Peças para o próximo leilão

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  • DUQUE DE AUMALE (1822 - 1897) - HENRI D'ORLEANS. TIO DO PRÍNCIPE GASTÃO DE ORLEANS, CONDE DE EU E DA PRINCESA ISABEL. COM PASSE PARTOUT. Henri d'Orleans. DUC D'AUMALE. PEINT PAR F WINTERHALTER. LITH PAR LEON NOEL.  FRANÇA, SEC. XIX. 79 X 70 CMNOTA: Henrique Eugênio Filipe Luís de Orléans (em francês: Henri Eugène Philippe Louis; Paris, 16 de janeiro de 1822  Giardinello, 7 de maio de 1897), foi um príncipe francês da Casa de Orléans e Duque de Aumale, um dos primeiros bibliófilos e colecionadores de arte antiga de seu tempo. Era filho do rei Luís Filipe I da França e de sua esposa, a princesa Maria Amélia de Nápoles e Sicília.
  • FERDINAND PHILIPPE DORLEANS, DUC DORLEANS. IRMÃO DO PAI DO CONDE DEU PORTANTO SEU TIO.  PRICE ROYAL. PEINT PAR F WINTERHALTER EM 1840. IMPRIMÉ DE LEMERCIER. LITHOGRAPHIÉ PAR LEON NOEL EM 1843. COM PASSE PARTOUT. FRANÇA, SEC. XIX. 79 X 70 CM  NOTA: Ferdinand-Philippe d'Orléans , nascido em3 de setembro de 1810em Palermo e morreu em13 de julho de 1842em Neuilly-sur-Seine , Duque de Chartres então ( 1830 ) Duque de Orléans e Príncipe Real da França  , é o filho mais velho de Louis-Philippe I , Rei dos Franceses e de Marie-Amélie de Bourbon , princesa das Duas Sicílias .
  • HENRI DUQUE DE AUMALE (1822 - 1897)  JOVEM NESTA LITOGRAFIA.TIO DO PRÍNCIPE GASTÃO DE ORLEANS,CONDE DE EU E DA PRINCESA ISABEL. HENRI D ORLEANS, DUC DAUMALE. PEINT PAR F WINTERHALTER. IMPRIMÉ PAR LEMERCIER BERNARD & CE. LITH PAR LEON NOEL . COM PASSE PARTOUT.FRANÇA, SEC. XIX  79 X 70 CMNOTA: Henrique Eugênio Filipe Luís de Orléans (em francês: Henri Eugène Philippe Louis; Paris, 16 de janeiro de 1822  Giardinello, 7 de maio de 1897), foi um príncipe francês da Casa de Orléans e Duque de Aumale, um dos primeiros bibliófilos e colecionadores de arte antiga de seu tempo. Era filho do rei Luís Filipe I da França e de sua esposa, a princesa Maria Amélia de Nápoles e Sicília.
  • CARTA DA PRINCESA DE JOINVILLE, A PRINCESA FRANCISCA,  EM PAPEL TIMBRADO COM MONOGRAMA EM RELEVO F SOB COROA PRINCIPESCA, O MESMO MONOGRAMA EM PAPEL TIMBRADO DIRIGIDA A SUA IRMÃ A PRINCESA JANUÁRIA DO BRASIL (INRMÃS DE DOM PEDRO II  E FILHAS DE DOM PEDRO I COM A IMPERATRIZ LEOPOLDINA). VERSA A MISSIVA: NEVILLY 31 DE MAIO DE 1844. MINHA QUERIDA MANA JANUÁRIA. AINDA QUE JÁ TE ENVIEI POR ESTE NAVIO OUTRAS CARTAS NÃO QUERO DEIXAR DE TE DAR NOTÍCIAS MINHAS QUE CONTINUARÃO A SER BOAS. VOU SEMPRE PASSANDO BEM. HOJE O TEMPO ESTA LINDISSIMO FAZ MESMO CALOR. CONITNUA A CARTA FALANDO SOBRE O CASAMENTO DA PRINCESA DONA JANUARIA E QUE ESCREVEU AO MANO PEDRO (DOM PEDRO II) FAAL SOBRE SEU JARDIM E DESPEDE DIZENDO:DESTA  TUA AFETUOSA MANA FRANCISCA. NOTA: Sendo a quarta filha do imperador D. Pedro I com a imperatriz Maria Leopoldina, Francisca de Bragança foi uma princesa brasileira que, posteriormente, se casou com Francisco, Príncipe de Joinville, assumindo este novo título.Nascida no dia 2 de agosto de 1824, no Palácio de São Cristóvão, localizado no Rio de Janeiro, Francisca de Bragança teve uma juventude ao lado dos irmãos D. Pedro de Alcântara, Paula Mariana e Januária. Acredita-se, ainda, que seu nome tenha sido escolhido por seu pai, em homenagem ao rio São Francisco. Aos três anos de idade, sua mãe Maria Leopoldina veio a falecer, e Francisca passou a ser criada por D. Pedro I e sua madrasta, Amélia de Leuchtenberg. No entanto, quando tinha apenas sete anos, a princesa viu seu pai, sua irmã mais velha e sua madrasta se mudarem para Portugal. Sem os pais ao lado, Francisca e seus irmãos foram criados a base de uma educação extremamente rígida. Em 1837, conheceu o Príncipe de Joinville, chamado Francisco Fernando de Orléans. Na ocasião, o rapaz tinha acabado de desembarcar no Brasil. Durante a sua estadia, o príncipe se reuniu com o até então imperador do Brasil, D. Pedro II, que lhe apresentou a sua irmã Francisca. Em 1843, o rapaz voltou ao Brasil, casando-se com a princesa brasileira. Após a união, o casal partiu em direção a França.Conhecida como La Belle Françoise, Francisca se tornou uma das princesas mais queridas e populares da corte europeia. Durante seu processo de adaptação ao novo lar, a jovem contou, ainda, com a ajuda da Condessa de Barral, que mais tarde se tornou sua melhor amiga. Após a monarquia ser extinta na França, em 1848, a família Orléans foi enviada para o exílio em Claremont, na Inglaterra. Acredita-se que o destino da realeza só não tenha sido pior graças a Francisca.Embora morasse na Europa, a princesa manteve contato com o irmão. No entanto, ele não pode ajudá-la quando o marido foi à falência. Com dificuldades financeiras, Francisco Fernando de Orléans negociou as terras catarinenses com a Companhia Colonizadora Alemã, fato que mais tarde originou a Colônia Dona Francisca, atualmente chamada de Joinville. Engajada na política, Francisca lutou o resto de sua vida contra o avanço da república no Brasil e defendia, ainda, o combate aos republicanos e a oposição. Em 27 de março de 1898, a princesa veio a falecer, em Paris, aos 73 anos de idade.
  • CONDESSA DE BARRAL - CARTÃO DE VISITAS DA CONDESSA DE BARRAL - DONA LUÍSA MARGARIDA DE BARROS PORTUGAL (SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO, 13 DE ABRIL DE 1816 FRANÇA, JANEIRO DE 1891). O CARTÃO QUE É O PESSOAL DO CONDE E DA CONDESSA DE BARRAL, FOI ESCRITO POR SEU FILHO O SEGUNDO CONDE DE BARRAL,  ACEITANDO CONVITE PARA O HIPÓDROMO AGRADECENDO A GATERIE (GERNTILEZA) E DIZ SEREM TANTAS QUE NUNCA SERÁ POSSIVEL DEIXAR DE DIZER MERCI. DESPEDE-SE AGRADECENDO MAIS UMA VEZ E ANOTA NO FINAL QUE SUA MÃE A CONDESSA DE BARRAL PEDE DESCULPAS POR  NÃO PODER COMPARECER. INTERESSANTE NOTAR QUE O SEGUNNDO CONDE DE BARRAL USOU POR ANOS OS CARTÇOES DE APRESENTAÇÃO DE SEUS PAIS, QUANDO O PAI FALECEU ELE RISCAVA NO CARTÃO A PALAVRA CONDE (COMO É O CASO DESSE)DEPOIS DA MORTE DA MÃE  ELE RISCAVA TAMBÉM A PALAVRA CONDESSA E DEIXAVA SOMENTE O NOME BARRAL. CONDESSA DE BARRAL FOI UMA GRANDE PAIXÃO DO IMPERADOR DOM PEDRO II. No Brasil ERA condessa da Pedra Branca E MAIS TARDE na França, por MATRIMONIO TORNOU-SE condessa de Barral e marquesa de Monferrato. Foi Preceptora das princesas D. Isabel e D. Leopoldina e uma das mais vivazes figuras da corte do rei Luís Filipe I da França. Brasil, FINAL DO SEC. XIX.. 9 CM DE COMPRIMENTO. NOTA: Luísa era a única filha de Domingos Borges de Barros, o visconde de Pedra Branca, estadista do primeiro reinado, e de sua esposa Maria do Carmo Gouveia Portugal, descendente de tradicionais famílias de cristãos novos da Bahia e do último rabino da Espanha antes da inquisição, Dom Abraham Sênior, conforme genealogista Francisco Antonio Doria, no livro "Herdeiros do Poder" e a obra "O Rabino Oculto - a saga de uma família de origem judaica -, de Carmen Nogueira. Desde cedo, passou a viver com a família entre a França e o Brasil. Luísa então desposou Eugène de Barral, conde de Barral (fr) e 4. marquês de Montferrat, parente distante de Alexandre de Beauharnais, Visconde de Beauharnais, primeiro marido de Josefina de Beauharnais, a famosa esposa de Napoleão Bonaparte. Isso fazia dele primo em 5º grau da Imperatriz do Brasil e segunda esposa de D. Pedro I, a Imperatriz Amélia de Leuchtenberg, e passou a viver na corte do rei Luís Filipe I. Eles tiveram um filho, Horace Dominique, o qual contrairia matrimônio com Maria Francisca de Paranaguá, filha do 2. marquês de Paranaguá. Com o seu casamento, ela se tornou amiga e dama de companhia de D. Francisca de Bragança, a princesa de Joinville, irmã de D. Pedro II. Quando a madrasta do imperador, D. Amélia de Leuchtenberg, recusou a tarefa de ser preceptora de suas duas filhas, D. Francisca indicou Luísa Margarida de Barros Portugal ao imperador. Após muita negociação e a certificação de seus poderes, Luísa aceitou o posto. Momentaneamente distanciada do marido, Eugène, e acompanhada de seu filho, transferiu-se para o Rio de Janeiro. A condessa passou a residir em uma casa alugada, uma vez que, por ter uma família, não poderia se contentar com um apartamento no Palácio de São Cristóvão. Foi, também, nomeada dama de companhia de D. Teresa Cristina em setembro de 1855, apesar de que a verdadeira companheira da imperatriz fosse Josefina da Fonseca Costa. Com o casamento das princesas, a Condessa voltou para a Europa e foi nesse momento que as correspondências começaram e a paixão se fortaleceu. O imperador até menciona em uma das cartas que sonhava em poder chegar de balão até a janela do quarto da mulher. O relacionamento, uma amizade colorida ao tom das que existiam na França durante o período romântico, duraria até o ano da morte de ambos. Durante um largo período, manteve-se apenas por via epistolar. O imperador encontrou-se com a amiga nas duas viagens que empreendeu à Europa, em 1870 e 1887, e nos últimos meses de vida, quando, viúvo e exilado, passou algumas temporadas na residência da condessa, em Cannes. D. Pedro II teria mantido romances também com outras mulheres, como a condessa de Villeneuve, a madame de La Tour e Eponina Otaviano. As duas primeiras eram amigas pessoais dela e teriam sido apresentadas ao imperador como forma de "entreterem" o amante. A condessa de Barral viria a falecer poucos meses antes do imperador. Luísa Margarida tratou logo de estabelecer sua autoridade no palácio, um local em que o poder era muito disputado, e por isso causou a fúria de muitos dos funcionários mais interesseiros. Possuía personalidade exuberante, ar assertivo, inteligência e, ao mesmo tempo, contraditória mentalidade católica, além de beleza física. Dotada de cultura sólida e amiga de intelectuais e celebridades da época, como Franz Liszt e o conde de Gobineau, a condessa servia de intermediária entre o imperador e muitos intelectuais, com os quais D. Pedro II trocou vasta correspondência. D. Pedro II sentia-se atraído por tipos parecidos com o de sua madrasta D. Amélia. A condessa, assim, tornou-se amiga íntima do imperador e, segundo a maioria dos historiadores contemporâneos, sua amante. Imediatamente, criou-se um conflito entre a imperatriz D. Teresa Cristina e a condessa de Barral. No entanto, logo ficou claro que a condessa iria tentar rivalizar com a imperatriz e não há provas conclusivas de que tenha consumado seu caso com o imperador. As poucas correspondências remanescentes entre eles levam à dúvida se o relacionamento de ambos não foi puramente platônico. Afinal, apesar de moderna e liberal, Luísa Margarida aparentava ser uma católica rígida. Na década de 1940, o conde de Barral e marquês de Montferrat, seu neto, doou ao Museu Imperial de Petrópolis as cartas trocadas entre sua avó e o imperador do Brasil, que evidenciam o relacionamento entre ambos. O acordo entre a condessa e o imperador dizia que ambos deveriam queimar as cartas recebidas um do outro imediatamente após serem lidas. Embora D. Pedro II tenha seguido as regras, Luísa Margarida desobedecia-lhes esporadicamente e guardava algumas cartas. Assim, as únicas cartas que sobreviveram foram recebidas pela condessa, mas nenhuma enviada por ela ao imperador.
  • CONDE DEU  CARTA DO CONDE DEU, CONSORTE DA PRINCESA ISABEL ESCRITA DE PUNHO E DIRIGIDA A UM VISCONDE TRATANDO DE NEGÓCIOS DE ESTADO. DIZ A MISSIVA: PALÁCIO ISABEL 6-5-72 MEU QUERIDO VISCONDE, Respondo a sua carta de hoje desejando que o prolongado das festas de hontem não prejudicasse sua saúde. Quanto ao Dr. Toledo não duvidados rerebe-lo logo que se apresentar e as respostas a dar-lhe é que não havendo mais thermas disponíveis só poderei obter algumas se chegarem outras de Montevidéo. Devolvo os papeis das suas propostsa que já examinei juglo que não são realizáveis a vista do privilegio concedido a Companhia Locomotora a quyal exclui o estabelecimento nessa para da cidade de outras empresas congêneres. Contamos  com sua  visita amanhã e fico sempre seu amigo de coração. Gaston.
  • PRINCESA ISABEL, CONDE D'EU FILHOS, NORAS E NETOS EM UMA FOTOGRAFIA ENDEREÇADA A EDUARDO DE NIOAC, FILHO DO BARÃO DE NIOAC.  OS PRÍNCIPES DOM ANTONIO E DOM LUIZ APARECEM TRAJANDO UNIFORMES MILITARES, OS DOIS LUTARAM NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL QUE ACONTECIA QUANDO ESSE RETRADO FOI FEITO. AMBOS ACABARIM MORRENDO EM DECORRÊNCIA DA GUERRA. FOI FEITA  NO CASTELO D'EU NO DIA 15 DE OUTUBRO DE 1914. COM DEDICATORIA DA PRINCESA AGRADECENTO OS VOTOS DE ANO NOVO EM 1 DE JANEIRO DE 1915. EXCERTOS DO TEXTO: NOSSOS AGRADECIMENTOS E NOSSOS MELHORES VOTOS! SEUS MUITO AFEIÇOADOS. ASSINA ISABEL CONDESSA D'EU E O CONDE D'EU GASTON DE ORLEANS. nota: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbón nunca chegou a assumir o trono do Brasil. Ela se tornou a primeira na linha de sucessão à coroa: seus dois irmãos faleceram na infância e ela era a mais velha entre as mulheres. No entanto, a República veio, e, com isso, a família imperial brasileira teve que deixar o Brasil em um doloroso exílio forçado pelo banimento. A Princesa Isabel a exemplo de seu pai o Imperador Dom Pedro II nunca aceitou retornar ao país e lutar por seu trono em uma guerra civil mesmo que tenha sido muitas vezes instada a isso. A república não era popular e os brasileiros se ressentiam da ausência da Família Imperial. Em uma carta dirigida  a JOAO ALFREDO CORREIA DE OLIVEIRA  que foi Ministro e Chefe de Gabinete durante a última regência da Princesa Isabel ela afirma: Meu pai, com seu prestígio, teria provavelmente recusado a guerra civil como um meio de retornar à pátria... Lamento tudo quanto possa armar irmãos contra irmãos... É assim que tudo se perde e que nós nos perdemos. O senhor conhece meus sentimentos de católica e brasileira". Embora no Brasil o fato de ser casada com o estrangeiro causasse desconforto à população, essa relação foi essencial durante o exílio: a dupla que teve que passar o resto da vida na Europa, continente natal do Conde dEu. O casal comprou o castelo dEu, na Normandia, onde viveu até os seus dias finais. O local era inclusive mobiliado com itens de decoração vindos diretamente do Brasil. Eles tinham uma vida tranquila, mas a morte de dois de seus filhos, Antônio e Luís, causaram muita dor à Isabel. Quando chegaram na França, Dom Antônio Gastão e Dom Luís Maria tinham oito e onze anos, respectivamente. Crescendo naquele país, eles tinham o objetivo de defendê-lo quando completassem a idade do alistamento militar - ideia apoiada pelo pai, o Conde DEu, que já havia aberto mão do trono francês ao se casar com Isabel.  Entretanto, a França se recusou a receber os dois príncipes em seu exército  provavelmente, pelo fato de o país ser uma república. Com isso, os dois se alistaram no Império Austro-Húngaro, então governado pelo tio deles, o imperador Francisco José I. Fazendo carreira militar junto aos austríacos, eles não imaginavam que os dois países entrariam em choque na Grande Guerra. Os dois saíram do exército austríaco pouco antes do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, que daria início à Guerra.  Em 1914, rejeitados novamente pelo exército francês, ambos se alistaram nas fileiras britânicas devido a parentescos com a família real de lá, relata a historiadora Teresa Malatian, autora do livro D. Luís de Orleans e Bragança, peregrino de impérios. Portanto, os dois filhos da Família Real Brasileira se envolveram na Guerra considerando-se franceses, treinados no Império Austríaco e defendendo o exército Britânico.Luís entrou na guerra em agosto de 1914, lutando por quase um ano. Encarregado da comunicação entre as trincheiras, ele atuou em pântanos no norte da França, contraindo uma espécie de reumatismo que o levaria à morte no ano de 1920, aos 42 anos. Nos últimos anos, ele se locomoveu em cadeira de rodas, e passava o tempo enaltecendo a imagem do Brasil e ensinando português para seus filhos.Seu irmão, D. Antônio, se tornou capitão do regimento Dragão Canadense Real, junto aos canadenses que defendiam a bandeira britânica. Lá, ele participou de muitas batalhas aéreas  o que também seria o prenúncio de sua morte. Com o fim da guerra, Antônio sofreu um acidente de avião nos arredores de Londres, falecendo em decorrência dos ferimentos em 29 de novembro de 1918, aos 37 anos. Isabel morreria em 14 de novembro de 1921, aos 75 anos. Ela foi inicialmente enterrada na França, mas seus restos mortais foram trazidos até o Brasil, onde ela foi enterrada novamente na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, ao lado de seus pais, Pedro II e Teresa Cristina, nomeado Mausoléu Imperial.
  • LOTE RETIRADO ATENDENDO INTERESSE DO ARQUIVO NACIONAL  - GUERRA DO PARAGUAI - ALMIRANTE TAMANDARÉ  JOAQUIM MARQUES LISBOA  FUTURO MARQUÊS DE TAMANDARÉ. CARTA DE MONTEVIDEO ESCRITA DE PUNHO EM 14/06/1864  COMANDANTE EM CHEFE DAS FORÇAS NAVAIS BRASILEIRAS NO RIO DA PRATA, A BORDO DA CORVETA NITHEROHY, AO SR. MANOEL BARROSO DA SILVA (ALMIRANTE BARROSO E BARÃO DE AMAZONAS), CHEFE DE DIVISÃO, COMANDANTE DA DIVISÃO NAVAL DO RIO DA PRATA DANDO INSTRUÇOES PARA DESEMBARQUE DOS PRAÇAS. EXCERTOS DO TEXTO:  COMANDO EM CHEFE DAS FORÇAS NAVAES BRAZILEIRAS NO RIO DA PRATA. BORDO DA CORVETA NITHEROY EM MONTEVIDÉO, 14 DE JUNHO DE 1864. ILMO EXMO SR. EM RESPOSTA AO OFFICIO QUE ME DIRIGIO HOJESOB N. 139 TENHO A DIZER QUE PODE MANDAR DESEMBARCAR OS PRAÇAS QUE CONCLUEM SEU TEMPO DE SERVIÇO NO DIA 16 DO CORRENTE SE NÃO QUISEREM CONTINUAR A SERVIR. DEUS GUARDE A VOSSA EXCELENCIA BARÃO DE TAMANDARÉ. VIDE NOS CREDITOS EXTRAS FOTO DA CORVETA NITHEROY. 26 CM DE ALTURANOTA: A Corveta Niterói, foi o terceiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem à antiga capital do Rio de Janeiro. A Niterói foi construída no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, segundo os planos de Napoleão Level. Teve sua quilha batida em 4 de maio de 1857, e depois de ter sua construção várias vezes interrompida foi lançada ao mar em 8 de abril de 1862 e foi incorporada e submetida a Mostra de Armamento em 6 de abril de 1863. Em 28 de junho, fez uma viagem de experiência. Em 3 de agosto, o Marinheiro João Manuel caiu ao mar do traquete, e quando estava prestes a se afogar foi salvo pelo Mestre do Navio, Antônio Joaquim Ribeiro. Por este feito, o Mestre Antônio Joaquim foi galardoado pelo Imperador com a Medalha Humanitária de 1ª Classe. Transportou ao Rio da Plata o Almirante Marquês de Tamandaré, nomeado Comandante-em-Chefe das forças navais destinadas a apoiar as reclamações diplomáticas do Brasil junto ao governo do Estado Oriental do Uruguai.Participou do ataque a Paysandu.  Em 28 de outubro, salvou os náufragos das galeras francesas "Napoleon III" e "Marie Élise", afundadas no porto de Buenos Aires por violento temporal.  Em janeiro, conduziu para o Rio de Janeiro os Almirantes Tamandaré e Barroso. Em abril, seguiu para o Pará, sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra Pedro Antônio F. da Silva, tomando parte nas solenidades da abertura do Amazonas à navegação internacional em 1º de junho. Em 30 de julho, uma de suas lanchas tomou parte no combate da lagoa Verá.  Realizou Viagem de Instrução de Guardas-Marinha, sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra Artur Silveira da Mota (futuro Barão de Jaceguai), ao Cabo da Boa Esperança. Saiu do Rio de Janeiro em 10 de fevereiro e chegou a Cidade do Cabo em 11 de março. No viagem de retorno escalou em Santa Helena, Fernando de Noronha, Recife, Bahia e Ilha da Trindade. Realizou Viagem de Instrução de Guardas Marinha, visitando Lisboa (Portugal), Plymouth (Reino Unido), Cadiz (Espanha), Gibraltar, Cartagena (Espanha), Toulon (França), La Spezia (Itália), Nápoles (Itália), Pisa (Itália), Trieste (Austria, hoje Itália), Veneza (Itália), Constantinopla (Turquia), Suez (Egito), Malta e Alger (Argélia).  Realizou Viagem de Instrução de Guardas-Marinha, sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra José da Costa Azevedo (futuro Barão de Ladário), visitando Recife, Faial, Plymouth, Le Havre, Cherbourg, Lisboa, Gibraltar, Nápoles, Palermo, Tanger, Ilha da Madeira, Recife e Salvador.
  • PRINCESA DONA JANUÁRIA DE BRAGANÇA (RIO DE JANEIRO 1822  NICE FRANÇA 1901)  IRMÃ MAIS VELHA DO IMPERADOR DOM PEDRO II - IMPERADOR DO BRASIL -  DESENHO A LÁPIS  DE CASTELO PROVAVELMENTE BASEADO EM GRAVURA. SOB O DESENHO INSCRIÇÃO P. D. JANUARIA 28 DE JANEIRO DE 1833.14 X 11,5 CM   NOTA: Januária de Bragança (Rio de Janeiro, 11 de março de 1822  Nice, 13 de março de 1901), cognominada "a Princesa da Independência", foi uma Princesa do Brasil, segunda filha do imperador Pedro I do Brasil e da imperatriz consorte Maria Leopoldina da Áustria, era irmã do imperador Pedro II do Brasil e da rainha Maria II de Portugal. De 1835 a 1845, deteve o título de Princesa Imperial do Brasil, como herdeira presuntiva de seu irmão, o imperador Pedro II, que era então menor de idade, e considerou-se a possibilidade de declará-la regente, embora isso nunca tenha se concretizado. D. Januária, nasceu infanta de Portugal, em 11 de março de 1822 no Palácio de São Cristóvão, Rio de Janeiro, Reino do Brasil. Quando nasceu, sua família estava de luto pela morte de seu irmão, João Carlos, Príncipe da Beira, meses antes. Era a segunda filha varoa do então herdeiro do trono português, Pedro de Alcântara, e de sua esposa, a arquiduquesa Leopoldina da Áustria. Por ter nascido no processo da independência do Brasil, foi chamada de "a Princesa da Independência". Seus avós paternos eram o rei João VI de Portugal, e sua esposa, a infanta Carlota Joaquina da Espanha, e os avós maternos eram o imperador Francisco I da Áustria, último monarca do Sacro Império Romano-Germânico, e sua esposa, a princesa Maria Teresa de Nápoles e Sícilia. A princesa cresce ao lado dos irmãos, Maria da Glória, Pedro de Alcântara, Paula Mariana, Francisca e sua meia irmã Isabel Maria, Duquesa de Goiás, filha do seu pai com a amante, Domitila de Castro, Marquesa de Santos. Aos quatro anos de idade, ficou órfã de sua mãe, a imperatriz Leopoldina, depois de abortar um menino, e anos depois vê seu pai casar com a sua nova mãe a princesa Amélia de Leuchtenberg. Aos nove anos de idade, seu pai abdicou como Imperador do Brasil e regressou a Portugal para restaurar a coroa de sua filha mais velha, Maria II, que havia sido usurpada pelo seu irmão mais novo, Miguel I. Januária não acompanha o pai, e fica no Brasil pois ela herdaria o trono caso seu irmão morresse. A princesa continuou a se comunicar com o seu pai por meio de cartas. Ela começou a viver com seus irmãos mais novos e vários tutores e sua infância foi marcada por uma educação rigorosa. Por ser ela, a mais velha dos príncipes que aqui ficaram, também era dela a responsabilidade de dar notícias ao pai e a sua nova mãe. Assim em 1833, a princesa Paula Mariana morreu antes dos 10 anos, Januária através de uma carta relatou o ocorrido ao pai:"Amado, papai. Apesar de nossas constantes súplicas ao céu, nossa querida irmã Paula Mariana foi embora. Não encontramos consolo. Nossa amada irmã não está mais conosco. Além disso, o pequeno Pedro adoeceu gravemente. Chegamos a pensar que ele estava com a mesma febre de Paula Mariana, mas graças a Deus ele melhorou e já está sentado em sua sala de estudos. Para agradecer, nós, irmã Chica e eu, sua filha Januária, não comeremos açúcar até o aniversário de Pedro, dia 2 de dezembro. Querido papai, estamos desesperados e com grande consternação. Temos muita saudade de vós e também da nossa irmã Maria da Glória e de todos aqueles que estão contigo em Lisboa. Com a promessa de ser sempre filhos obedientes e amorosos, Januária, Francisca e Pedro."Também foi à Januária que a Imperatriz Amélia dirigiu a notícia por carta da morte de D. Pedro I.Com a abdicação de Pedro I do Brasil em 1831 e imediata mudança para a Europa para reconquistar a coroa portuguesa para a sua filha primogênita Maria da Glória, a sucessão do trono brasileiro precisava ser modificada. Foi expedida pela Assembleia dos Deputados uma lei nomeando Januária como Princesa Imperial do Brasil.6 O regente, padre Diogo Antônio Feijó, disse apenas que aceitava o documento em nome da Princesa Imperial.No dia 4 de agosto de 1836, Januária (então com 14 anos de idade) entrou no salão do Paço do Senado, trazendo um rico vestido de ouro sobre o qual se divisava a insígnia da Grã Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro e, na presença dos deputados, com a mão sobre o missal, declarou solenemente com voz comovida:Juro manter a religião Católica, Apostólica, Romana; observar a Constituição Política da Nação Brasileira e ser obediente às leis e ao Imperador.Desta forma, Januária tornou-se Princesa Imperial do Brasil (herdeira do trono), até o nascimento de um filho de seu irmão Pedro II.
  • DOM PEDRO II - IMPERADOR DO BRASIL. DESENHO DA RUÍNA DE UM CASTELO FEITO POR DOM PEDRO II E POR ELE ASSINADO EM 10 DE ABRIL DE 1833. CERTAMENTE FEITO A PARTIR DE UMA GRAVURA JÁ DEMONSTRANDO UM TALENTO E UM HÁBITO QUE LEVARIA POR TODA VIDA, O DE DESENHAR, EM SUAS VIAGENS AO LONGO DE QUASE MEIO SÉCULO DE REINADO TINHA O HÁBITO DE ALÉM DE RELATAR TODOS OS DETALHES EM SEU DIÁRIO EXCECUTAR PRMOROSOS DESENHOS (VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE IMAGEM DE UM DESENHO FEITO PELO IMPERADOR QUANDO VISITOU O MORRO DE SÃO PAULO NA BAHIA EM 1859) . COM APENAS OITO ANOS DE IDADE O IMPERADOR MENINO BASEANDO-SE NA GRAVURA, TALVEZ DE ALGUM DE SEUS LIVROS INFANTIS, TRAÇOU A LAPIS E ASSINOU O PERFIL DO CASTELO. NO VERSO DO  DESENHO UMA PRIMEIRA TENTATIVA DO ESBOÇO ABANDONADA PELO MENINO. ESSE DESENHO JÁ CONSTOU EM INÚMERAS PUBLICAÇÕES SOBRE O IMPERADOR (VIDE FOTOS NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE). BRASIL, 1833. 14,5 X 10,5 CM NOTA: Os Soberanos e os Príncipes da Sereníssima Casa de Bragança frequentemente se destacaram por seus dotes musicais: desde o Rei Dom João IV de Portugal  notável compositor, que organizou uma das maiores bibliotecas musicais (livrarias de solfa, como se dizia na linguagem da época) da Europa  até o nosso Imperador Dom Pedro I  compositor, como é bem sabido, do Hino da Independência do Brasil e de numerosas peças clássicas de grande valor.Membros da Dinastia Bragantina também se destacaram na pintura, no desenho, na arquitetura e, por vezes, na literatura e nas ciências.Falamos aqui da Casa de Bragança, pois reinou tão longamente sobre Portugal e o Brasil. Talentos desses, porém, floresceram em muitas Famílias reinantes da Europa.De fato, historicamente, os períodos monárquicos corresponderam a fases de grande esplendor artístico dos povos; e o advento das Repúblicas, em via de regra, correspondeu ao minguamento das manifestações artísticas. Isso é o que teria levado o escritor francês Anatole France a afirmar que a Proclamação da República é a carta de alforria da feiura.
  • DOM PEDRO II LITOGRAVURA ORIGINAL OFICIAL DO IMPERADOR EM PAPEL DE LINHO. GRAVADA EM 1887. CONTÉM INSCRIÇÃO S.M O SR. DOM PEDRO II IMPERADOR DO BRAZIL. EM VISITAS E VIAGENS PELO PAÍS ESSA GRAVURA ERA PRESENTEADA AOS QUE RECEBIAM O CASAL IMPERIAL ERA UMA GENTIL FORMA DE PRESTIGIAR  A QUEM O MONARCA DESEJAVA  DISTINGUIR.. A GRAVURA ESTÁ EM EXCELENTES CONDIÇÕES, FOI LIMPA E MUITO BEM EMOLDURADA. BRASIL, SEC. XIX 62 X 46 CM. CONSIDERANDO O TAMANHO DA MOLDURA
  • ALBRECHT DURER (ALEMANHA, NUREMBERG 14711528 NUREMBERG)   A ÚLTIMA CEIA  (A GRANDE PAIXÃO)- OLD MAINSTER - LINDA XILOGRAVURA ASSINADA COM MONOGRAMA E DATADA 1523. NESTA OBRA ESPETACULAR, DÜRER CRIA UMA FASCINANTE VERSÃO DE A ÚLTIMA CEIA , PERTENCENTE À SÉRIE A GRANDE PAIXÃO . CADA PERSONAGEM E DISCÍPULO É METICULOSAMENTE DETALHADO, MOSTRANDO MOVIMENTOS E EXPRESSÕES CHEIAS DE SENTIDO  E DE CONTEMPLAÇÃO. SOMANDO-SE À MAGNIFICÊNCIA DAS PEÇAS ESTÃO JOGOS HABILIDOSOS DE ILUSÃO DE ÓTICA, MOSTRADOS ATRAVÉS DE ASPECTOS EXECUTADOS COM PRECISÃO DE ESCORÇO, PROFUNDIDADE E VOLUME DENTRO DA COMPOSIÇÃO. TOMANDO LIBERDADE COM A PERSPECTIVA, O TETO ABOBADADO, RECORTADO NAS LATERAIS, SERVE PARA CRIAR UMA ILUSÃO DE ÓTICA, AMPLIANDO A CÂMARA DÜRER ORGANIZOU PROPOSITALMENTE O AGRUPAMENTO DE FORMA A PERMITIR UMA VISÃO DESOBSTRUÍDA DE CRISTO. A FIGURA CENTRAL. EXEMPLAR IDENTICO A ESSE INCLUSIVE NA DIMENSÃO COMPÓE O ACERVO DA GALERIA NACIONAL DE ARTE EM WHASHINGTON (VIDE EM: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Albrecht_D%C3%BCrer,_The_Last_Supper,_1523,_NGA_603.jpg)    LISTADA NO RAISONNES DO ARTISTA  EM :  Bartsch. O Bartsch Ilustrado Vol. 10. Editado por Walter L. Strauss. Nova York: Abaris Books, 1981. Listado e ilustrado como catálogo raisonnè , Kurth, W. Dr. As xilogravuras completas de Albrecht Dürer . Nova York: Dover Publications, Inc., 1963. Listado e ilustrado como catálogo raisonne , Meder, J. Dürer-Katalog . Viena: Verlag Gilhoffer & Ranschburg, 1932. Listado e ilustrado como catálogo raisonne. PAWLAK, Manfred. Albrecht Dürer: 1471 a 1528, Das gesamte Graphische Werk, Druckgraphik, Band II. Página 152, Scheller, Robert W. e Boon, Karel G. A Arte Gráfica de Albrecht Dürer, Hans Dürer e a Escola Dürer, 1971 . Listado e ilustrado como catálogo raisonné, Strauss, WL Albrecht Dürer, Xilogravuras e Blocos de Madeira . Nova York: Abaris Books, 1980. 30,7 X 21,2 CM   SOMENTE A DIMENSÃO DA GRAVURA COM A MOLDURA TEM 56 X 45 CMNOTA: Albrecht Dürer foi um gravador, pintor, ilustrador, matemático e teórico de arte alemão e, provavelmente, o mais famoso artista do Renascimento nórdico, tendo influenciado artistas do século XVI no seu país e nos Países Baixos. A sua maestria como pintor foi o resultado de um trabalho árduo e, no campo das artes gráficas, não tinha rival. As suas xilogravuras, consideradas revolucionárias, são ainda marcadas pelo estilo gótico. É considerado como o primeiro grande mestre da técnica da aguarela, principalmente no que diz respeito à representação de paisagens. Os seus interesses, no espírito humanista do Renascimento, abrangiam ainda outros campos, como a geografia, a arquitectura, a geometria e a fortificação.Conseguiu chamar a atenção do imperador Maximiliano I para o seu trabalho, tendo sido por ele nomeado pintor da corte em 1512. Viveu, provavelmente, duas vezes na Itália em adulto. Em 1520, depois da morte do imperador, partiu para os Países Baixos, visitou muitas das cidades do norte e conheceu pintores e homens de letras, como Erasmo de Roterdão.NOTA: Albrecht Dürer foi o maior artista alemão da Renascença. Experimentou diversos meios de expressão e ficou conhecido por suas delicadas aquarelas da vida animal e vegetal, assim como por suas dramáticas xilogravuras e pelas elaboradas gravuras em metal de temas religiosos, que lhe deram fama internacional ainda em vida. Sua arte é uma mistura de tradições nórdicas e meridionais, profundamente influenciada pela pintura veneziana. Dürer era um homem independente, orgulhoso de sua aparência física e de seu talento. Inteligente e culto, relacionava-se com humanistas e eruditos e, entre seus clientes, incluía-se o Imperador Maximiliano I. Também profundamente religioso, em seus últimos anos deixou-se cada vez mais persuadir pela Reforma luterana. Albrecht Dürer era um homem religioso, inclinado ao misticismo. Mas tinha também uma curiosidade quase insaciável a respeito de tudo que se percebesse por meio dos sentidos. Possuía, ainda, um extraordinário poder de observar e pesquisar. Assim, aliando seu espírito inquieto, sempre em busca do novo, ao talento do artista, Albrecht Dürer deu uma dimensão universal às suas criações, trazendo o Renascimento para o interior das rígidas e tradicionais fronteiras alemãs. Nasceu em 21 de maio de 1471, em Nuremberg, filho de um ourives que emigrara da Hungria. Sua mãe, Barbara Holper, era filha do mestre de seu pai. O casal teve dezoito filhos  e Albrecht foi o terceiro. Quando criança, freqüentou a escola latina local e ali conheceu Willibald Pirckheimer, jovem da nobreza, que mais tarde se tornaria um respeitado estudioso humanista. Ficaram amigos e manteriam correspondência por toda a vida. Depois de deixar a escola, Dürer estudou, como era costume, o ofício de ourives, na oficina paterna. Já demonstrava sinais de seu extraordinário talento artístico. Nas memórias que escreveu pouco antes de sua morte, comenta: Meu pai sentia uma especial satisfação comigo, pois via que era ávido de saber como fazer as coisas e, assim, ensinou-me o ofício de ourives, mas, ainda que eu pudesse realizar aquele trabalho com tanto capricho quanto se espera, minha alma era mais da pintura. Expus toda a questão a meu pai que longe se sentir feliz, lamentou o tempo perdido; mesmo assim, cedeu. Nessa época, os ourives pertenciam à classe dos artesãos (onde se incluíam também pintores) e por seus estúdios passavam pessoas cultas e de alto nível de vida  compondo, portanto, um ambiente estimulante para quem tivesse inclinação artística. Esse era, justamenre o caso de Albrecht. Só que, aos 15 anos, ele começava a trabalhar como aprendiz no estúdio de Michael Wolgemut, um pintor de prestígio em Nuremberg. Em 1490, depois de quatro anos ali, Dürer partiu para o tradicional ano de bacharel alemão, um período de viagens por muitas cidades, quando então o jovem desfrutava a vida antes de se estabelecer e de assumir responsabilidades familiares. Dürer viajou pelo que era, na época, o Sacro Império Romano, e desse tempo de tantas viagens há poucas notícias e se conhecem poucas obras. Entre elas há, porém, uma tela: Auto-Retrato com Flor de Rícino, de 1493. A flor, símbolo da fecundidade conjugal, tem sido interpretada como alusão ao noivado com Agnes Frey. Dürer retornou a Nuremberg para se casar, na primavera de 1494. Alguns meses após o casamento, partiria só, para sua primeira viagem à Itália. Certamente sua curiosidade o levava ao encontro das novidades acerca do que faziam os novos mestres italianos da pintura e do desenho. Os artistas alemães, disse ele, eram inconsistentes como uma árvore selvagem intata, já os italianos haviam redescoberto há duzentos anos a arte venerada por gregos e romanos.Era difícil o transporte nas viagens de longa distância, e a jornada pelos Alpes em lombo de cavalo oferecia tanto perigo quanto beleza. Dürer deixou registrada sua impressão do panorama alpino numa série brilhante de aquarelas. Em Pádua visitou Pirckheimer é, por seu intermédio, entrou em contato com a obra dos humanistas italianos, cuja curiosidade científica e independência de pensamento muito o impressionaram. Mas o ponto culminante de sua viagem foi Veneza. Com sua insaciável sede de conhecimento e com a perseverança que também sempre o caracterizou, Dürer dedicou-se a aprender tudo o que os mestres contemporâneos pudessem lhe ensinar. Estudou a ciência da perspectiva e o retrato do modelo nu; copiou os trabalhos de Mantegna e de outros gravadores; e discutiu a respeito das diversas teorias da arte em meio ao círculo de pintores venezianos.De volta para casa em 1495, levava em sua bagagem os rudimentos do Renascimento italiano e a ambição de transplantá-los para sua própria terra. Ganhava a vida com xilogravuras e gravuras em metal, que sua esposa e sua mãe vendiam nos mercados públicos e nas feiras, e que corriam toda a Europa nas mãos dos mercadores.Uma época tumultuada essa, e as inquietações místico-religiosas que envolviam a Europa do norte nos estertores da Idade Média foram invocadas com incomparável talento na gravura O Apocalipse de São João (1498), a primeira obra-prima de Dürer. Ainda que impressa na gráfica de seu padrinho, Anton Koberger, em Nuremberg, Dürer insistiu para que seu nome figurasse como editor. Isso fazia parte da campanha que sempre manteve para elevar o status do artista do norte europeu e também para assegurar o reconhecimento de sua arte. Dois anos mais tarde, pintou novo Auto-Retrato, encarando de modo direto o observador, em pose deliberadamente reminiscente de Cristo. Uma pose solene, que o exibe orgulhoso e consciente de sua distinção artística. Retratou-se como era visto.Nos anos seguintes, Dürer continuou a assimilar as lições de sua temporada italiana, produzindo uma notável variedade de trabalhos. Algumas encomendas de pinturas chegavam de burgueses e de aristocratas, incluindo o poderoso Eleitor da Saxônia, Frederico o Sábio. Mas foram suas xilogravuras e, cada vez mais, suas gravuras em metal, que lhe deram fama e lhe permitiram alcançar a independência que sempre ansiara tão obstinadamente.No final do verão de 1505, Dürer voltava à Itália com o encargo de pintar um retábulo para a associação dos comerciantes alemães, em Veneza  onde se estabeleceu por mais de um ano.Suas gravuras eram então muito conhecidas na Itália, respeitadas por artistas e por figuras eminentes, como o doge e o patriarca de Veneza que o visitavam em seu estúdio. Ele estava decidido a mostrar aos venezianos que não era apenas um desenhista talentoso mas também um mestre da pintura e da cor, como o enigmático Giorgione, cujas imagens sombrias causavam grande admiração na época. Apesar disso, sua maior inclinação era a obra de GioVanni Bellini, grande mestre da geração anterior. Quando Bellini, aos 80 anos, o visitava e elogiava seu trabalho, Dürer, então com 35 anos, vivia momentos de realização.Ele desfrutava a vida veneziana, a companhia de outros artistas, a comida, o vinho e a beleza da cidade. Apreciava, acima de tudo, o respeito dispensado pelos italianos a seus artistas, em franco contraste com a sovinice dos burgueses alemães. Como sentirei falta do sol, escreveu, lamentando seu regresso. Aqui sou um cavalheiro; em meu país, um parasita.Estranhamente, porém, quando lhe foram oferecidos 200 ducados para que permanecesse em Veneza por mais um ano, recusou. E, em janeiro de 1507, chegava de volta a seu país. A situação em Nuremberg não mudara: continuavam poucas as oportunidades dos grandes encargos públicos  exatamente as bases em que os italianos erigiram a própria reputação. Assim, Dürer foi pouco a pouco abandonando a pintura para se concentrar mais em seu trabalho como gravador. Sua popularidade aumentou e, em 1509, ele pôde finalmente adquirir a casa em que vivia.De 1512 a 1520, Dürer trabalhou quase exclusivamente para o Imperador Maximiliano I, tornando-se uma espécie de decorador oficial: além de ilustrar manuscritos e livros, desenhava brasões e estandartes, projetava cortejos e colaborou na criação do Arco do Triunfo, uma composição imensa, em forma de arco e constituída por centenas de xilogravuras. Em 1513, foi feito cidadão honorário do Grande Conselho de Nuremberg, honra sem precedentes para um artista do norte alpino; e, em 1515, o imperador lhe concedeu uma anuidade de 100 florins pelo resto de sua existência. A despeito de todo o sucesso, nem tudo foi fácil para Dürer. Sua renda era relativamente elevada, mas logo suas despesas se equipararam a ela: gastava e emprestava dinheiro livremente, enchendo sua casa com objetos estranhos e preciosos, de todo o tipo. Em 1514, a morte de sua mãe o deixou abalado, mergulhando-o numa crise artística e espiritual, que se refletiu na gravura Melancolia I. Estava ainda obcecado pelo vulto das conquistas italianas e, em parte, pelos ideais de beleza e harmonia que sempre pareciam lhe escapar.Em 1517, Martinho Lutero fez seu primeiro grande ataque à corrupção na Igreja, dando início à insurreição que culminaria na Reforma. Dürer lia avidamente os escritos de Lutero, que lhe chegavam às mãos por intermédio de reformadores como Filipe Melanchthon, um humanista erudito que, como o próprio Dürer, procurava transpor a distância entre o novo aprendizado da Itália e a nova fé da Alemanha. Os ensinamentos de Lutero parecem ter trazido certo alívio ao turbilhão interior de Dürer. Em 1520 ele iria escrever: Se me acontecer, com a ajuda de Deus, de encontrar o dr. Martinho Lutero, gostaria de retratá-lo cuidadosamente, gravando-o em cobre, para que permaneça a lembrança desse homem cristão, que me auxiliou a livrar-me de grande angústia.Com a morte do Imperador Maximiliano I, em 1519, o Conselho de Nuremberg suspendeu sua pensão vitalícia, levando-o a empreender uma longa viagem aos Países Baixos a fim de se encontrar com o novo imperador e lhe pedir a renovação de sua anuidade. Dürer deixou Nuremberg em 1520, acompanhado pela esposa e por uma criada. Levava consigo gravuras em metal e xilogravuras e com elas pagou as despesas ao longo da viagem. Manteve um diário detalhado, no qual registrou todas as despesas e tudo o que viu e ouviu, assim como um caderno de esboços. Na verdade, essa viagem foi do mais absoluto triunfo: em toda parte era recebido por homens ricos e poderosos, festejado pelos artistas como o maior artista alemão de seu tempo  ele concretizava, assim, o velho sonho de elevar o status público do artista.Ao longo da viagem, Dürer também procurou conhecer as obras de arte notáveis e os artistas importantes de cada cidade. Fez uma penosa incursão à Zelândia, no norte agreste do país, em busca de uma baleia  como soubera  encalhada ali. Mas, ao chegar, a criatura já retornara ao mar. Da Zelândia restou-lhe apenas uma espécie de febre que o debilitaria pelo resto da vida. Em Aix-la-Chapelle, assistiu à coroação do novo imperador, Carlos V, e teve sua anuidade confirmada. Dürer ainda pintou diversos retratos e vendeu muitas gravuras, mas era tal sua paixão por coleções  incluindo objetos como cascos de tartaruga, papagaios, corais, conchas e marfins  que fez da viagem, em seu todo, um prejuízo financeiro.Estava em Antuérpia quando chegaram notícias da prisão de Lutero. Ele e a mulher voltaram o mais rápido possível para Nuremberg e, ao chegarem, em agosto de 1521, encontraram sua cidade mergulhada em tumultos. Amigos e alunos de Dürer haviam sido banidos sob acusação de idéias heréticas; na zona rural crescia o descontentamento que, mais tarde, explodiría na Guerra Camponesa de 1525. Dürer, embora cauteloso, não disfarçava sua simpatia pelos novos movimentos. Aliando tal sentimento às próprias preocupações religiosas, preparou sua última grande pintura, o retábulo Os Quatro Apóstolos. Aqui, seu profundo sentimento religioso está em perfeita harmonia com seu amor pela arte e, mais que isso, nessa obra culminante, sua arte tomou o aspecto de um manifesto, traduzindo seu engajamento na Reforma Luterana. Doou a obra ao Conselho de Nuremberg, em 1526, inscrevendo nela esta advertência contra os falsos profetas: Todos os governantes temporais destes tempos perigosos deveríam ficar atentos para que não venham a seguir o descaminho humano ao invés da palavra de Deus. Porque Deus nada irá acrescentar ou suprimir de sua palavra.Nos últimos anos de vida, Dürer concentrou esforços em seus escritos: publicou trabalhos sobre proporção e perspectiva, além de compor a crônica de sua família e as próprias memórias.Também deu início, mas não viveu o bastante para concluir, a uma obra contendo recomendações aos jovens artistas. Morreu em 6 de abril de 1528, aos 57 anos, em Nuremberg. Não deixou discípulos, mas o legado de sua obra ajudou a arte alemã a florescer, primeiro no Renascimento, depois no Romantismo. Entre os artistas de seu tempo foi, sem dúvida, o mais universal. E para muitos, como Melanchthon, ele foi um sábio, cujos talentos artísticos, eminentes como eram, ainda assim consistiam na menor de suas virtudes.
  • A BATALHA DE BREDA  CENA DE BATALHA DE BREDA OCORRIDA EM 1625  DURANTE A GUERRA DOS TRINTA ANOS ENTRE PAÍSES BAIXOS E ESPANHA. PINTURA SOBRE PLACA ASSINADO RUI.  APRESENTA O CONFLITO ENTRE O EXERCITO ESPANHOL COM UNIFORME VERMELHO E O EXÉRCITO DA HOLANDA COM UNIFORME AZUL. A BATALHA É APRESENTADA COM CAVALARIA E INFANTARIA. AO FUNDO UM MOINHO DE VENTO APARECE EM CHAMAS. FOI ESSE CONFLITO A REVELAR A HABIADADE E ENGENHOSIDADE DO PRINCIPE MAURICIO DE  NASSAU QUE O HABILITARIA AO COMANDO DA INVASÃO HOLANDESA A PERNAMBUCO NO BRASIL. PAISES BAIXOS, SEC. XVIII/XIX. 16 X 14 CMNOTA: O cerco (Ou assédio) de Breda de 1624 a 1625 ocorreu durante a Guerra dos Oitenta Anos. O cerco aconteceu em Breda, uma cidade fortificada holandesa, que acabou sob o controle do exército da Flandres. Seguindo as ordens de Ambrogio Spinola, o exército de Filipe IV sitiou Breda em agosto de 1624. O cerco foi contrário aos desejos do governo de Filipe IV, devido aos encargos já excessivos das guerras simultâneas dos oitenta e trinta anos. A cidade estrategicamente localizada foi fortemente fortificada e fortemente defendida por uma guarnição grande e bem preparada de 7.000 homens, que os holandeses estavam confiantes de que aguentariam o tempo suficiente para derrubar os sitiantes enquanto aguardavam uma força de socorro para interromper o cerco. Apesar da oposição do governo espanhol a grandes cercos nos Países Baixos e dos obstáculos que enfrentam qualquer ataque a uma cidade tão fortemente fortificada e defendida, Spinola lançou sua campanha em Breda, bloqueando rapidamente as defesas da cidade e expulsando um exército de ajuda holandês sob a liderança de Maurício de Nassau, que tentara interromper o acesso do exército espanhol a suprimentos. Em fevereiro de 1625, uma segunda força de socorro, composta por 7.000 soldados ingleses sob a liderança de Horace Vere e Ernst von Mansfeld, também foi expulsa por Spinola. Depois de um oneroso onze meses, Justin de Nassau rendeu Breda em 2 de junho de 1625. Apenas 3.500 holandeses e menos de 600 ingleses sobreviveram ao cerco.  O cerco de Breda é considerado o maior sucesso de Spinola e uma das últimas grandes vitórias da Espanha na Guerra dos Oitenta Anos. O cerco fazia parte de um plano para isolar a República de seu interior e coordenado com a guerra naval de Olivares liderada pelos Corsários, para sufocar economicamente a República Holandesa. Embora as lutas políticas dificultassem a liberdade de movimento de Spinola, os esforços da Espanha na Holanda continuaram depois. O cerco de 1624 chamou a atenção dos príncipes europeus e, junto com outras batalhas vitoriosas como a Batalha de Montanha Branca (1620), foi recuperada a formidável reputação que mantinha o exército espanhol ao longo do século anterior.Nos últimos estágios das guerras combinadas dos Oitenta e Trinta Anos, que haviam sobrecarregado bastante os recursos espanhóis, Breda foi perdida para os holandeses sob o comando de Frederico Henrique após um cerco de quatro meses. No Tratado de Vestfália em 1648, que encerrou as guerras dos Trinta e Oitenta Anos, Breda foi cedida à República Holandesa.
  • PRINCIPE MAURÍCIO DE NASSAU (1604-1679) -  CHAMADO O BRASILEIRO  RARÍSSIMA CARTA ESCRITA DURANTE A GUERRA DOS TRINTA ANOS ENTRE PAÍSES BAIXOS E ESPANHA EM 22 DE JUNHO DE 1626.  PARTICIPANDO NESSE MOMENTO DA CAMPANHA MILITAR DE BREDA, PARA RETOMAR A CIDADE DOS ESPANHÓIS HAVIA INICIADO A RECONQUISTA DAS PRAÇAS FORTES ESTRATÉGICAS AO LONGO DOS RIOS, UMA VEZ QUE COM A CRISE EM MANTUA A ESPANHA PARA ALI DESLOCOU TROPAS. ESCREVE COMO CAPITÃO DO EXÉRCITO NEELANDES. FOI GRAÇAS AS SUAS PROEZAS MILITARES NESSE CONFLITO QUE SEU NOME FOI COBERTO DE PRESTÍGIO E RECONHECIDA SUA EXPERIÊNCIA MILITAR. ASSINA PRINCIPE DE NASSAU. BREDA, 22 DE JUNHO DE 1626. CURIOSAMENTE  O PRÍNICPE MAURÍCIO DE NASSAU TERIA SUA CASA ENTRELAÇADA AO INIMIGO FIGADAL, A CASA REAL DE AVIS, DOS REIS DE PORTUGAL, ISSO ACONTECEU PELO CASAMENTO SECRETO DE SUA IRMÃ  EMÍLIA DE NASSAU COM O PRINCIPE MANUEL DE PORTUGAL FILHO DO REI DOM ANTONIO I, O PRIOR DE CRATO, ÚLTIMO REI DA DINASTIA PORTUGUESA DE AVIS  DESTRONADO POR FILIPE DA ESPANHA NO PERÍODO DA DOMINAÇÃO FILIPINA. O PRINCIPE MAURÍCIO NÃO GOSTOU NADA DA UNIÃO, PELO CONTRÁRIO, O FILHO DE UM REI PORTUGUÊS DESTRONADO, UM SOBRINHO DO ELEITOR PALATINO, DO INIMIGO SACRO IMPÉRIO GERMÂNICO TAL FOI O DESAGRADO QUE O PRINCIPE MAURÍCIO DE NASSAU CORTOU RELAÇÕES COM SUA IRMÃ E A BANIU DURANTE DEZ ANOS DE SUA CORTE. NO FIM DA VIDA, SE RECONCILIARAM MAS ELE TEVE DE CONFORMAR-SE COM  SEUS SOBRINHOS COM O SANGUE PORTUGUÈS DE AVIS. NOTA: Johann Mauritius (João Maurício) Van Nassau-Siegen, nasceu no Castelo de Dillemburg, na Alemanha, em 17 de junho de 1604.Filho de uma tradicional família da nobreza, ele nasceu na casa de Nassau, sendo o primogênito do segundo casamento do conde João VII de Nassau.Sua educação formal começou na Universidade da Basileia, a partir dos 10 anos de idade. Em 1616, ele entrou no Collegium Mauritianum.Casou-se com Margarida de Holstein, princesa de Holstein-Sonderburg e ingressou na carreira militar a serviço dos Países Baixos em 1621, durante a "Guerra dos Trinta Anos", contra a Espanha, na qual se destacou e ganhou fama. Em 1626 foi promovido a Capitão e, em 1629, a Coronel.Mais tarde, em 1632, Nassau muda-se para Haia, onde inicia a construção da luxuosa Mauritshuis, hoje um ponto turístico da cidade holandesa e projeto do famoso arquiteto Jacob Van Campen.Porém, esta obra veio a afetar os recursos financeiros de Nassau, que, por esse motivo, aceita o convite da "Companhia Holandesa das Índias Ocidentais" para administrar a colônia holandesa no Brasil em 1636-1637, com o título de governador e comandante-chefe, além de uma excelente remuneração.Regressa aos Países Baixos em 1644, sendo elevado a General de Cavalaria e nomeado Comandante da Guarnição de Wesel.Maurício de Nassau desembarca em Recife no ano de 1637, governando a colônia por sete anos, num mandato de cinco anos e prolongável.Assim que chegou ao Brasil, organizou os expedientes militarmente a fim de expulsar os luso-espano-brasileiros para além do São Francisco, o que logrou feito em pouco.Regressou ao Recife no início do Inverno deste mesmo ano, quando passou a dedicar-se ao restabelecimento da administração civil e militar da colônia. Restabeleceu a produção da capitania por meio da oferta de empréstimos para recuperação dos engenhos de açúcar.Nassau desenvolveu a economia açucareira no Nordeste com métodos aperfeiçoados de cultivo da cana-de-açúcar e do fumo.No Recife, foi responsável pela drenagem de terrenos, construção de canais, diques, pontes, palácios (Palácio de Friburgo e Palácio da Boa Vista), jardins (botânico e zoológico), o museu natural, o observatório astronômico.Também ganha créditos por ordenar serviços públicos de primeira ordem, como o corpo de bombeiros e a coleta de lixo.Porém, em 30 de setembro de 1643, Maurício de Nassau recebe a "Carta de dispensa dos Estados Gerais" e parte numa esquadra de treze naus com uma carga avaliada em 2,6 milhões de florins, levando para seu palácio de Haia, objetos e pinturas que adornavam seu palácio no Brasil e a promessa de cargos importantes na Europa.Maurício de Nassau falece no dia 20 de dezembro de 1679 em Kleve, na Alemanha.O DOMINIO HOLANDÊS NO BRASIL: Em 1581, sete pequenas repúblicas do norte da Europa derrotaram a Espanha e se tornaram independentes. Juntas, elas formaram a Holanda. Era um país diferente. Primeiro porque era uma república, numa época em que a moda era ser monarquia.Segundo, porque era um dos poucos lugares do Velho Continente onde todo mundo podia manifestar sua própria religião. Tudo isso só durou até 1672, mas, nesses quase cem anos, os holandeses dominaram vários lugares do mundo: as Guianas, algumas ilhas perto do Japão, vilas do lado da China, a ilha de Java e a África do Sul.Também tomaram conta de uma pequena ilha nos Estados Unidos, na cidade que hoje se chama Nova York. E eles mexeram também com um território espanhol chamado Pernambuco. esde 1580, a Espanha controlava Portugal, e portanto também mandava no Brasil. Os holandeses  ou flamengos  queriam tirar de seus antigos donos espanhóis a região mais rica do Brasil naquela época, o Nordeste. Começaram em 1624, com uma tentativa de dominar a capital, Salvador. Com a força de 25 navios a vela, eles conseguiram. Mas só por um ano. Depois disso, a Espanha retomou a cidade e matou os 1.900 soldados inimigos que estavam ali. Em 1630, os flamengos voltaram com 67 navios e atacaram a praia de Pau Amarelo, no litoral de Pernambuco. Essa capitania era bem importante: tinha mais de 120 engenhos e estava no centro da mais importante região produtora de açúcar do mundo.Dali se instalaram em Recife e Olinda, onde conseguiram ficar por 24 anos. Batizada de Nova Holanda, Recife ganhou um governador-geral chamado Johan Maurits Von Nassau-Siegen. Ao chegar, em 1637, Nassau começou a revolucionar para sempre a cidade.O novo governador não veio sozinho. Com ele chegaram a Recife 46 artistas, cronistas, naturalistas e arquitetos. Esse pessoal documentou todas as obras do governo e também pesquisou a natureza e a população da nova colônia. Começou então um período de crescimento cultural que o Brasil nunca tinha conhecido antes, e demoraria para encontrar de novo. Eles projetaram uma nova cidade, reproduziram as paisagens, fizeram mapas, catalogaram animais e plantas e retrataram os índios e os escravos. Até hoje esse trabalho é considerado importante para a história das ciências, diz o historiador Leonardo Dantas Silva.Nassau encontrou uma cidade miserável de 7 mil moradores. Ele não demorou para começar a reforma geral. Primeiro mexeu na Ilha de Antônio Vaz (que hoje é o bairro de Santo Antônio, no centro do Recife), onde construiu a Mauritsstaden  ou, em bom português, a Cidade Maurícia.Ali fez ruas, praças, pontes, mercados, canais, jardins e saneamento. Também mandou que os moradores varressem a rua em frente de suas casas e parassem de jogar dejetos nas calçadas. Continuando as obras, construiu uma ponte para ligar a Cidade Maurícia ao bairro do Recife. Foi a primeira ponte da América Latina.Ela existe até hoje e é chamada de Ponte Maurício de Nassau. Recife virou a cidade mais cosmopolita da América. Holandeses, franceses, alemães e poloneses correram para lá. Mulheres holandesas chegaram para trabalhar nos novos bordéis, que ficaram famosos no mundo inteiro. Logo muita gente estava com sífilis, uma doença sexualmente transmissível.Nassau prestava contas à Companhia das Índias Ocidentais, a empresa holandesa que cuidava de todos os territórios ocupados no lado do oceano Atlântico. E foi por causa de suas brigas com os patrões que ele acabou sendo demitido, em 1643.Acontece que o governador gastava muito dinheiro com suas obras, e não dava o lucro que a Companhia esperava. Além disso, os holandeses tomaram conta dos engenhos de açúcar, mas não aprenderam como eles funcionavam.Então Nassau dependia dos portugueses  por isso, ele era obrigado a fazer uma média e não cobrar parte dos impostos. A Companhia pediu que Nassau fosse para cima de todo mundo que estivesse endividado, mas ele não obedeceu. Acabou dispensado.Depois veio o caos: em 1645 os portugueses começaram uma guerra pela independência que durou até 1654. No auge da penúria e da violência, os recifenses foram obrigados a comer gatos, cachorros, cavalos selvagens e ratos.O conde Nassau voltou à Europa no mesmo barco que o trouxe ao Brasil, o Zuphen. Levou 13 navios e muito, mas muito dinheiro: 2,6 milhões de florins. Dava para construir 18 pontes iguais à que ele tinha feito.Na bagagem, também estavam amostras de plantas, animais e objetos indígenas e toda a produção de seus pintores e cronistas. Esse material deu aos europeus uma ideia inédita das riquezas do Novo Mundo. E também fez com que Johan Maurits ficasse conhecido, na Holanda, como Maurício Brasileiro. EXTRAIDO DE: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/terra-brasilis/nassau-o-brasileiro.phtml
  • DONA MARIA PIA DE SABOYA (1847-1911).  RAINHA CONSORTE DE PORTUGAL ESPOSA DE DOM LUIZ I. CARTA DA RAINHA DIRIGIDA AO CARDEAL SCHWARZENBERG DATADA DE 5 DE FEVEREIRO DE 1863 ESCRITA EM.  AGRADECENDO VOTOS DE FELIZ NATAL. SELO SECO COM AS ARMAS REAIS.  EXCERTOS DO TEXTO: ILUSTRISSIMO E REVERENDÍSSIMO EM CHRISTO PADRE CARDEAL SCHWARZENBERG: MEU COMO IRMÃO MUITO AMADO. EU DONA MARIA PIA DE SABOYA POR GRAÇA DE DEUS RAINHA DE PORTUGAL, E DOS ALGARVES, DAQUEM E DALEM MAR EM ÁFRICA SENHORA DE GUINÉ E DA CONQUISTA, NAVEGAÇÃO  E COMÉRCIO DA ETIÓPIA, ARAPIA, PÉRSIA E DA INDIA ETC...VOS ENVIO MUITO SAUDAR COMO AQUELE QUE MUITO AMO E PREZO. AS OBSEQUIOSAS EXPRESSÕES QUE ME DIRIGISTES POR MOTIVO DA FESTIVIDADE DO SANTÍSSIMO NATAL., OS TESTEMUNHOS DE INTERESSE QUE MOSTRAIS  PELA MINHA PROSPERIDADE AVIVAM A ESTIMAÇÃO QUE FAÇO DE VOSSO MERECIMENTO E OS ILLUSTRISSIMO REVERENDISSIMO EM CHRISTO PADRE CARDEAL SCHWARZENBERG. MEU COMO IRMÃO MUITO AMADO NOSSO  SENHOR HAJA A VOSSA PESSOA EM SUA SANTA GUARDA. ESCRIPTA NO PALACIO DE AJUDA EM 5 DE FEVEREIRO DE 1863.  ASINA RAINHA. NOTA: ainha de Portugal pelo seu casamento com o rei D. Luís I. Nasceu em Turim a 16 de outubro de 1847, sendo filha de Vítor Manuel, então príncipe do Piemonte, mas que mais tarde, em 1849, foi aclamado rei de Sardenha, e em 1867, rei da Itália. Sua mãe era a arquiduquesa D. Maria Adelaide Francisca Reinero Elisabete Clotilde, que faleceu em 1854, deixando sua filha, a princesa senhora D. Maria Pia, apenas com sete anos de idade, entregue aos cuidados da condessa de Vila Marina, que esmeradamente a educou. Em 1862 foi pedida em casamento, pelo rei D. Luís, indo a Turim com esse encargo, em especial missão, o visconde da Carreira, que nessa ocasião foi agraciado com o título de conde, Luís António de Abreu e Lima, camareiro-mor e oficial-mor da Casa Real. O ilustre diplomata ia também encarregado de ajustar o contrato matrimonial. Chegou a Turim a 3 de agosto de 1862, sendo o contrato assinado no dia 9 do citado mês. O rei de Itália dava 500.000 francos de dote a sua filha, 100.000 para o enxoval, e jóias no valor de 250.000. O dote devia ser entregue ao tesouro português vencendo o juro de 5 % ao ano, pago em trimestres, ou empregado em bens de raiz, dando o rei de Portugal em hipoteca ao dote de sua esposa a parte dos rendimentos do Estado que fosse suficiente para isso. O casamento realizou-se em Turim por procuração, em 27 de setembro do mesmo ano de 1862, sendo o rei D. Luís representado pelo príncipe Carignan de Sabóia, lançando a bênção nupcial o arcebispo de Génova. No dia 29 embarcou a jovem rainha de Portugal, em Génova, a bordo da corveta Bartolomeu Dias, partindo para Lisboa acompanhada pelas corvetas Estefânia e Sagres, e pelas corvetas italianas Maria Adelaide, Duque de Génova, Itália, Garibaldi, e o vapor aviso Anthion. A esquadra chegou a Lisboa a 5 de outubro, indo esperá-la fora da barra os vapores de guerra Lince e Argos, os vapores de comércio D. Antónia, D. Luís, Açoriano e Torre de Belém. A corveta Bartolomeu  Dias fundeou em frente de Belém, indo logo a bordo o rei D. Luís, o rei D. Fernando, o conselho de Estado, ministério, etc. Para o desembarque da rainha, que se efectuou no dia 6, construiu-se um rico e vistoso pavilhão no Terreiro do Paço, representando o templo do Hymineu, tendo na parte do friso as seguintes inscrições feitas por António Feliciano de Castilho: do lado do norte:DA BELLA ITÁLIA ESTRELLA SOBERANASEJAES BEM VINDA À PRAIA LUSITANAdo lado do sul:FILHA DE REIS HEROES, DE REIS HEROES ORIGEMEM NOVA ITALIA OS CEUS THRONO D'AMOR TE ERIGEMNo dia 6, pelo meio-dia, embarcou o rei D. Luís no bergantim real, indo a Belém buscar a rainha. Concluída a cerimónia no Terreiro do Paço, que foi brilhante e entusiástica, dirigiu-se o grandioso cortejo para a igreja de S. Domingos, onde se procedeu à cerimónia da ratificação do casamento e se cantou um solene Te Deum, composição do maestro Manuel Inocêncio dos Santos. Em comemoração do real consórcio realizaram-se festas durante três dias, havendo brilhantes iluminações, tanto nos edifícios públicos, como em muitas casas particulares, produzindo grande efeito as do Terreiro do Paço e da praça de D. Pedro. Houve parada, fogos de artifício, récitas de gala no teatro de D. Maria, com o drama histórico em cinco actos, de Mendes Leal, Egas Moniz, e no de S. Carlos, cantando se opera Ernani, de Verdi. A rainha Senhora D. Maria Pia conservou-se sempre alheia aos acontecimentos políticos durante o reinado de D. Luís. Só quando se deu a revolta de 19 de maio de 1870, à noite, indo o marechal duque de Saldanha, à frente dos revoltosos cercar o palácio da Ajuda intimando a demissão do ministério presidido pelo duque de Loulé, é que a varonil soberana afirmou notavelmente a sua energia e coragem. (V. neste volume, pág. 569 e seguintes, artigo dedicado a D. Luís I). Mais tarde, a 2 de outubro de 1873, achando-se a banhos em Cascais, e tendo ido passear com seus filhos ao longo da costa, até ao sitio chamado Mexilhoeiro, correu grande perigo a sua existência. Vendo uma onda arrebatar os príncipes, a heróica rainha lançou-se imediatamente ao mar para os salvar, e seria irremediavelmente vitima da sua dedicação maternal, se não viesse em seu auxilio e dos príncipes o ajudante do faroleiro da Guia, António de Almeida Neves, que conseguiu arrastar para terra a rainha e seus filhos. Por este acto foi a soberana agraciada com medalha douro concedida ao mérito, filantropia e generosidade, por carta régia de 3 de outubro de 1873, sendo também recompensado o heróico salvador com uma condecoração e uma pensão vitalícia. O Inverno de 1876 foi rigorosíssimo, produzindo grandes inundações, que deram origem a enormes desgraças, ficando muitas famílias na miséria. Por iniciativa da bondosa rainha organizou-se logo uma comissão para angariar donativos, a qual se compunha dos seguintes senhores, alguns dos quais já hoje não existem: Cardeal Patriarca D. Inácio, duque de Palmela, conde de Rio Maior, Francisco de Oliveira Chamiço, Carlos Ferreira dos Santos e Silva, António José de Seixas, Flamiano Lopes dos Anjos, Pereira de Miranda, duque de Loulé, marquês de Ficalho, visconde Ribeiro da Silva, Martens Ferrão, visconde de Valmor, e as senhoras: duquesa de Ávila, condessas de Sousa Coutinho, Rio Maior e Ficalho, viscondessas da Gandarinha e Porto Covo; D. Gabriela de Sousa Coutinho, D. Maria Teresa de Assis Mascarenhas, D. Maria Palha Brandão, D. Capitolina Viana e D. Maria do Patrocínio Barros Lima Eugénio de Almeida. Os donativos recebidos ascenderam a mais de réis 200.000$000, formando a rainha um fundo especial com que depois foi socorrendo muitas famílias vítimas da dureza dos Invernos. Na sessão da câmara dos deputados de 9 de janeiro de 1877, o deputado da oposição Osório de Vasconcelos exaltou a iniciativa da rainha, propondo o deputado Barros e Cunha que a câmara prestando à caridosa iniciativa de que sua majestade a rainha houve por bem usar, em beneficio das vitimas das inundações, a homenagem que lhe deve em nome do povo que representa, resolve que este voto seja lançado na acta das sessões, e que uma grande deputação deponha aos pés da augusta princesa o tributo do seu reconhecimento. A câmara dos pares votou também proposta idêntica, na sessão de 8 de janeiro. A sociedade francesa de L'encouragement au bien conferiu à rainha senhora D. Maria Pia a grande medalha de honra, na sessão de 27 de maio de 1877. Quando neste ano de 1877 a fome afligiu os povos do Ceará em consequência das grandes secas que ali houve, a bondosa soberana propôs, e foi aprovado, que do cofre dos inundados se retirasse a quantia de 36.000$000 réis, destinada a socorrer as infelizes vitimas daquela calamidade. Foi a rainha senhora D. Maria Pia quem fundou na Tapada da Ajuda a Creche Vítor Manuel, que se inaugurou em 1 de novembro de 1878, construindo-se um edifício próprio para aquele fim. Quando circulou em Lisboa a noticia da lamentável desgraça do incêndio do teatro Baquet do Porto em março de 1888, a rainha senhora D. Maria Pia partiu imediatamente no comboio só com seu filho numa noite de temporal, vestida de luto, porque de luto estava aquela cidade, para juntar as suas lágrimas às de tantos infelizes, e não se lembrando de que era rainha para só se lembrar de que era mulher, correu pelas vielas mais sórdidas do Porto, e becos escuros, a levar conforto a desgraçados que agonizavam, distribuindo esmolas a todos os infelizes que encontrava. Ali no Porto foi aclamada como mãe dos pobres e anjo de caridade, titulo que já de há muito tempo havia conquistado pela sua beneficência. Viu depois falecer seu marido, o rei D. Luís I, em 19 de outubro de 1889, em Cascais, o que lhe causou profundíssimo desgosto, e em 1 de fevereiro de 1908 sentiu a dolorosa perda de seu filho, o rei D. Carlos I, e de seu neto, o príncipe real D. Luís Filipe, vitimas da horrorosa tragédia, ao desembarcar em Lisboa, regressando de Vila Viçosa, onde a família real havia passado algum tempo. Sua majestade a rainha Senhora, D. Maria Pia foi regente do reino por duas vezes: a primeira, em 1902, quando o rei D. Carlos e a rainha Senhora D. Amélia foram visitar o rei de Espanha; e a segunda, em dezembro de 1904, indo os mesmos soberanos a Inglaterra a convite do rei Eduardo VII. É grã-mestra da ordem de Santa Isabel, grã-cruz da de N. Sr.ª da Conceição; condecorada com a ordem das Damas Nobres de Maria Luísa, de Espanha; presidente e protectora de muitas corporações de beneficência do reino, e especialmente da Associação das Creches, etc.
  • DOM LUIZ  I  (LISBOA, 31 DE OUTUBRO DE 1838  CASCAIS, 19 DE OUTUBRO DE 1889) REI DE PORTUGAL. CARTA DIRIGIDA AO CARDEAL SCHWARZENBERG DATADA DE 21 DE JANEIRO DE 1862 ESCRITA EM PAPEL TARJADO EM NEGRO PELA MORTE PREMATURA DE SEU IRMÃO O REI DOM PEDRO V FALECIDO NO ANO ANTERIOR E A QUEM DOM LUIZ I SUCEDEU.  AGRADECENDO VOTOS DE FELIZ NATAL. SELO SECO COM AS ARMAS REAIS.  EXCERTOS DO TEXTO: ILUSTRISSIMO E REVERENDÍSSIMO EM CHRISTO PADRE CARDEAL SCHWARZENBERG: MEU COMO IRMÃO MUITO AMADO. EU DOM LUIZ POR GRAÇA DE DEUS REI DE PORTUGAL, E DOS ALGARVES, DAQUEM E DALEM MAR EM ÁFRICA SENHORA DE GUINÉ E DA CONQUISTA, NAVEGAÇÃO  E COMÉRCIO DA ETIÓPIA, ARAPIA, PÉRSIA E DA INDIA ETC...VOS ENVIO MUITO SAUDAR COMO AQUELE QUE MUITO AMO E PREZO. RECEBI A CARTA QUE ME DIRIGISTES PARA ME FELICITARDES POR MOTIVO DA FESTIVIDADE DO SANTÍSSIMO NATAL., ENGRANDECENDO AS VOSSAS OBSEQUIOSAS EXPRESSÕES BEM COMO O SINCERO INTERESSE QUE TOMAIS PELA MINHA VENTURA ESTIMAREI QUE SE OFEREÇAM REPETIDAS OCASIÕES EM QUE POSSA MANIFESTAR O ALTO APREÇO QUE FAÇO DA VOSSA PESSOA, E O VIVO DESEJO QUE TENHO DE COMPRAZERVOS ILLUSTRISSIMO REVERENDISSIMO EM CHRISTO PADRE CARDEAL SCHWARZENBERG. MEU COMO IRMÃO MUITO AMADO NOSSO  SENHOR HAJA A VOSSA PESSOA EM SUA SANTA GUARDA. ESCRIPTA NO PALACIO DE CAXIAS EM 21 DE JANEIRO DE 1862. NOTA: Luís I (Lisboa, 31 de outubro de 1838  Cascais, 19 de outubro de 1889), apelidado "o Popular", foi o Rei de Portugal e Algarves de 1861 até à sua morte. Era o segundo filho da rainha Maria II de Portugal, e seu marido, o rei Fernando II, tendo ascendido ao trono após a morte prematura do seu irmão mais velho, Pedro V. Foi também sobrinho dos imperadores Pedro II do Brasil e Maximiliano do México. O Infante D. Luís nasceu a 31 de outubro de 1838, pelas 23h30, segundo filho da rainha D. Maria II e do seu consorte, D. Fernando II. Embora a sua condição de filho segundo não desse a prever que D. Luís ascenderia ao trono português, a sua educação foi esmerada e compartilhada em grande parte com o seu irmão mais velho, o Príncipe Real D. Pedro: esteve a cargo do conselheiro Carl Andreas Dietz, que havia sido preceptor de D. Fernando, seu pai, até Abril de 1847, quando Dietz foi obrigado a deixar Portugal sob acusações de intromissão na política nacional associadas à sua filiação religiosa protestante, tendo sido este substituído pelo Visconde da Carreira, auxiliado por Manuel Moreira Coelho. D. Pedro e D. Luís dividiam o tempo entre os palácios de Mafra, Sintra, e de Vila Viçosa, para além de estadias esporádicas no Palácio de Belém. Na qualidade de filho secundogénito do casal real, D. Luís enveredou pela carreira naval, tendo sido nomeado praça da Companhia dos Guardas Marinhas e reconhecido em cerimónia no Arsenal da Marinha em 28 de outubro de 1846, contando apenas com 8 anos de idade. Viria a ser sucessivamente promovido a segundo-tenente (1851), capitão-tenente (1854), capitão-de-fragata (1858) e capitão-de-mar-e-guerra (1859). Teve o primeiro comando naval em Setembro de 1857, no brigue Pedro Nunes, no qual efectuou um cruzeiro na costa de Portugal e uma viagem a Gibraltar. Foi nomeado, pelo irmão D. Pedro V, comandante da corveta Bartolomeu Dias, em 21 de Junho de 1858. Ao comando da Bartolomeu Dias, veio a cumprir nove missões de serviço entre os anos de 1858 e 1860: liderou a expedição aos arquipélagos da Madeira e dos Açores; foi responsável pelo transporte do Príncipe Jorge da Saxónia para Lisboa, onde este se casou com a Infanta D. Maria Ana, sua irmã; conduziu o casal a Inglaterra; deslocou-se a Tânger; e, em 1860, a Angola; foi de novo à Madeira às ordens da imperatriz Isabel da Áustria; e trouxe o príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen de Southampton, para o seu casamento com a Infanta D. Antónia, tendo depois conduzido os noivos a Anvers. D. Luís herdou a coroa em novembro de 1861, sucedendo ao seu irmão D. Pedro V por este não deixar descendência, e foi aclamado rei a 22 de dezembro do mesmo ano. A 27 de setembro do ano seguinte casou-se, por procuração, com D. Maria Pia de Saboia, filha do rei Vitor Emanuel II da Itália. Quando infante serviu na marinha, visitando a África Portuguesa. Exerceu o seu primeiro comando naval em 1858. Luís era um homem culto e de educação esmerada, como todos os seus irmãos. De grande sensibilidade artística, pintava, compunha e tocava violoncelo e piano. Poliglota, falava corretamente algumas línguas europeias. Fez traduções de obras de William Shakespeare.Em 1869 não quis ser monarca de Espanha e fez questão de o deixar bem claro tanto ao Conselho de Ministros, presidido pelo duque de Loulé, como ao povo português. Dois dias depois da sua carta patriótica ter saído no Diário do Governo, foi a vez da publicação no Diário de Notícias, servindo assim à Casa Real para desmentir o boato de que iria haver abdicação: "Nasci português, português quero morrer", proclamou D. Luís, na primeira página do DN a 28 de setembro de 1869. D. Luís caso aceitasse a coroa espanhola teria de abdicar em Portugal para D. Carlos, o filho de apenas 6 anos, com D. Fernando II como regente, abrindo-se a médio prazo uma possibilidade de União Ibérica. Depois da recusa de D. Luís o trono espanhol foi entregue a seu cunhado, Amadeu de Saboia. Durante o seu reinado e, em consequência da criação do imposto geral de consumo, que a opinião pública recebeu mal, originou-se o motim a que se chamou a Janeirinha (em finais de 1867). Também a 19 de maio de 1870, se verificou uma revolta militar, promovida pelo marechal Duque de Saldanha e que pretendia a demissão do governo. À revolta de 19 de maio, respondeu o monarca em 29 de agosto, com a demissão do ministério de Saldanha, chamando ao poder Sá da Bandeira.Em setembro de 1871, subiu ao poder Fontes Pereira de Melo, que organizou um gabinete regenerador, o qual se conservou até 1877. Seguiu-se o Duque de Ávila, que não se aguentou durante muito tempo por lhe faltar maioria. Assim, e depois do conflito parlamentar que rebentou em 1878, Fontes foi chamado outra vez para constituir gabinete. Consequentemente, os progressistas acusaram o rei de patrocinar escandalosamente os regeneradores. Este episódio constituiu um incentivo ao desenvolvimento do republicanismo. Em 1879, D. Luís chamava, então, os progressistas a formarem governo.No seu tempo surgiu a Questão Coimbrã (1865-1866) e ocorreu a iniciativa das Conferências do Casino (1871), a que estavam ligados os nomes de Antero de Quental e Eça de Queiroz, os expoentes de uma geração que se notabilizou na vida intelectual portuguesa. De temperamento calmo e conciliador, foi um modelo de monarca constitucional, respeitador escrupuloso das liberdades públicas. Do seu reinado merecem especial destaque o início das obras dos portos de Lisboa e de Leixões, o alargamento da rede de estradas e dos caminhos-de-ferro, a construção do Palácio de Cristal, no Porto, a abolição da pena de morte para os crimes civis, a abolição da escravatura no Reino de Portugal, e a publicação do primeiro Código Civil.Em 1884, foi efetuada a Conferência de Berlim, resultando daí o chamado Mapa Cor-de-Rosa, que definia a partilha de África entre as grandes potências coloniais: Império Alemão, Bélgica, França, Inglaterra e Reino de Portugal.Fértil em acontecimentos, é no reinado de D. Luís I que são fundados alguns dos partidos políticos portugueses: o Partido Reformista (1865), que ascendeu ao poder em 1868, o Partido Socialista Português (1875), com o nome de Partido Operário Socialista, e o Partido Progressista (1876), que chega ao poder em 1879. Em 1883, dá-se a realização do Congresso de Comissão Organizadora do partido Republicano português. No final do seu reinado, o Partido Republicano apresenta-se já como uma força política perfeitamente estruturada. D. Luís era principalmente um homem das ciências, com uma paixão pela oceanografia. Investiu grande parte da sua fortuna no financiamento de projetos científicos e de barcos de pesquisa oceanográfica, que viajaram pelos oceanos em busca de espécimes. Praticou, com sucesso, fotografia. Luís seguiu os passos de sua mãe  D. Maria II, mandando construir e fundar associações culturais. Em 1 de Junho de 1871, D. Luís esteve no Seixal (uma vila fundada pela sua mãe), para testemunhar a fundação da Sociedade Filarmónica União Seixalense. Neste mesmo dia terminava a Guerra Franco-Prussiana.Morreu de neuro-sífilis, de que sofria há vários anos, depois de um longo e excruciante sofrimento, na cidadela de Cascais, às 11h00 de 19 de outubro de 1889, a poucos dias de completar 51 anos. Sucedeu-lhe o seu filho D. Carlos, sob o nome de D. Carlos I de Portugal. Jaz no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.No dizer dos biógrafos, D. Luís era "muito agradável e liberal.  A Sr.ª D. Maria Pia dizia que ele era um pouco doido, aludindo a certas aventuras de amor.  Além de tais aventuras, nada satisfazia mais o sr. D. Luís que o culto da arte. Escrevia muito, traduzia obras estrangeiras, e desenhava; mas o seu entusiasmo ia sobretudo para a música. Tinha uma grande colecção de violinos, e um bom mestre-escola "
  • DONA ESTEFÂNIA RAINHA CONSORTE DE  PORTUGAL (1837-1859) CASADA COM DOM PEDRO V  - O MUITO AMADO. LINDO DESENHO EM CARVÃO REPRESENTANDO A PRINCESA ESTEFÂNIA DE HOHENZOLLERN-SIGMARINGEN. PORTUGAL, SEC. XIX. 32 X 21 CM.NOTA: Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen nasceu no Castelo de Krauchenwies, a 15 de julho de 1837.Era a filha mais velha de D. Carlos António, Príncipe de Hohenzollern e da princesa D. Josefina de Baden.Quando D. Estefânia tinha 11 anos, o seu pai abdicou dos seus direitos ao principado, tendo-se mudado com a família para o Palácio de Jägerhof, em Düsseldorf.O Conde do Lavradio organizou o casamento de D. Estefânia com D. Pedro V de Portugal, tendo o enlace sido efetuado, por procuração, a 29 de abril de 1858, na Catedral de Santa Edwiges em Berlim.D. Estefânia partiu de comboio até Ostende, tendo viajado no vapor Mindelo até a Plymouth, na Inglaterra. Daí, seguiu para Lisboa a bordo da corveta Bartolomeu Dias, tendo chegado ao rio Tejo a 17 de maio de 1858.No dia seguinte, o enlace é consolidado na Igreja de São Domingos, em Lisboa, tornando-se Rainha Consorte de Portugal.Passaram a lua-de-mel em Sintra, localidade que muito encantou D. Estefânia, por se assemelhar às paisagens da sua terra natal. Também gostou de Mafra. O mesmo já não pôde dizer de Lisboa, que considerou muito quente e árida, apesar de ter todo o conforto no Palácio das Necessidades, cujos aposentos pessoais mandou decorar com artigos vindos de Paris.D. Estefânia, detentora de uma esmerada educação católica, era muito piedosa: fundou, em conjunto com o marido, diversos hospitais e instituições de caridade, o que a tornou muito popular entre os portugueses.A 17 de julho de 1859, pouco tempo após o seu casamento (apenas onze meses), D. Estefânia falece aos vinte e dois anos de idade, vítima de difteria. Segundo reza a tradição, terá dito antes da sua morte: Consolem o meu Pedro.D. Estefânia encontra-se sepultada no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.A 17 de julho de 1877, é fundado, oficialmente, em sua honra, O Hospital D. Estefânia, em Lisboa.D. Pedro V, filho de D. Maria II e neto do primeiro imperador do Brasil, pouco tempo mais sobreviveria à sua esposa: morre com apenas 24 anos, a 11 de novembro de 1861, vitimado por febre tifoide. Extraido de: https://www.leme.pt/magazine/efemerides/0717/dona-estefania.html
  • DEVERES ESCOLARES DE DOM PEDRO II E PRINCESAS IMPERIAIS. BRASIL COLONIA  AUTOGRAFO DA PRINCESA DONA MARIA FRANCISCA BENEDITA ANA ISABEL JOSEFA ANTONIA LOURENÇO INÁCIA TERESA GERTRUDES RITA JOANA ROSA BRAGANÇA, FILHA CAÇULA DO REI DOM JOSÉ I, IRMA DE DONA MARIA I, TIA DE DOM JOÃO VI E TIA AVÓ DO IMPERADOR DOM PEDRO II. A PRINCESA ESCREVEU DE PUNHO: PRINCESA DONA MARIA BENEDICTA ANNA 1809 RIO DE JANEIRO. ESTÁ FIXADO EM ANTIGO EXERCICIO DE ESCRITA COM LETRAS DISPOSTAS EM EXERCICIO DE CALIGRAFIA COM O SEGUINTE TEOR: FOI TIRADO DE UMA DAS GUARDAS DE UM EXEMPLAR DE DICIONÁRIO INGLEZ E PORTUGUEZ, IMPRESSO EM LONDRES EM 1782 QUE PERTENCEU À VIRTUOSA PRINCESA. TRATA-SE   DE TRABALHO REALIZADO POR UM DOS PRINCIPES  MEMBROS DA FAMIILIA IMPERIAL BRASILEIRA, É UM EXERCÍCIO DE ESCRITA. ESTAVA JUNTO AOS DEVERES ESCOLARES DE DOM PEDRO II , BRASIL, 1833 .BRASIL. 29 CM DE ALTURANOTA: Maria Francisca Benedita Ana Isabel Josefa Antónia Lourença Inácia Teresa Gertrudes Rita Joana Rosa de Bragança foi a filha mais nova de D. José I e da sua esposa, Mariana Vitória, tendo nascido a 25 de julho de 1746 em Lisboa e falecido a 18 de agosto de 1829 também na capital portuguesa. A sua ligação ao Concelho prende-se com o fato de ter sido a responsável pela construção do edifício do Hospital Real dos Inválidos Militares de Runa, espaço onde atualmente funciona o Centro de Apoio Social de Runa do Instituto de Ação Social das Forças Armadas, o qual também se localiza numa rua cuja designação remete para aquela princesa da quarta e última dinastia reinante em Portugal.No livro que elaborou dedicado a esta figura, Paulo Drumond Braga descreve-a como simpática, amável, amena, calma, doce (). Extremamente devota, muitíssimo culta, esteve sempre muito preocupada com o sofrimento alheio, tendo, devido a essa característica da sua personalidade, canalizado uma parte dos seus avultados rendimentos para a construção de um asilo para inválidos militares, algo que era inédito em Portugal, o que aconteceu, de resto, numa época em que era mais comum que mulheres da sua condição financiassem a construção de igrejas ou conventos. Segundo também refere Paulo Drumond Braga no seu trabalho sobre D.ª Maria Francisca Benedita, a quem apelida de princesa na sombra, a mesma acabou por desposar, aos 30 anos, um sobrinho de 15, () chamado José, herdeiro do trono português filho de D. Maria I. Pensou então que viria um dia a reinar como consorte do marido, que muito amava e que muito influenciava também. Mas nada disso aconteceu, devido à morte prematura do marido. De referir que D.ª Maria Francisca Benedita é contemporânea de acontecimentos como o terramoto de 1755 e as invasões francesas a Portugal, tendo a primeira destas invasões feito com que tivesse vivido exilada no Brasil, juntamente com a Família Real, durante um período de treze anos, ela que tinha precisamente o título de Princesa do Brasil, o qual lhe fora atribuído por via do seu casamento. O túmulo de D. Maria Francisca Benedita encontra-se na Igreja de S. Vicente de Fora (em Lisboa), no Panteão da Dinastia de Bragança.
  • DOM PEDRO V  -  (1837-1861)  REI  DE PORTUGAL E DOS ALGARVES. FILHO DA RAINHA DONA MARIA II E NETO DE DOM PEDRO IV (NOSSO DOM PEDRO I) CHAMADO DE O MUITO AMADO OU O ESPERANÇOSO. CARTA DIRIGIDA AO CARDEAL SCHURASSENBERG DATADO DE 23 DE FEVEREIRO DE 1859  AGRADECENDO VOTOS DE FELIZ NATAL. COM SELOS DE ARMAS. EXCERTOS DO TEXTO: ILUSTRISSIMO E REVERENDÍSSIMO EM CHRISTO PADRE CARDEAL SCHURASSENBERG: MEU COMO IRMÃO MUITO AMADO. EU DONA PEDRO POR GRAÇA DE DEUS REI DE PORTUGAL, E DOS ALGARVES, DAQUEM E DALEM MAR EM ÁFRICA SENHOR  DE GUINÉ E DA CONQUISTA, NAVEGAÇÃO  E COMÉRCIO DA ETIÓPIA, ARAPIA, PÉRSIA E DA INDIA ETC...VOS ENVIO MUITO SAUDAR COMO AQUELE QUE MUITO AMO E PREZO . RECEBI COM MUITO GOSTO A VOSSA CARTA EM QUE ME FELICITAES POR OCSIAO DA FESTIVIDADE DO SANTISSIMO  NATAL, E MUI SENSÍVEL A ESTA PROVA DE INTERESSE QUE TOMAES PELA MINHA VENTURA PEÇO QUEIRAS ACEITAR A EXPRESSÃO DO MEU RECONHECIMENTO ASSEGURANDO-VOS QUE A ESTIMAÇÃO QUE FAÇO DE VOSSA PESSOA , PELAS EMINENTES QUALIDADES QUE VOS ADORNÃO  ME LEVAM A DESEJAR QUE SEMPRE PROPORCIONEM MUITAS OCASIÕES EM QUE POSSA OBSEQUIAR-VOS.  ILLUSTRISSIMO E REVERENDISSIMO EM CHRISTO PADRE CARDEAL SCHURASSENBERG, MEU COMO IRMÃO MUITO AMADO. NOSSO SENHOR HAJA A VOSSA PESSOA EM SUA SANTA GUARDA. ESCRITA NO PALACIO O DAS NECESSIDADES EM 23 DE FEVEREIRO DE 1859. ASSINA REI . NOTA: O Esperançoso e o Muito Amado, esses eram os apelidos Pedro V, que foi Rei de Portugal e Algarves de 1853 até sua morte em 1861. Fruto mais velho da união entre a filha de dom Pedro I, a rainha Maria II, e o Rei Fernando II, ele ascendeu ao trono muito novo, apenas com 16 anos, mas sua promissora trajetória terminou de maneira precoce. A frente do Reino, conseguiu reconciliar o povo com a casa real, detalhe muito importante dado que o período de sua matriarca no poder passou por um período de guerra civil. Parte fundamental dessa conquista, dom Fernando II orientou o jovem no que diz respeito às grandes obras públicas que foram efetuadas naquele período.Embora muito jovem quando chegou ao poder, em decorrência da morte de sua mãe, com seu pai atuando como regente de seu reino até sua maioridade me 1855, Pedro V era considerado por muitos como um monarca exemplar.Tudo isso o fez ser reconhecido e descrito como um monarca de valores sociais bem presentes, muito em virtude da sua educação, o que lhe permitiu um trabalho junto das comunidades, além de um vasto conhecimento do continente europeu.Sua aclamação como rei aconteceu em 16 de setembro de 1855. Neste mesmo ano ainda ocorreu a inauguração do primeiro telegrafo no país. Pouco mais de um ano depois, houve a abertura do primeiro caminho de ferro que ligava as cidades de Lisboa e Carregado.Outra importante conquista de seu reinado foi o início das primeiras viagens regulares de navios entre Portugal e Angola. Durante seu governo, estudou com afinco todas as deliberações governamentais que foram propostas e também criou o Curso Superior de Letras, em 1859, subsidiando de seu bolso um donativo de 91 contos de réis.Diferentemente de muitos naquela época, Pedro V era um defensor voraz da abolição da escravatura e também se mostrou muito preocupado com seu povo. Durante seu reinado, Portugal foi atingido com duas epidemias preocupantes: a primeira de cólera, que se espalhou entre 1853 e 1856; e a outra de febre amarela, que atingiu a população de 1856 a 1857.Durante esses anos, ao invés de se refugiar e cuidar de sua saúde, o monarca passou a percorrer hospitais e visitar enfermos, passando diversos momentos os observando de suas cabeceiras. O ato lhe deixou cada vez mais popular.Em 1858, Pedro V casou-se, de maneira preventiva, com a princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen. Entretanto, a união durou pouco tempo, já que a princesa faleceu no ano seguinte. Porém, juntos, conseguiram fundar hospitais públicos e instituições de caridade. Cumprindo um desejo de sua companheira, o monarca ainda fundou o Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa.Dois anos depois, porém, todo o sonho iniciado por Pedro V teve seu fim. Isso porque, em 11 de novembro de 1861, o monarca pereceu, aos 24 anos, devido à febre tifoide. Sua partida causou uma enorme comoção e tristeza em todas as escalas da sociedade.Não tendo filhos, acabou sendo sucedido por seu irmão, o infante dom Luís, que residia no sul da França. Seu corpo foi sepultado no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.Como legado, deixou uma notável preparação moral e intelectual  além de estudar ciências naturais e filosofia, também dominava o grego e o latim, e chegou a estudar um pouco do inglês , muito influenciado por seu educador Alexandre Herculano.Além do mais, sempre trocava correspondências com Mário Jorge de Castro Botelho, a quem pedia conselhos para governar. "Com um temperamento observador, grave, desde criança ... mandou pôr à porta do seu palácio uma caixa verde, cuja chave guardava, para que o seu povo pudesse falar-lhe com franqueza, queixar-se ... O povo começava a amar a bondade e a justiça de um rei tão triste ...", descreveu um de seus biógrafos.
  • DONA TEREZA CHRISTINA LITOGRAVURA ORIGINAL OFICIAL DO IMPERADOR EM PAPEL DE LINHO. GRAVADA EM 1887. CONTÉM INSCRIÇÃO S.M A SRA. DONA DONA TEREZA CHRISTINA IMPERATRIZ DO BRAZIL. EM VISITAS E VIAGENS PELO PAÍS ESSA GRAVURA ERA PRESENTEADA AOS QUE RECEBIAM O CASAL IMPERIAL ERA UMA GENTIL FORMA DE PRESTIGIAR  A QUEM A MONARCA DESEJAVA  DISTINGUIR. A GRAVURA ESTÁ EM EXCELENTES CONDIÇÕES, FOI LIMPA E MUITO BEM EMOLDURADA. BRASIL, SEC. XIX.  62 X 46 CM.

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