculdade, por exemplo, o primeiro presidente civil eleito por meio do voto direto no Brasil, Prudente de Morais, que assumiu o cargo em 1894, e o ex-presidente Michel Temer, empossado após Dilma Rousseff ser destituída do cargo pelo processo de impeachment no dia 31 de agosto de 2016.61 Fernando Haddad - que ficou em segundo lugar na disputa para a Presidência da República em 2018 - também é egresso do curso de graduação da instituição. Além disso, diversos governadores, prefeitos e outras figuras importantes na história do Brasil formaram-se na Faculdade de Direito da Cidade de São Paulo. Os últimos egressos a serem prefeitos de São Paulo foram Fernando Haddad (Turma 154) e Bruno Covas (Turma 171) e os últimos egressos a serem governadores foram Cláudio Lembo (Turma 127) e Franco Montoro (Turma 107). O surgimento desta faculdade também trouxe para São Paulo enorme efervescência cultural. Inúmeros escritores de renome e movimentos culturais ali surgiram, tais como: Alphonsus Guimaraens, um dos principais representantes do Simbolismo no Brasil; Álvares de Azevedo, Escritor e poeta ultrarromântico; Castro Alves, poeta e um dos representantes do movimento abolicionista; Hilda Hilst, uma das maiores escritoras da Língua portuguesa contemporânea; José de Alencar, Autor do Livro Iracema e um dos maiores nomes do Romantismo no Brasil; Monteiro Lobato, escritor de obras-infantis como O Sítio do Picapau Amarelo; Oswald de Andrade, representante do movimento modernista e autor do Manifesto Antropófago. O edifício da faculdade também é repleto de obras com significado cultural, "(...) encontram-se agregados elementos dignos de nota, tais como os vitrais da escadaria, produzidos pela Casa Conrado Sorgenicht, e o mobiliário do Salão Nobre e da Sala da Congregação, confeccionado no Liceu de artes e Ofícios de São Paulo (...)".A Faculdade de Direito de São Paulo foi a primeira entidade a ser incorporada à Universidade de São Paulo na fundação desta, em 1934, e é considerada uma das melhores no ensino jurídico.
  • RENÉ DUGUAY-TROUIN (1673-1736) E O SEQUESTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO EM 1711.  DOCUMENTO INTITULADO MEMORIA DOS SERVIÇOS  PRESTADOS POR LA BICHE DE REIGNEFOR BRIGADIER DES GARDES DE LA MARINE. REDIGIDA EM PAPEL DE LINHO EM 1715 E  DIRIGIDA  A LOUIS DE BOURBON CONDE DE TOULOUSE (1678-1737), ALMIRANTE DE FRANCE, ULTIMO FILHO BASTARDO  DE LOUIS XIV E DA MADAME DE MONTESPAN (ALMIRANTE DA FRANÇA DESDE OS CINCO ANOS DE IDADE). O DOCUMENTO TEM CARIMBO DA COLEÇÃO DO GABINETE DE DHOZIER, CHARLES -RENE DHOZIER (1640-1732), HISTORIADOR FRANCES. NA CARTA ESCRITA EM 1715 O MARINHEIRO LA BICHE DE REIGNEFERT DESCREVE OS SERVIÇOS QUE PRESTOU E MISSÕES QUE PARTICIPOU EM NOME DO REI DA FRANÇA. EM MEIO A SUA NARRATIVA ESTÁ O RELATO DE SUA PARTICIPAÇÃO NO SEQUESTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO EM 1711 E QUE AO FINAL TENDO DESTACADA PARTICIPAÇÃO NÃO FOI RECONHECIDO NEM RECEBEU RECOMPENSA: CETTE CAMPAGNE SINIT AU MOIR DAOST 1710, JE CONTINUAY DE SERVIR DANS DAOST JUSQEM 1711 AU MOIS DE MAY QUE JE SUS DELACHE POUR SERVIR LOFFICIER SUR LE VAISSEAU DU ROY LSIGLE POUR LA CAMPAGN DE REOGANERO DANS LESCADRE DE DUGUAY-TROUIN, DANS LA DESCENTE JESTOIEX LIEUTERANT DINFANTERIE  ET ME SUIS TROUNE DANS TOUS LES DETACHEMENTS QUI SE SONT FIELS  CEPENDANT JAY ENCORE EU LE MALHEUR DETRE OUBLIE DANS CETTE OCCASION. TRADUÇÃO: ESTA CAMPANHA COMEÇOU EM MAIO DE 1710, CONTINUEI A SERVIR EM AOST ATÉ 1711, NO MÊS DE MAIO, QUANDO FUI LIBERADO PARA SERVIR COMO OFICIAL NO NAVIO DO REI EU SEGUI PARA A CAMPANHA DE REOGANERO ( RIO DE JANEIRO) NA 'ESQUADRA DE DUGUAY- TROUIN, NO DESEMBARQUE ERA TENENTE DE INFANTARIA E ESTIVE EM TODOS OS DESTACAMENTOS QUE DISPARARAM, PORÉM AINDA TIVE O INFORTUNHO DE SER ESQUECIDO NESTA OCASIÃO. NO TEXTO APÓS APRESENTAR SEUS SERVIÇOS PRESTADOS EM AÇÕES DE CORSÁRIO RECORDA QUE SERVIU NA COSTA DA AMÉRICA, SANTO DOMINGOS, BARBADOS, COSTA DA GUINÉ E SOBRE AS ORDENS DO GENERAL BLENAC TEVE UMA OPORTUNIDADE PRAZEIROSA DE COMANDAR UMA FRAGATA PRO SEIS SEMANAS, O QUE O DEU ESPERANÇA DE ENCONTRAR ALGUMA OPORTUNIDADE PARA SER RECONHECIDO E DISTINGUIDO POR SUA ALTEZA SERENÍSSIMA (O CONDE). FINALMENTE PEDE PERMISSÃO PARA EMBARCAR NA FRAGATTA LA PRINCESSE QUE SEGUIA EM CAMPANHA PARA SANTO DOMINGO E TERMINA RENDENDO SEUS RESPEITOS A VOSSA ALTEZA SERENÍSSIMA. LE BICHE REIGNEFORT TEVE UMA CARREIRA DE SUCESSO NA MARINHA DE LOUIS XIV E LOUIS XV, FOI GUARDA NAVAL EM ROCHEFORT, FOI SUB MARINHEIRO, MARINHEIRO, LIDER DE BRIGADA, CAPITÃO NA MARTINICA EM 1724, MAJOR EM ILLE A VACHES E TENENTE DO REI. APARENTEMENTE SUA CARTA PARA O CONDE DE TOULOUSE PARECE QUE SURTIU OS EFEITOS DESEJADOS...MORREU EM 10 DE JUNHO DE 1734. MAS PARA NÓS O MAIS RELEVANTE EM SUA CARREIRA FOI A PARTICIPAÇÃO NO SEQUESTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO EM SETEMBRO DE 1711. NESSA DATA CORSÁRIOS (PIRATAS A SERVIÇO DO REI) SEQUESTRARAM POR DOIS MESES A CIDADE DO RIO DE JANEIRO UM ANO ANTES JÁ HAVIAM TENTADO, SEM SUCESSO, TOMAR A CIDADE. O PRINCIPAL CHAMARIZ ERA O OURO QUE CHEGAVA AO PORTO DO RIO PARA SER LEVADO A PORTUGAL. DESDE 1698, QUANDO A EUROPA SOUBE DA GRANDE DESCOBERTA DE OURO NAS MINAS GERAIS E DA MIGRAÇÃO DE GRANDE PARTE DA POPULAÇÃO PARA O INTERIOR DO BRASIL, A CIDADE PASSOU A SER ALVO DE PIRATAS E CORSÁRIOS DE PAÍSES QUE NÃO ERAM ALIADOS DO REINO DE PORTUGAL, COMO A FRANÇA. O RIO DE JANEIRO FOI ATACADO POR UMA FROTA DE 17 NAVIOS COMANDADA PELO CORSÁRIO FRANCÊS RENÉ DUGUAY-TROUIN (1673-1736) QUE, COM APOIO E PERMISSÃO DO REI LUÍS XIV (1638-1715), VINHA SAQUEANDO NAVIOS MERCANTES E DE GUERRA POR ONDE PASSASSE. APESAR DO ÓBVIO INTERESSE ECONÔMICO NA TOMADA DO RIO DE JANEIRO, O CORSÁRIO JUSTIFICAVA SUA INVASÃO PELA CRUELDADE COM QUE OS PORTUGUESES TERIAM TRATADO OUTRO CORSÁRIO FRANCÊS, JEAN-FRANÇOIS DUCLERC (?-1711), QUE TENTARA INVADIR A CIDADE UM ANO ANTES E FORA EXECUTADO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. LINDO DOCUMENTO, COM BELA E CAPRICHADA CALIGRAFIA, FRANÇA, 1715, 32 CM DE ALTURANOTA: Em 1710, Duclerc foi impedido de entrar na Baía de Guanabara pelos canhões disparados dos fortes que protegiam a cidade. Rumou para o sul, até Guaratiba, tentou tomar a cidade por terra, mas foi impedido pelas forças portuguesas e pela população. Os que não foram mortos, terminaram presos.Desde então já era esperado um novo ataque francês à cidade e a invasão em 1711 não foi uma surpresa. A Inglaterra, aliada de Portugal, avisara que uma esquadra invasora francesa estava a caminho do Brasil e a cidade tinha reforçado sua defesa com quatro navios de guerra portugueses.Ainda assim, a invasão, que começou na noite de 11 de setembro, foi rápida e eficaz. Um vento forte deu velocidade à esquadra que se aproximava da entrada da baía de Guanabara e evitou que seus navios fossem alvo fácil dos canhões. A neblina da manhã também ajudou e, no dia seguinte, a esquadra já havia invadido a baía e começado a bombardear a cidade.No mesmo dia, os franceses explodiram o forte da ilha de Villegaignon, dentro da baía, e no dia seguinte tomaram a Ilha das Cobras, onde Duguay-Trouin mandou colocar canhões para bombardear a cidade. Tropas francesas desembarcaram no Saco do Alferes e na Praia Formosa. A essa altura, muitos começaram a fugir da cidade em direção ao interior. Na época, o Rio de Janeiro tinha uma população de 12 mil habitantes.No dia 21 de setembro, Duguay-Trouin ordena o ataque final à cidade, por mar e terra. "Eis senão quando, foi esse plano inteiramente transtornado, por duas causas: primeira, o desabar de terrível borrasca, com raios e trovões, seguida de copiosíssimo aguaceiro, que, ensopando d'água nossas tropas, não lhes permitiu fazer uso das armas de fogo. A segunda, foi que, cerca da meia noite, tendo os inimigos se apercebido do nosso desembarque, fingindo socorrer ao Mosteiro de S. Bento, por completo abandonaram não só esse ponto, mas igualmente, toda a praça, não obstante tão terrível tormenta, fugindo para longínquas montanhas que cercam a cidade. Passou a reinar, então, em suas hostes, tamanha confusão e desordem, que, pelos caminhos e picadas que àqueles lugares conduzem, inteiramente alagadas e tomadas por impetuosas e fortíssimas torrentes, numerosas criaturas pereceram afogadas no turbilhão das águas. O próprio governador, com vários de seus ajudantes e o restante da guarnição, presas de um terror pânico, temendo serem capturados e tratados sem nenhuma compaixão e piedade, conforme ameaças que lhes haviam sido feitas, e que, no íntimo, julgavam realmente merecer, pelas crueldades praticadas com nossos compatrícios, covarde e miseravelmente desertaram seus postos, deixando em completo abandono o Rio de Janeiro, com tudo quanto nele existia ao nosso arbítrio", escreveu o tenente Louis Chancel de Lagrange (1678-1747), que integrava a esquadra do corsário francês, em seu relato A Tomada do Rio de Janeiro em 1711 por Duguay-Trouin, publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1966.É esse dia de tempestade que mostra a gravura acima, pertencente ao álbum Recueil de combats et d'expéditions maritimes, contenant des Vues perspectives et pittoresques de ces combats, les plans particuliers des continens, isles et ports à la vue desquels, ils ont eu lieu, le texte explicatif de chaque sujet, publicado na França em 1797, com gravuras e textos do engenheiro e designer naval francês Nicolas Marie Ozanne (1728-1811). O álbum, dirigido a estudiosos da marinha e de construções navais, reúne informações que glorificam a marinha francesa em diferentes lugares e momentos históricos, desde 1625 até 1778.Depois da triste debandada da população e do total domínio do Rio de Janeiro, o corsário francês impôs um preço altíssimo para deixar o Rio de Janeiro: 2 milhões de libras francesas. Os portugueses, sem muito dinheiro em seus cofres brasileiros, pechincharam o quanto puderam e a negociação, feita à distância, levou semanas, durante as quais os franceses foram saqueando tudo o que viam pela frente. Duguay-Trouin ameaçava queimar toda a cidade, mas somente em 28 de outubro o capitão-governador do Rio de Janeiro, Francisco Castro Morais, cedeu, quando convenceu a população toda a ajudar a pagar o resgate os franceses.
  • DONA MARIA II - PLANO DE INSTALAÇÃO DO CONSULADO PORTUGUES EM HAVRE NA FRANÇA ENDEREÇADA AO MARQUES  DE PALMELA, PEDRO DE SOUZA E HOLSTEN, SECRETARIO DE ESTADO DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS.. EXCERTOS DO TEXTO: PLANO DE ORGANIÇAÇÃO DO CONSULADO DE SUA MAGESTADE FIDELISSIMA NO HAVREDE FRANÇA. APRESENTADO PELO CONSUL JOAQUIM PEDRO CARDOSO GIRALDES PARA SER LEVADO AO CONHECIMENTO DO EXMO MARQUES DE PALMELLA SECRETARIO DO ESTADO DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS ENVIADO ESPECIAL PLENIPOTENCIARIO ASSINA O CONSUL JOAQUIM PEDRO CARDOSO GIRALDES. LOGO APÓS A DERROTA MIGUELISTA EM 1833 O GOVERNO DE SUA MAGESTADE DONA MARIA II TRATOU DE ORGANIZAR-SE. A ESTABILIZAÇAO DAS RELAÇOES DIPLOMÁTICA FOI UM DOS PRIMEIROS PASSOS E A REORGANIZAÇÃO DO CONSULADO DE HAVRE PELO CONSUL JOAQUIM PEDRO CARDOSO GIRALDES FOI APRESENTADA ASSIM COMO A DOS OUTROS CONSULADOS E EMBAIXADAS. FRANÇA, 1833
  • DOCUMENTOS DO LEILÃO ORDENADO PELO JUIZ DE DIREITO DA TERCEIRA VARA DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES CUJO INVENTÁRIO DO SR. EDUARDO STOPPEL SE PROCESSA PELO CARTORIO DO 8, OFÍCIO DA FAMILIA E DAS SUCESSOES. DATADA DE 14 DE MAIO DE 1963 EMITIDA EM NOME DO SR. JOSÉ CLAUDINO DA NÓBREGA. RECIBO DE VENDA DO SR. JOSÉ CLAUDINO DA NOBREGA EM FAVOR DO DR. ANTONIO MELILLO .  EXEMPLAR DO JORNAL ULTIMA HORA COM A MATERIA  QUE NOTICIOU A VENDA DA COLEÇÃO E SUA TRAJETÓRIA  INUSITADA. PUBLICADA EM 1963. COMPROVA-SE ASSIM A ORIGEEM DA COLEÇÃO E OS ATOS JURÍDICOS QUE A LEVARAM A LEILÃO JUDICIAL. .
  • ACESSE O CATALOGO COMPLETO DO LEILÃO EM PDF PELO LINK: https://drive.google.com/file/d/13E8zLHc6Q6J0MQSl2viDWO05UwKxTO1d/view?usp=sharing
  • DIPLOMA DA MEDALHA GERAL DA CAMPANHA DO PARAGUAY DECRETO N. 4560 DE 6 DE AGOSTO DE 1870 OUTORGADO  AO SOLDADO JOSÉ LUIZ DA SILVA DA TERCEIRA COMPANHIA DO 1. BATALHÃO DE INFANTARIA DO EXERCITO. DATADO DE 6 DE MAIO DE 1872. BELISSIMO DOCUMENTO COM BRASÃO IMPERIAL ADORNADO POR BAIONETAS, CANHOES, ESPADAS, BANDEIRAS E FESTÕES. BRASIL, SEC. XIX. 35 CM DE ALTURANOTA: "Diferentemente do que se acreditava até meados da década de 1990, a Guerra do Paraguai não foi resultado do imperialismo inglês. Essa interpretação do conflito foi superada por novos estudos realizados na área que levaram os historiadores a um novo entendimento. O conflito hoje é entendido como fruto da disputa de interesses entre as nações platinas naquele período do século XIX.O Paraguai, antes visto como nação possuidora de um modelo de desenvolvimento econômico e industrial único, passou a ser enxergado, com os novos estudos, como uma nação agrária que havia passado por uma modernização exclusivamente no exército e que era sim dependente do capital e de técnicos ingleses. Além disso, era governado de maneira ditatorial por Francisco Solano López, que utilizava sua função para enriquecer sua família ilicitamente.As razões para o conflito desencadearam-se a partir de 1862, quando Francisco Solano López assumiu como presidente paraguaio. O presidente e ditador paraguaio colocou em prática uma política de aproximação com os federalistas de Urquiza  adversários do governo de Buenos Aires  e com os blancos uruguaios  adversários dos governos argentino e brasileiro.A aproximação com os blancos era importante para o Paraguai porque garantiria uma saída para o mar. No entanto, internamente, o Uruguai vivia um período de grande turbulência política por causa da disputa pelo poder travada entre blancos e colorados. Os colorados, liderados por Venancio Flores, lutavam contra o presidente do país, o blanco Bernardo Berro.Essa disputa política repercutiu no Brasil quando o governo brasileiro passou a ser pressionado pelos estancieiros gaúchos para que seus interesses no Uruguai fossem defendidos. O governo brasileiro deu seu apoio aos colorados e demonstrou interesse em intervir militarmente no Uruguai.O interesse brasileiro não agradou ao presidente do Paraguai, que havia sido convencido por seus aliados  os blancos  de que a ingerência brasileira fazia parte de um projeto de anexação do território uruguaio e, em um futuro próximo, do Paraguai. O Brasil, porém, interferiu no Uruguai apenas para garantir seus interesses econômicos e não possuía interesses expansionistas.A ação brasileira gerou uma resposta do governo paraguaio, que lançou em agosto de 1864 um ultimato para que o Brasil não interviesse no conflito uruguaio. O ultimato paraguaio foi ignorado pelo governo brasileiro, que invadiu o Uruguai em setembro de 1864 e colocou os colorados no poder.Em represália à interferência brasileira, Francisco Solano López autorizou o ataque ao Brasil e, em dezembro do mesmo ano, uma embarcação brasileira que navegava o Rio Paraguai foi aprisionada. Em seguida, a província do Mato Grosso foi invadida por tropas paraguaias. A guerra teve início." "Após o início da Guerra do Paraguai, o conflito pode ser dividido em dois momentos distintos, sendo um deles caracterizado pelo predomínio das ações ofensivas por parte do Paraguai. Esse período, no entanto, teve breve duração e foi logo substituído pelo predomínio das ações ofensivas por parte dos membros da Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina).Após a invasão do Mato Grosso, o exército paraguaio coordenou ofensivas militares que ocasionaram a invasão do Rio Grande do Sul e da província argentina de Corrientes. A invasão da província de Corrientes foi responsável pela entrada da Argentina na guerra. A entrada dos argentinos possibilitou a formação da Tríplice Aliança, formalizada em 1º de maio de 1865 e composta por Brasil, Argentina e Uruguai.A invasão do Rio Grande do Sul e a de Corrientes foram grandes fracassos do exército paraguaio, que foi obrigado a recuar de volta para seu território e posicionar-se defensivamente. Isso deu início à segunda fase do conflito, na qual os países da Tríplice Aliança tomaram conta das grandes ações ofensivas.Nesse período, destacou-se a Batalha Naval de Riachuelo (junho de 1865), na qual a Marinha brasileira alcançou uma vitória importantíssima. Nessa batalha, a Marinha paraguaia foi quase inteiramente derrotada e foi imposto um bloqueio naval ao Paraguai, que ficou impedido de receber provisões durante o restante da guerra.Outro destaque pode ser feito para a Batalha de Curupaiti, caracterizada por uma grande derrota dos exércitos da Tríplice Aliança. Estima-se que de 4 a 9 mil soldados (entre brasileiros, argentinos e uruguaios) tenham morrido nessa batalha.Uma vitória fundamental dos exércitos da Tríplice Aliança aconteceu durante a conquista da Fortaleza de Humaitá, em 1868. A Fortaleza de Humaitá era um ponto estratégico da defesa paraguaia, e sua conquista abriu margem para novas conquistas. O enfraquecimento das defesas paraguaias após perderem Humaitá permitiu ao Brasil e aos seus aliados conquistarem Assunção, capital paraguaia, em 1869.As batalhas de destaque após a conquista de Assunção foram, primeiramente, a Batalha de Acosta Ñu, famosa pelo fato de o exército paraguaio que lutou nela ter sido composto por adolescentes com menos de 15 anos. A derrota final do Paraguai aconteceu na Batalha de Cerro Corá, em março de 1870, quando Francisco Solano López foi morto por soldados brasileiros."
  • GUERRA DO PARAGUAI - MEDALHA GERAL DA CAMPANHA DO PARAGUAI.CRIADA POR D. PEDRO II POR DEC 4560 DE 6 AGO 1870. DESTINOU-SE A PREMIAR OS QUE FIZERAM PARTE DO EXÉRCITO E DESTACARAM-SE POR BRAVURA NA GUERRA DO  PARAGUAI. ELA FOI CUNHADA DO BRONZE DOS CANHÕES TOMADOS DOS PARAGUAIOS. A FITA REPRESENTA AS CORES DA TRÍPLICE ALIANÇA (BRASIL, ARGENTINA E URUGUAI). POSSUI 5 LINHAS DE IGUAL LARGURA ASSIM DISPOSTAS DA ESQUERDA PARA A DIREITA: VERDE, BRANCA, AZUL, BRANCA, AMARELA. ELA REPRESENTA UMA CRUZ DE MALTA TENDO AO CENTRO UMA COROA FECHADA DE RAMOS DE CARVALHO ENTRELAÇADOS DE FITAS CRUZADAS. NO ANVERSO TRAZ A LEGENDA CAMPANHA DO PARAGUAIE NO REVERSO A DATA 6-1870-8 (6 AGO 1870) DO DECRETO QUE A INSTITUIU. ERA USADA DO LADO ESQUERDO DO PEITO PENDENTE DE FITA E ESTA A UM PASSADOR.A ELA FAZIAM JUZ TODOS OS MILITARES DO EXÉRCITO, GUARDA NACIONAL, VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, CORPOS DE POLÍCIA E CIVIS EM SERVIÇO NO EXERCÍCIO EM OPERAÇÕES, INCLUSIVE ARGENTINOS E URUGUAIOS CUJO PASSADOR, AO INVÉS DE NÚMERO, TRAZ UMA ESTRELA.
  • AUGUSTIN FRANÇOIS LEMAITRE (17971870) A PARTIR DE JEAN-BAPTIST DEBRET, PUBLICADA NA FRANÇA EM 1854. 31 X 22 CM
  • GUILHERME PAULO TILBURY  PROFESSOR DE INGLÊS DO IMPERADOR DOM PEDRO I E POR TODA SUA VIDA AMIGO DEDICADO. CARTA DE GUILHERME PAULO TILBURY DIRIGIDA AO IMPERADOR DOM PEDRO I JÁ ENFERMO APÓS DERROTAR O IRMÃO DOM MIGUEL E ASSEGURAR A SUCESSÃO DO TRONO PROTUGUÊS A DONA MARIA II EM 1833.  EXCERTOS DO TEXTO: EXCELENTISSIMO SENHOR, SEI QUE A BONDADE DE VOSSA EXCELENCIA PERMITEM QUE ATÉ UM SIMPLES INDIVÍDUO COMO EU SE INTERESSE PELO ESTADO DE SUA PRECIOSA SAÚDE PORQUE SE VOSSA MAJESTADE IMPERIAL É O NOSSO PAI VOSSA EXCELÊNCIA É TAMBÉM O NOSSO PAI AVÔ, CUJA EXISTENCIA NOS HÉ DE TANTO MAIOR CONSEQUÊNCIA QUE NÃO HÁ NO PRESENTE MOMENTO PESSOA ALGUMA QUE PODERIA DEIXAR DE SENTIR A SUA FALTA, OUSO PORTANTO OFERECER A VOSSA EXCELENCIA OS MEUS HUMILDES VOTOS PARA SUA CONVALESCENCIA. MANDO AO MESMO TEMPO UMA CARTA PARA O DIÁRIO, MAS SEMPRE COM A CONDIÇÃO DE VOSSA EXCELENCIA APROVAR A PUBLICAÇÃO DESTA DESEJANDO EM TUDO SER ÚTIL AO BRASIL E A SUA MAGETADE IMPERIAL. SOU DE VOSSA EXCELENCIA O CRIADO HUMILDE. G.P. TILBURY. O PADRE TILBURY FOI PROFESSOR DE DOM PEDRO I E DOS PRINCIPES IMPERIAS SEUS FILHOS, INCLUSIVE DO FUTURO DOM PEDRO II. APÓS A ABDICAÇÃO DE DOM PEDRO I RECEBEU O TITULO DE CAVALEIRO E PRECEPTOR DOS PRÍNCIPES. O PADRE TILBURY FAZIA PARTE DE UMA CORRENTE POLÍTICA BRASILERIA, CHAMADA RESTAURACIONISTA QUE DESEJAVA VOLTA DE DOM PEDRO I AO BRASIL COMO REGENTE EM NOME DO PRINCIPE DOM PEDRO II NA VERDADE UMA MANOBRAF PARA RESTAURAR NO TRONO A DOM PEDRO I. NOTA: Supõe-se que Tilbury era um filho ilegítimo, nascido em Ingatestone, mas depois de algum tempo sob os cuidados de uma tia em Braintree, que o mandou para uma escola diurna, onde aprendeu a ler e escrever; Com cerca de 13 ou 14 anos, foi contratado pelo falecido Sr. Daniel Joslin, negociante de linho da cidade, como ajudante de cozinha, função em que seu comportamento foi observado como muito estudioso, firme e prestativo. Uma coisa em particular é lembrada dele: quando limpava facas, ele tinha um livro pendurado diante de si, para que pudesse ler ao mesmo tempo; e sempre que seu trabalho terminava, ele se limpava, se vestia e se sentava para ler. Embora seu nome fosse William, ele sempre costumava, por uma questão de conveniência, ser chamado de Joe.  Depois de algum tempo, o Sr. Joslin, observando seu bom comportamento, atenção aos livros e habilidades gerais, decidiu retirá-lo da cozinha e apresentá-lo; e a princípio levava-o à loja à noite para ajudar a dobrar as cortinas de linho que haviam sido retiradas para mostrar aos clientes durante o dia e depois para ajudar a esperar na loja nos dias de mercado. Nesses casos, ele realizou plenamente as expectativas de seu mestre e decidiu conseguir para ele um lugar melhor. Assim, ele conversou com um viajante comercial que conhecia e que lhe conseguiu um lugar em um armazém em Londres, depois de ele ter residido com o Sr. Joslin por três ou quatro anos. Um dia, depois de estar em Londres, aconteceu de ele entrar em uma capela católica romana e ficou tão impressionado com a maneira de realizar o serviço que depois costumava frequentá-lo com frequência. Em pouco tempo foi observado por alguns membros da congregação, que o conheceram e, admirando sua aparência e inteligência, propuseram-lhe que deixasse o armazém, e o mandariam para a faculdade. Ele aceitou a oferta e foi enviado para uma faculdade perto de Stondon, em Hertfordshire, onde fez rápido progresso. Seus colegas estudantes eram principalmente estrangeiros e filhos de nobres e cavalheiros. Depois de já estar lá há algum tempo, um nobre estrangeiro veio ver seu filho e, antes de partir, propôs levar Tilbury de volta com ele para o Brasil, (como se pensa) para cuidar da educação de seus filhos. Ele foi, e posteriormente foi nomeado professor do Imperador Dom Pedro I e mais tarde tutor dos filhos do Imperador e, eventualmente, nomeado Cavaleiro. Parece, porém, que posteriormente ele recebeu ordens na Igreja Católica Romana. Quando estava na faculdade, costumava ir à casa de seu antigo mestre e parar três ou quatro dias, e também visitava a velha marquesa de Buckingham, em Gosfield Hall, bem como algumas freiras francesas, que residiam no parque. Desde que está no exterior mantém correspondência com D. Clarance, sendo a última carta que esta senhora recebeu datada de Rio de Janeiro, 11 de novembro de 1830. Nesta carta ele afirma que ainda não é rico; mas ele está feliz, embora não mais do que quando estava em Braintree. Ele continua - Tenho dito muitas vezes a mim mesmo, quando sentado no Palácio - 'Bem, aqui estou sentado ao lado de um Imperador, com uma bela estrela no peito, e agora estou mais realmente feliz no que quando Eu estava sentado em Braintree com William Young, Susan Brown e Ann Hayes (seus colegas empregados). Se eu tivesse me levantado de uma mesa para ocupar imediatamente o meu lugar na outra, sem dúvida teria ficado deslumbrado e tonto com a mudança repentina; mas avançando passo a passo na escada, daquilo que vocês têm o prazer de chamar de fortuna, meu progresso se torna natural para mim.' Ele acrescenta - Há uma coisa que muitas vezes desejo neste clima quente, e isto é, ser capaz de me transportar até a adega agradável e fresca da casa grande (do Sr. Joslin) para tomar um gole de cerveja. O CERCO DA CIDADE DO PORTO  Durante o cerco do porto o exército de D. Pedro estava em grande inferioridade numérica e foi cercado pelos miguelistas no Porto por mais de um ano. Foi nesta situação que no começo de 1833 que recebeu as notícias de que sua filha Paula estava para morrer. Meses depois em setembro Pedro se encontrou com Antônio Carlos de Andrada, um dos irmãos de José Bonifácio. Como um representante do chamado Partido Restaurador, Antônio Carlos pediu para o duque retornar ao Brasil e governar seu antigo império como regente durante a minoridade do filho. Pedro percebeu que os Restauracionistas queriam usá-lo como uma ferramenta a fim de facilitar sua chegada ao poder, frustrando Antônio Carlos ao fazer as exigências mais impossíveis para ver se o povo brasileiro também queria sua volta, não apenas uma facção política. Ele também insistiu que quaisquer pedidos de retorno como regente fossem constitucionalmente válidos. A vontade do povo teria de ser transmitida através de seus representantes locais e sua nomeação precisaria ser aprovada pelo parlamento. Apenas assim, e "sob a apresentação de uma petição a ele em Portugal por uma delegação oficial do parlamento brasileiro", Pedro consideraria aceitar o pedido. Durante a guerra contra Miguel, Pedro montou canhões, cavou trincheiras, cuidou de feridos, comeu dentre os soldados mais baixos e lutou sob fogo pesado enquanto homens ao seu lado eram alvejados ou explodidos. Sua causa estava quase perdida até ele tomar a arriscada atitude de dividir suas forças e enviar uma parte para lançar um ataque anfíbio no sul de Portugal. A região de Algarve caiu diante da expedição, que então marchou direto para Lisboa e capturou a capital em 24 de julho. Pedro então seguiu para subjugar o restante do país, porém bem quando o conflito parecia estar direcionando-se para sua conclusão, interveio seu tio espanhol o infante Carlos, Conde de Molina e que estava tentando tomar a coroa de sua sobrinha a rainha Isabel II. Essa guerra maior englobou toda a Península Ibérica e o duque aliou-se com os exércitos espanhóis liberais leais à rainha, derrotando tanto Miguel quanto Carlos. Um tratado de paz foi assinado em 26 de maio de 1834. Pedro sempre gozou de saúde forte durante toda sua vida, exceto por surtos de epilepsia a cada alguns anos. Porém sua saúde se deteriorou durante a guerra e por volta de 1834 ele estava sofrendo de tuberculose. Em 10 de setembro ainda em 1834, 14 dias antes de sua morte, Pedro ficou de cama no Palácio Real de Queluz  e ditou uma carta aberta aos brasileiros em que implorava a adoção da gradual abolição da escravidão: "Escravidão é um mal, e um ataque contra os direitos e dignidade da espécie humana, porém suas consequências são menos prejudiciais para aqueles que sofrem no cativeiro do que para a Nação cujas leis permitem a escravidão. Ela é um câncer que devora a moralidade".Pedro morreu às 14h30min do dia 24 de setembro de 1834 após uma longa e dolorosa doença, poucos dias antes de completar 36 anos de idade. Conforme seu pedido, seu coração foi colocado na Igreja da Lapa no Porto, enquanto seu corpo foi inicialmente enterrado no Panteão da Dinastia de Bragança na Igreja de São Vicente de Fora, Lisboa.273274 As notícias de sua morte chegaram no Rio de Janeiro em 20 de novembro, porém seus filhos foram informados apenas em 2 de dezembro. José Bonifácio, que havia sido removido de sua posição de guardião, escreveu a Pedro II e suas irmãs: "Dom Pedro não morreu. Apenas homens ordinários morrem, heróis não".
  • MINUTA DE CARTA DE EL REI D PEDRO IV DE PORTUGAL (IMPERADOR DOM PEDRO I DO BRASIL) DIRIGIADA AO ESPANHOL D. JUAN ALVAREZ Y MENDIRABAL. A MINUTA É DO PUNHO DO CONSELHEIRO CANDIDO JOSÉ XAVIER SECRETÁRIO PARTICULAR DE EL REI E SEU AJUDANDE DE CAMPO E AS EMENDAS SÃO DE PRÓPRIO PUNHO DO MESMO AUSGUSTO SENHOR EM 14 DE ABRIL DE 1832. EXCERTOS DO TEXTO: ANGRA, 14 DE ABRIL DE 1832, SENHOR MENDIRABAL, RECEBI A CARTA QUE ME ESCREVEU EM 26 DO MÊS PASSADO, E DOU O JUSTO VALOR AS REFLEXÕES QUE NELLA ME FAZ , SOBRE O ESTADO DOS NEGÓCIOS E SOBRE AS DIFICULDADES QUE NO ANDAMENTO DELA PODERÃO VIR A PRODUZIR, E JÁ EFETIVAMENTE PRODUZ O POUCO CUSTO QUE O EMPRÉSTIMO TEM ACHADO NAS PRAÇAS DE PARIS E DE LONDRES. CONVINHA QUE SÓ FATOS DECISIVOS EM FAVOR DA CAUSA QUE DEFENDO PODEM DAR UM SAUDAVEL E EFICAZ IMPULSO A ESTE ESMORECIMENTO OU ANTES A ESTA OBSERVAÇAO CAUTELOSA EM QUE OS ESPECULADORES SE CONSERVAM MAS FORÇOSO ERA ESPERAR O MOMENTO DE CONSEGUIR ESTES FATOS COM SEGURANÇA E FELIZMENTE ESTE MOMENTO ESTÁ MUITO PRÓXIMO COM O QUE CESSAVA DE TODO EMBARAÇO GRANDE CERTAMENTE MAS TEMPORÁRIO EM QUE HOJE NOS ACHAMOS. SOBRE O MODO DE SAIR DESSA CRISE MOMENTANEA NÃO DUVIDO HAVER HUM ESFORÇO MAIOR E O FAREI DE BOA VONTADE COMO CONVEM AO INTERESSE DA CAUSA, E AO QUE ME MERECE O ZELLO COM O SR MEDIRABAL E OS SEUS AMIGOS SE TEM VOLTADO AO BOM EXITO DESTA. EU TENHO UM CRÉDITO DE SAMUEL E PHILLIPS PARA USAR ATÉ A CONVENIENCIA DE CINCO MIL LIBRAS SOMENTE. DESDE JÁ PASSO A FAZER SOBRE AQUELA CASA O SAQUE DA DITA QUANTIA. E ESTA SOMA SERVE PARA SUPRIR O PAGAMENTO DE UM MÊS QUE DA FORMA DA CONVENÇÃO DAI DEVERIA VIR A SABER 3000 LIBRAS PARA ESQUADRA  E DUAS MIL LIBRAS PARA O DA TROPA. ESTE RECURSO É PRONTO PARA NÓS PORQUE JÁ ESTÁ EM MEU PODER. HE VANTAJOSO PARA OS MUTUANTES PORQUE NO MOMENTO DO ENBARAÇO JÁ OS ALIVIO DE UMA DESPESA CERTA. CUJA FALTA MORMENTE HÁ PARTE QUE RESPEITA AS MARINHAS, SERIA INEVITÁVEL E NÃO COMPROMETE DE MODO ALGUM A DELICADESA DOS CRÉDITOS DOS MESMOS MUTUANTES E DO EMPRÉSTIMO POR SER O RESULTADO DE UMA ESPECULAÇÃO PARTICULAR DE QUE ATÉ A MESMA CASA QUE O HÁ DE FAZER IGNORA A APLICAÇÃO. ESSE ESFORÇO TENHO EU POR ÚTIL E A TODOS OS RESPEITOSOS CONVENIENTE HE POR ISSO VOU FAZE-LO. COM A MELHOR VONTADE NÃO DIREI PORÉM O MESMO AO QUE O SR.  MENDIRABAL ME PROPÓE NA SUA CARTA E COM A QUAL POR CONSEQUENCIA NÃO POSSO CONFORMAR-ME. APESAR DA MINHA BOA VONTADE. A VISTA DAS RAZÕES QUE DEIXO EXPOSTAS CONFIO QUE FARA JUSTIÇA DA FRANQUEZA DO MEU CARATER E FICAVA PESUADIDO  DE QUANTO ME PENALISA NÃO PODER PRESTAR-LHE UM SOCORRO MAIOR DO QUE AQUELE NESTA EMENTA ME PROPONHO. EI ESPERO QUE OS FELIZES RESULTADOS QUE ESPERAMOS MUI PRÓXIMOS A SUA ATIVIDADE INFATIGÁVEL E SOBRETUDO AO SEU ARRIMO E OS SEUS BONS DESEJOS DARÃO ESTE ULTIMO PASSO DIFICIL VENCIDO O QUAL E RESTABELECIDO EM PORTUGAL O GOVERNO DE MINHA AUGUSTA FILHA O SENHOR ACHARA EM MIM UM SEGURO RECONHECIMENTO DA MINHA JUSTIÇA QUE É DEVIDA AOS MEUS NOBRES E FIRMES SENTIMENTOS E NO GOVERNO DA RAINHA TODA CONTEMPLAÇÃO QUE ELE NÃO PODE NEGAR A QUEM TANTOS E TÃO IMPORTANTES SERVIÇOS TEM PRESTADO. NO VERSO A OBSERVAÇÃO DO AJUDANTE DE CAMPO: MINUTA DE HUMA CARTA DIGIRIDA PELO IMMORTAL DUQUE DE BRAGANÇA AO SR. JUAN ALVAREZ E MEDIRABAL AS EMENDAS EM LETRA MAIS CLARA SÃO ESCRITAS DE PRÓPRIO PUNHO DE SUA MAGESTADE IMPERIAL. NOTA: A aventura de Dom Pedro I para regatar o trono de Dona Maria II usurpado por seu tio Dom Miguel I tinha tudo para ser mal sucedida. Dom Miguel era (e é) popular para boa parte da população portuguesa. Aquela Rainha carioca que não conhecia Portugal, seu domínio teve grande dificuldade de aceitação inicialmente. Além disso uma revolução custa caro e Dom Pedro além de seu entusiasmo e dedicação paternal não tinha recursos para isso .De corte em corte, de casa bancária em casa bancária ele buscou os recursos necessários para seu objetivo. Muitas portas lhe foram fechadas mas isso não diminuiu seu entusiasmo pela causa que acabou bem sucedida.   Juan de Dios Álvarez Méndez , Mendizábal foi fundamental para essa conquista e não é a toa que o encontraremos em posição vantajosa junto aos negócios portugueses sob o Reinado de Dona Maria II. Mas certamente o mérito de sua intervenção tanto no liberalismo espanhol como no português o guindou assim como a Dom Pedro I como uma das grandes personalidades do sec. XIX. Juan de Dios Álvarez Méndez , Mendizábal ( Cádiz , 25 de fevereiro de 1790- Madrid , 3 de novembro de 1853)  foi um político e empresário liberal espanhol. De origem relativamente humilde, tornou-se o principal protagonista da Revolução liberal espanhola e da Revolução Liberal Portuguesa conduzida por Dom Pedro I  para devolver a Dona Maria II o trono usurpado por seu tio  Dom Miguel I, defensor do absolutismo . Mendizábal lançou-se no empreendimento político e financeiro para intervir na guerra civil portuguesa apoiando os liberais portugueses exilados liderados por Dom Pedro que regressou do Brasil para devolver a coroa portuguesa à sua filha Maria. da Glória que a perdeu para o absolutista Miguel I de Portugal , irmão de Dom Pedro, tudo como um prelúdio à união ibérica dos reinos de Espanha e Portugal sob a mesma coroa. Assim, em setembro de 1831, Mendizábal obteve um empréstimo de vários banqueiros com o qual adquiriu duas fragatas com as suas tripulações comandadas por oficiais ingleses. Isto permitiu que os apoiantes de D. Pedro desembarcassem no Porto em Junho de 1832, embora a cidade estivesse cercada pelos " Miguelistas ", até que Mendizábal, juntamente com o liberal moderado português Pedro de Sousa Holstein Duque de Palmela , organizou uma segunda frota com tropas inglesas que levantaram o cerco um ano depois. Dali partiu uma expedição que desembarcou no Algarve , no sul de Portugal e pouco depois, em 24 de julho de 1833, as tropas "pedristas" entraram em Lisboa e em 22 de setembro, a rainha Maria da Glória desembarcou na capital - viagem que Mendizábal havia organizado - que recebeu o título de Maria II de Portugal . pós o triunfo liberal em Portugal, Mendizábal alcançou uma posição-chave naquele país, entre outras razões porque se tornou o agente financeiro do reino em Londres. Foi assim que reforçou o seu extenso crédito no mundo financeiro britânico - e também francês -, que seria muito importante no seu regresso a Espanha em setembro de 1835, dois anos após a morte do rei Fernando VII e a assunção da regência pelo seu viúva María Cristina de Borbón em nome da sua filha, a futura Isabel II , o que desencadeou uma disputa sucessória transformada numa guerra civil semelhante à portuguesa, que opôs os "elisabetanos" ou "cristãos", na sua maioria liberais, contra os " Carlistas " que defendiam os direitos ao trono de Carlos María Isidro de Borbón , irmão do falecido rei, e que apoiavam o absolutismo . Na Espanha, o Governo, presidido pelo liberal moderado Francisco Martínez de la Rosa , nomeado pelo regente em junho de 1834, constatou que não tinha recursos para pagar o Exército elisabetano, que lutava na Primeira Guerra Carlista , pelo que De Londres Mendizábal ofereceu-se ao Ministro das Finanças, o Conde de Toreno, para fazer representações aos banqueiros britânicos e franceses e aos seus respectivos governos para que concedessem um empréstimo ao reino de Espanha. Assim, quando o conde de Toreno substituiu Martínez de la Rosa à frente do governo em julho de 1835, nomeou Mendizábal Ministro das Finanças , embora fosse um liberal exaltado que não agradava "ao povo da corte", segundo Espoz y Mina . Mendizábal tornou-se um verdadeiro mito político desde o momento da sua morte em 1853. O seu funeral constituiu uma autêntica manifestação do progressismo .  Em fevereiro de 1857, seus restos mortais foram transferidos para um mausoléu no cemitério madrileno de San Nicolás, erguido por subscrição pública, para onde também foram transferidos os restos mortais de José María Calatrava e Agustín de Argüelles , tornando-se assim a tríade pessoal de referência do liberais progressistas e a revolução liberal espanhola . A ereção de uma estátua já fundida em sua homenagem teve de esperar dez anos porque o governo a impediu através de uma artimanha legal - como a autorização para a ereção da estátua já tinha sido concedida, ele teve uma lei aprovada pelas Cortes que impedia a colocação de estátuas em locais públicos dentro de 50 anos após a morte dos homenageados.   Finalmente, durante o Sexênio Democrático, o monumento pôde ser localizado na Plaza del Progreso, em Madrid, que, aliás, havia sido configurada após a demolição de um desmantelado convento mercedário. Assim nasceu o mito do revolucionário e estadista Mendizábal, que morreu na pobreza, e que os homens do Sexenio recolheriam e que glorificariam historiadores e escritores liberais, como Benito Pérez Galdós , que lhe dedicou um dos seus Episódios Nacionais . Mas ao mesmo tempo nasceu o mito negativo de Mendizábal, que teve tanta força quanto o positivo, e que o retratava como o máximo representante do anticlericalismo , como o desvinculador que havia tirado os bens da Igreja em benefício dos seus amigos. que eram especuladores, corretores de bolsa e detentores de dívida pública
  • SUA ALTEZA REAL O INFANTE  DOM MIGUEL  REGENTE DO REINO DE  PORTUGAL E DOS ALGARVES  LINDA GRAVURA PUBLICADA EM 1928. ESCOLA INGLESA. EXEMPLAR IDENTICO A ESTE COMPÕE AS COLEÇÕES REAIS DA INGLATERRA (VIDE EM: https://www.gettyimages.pt/detail/fotografia-de-not%C3%ADcias/miguel-prince-of-portugal-3rd-son-of-john-vi-fotografia-de-not%C3%ADcias/3288729?adppopup=true) INGLATERRA, 1828, 30 X 24 CMNOTA: Terceiro filho varão de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, nasceu em Queluz, a 26 de outubro de 1802, e morreu em Brombach, a 14 de novembro de 1866. Vigésimo nono rei de Portugal (1828-1834), ficou conhecido pelos cognomes o Usurpador e o Absolutista.Na sequência da primeira invasão francesa, embarcou, em 1807, com a família real para o Brasil, de onde regressou acompanhado dos pais em 1821, tendo ficado o seu irmão D. Pedro a governar o Brasil.Durante a sua estada no Brasil deram-se em Portugal acontecimentos que viriam a condicionar a sua ação, como a Conspiração de 1817 e, sobretudo, a Revolução liberal de 1820. Regressou a Lisboa a 3 de julho de 1821, quando o liberalismo dava os seus primeiros passos no nosso país, facto que provocou em D. Carlota Joaquina uma forte reação, apoiando a rainha os adversários do regime nascido em 1820. Depressa o infante assume a chefia dos partidários do antigo regime, aglutinados em volta de sua mãe. Assim, esteve à frente dos movimentos contrarrevolucionários da Vila-Francada (1823) e da Abrilada (1824). A Vila-Francada conduziria à dissolução das Cortes liberais e ao fim da vigência da Constituição de 1822, acabando por redundar numa vitória política que elevaria D. Miguel a comandante-chefe do exército português. A Abrilada só não teve sucesso mercê da intervenção de diplomatas estrangeiros acreditados em Lisboa. Após o golpe, D. João VI demite o filho do alto cargo que ocupava desde a Vila-Francada e D. Miguel deixa o país, fixando-se em Viena de Áustria, onde permaneceria por quatro anos.Aquando da morte de D. João VI, em 10 de março de 1826, D. Miguel escreve para o Brasil, afirmando aceitar D. Isabel Maria como regente do reino e seu irmão como legítimo herdeiro do trono. Numa tentativa de conciliação, D. Pedro IV abdica do trono português a favor de sua filha D. Maria da Glória, na dupla condição de ser jurada a Carta Constitucional e de sua filha casar com o tio, D. Miguel. Este não só celebra os esponsais com a sobrinha como jura a Carta Constitucional outorgada por seu irmão.Chegado a Lisboa em fevereiro de 1828, D. Miguel jura novamente a Carta. Porém, decorrido pouco tempo, falta ao compromisso assumido com seu irmão, nomeia um novo ministério, dissolve as Câmaras e, convocadas as cortes à maneira antiga, é proclamado, pelos três estados do reino, rei absoluto. São sufocados os focos de reação antimiguelista. Os liberais emigram em massa e os que ficam são alvo do terror miguelista; são presas ou degredadas milhares de pessoas, e muitas são sumariamente executadas.Os exilados, após se reunirem nos Açores (Ilha Terceira), sob os auspícios de D. Pedro, seguem para o norte do país. Em junho desembarcam no Pampelido e daí seguem para o Porto, onde sofreriam um longo e penoso cerco. Dá-se, pois, início a uma guerra civil que se prolongaria por dois anos (1832-1834) e que levaria ao trono D. Maria II. Verificando a impossibilidade de continuar a luta, D. Miguel rendeu-se, assinando em 26 de maio de 1834 a Convenção de Évora-Monte. No dia 1 de junho de 1834, D. Miguel deixa definitivamente Portugal, seguindo para Itália. Acaba por se fixar na Alemanha, onde casa em 1851 com D. Adelaide de Loewenstein-Wertheim-Rochefort-Rosenberg, de quem teve sete filhos, e onde veio a falecer a 14 de novembro de 1866.
  • DONA MARIA II  RAINHA DE PORTUGAL E PRINCESA DO BRASIL  BILHETE DE DONA MARIA II ENDEREÇADA AO MARQUES DE LOULE MINISTRO DOS ESTRANGEIROS EM 19 DE DEZEMBRO DE 1835. EXCERTOS DO TEXTO: REMETTO HUM OFFICIO QUE ACHEI DO CONDE DE LINHARES E UMA CARTA PARA VER. ASSINA MARIA. DONA MARIA II COMO SEU IRMÃO DOM PEDRO II FOI UMA DAS DUAS ÚNICAS PESSOAS NASCIDAS NA AMÉRICA QUE SE TORNARAM MONARCAS. CHAMADA DE RAINHA INSUBMISSA FOI UMA MULHER INDEPENDENTE E EMPODERADA. NOTA: Quando, a 4 de abril de 1819, nasceu no Rio de Janeiro D. Maria da Glória, futura Rainha D. Maria II, filha do então Infante D. Pedro, que seria o Rei D. Pedro IV de Portugal, e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria, o Reino encontrava-se ainda a recuperar da devastação provocada pelas Invasões Francesas, que tinha motivado a deslocação, em 1808, da Casa Real Portuguesa para o Brasil. A possibilidade dessa colónia caminhar para a independência, levam D. João VI, avô de D. Maria, a retardar o regresso da Corte à Europa. Contudo, em 1821, apesar desta divisão de interesses e vontades, agravada pelo conflito entre liberais e absolutistas, que lacerava a própria Casa Real, a Coroa acaba por regressar a Portugal.É nesta complicada teia política e com apenas sete anos, que o seu pai abdica, em abril de 1826, do trono de Portugal a seu favor, numa tentativa de evitar o confronto entre as fações liberais e absolutistas que dividiam, na época, o Reino e a Europa. Neste sentido, estava previsto que a futura rainha, logo que tivesse maior idade, casasse com o seu tio, D. Miguel, entretanto nomeado, em julho de 1826 regente e lugar-tenente do Reino. Contudo, após este assumir a regência ao chegar a Lisboa, em janeiro de 1828, o projeto de matrimónio depressa foi esquecido. Perante a perspetiva de fracasso do acordo, D. Maria, que tinha permanecido no Brasil, viajou para a Europa em julho de II - 18 1828, mas com os grupos políticos, entretanto em confronto, viu-se impossibilitada de entrar no seu futuro Reino. Só a 23 de setembro de 1834, com o fim da Guerra Civil e já com quinze anos de idade, é que pisa pela primeira vez solo português e inicia o seu reinado.Casa em 1 de dezembro 1834 com Augusto de Leuchtenberg, neto da Imperatriz Josefina, primeira mulher de Napoleão Bonaparte, mas este viria a falecer logo em março do ano seguinte. Volta a casar em 9 de abril de 1836, com Fernando de SaxeCoburgo-Gotha, irmão de Leopoldo I, rei dos Belgas e primo do príncipe Alberto, marido da Rainha Vitória da Inglaterra.Ao longo de quase todo o reinado sucederam-se graves acontecimentos políticos, tendo D. Maria II, logo de início, se deparado com um reino mergulhado em antagonismos ideológicos e ambições rivais que originavam fraturas sociais e crises políticas profundas.Neste complexo ambiente sociopolítico, a monarca entre cedências e resistências, e mesmo perante todas as adversidades, demonstrou sempre grande firmeza e habilidade política na defesa das prerrogativas reais e a legalidade constitucional.Apesar de todas as dificuldades, esta também foi uma época em se deu uma modernização marcante de Portugal, bem visível nas políticas de saúde e de obras públicas de Costa Cabral, na remoção das antigas estruturas feudais, nas importantes reformas do ensino e instrução, na abertura económica e na internacionalização do País, nos projetos coloniais e marítimos de Sá da Bandeira, na estabilização política e no início de um dos períodos mais prósperos de Portugal com a Regeneração, em 1851. D. Maria II foi cognominada de A Boa Mãe, em face da aprimorada educação que dispensou aos seus sete filhos ou de A Educadora, devido às grandes reformas que tiveram lugar durante o seu reinado no campo do Ensino e da Educação.Entre essas alterações destaca-se a criação de um ensino técnico e politécnico e a profunda reforma do ensino naval com a instituição da moderna Escola Naval. Esta reforma iniciou-se em 1836, após a Revolução Setembrista ter colocado no poder Sá da Bandeira e Passos Manuel, os quais deram início a uma série de mudanças estruturais. É neste âmbito que, em 11 de janeiro de 1837, foi criada a Escola Politécnica, em substituição da Academia Real da Marinha, situação que originaria nos anos seguintes um aceso debate entre aqueles que queriam dar maior enfâse na teoria e os que consideravam mais importante a formação no campo da liderança e do comando de um navio de guerra, perto das lides marítimas e da hierarquia da Marinha.É então nomeada uma comissão que acaba por propor o fim do modelo existente, incluindo a extinção da Academia Real dos Guardas-Marinhas e a criação de um novo modelo de ensino. Assim, por decreto de D. Maria II promulgado a 23 de abril de 1845, nascia a "Escola Naval", cuja respetiva estrutura e normas de funcionamento foram promulgadas alguns dias depois, mais concretamente a 19 de maio. A nova escola dos futuros oficiais de Marinha a situar no Terreiro do Paço, na antiga Ribeira das Naus, local simbólico associado aos Descobrimentos e às Navegações Portuguesas, seria chefiada por um diretor, dotado de largos poderes administrativos e disciplinares, acompanhado de um corpo docente estabilizado, formado por oficiais e civis dotados de elevado prestígio académico e científico.Desta forma, D. Maria II ficará indelevelmente, associada a uma das maiores e mais fecundas reformas do ensino naval que tiveram lugar em Portugal.A Rainha veio a falecer ao dar à luz o seu décimo primeiro filho, a 15 de novembro de 1853, tendo sido considerada uma perda irreparável pelas suas qualidades de mãe e soberana, numa altura em que o País tinha finalmente entrado numa fase de tranquilidade e desenvolvimento.
  • DONA MARIA II  - RAINHA DE PORTUGAL E PRINCESA DO BRASIL   CARTA DIRIGIDA AO CARDEAL SOGLIA  AGRADECENDO VOTOS DE FELIZ NATAL. COM SELOS DE ARMAS DATADA DE 30 DE MARÇO DE 1847. EXCERTOS DO TEXTO: ILUSTRISSIMO E REVERENDÍSSIMO EM CHRISTO PADRE CARDEAL SOGLIA: MEU COMO IRMÃO MUITO PREZADO. EU DONA MARIA POR GRAÇA DE DEUS RAINHA DE PORTUGAL, E DOS ALGARVES, DAQUEM E DALEM MAR EM ÁFRICA SENHORA DE GUINÉ E DA CONQUISTA, NAVEGAÇÃO  E COMÉRCIO DA ETIÓPIA, ARAPIA, PÉRSIA E DA INDIA ETC...VOS ENVIO MUITO SAUDAR COMO AQUELE QUE MUITO  PREZO. A GRANDE ESTIMAÇÃO EM QUE TENHO A VOSSA PESSOA FAZ MUI PLAUSÍVEL O OBSÉQUIO QUE ME FAZEIS DE ME AUGURARDES  BOAS FESTAS POR OCASIÃO DO ULTIMO ANIVERSÁRIO DE SACROSANTO NATAL. EU VOS AGRADEÇO ESTA DEMONSTRAÇÃO DO VOSSO ZELO E ROGO AO CÉU QUE REMUNERE AS VOSSAS BOAS QUALIDADES ILLUSTRISSIMO E REVERENDISSIMO EM CHRISTO PADRE CARDEAL SOGLIA, MEU COMO IRMÃO MUITO PREZADO. NOSSO SENHOR HAJA A VOSSA PESSOA EM SUA SANTA GUARDA. ESCRITA NO PALACIO O DAS NECESSIDADES EM 30 DE MARÇO DE 184I. ASSINA RAINHA .NOTA: Giovanni Soglia Ceroni (10 de outubro de 1779 - 12 de agosto de 1856) foi um prelado italiano da Igreja Católica .Foi ordenado sacerdote em 1º de janeiro de 1803. nomeou-o Bispo Titular de Éfeso em 2 de outubro de 1826 e foi ordenado bispo em 22 de outubro.Em 23 de junho de 1834 foi nomeado secretário da Congregação para os Estudos .Em 6 de abril de 1835, ele foi nomeado Patriarca Titular de Constantinopla.O Papa Gregório XVI fez dele um cardeal in pectore em 12 de fevereiro de 1838 e, em seguida, anunciou publicamente que ele era o Cardeal Sacerdote de Santi Quattro Coronati em um consistório papal realizado em 21 de fevereiro de 1839. Ele participou do conclave papal de 1846 que elegeu o Papa Pio IX .Ele serviu como Secretário de Estado da Santa Sé de 4 de junho de 1848 até sua renúncia em 29 de novembro daquele ano. Ele morreu em 2 de agosto de 1856.

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