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  • SERVIÇO DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES  ESSE MESMO PRATO AGOR EM LEILÃO  FOI O ESCOLHIDO POR JENNY DREIFFUS PARA ILUSTRAR O SERVIÇO DO REINO UNIDO NA PAGINA 178 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL. PRATO EM PORCELANA DECORADO COM BRASÃO DE ARMAS DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES NA ABA. O BRASÃO É APRESENTADO ENTRE LAURÉIS QUE SERIAM PRECURSORES DO FUTURO BRASÃO DE ARMAS DO PRINCIPE DO BRASIL DOM PEDRO I E MAIS TARDE ADOTADOS NO BRASÃO DE ARMAS DO BRASIL IMPERIAL. NA CALDEIRA MAGNIFICA RESERVA COM CASCATA E RUÍNAS. O APARELHO FOI ENCOMENDADO POR DOM JOÃO VI PARA COMEMORAR A ELEVAÇÃO DO BRASIL A REINO UINIDO A PORTUGAL E ALGARVES EM 16 DE JANEIRO DE 1815, TALVEZ SE IMAGINASSE QUE EM SETE ANOS O BRASIL REIVINDICARIA SUA POSIÇÃO COMO PAÍS INDEPENDENTE DE PORTUGAL O REI NÃO TERIA FEITO TAL ENCOMENDA, NEM SE AGRADARIA EM FAZER USO DELES EM SUA MESA, A ELEVAÇÃO DO BRASIL FOI O PRIMEIRO PASSO PARA ASPIRARMOS A INDEPENDÊNCIA. O ANUARIO DO MUSEU IMPERIAL DE PETRÓPOLIS REVELA TRATAR-SE ESSE APARELHO DO MAIS SOLENE NA CORTE DE DOM JOÃO VI E INFORMA SER MANUFATURA DA FÁBRICA DE PORCELANA DUC DE ANGOULEME DE PASTA DURA FUNDADA EM 25 DE FEVEREIRO DE 1781 NA RUE DE BONDY, PARIS, POR CHRISTOPHE DIHL, UM ESPECIALISTA EM COR E MODELADOR DE NACIONALIDADE ALEMÃO (1752-1830), ANTOINE GUÉRHARD (D.1793) E SUA ESPOSA LOUISE-FRANÇOISE-MADELEINE CROIZÉ (1751-1831). ESSA ATRIBUIÇÃO DA FABRICAÇÃO SE DEU GRAÇAS A DESCOBERTA DE UM PRATO QUE TRAZIA A MARCA DA FÁBRICA DE ANGOULËME. NO PERÍODO DESSA ENCOMENDA (DÉCADA DE 1810) A AQUISIÇÃO DA LOUÇA DA MONARQUIA EUROPÉIA MUDOU DE PERFIL. JÁ HÁ ALGUNS ANOS A FÓRMULA PARA PRODUZIR PORCELANA, UTILIZADA PELOS CHINESES HÁ SÉCULOS, FOI REVELADA GRAÇAS AOS ESFORÇOS DE INVESTIMENTO DO REI AUGUSTO II , DA BAVIERA E DE OUTROS AGENTES QUE ATUARAM EM PESQUISAS PARA DESENVOLVER A PORCELANA EUROPÉIA. AOS POUCOS, AS CASAS REINANTES PASSARAM A OPTAR PELA LOUÇA DO CONTINENTE PRINCIPALMENTE AS PRODUZIDAS NA FRANÇA. OCORRE QUE AS PORCELANAS CHINESAS OSTENTAVAM UM REQUINTE EXÓTICO, COM SÍMBOLOS E DECORAÇÃO ALHEIAS A CULTURA DO ENCOMENDANTE. AS REQUINTADAS LOUÇAS FRANCESAS ATENDIAM EM SUA DECORAÇÃO OS PRINCÍPIOS DE RESGATE OS VALORES NACIONAIS, A SUNTUOSIDADE E A NOBREZA DE SUAS CASAS REINANTES. DONA MARIA I, AINDA LÚCIDA JÁ TERIA ENCOMENDADO LOUÇA A FÁBRICA FRANCESA DE DUC DE ANGOULAINE. MAS CERTAMENTE FOI DOM JOÃO VI A ADERIR COM MAIOR DEVOÇÃO AO LUXO DA PRODUÇÃO DA PORCELANA FRANCESA E ALEMÃ.. DIZ O ANUÁRIO DO MUSEU IMPERIAL EDITADO EM 1942 A RESPEITO DAS LOUÇAS BRAGANTINAS: Quase no fim os preciosos aparelhos da China, com raras peças que ainda teimavam em ostentar a sua estranha suntuosidade, d. Maria I, ainda lúcida, nas calmas de sua corte respeitosa, fez para a França as grandes encomendas da fábrica nobilíssima do Duc dAngoulême, que deram a d. João infinito prazer. Entre essas as que contavam delicados pratos com o entrecho pitoresco das fábulas de La Fontaine. Ao lado desses não ficavam em posição inferior outros serviços usados no Brasil pela real casa lusitana. Foram muitos. Das mais soberbas e preconizadas marcas. Sèvres, Saxe, Bourg-la-Reine, Chantilly, Sarreguemines, Capo di Monte, o vieux Limoges. Todos esses aparelhos, os mais caros e apreciados da época (não se serviam com mais fausto os grão-senhores das cortes européias) eram apenas complemento às referidas peças de porcelana francesa de fabrico do Duc dAngoulême, que apresentam na borda a coroa do Reino Unido e ao centro uma paisagem, ou simplesmente o escudo real (serviço do Reino Unido) . Esses que passaram mais tarde das mãos reais à tradição da família brasileira, especialmente daquelas castas mais achegadas ao paço, das saudosas matronas patrícias que foram amigas íntimas da princesa Isabel e d. Teresa Cristina, e no leilão do Paço Imperial atropelavam o paciente Virgílio com um chorado peditório de um sapato velho, que a medo escondiam no seio, um lenço usado, um grampo de chapéu, uma negalha de cabelo ainda agarrado à tartaruga dos pentes, qualquer coisinha, um pequeno nada que tivesse pertencido à mãe dos brasileiros, Dona Thereza Cristina . Não só as pessoas fidalgas, que possuíam brasões de armas registrados em cartórios de nobreza e desenhados pelo lápis acatado de Luiz Aleixo Boulanger. Muita gente humilde. Muito fiel servidor do paço ou descendente da abundante famulagem de Petrópolis, de Santa Cruz e da Boa Vista. Conheço o filho de um antigo cocheiro da quinta que ainda guarda uns pratos imperiais, com emblemas e frisos de ouro, e não os larga por dinheiro nenhum, nem à mão de Deus Padre. Infelizmente torna-se penoso identificar todo o conjunto restante das louças da monarquia. O catálogo do leilão da Boa Vista é, de parte o seu alto valor documentário, impreciso e deficiente na explanação dos seus dois mil e tantos lotes. Há muita dúvida na sua descrição, na qualidade, marca, cor, desenho e procedência dos seus múltiplos componentes. Existia no Paço da Cidade, como nas outras moradias reais, muita louça sem brasão, iniciais ou siglas de fabrico, principalmente na fazenda de Santa Cruz, cujos armários resplendiam com mais de vinte serviços da ilustríssima Companhia das Índias. Com o inevitável rumo dispersivo causado pelo leilão, muita coisa desapareceu, mergulhou no tumulto dos acontecimentos, sem que pudesse ser analisada nos seus menores detalhes, classificada ao menos na sua vaga aparência. Não obstante, foram os lotes dessa inesquecível justa de arte que revelaram a existência de muita porcelana fina que corre a via sacra dos antiquários e leiloeiros, em meio século de República. Sem que ninguém percebesse, pela falta absoluta de provas de identidade, foram por isso adquiridas a preços irrisórios e mesmo depreciadas por amadores displicentes que imaginavam que nas mesas imperiais só poderiam figurar louçarias que se distinguissem por coroas ou monogramas de príncipes. Talloni, pouco antes de falecer, cedeu ao dr. João do Rego Barros, o aprimorado amador de arte antiga que o Rio de ontem conheceu e estimou. Talloni era um jovem oficial, quando se deu o leilão de Santa Cruz. Morava aí ou servia próximo, nos seus lidares de militar brioso. Ainda o conheci, capitão do Exército, no Colégio Militar, à flor dos meus verdes anos. Era um tipo de homem exemplar na sua rígida conduta. Sua palavra, seu conceito sempre portava por fé. De verdadeiro servidor da pátria as suas atitudes, o fiel cumprimento do dever. Assim, tudo que ele pudesse ter declarado ao confiar a Rego Barros as peças imperiais que adquirira vale um documento histórico, por um tributo de serena honestidade. Dentre os espécimes por ele adjudicados, revelam-se aqueles, até então desconhecidos, que hoje refulgem nos mostruários dos museus e exibem finas decorações de flores, animais, paisagens e pássaros. São já bastante conhecidos dos amadores e não deixam a menor dúvida quanto à sua procedência, das suas primorosas pinturas tiravam os serviçais do paço as pitorescas alcunhas. Ao pôr a mesa para os ágapes, eles diziam, pela voz do mordomo: Hoje é a louça dos pastores. Ou, em dia de gala: O rei hoje, data do seu aniversário, vai gostar de comer nos pratos dos pavões. E assim, como um florido calendário, iam essas jóias de valor se entremostrando ao sol de cada dia. Na coleção Andrade Pinto, no museu do Instituto Histórico, existe um raro exemplar da louça dita das casas, de idêntica filiação, que, por opostos caminhos, o infatigável amador pudera classificar como pertencente a serviço de propriedade do príncipe d. João. 1. E muito alegre ficou, quando Carlos Frederico, esse outro arguto e inteligentíssimo maníaco, lhe mostrou alguns exemplares que completavam a série, juntamente com o mais rico, o das fábulas, cuja beleza e raridade, com efeito, não têm rival. As marcas das porcelanas desse período, geralmente conhecidas por Vieux Paris, às vezes sem determinação precisa de local e de época, o que atormenta o colecionador, desapareciam com facilidade. Raríssimas as peças em que ainda hoje se deparam intactas as indicações de ano e de fatura. Eram essas quase sempre gravadas sobre o esmalte a tinta avermelhada-escura; e do serviço de d. João VI, o que tem a coroa na borda do prato, só se conhece, com a marca, o exemplar que se acha no Instituto Histórico. Outros sinais, muita vez convenções, quando não simples iniciais ou algarismos, muito comuns aos obreiros de Sèvres, eram colocados antes do esmaltamento final e gravados na própria porcelana, o que lhes assegura uma impressão indelével. Esse cuidado serve para uma completa identificação dos objetos, no que se refere à mão que os fez e ao tempo que os consagrou. FRANÇA, DEC. 1810. 21,5 CM DE DIAMETRO.
  • DOM JOÃO VI  SERVIÇO DA BARRA BORDEAUX  PRATO EM PORCELANA DE MANUFATURA FRANCESA DO INICIO DO SEC. XIX. ABA EM BORDEAUX DELIMINATADA POR FRISOS EM OURO E REALÇADA POR DOIS FILETES EM BRANCO. CALDEIRA COM DECORAÇÃO CONTENDO CASTELO, LAGO DOIS PERSNONAGENS CONVERSANDO. REPRODUZIDO NA PAG. 177 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL POR JENNY DREIFFUS. FRANÇA, SEC. XIX. 23 CM DE DIAMETRO
  • DOM JOÃO VI SERVIÇO PINGO DE OURO BELO PRATO EM PORCELA COM MARCAS DO ATELIER DO DECORADOR DEROCHE. CONHECIDO COMO SERVIÇO PINGO DE OURO. ABA COM BORDA CONTENDO FRISO DOURADO QUE DELIMITA FAIXA EM BRANCO REMATADA EM OURO. SEGUINDO EM DIREÇÃO A CALDEIRA LARGA FAIXA EM ROUGE DE FEUR PONTILHADAS EM OURO. NO CENTRO DA CALDEIRA ROSÁCEA TAMBEM EM OURO. REPRODUZIDO NA PAGINA 179 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, CIRCA DE 1813. 22 CM DE DIAMETRO
  • DOM JOÃO VI SERVIÇO DAS ROSAS PRATO EM PORCELANA DA COMPANHIA DAS INDIAS CONHECIDO COM SERVIÇO DAS ROSAS. ESSE SERVIÇO FOI USADO PELO REI DOM JOÃO VI NA FAZENDA SANTA CRUZ. ABA NA TONALIDADE LARANJA COM APLICAÇÃO DE ROSAS ENTREMEADAS POR PALMÁCEAS EM OURO. EXEMPLAR DESSE SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDO À PAGINA 87 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL POR JENNY DREYFUS. PEÇA BELÍSSIMA E MUITO RARA! CHINA, INICIO DO SEC. XIX. 24 CM DE DIAMETRO.
  • SERVIÇO DE DOM JOÃO VI - VISTA PEQUENA - PRATO EM PORCELANA CIA DAS ÍNDIAS QUE PERTENCEU AO SERVIÇO REAL DE D. JOÃO VI, CONHECIDO COMO VISTA PEQUENA. PERÍODO, QING, JIAQING (1796-1820). ABA COM BARRADO GEOMÉTRICO EM AZUL REALÇADO EM OURO, SUCEDIDO NA BORDA POR FRISO EM OURO. EM DIREÇÃO A CALDEIRA NOVO BARRADO FORMADO POR ELOS EM OURO ENTREMEADOS POR LOSANGO PONTILHADO EM AZUL. NA CALDEIRA DECORAÇÃO EM ELIPSE CONSTRUÍDA EM OURO E EM RESERVA, CENA NA TONALIDADE ROUGE DE FEUR COM CASA E ÁRVORES. REPRODUZIDO NO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL POR JENNY DREYFUS. CHINA, SEC. XIX, 25 CM DE DIAMETRO NOTA: De acordo com Leila Mezan Algranti, em seu artigo: Em torno da mesa do rei: artefatos, convivialidade e celebração no Rio de Janeiro joanino, em 26 de abril de 1821, após doze anos de estadia no Rio de Janeiro, iniciava-se a viagem de regresso de D. João VI a Portugal a fim de, mais uma vez, preservar sua Coroa e domínios. Para a autora, a partida da Corte foi precedida de muitas indecisões políticas e de intensos preparativos de ordem prática, da mesma forma como acontecera ao viajar para o Brasil, em 1807. Naquela ocasião, em meio aos riscos de invasão do Exército napoleônico, foi necessário acomodar nas embarcações não só os ilustres passageiros, mas também um conjunto imenso e variado de coisas destinadas ao uso particular de seus proprietários, bem como da Casa Real.Um conjunto de peças de prata, roupas de mesa e artigos de copa, recém-chegados do Rio de Janeiro, viajou para Lisboa sob a incumbência de Joze de Britto, fiel da mantearia do rei, e foi entregue no pátio das cozinhas do Palácio da Ajuda a Joze Caetano Trigo, também funcionário do mesmo departamento da Casa Real, o qual realizou o registro das peças e o assinou por ordem de João Lourenço de Andrade que, por sua vez, recebeu todo o material em nome de Caetano Joze de Campos e Andrade Pinto, manteeiro da Casa Real, naquele momento. O título do registro Inventário da Prata, Roupa e mais trem pertencente à Mantearia de Sua Majestade que veio do Ryo de Janeiro indica claramente que, ao retornar do Rio de Janeiro, D. João VI fez embarcar objetos de prata, os quais constituíam parte ou a totalidade de um serviço de mesa. Entretando deixou no país quase todos os serviços de porcelana adquiridos para seu uso aqui ou trasladados de Portugal quando de sua fuga. O conjunto poderia conter elementos da famosa baixela Germain, assim denominada por ter sido encomendada a François Germain por D. José I, em 1756, após o terremoto ter destruído a baixela de D. João V, fabricada pelo ourives de Luís XIV (Thomas Germain) e pai do prateiro de D. José. A suposição de que poderia haver peças da baixela Germain de D. José I entre os artefatos registrados no inventário advém do fato de que há informações sobre seu transporte para o Brasil, bem como estudos referentes à divisão da mesma entre D. João VI e D. Pedro I, antes do retorno do monarca a Portugal. Os bens que permaneceram no Brasil, por sua vez, teriam sido gravados com as insígnias imperiais e o monograma P1º. De acordo com Leonor d'Orey, considerando-se o que atualmente se encontra preservado desta baixela em Portugal, o lote do imperador do Brasil era menor, embora incluísse várias peças muito prestigiosas, as quais se encontram dispersas em coleções particulares e de museus estrangeiros, vendidas após a deposição de D. Pedro II. Sabe-se igualmente que entre a prataria de mesa de grande aparato pertencente à Casa Real havia peças da baixela dos duques de Aveiro, confiscada pela Coroa, após o atentado a D. José em 1759,15 assim como peças denominadas avulsas. Por outro lado, as baixelas para D. Pedro I foram encomendadas às famosas casas francesas, embora a técnica dos ourives radicados no Brasil fosse excelente, como apontou Francisco Marques dos Santos. Segundo o mesmo autor, muitas dessas peças emigraram, mas algumas voltaram. Havia, portanto, na corte no Rio de Janeiro, mais de um serviço de mesa em prata, sendo que um conjunto significativo dessas peças atravessou o Atlântico pelo menos duas vezes, a exemplo do que se sucedeu com a Família Real. Além disso, vários desses objetos foram possivelmente fabricados na França e na Inglaterra, uma vez que os prateiros portugueses nem sempre eram considerados, na época, suficientemente habilidosos para agradar o sofisticado gosto da alta nobreza portuguesa, consumidora de produtos de luxo importados não só de outros países da Europa, como do Oriente. Embora, como apontou Gonçalo de Vasconcelos e Sousa, houvesse prateiros de renome em Portugal, fabricando artefatos de mesa e mesmo baixelas completas, cuja qualidade do trabalho atingiu durante o século das Luzes um dos seus momentos mais importantes. De qualquer modo, a mesa da Casa Real e aquelas de outros membros das elites europeias e luso-brasileiras eram há muito tempo aparamentadas com artefatos de prata estrangeiros, bem como com porcelanas e vidros chineses, germânicos e franceses. Como bem apontou Nuno Vassallo e Silva, em seu estudo sobre a ourivesaria da mantearia da Casa de Aveiro, não é possível refletir sobre as baixelas de prata ou de porcelana usadas na mesa real sem levar em conta a conexão dessa indústria com as manufaturas europeias e orientais. Assim, é possível dizer que os objetos de luxo destinados ao serviço de mesa da Corte joanina, no Rio de Janeiro, resultavam de um circuito comercial e de comunicação que interligava diferentes impérios coloniais (português, inglês, francês), os quais se estendiam por três continentes: Europa, Ásia e América. No caso dos artefatos de prata que nos interessam comentar neste estudo, é provável que a matéria-prima utilizada fosse originária da América espanhola, tendo retornado ao mesmo continente após ter sido trabalhada por habilidosos artesãos franceses para uso e ostentação dos monarcas portugueses. Por outro lado, tais objetos indicam um movimento mais amplo de evolução do gosto e da maneira de viver dos membros da aristocracia europeia, que remonta ao final do século XVII, cuja etiqueta de mesa foi fixada na corte de Luís XIV. Como assinalou Marco Daniel Duarte, a alta sociedade quando se sentava à mesa se quer aprisionar por regras de etiqueta rígida. Mesmo levando-se em conta que no final do século XVIII Portugal acompanhava o restante da Europa, adotando nos banquetes reais a porcelana das índias e francesa como alternativas às baixelas de prata, conforme esclareceu Cristina Neiva, a prataria de mesa continuava a representar a riqueza e o poder das famílias reais, haja vista não só a encomenda de D. José I a François Germain, cuja baixela foi produzida ao longo da segunda metade do século XVIII, como também o fato de esta ter sido dividida entre o monarca e seu primogênito, antes da partida de D. João VI para a Europa. Sinal de que as mesas dos reis não poderiam prescindir dos objetos de prata em algumas situações. Observa-se de imediato na lista de bens que chegaram do Rio de Janeiro que os objetos destinados à copa eram de cobre ou de bronze, enquanto os de mesa eram em prata. Um dado indicativo da separação dos dois espaços tanto em termos de funções destinadas à alimentação como de simbologia e hierarquia dos objetos no ambiente doméstico. Estes atestam algumas tarefas desempenhadas no espaço, como a preparação das frutas e dos doces, bem como de clarear o sal, fazer e distribuir o pão e as saladas, além de confeccionar e realizar as obras de decoração. A copa oferecia ainda suporte ao serviço de mesa. Na lista analisada, há diferentes tipos de objetos, como, por exemplo, cafeteiras de cobre com e sem torneiras, além de chocolateiras e chaleiras do mesmo material, assim como tachos, escumadeiras, frigideira de ferro para torrar café, caixas para conduzir a prata e as iguarias, tabuleiros sortidos, gral de pedra e bancos para arear facas. A qualidade e, especialmente, a quantidade dos objetos nos permitem pensar que estes poderiam ser utilizados em uma mesa servida à francesa forma ainda predominante no período joanino , na qual os alimentos eram oferecidos em duas ou três mesas sucessivas cobertas com travessas de alimentos de vários tipos. Daí denominarem-se primeira, segunda e terceira cobertas ou serviços. A última coberta era de doces e de frutas, como indicam os livros de receitas do período e os protocolos a serem seguidos nos banquetes oficiais. O serviço de mesa à francesa necessitava de um grande número de objetos do mesmo tipo, não só para dispor simultaneamente os vários alimentos de uma coberta, como para promover rapidamente a reposição das iguarias nas sucessivas mesas ou cobertas. Os serviços em porcelana são divididos entre as porcelanas de encomenda da China (cia das índias): Galos , Pavões, Corças, Correios, Pastores, das Rosas, Vista Grande e Vista Pequena. Há também registro dos Europeus: Reino Unido e Camaristas, em porcelana francesa, Espinha de peixe e os chamados 'de barra bordeaux' , 'sépia e verde' e "de barra rosa"chamado Pingo de Ouro, em porcelana possivelmente também francesa, o de "Wedgwood" e o conhecido também como "das Rosas", em porcelana inglesa.
  • SERVIÇO DAS CORÇAS DE DOM JOÃO VI  O MESMO PRATO ESCOLHIDO POR JENNY DREYFFUS PARA ILUSTRAR O SERVIÇO DAS CORSAS NA PAGINA 99 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL É O QUE AGORA É LEVADO A PREGÃO. COMPANHIA DAS INDIAS. PRATO EM PORCELANA CIA DAS ÍNDIAS, ESMALTES FAMÍLIA VERDE. BORDA DECORADA COM DRAGÕES EM OCRE E QUATRO RESERVAS COM SOL, CALDEIRA COM CENA REPRESENTANDO FIGURAS E CORÇA. UM DOS MAIS RICOS SERVIÇOS DE D. JOÃO VI.. CHINA, SEC. XVIII. 25 CM DE DIAMETRO
  • SERVIÇO DOS PASTORES. D. JOÃO VI. FAZENDA SANTA CRUZ. PRATO EM PORCELANA DA COMPANHIA DAS ÍNDIAS OITAVADO E DECORADO COM ELEMENTOS FITOMÓRFICOS E PASTOR. PEÇA DO MESMO SERVIÇO REPRODUZIDA NAS PÁGINAS 91 E 92 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL", POR JENNY DREYFUS, E NA PÁGINA 350, FIGURA 306, DA OBRA "O BRASIL E A CERÂMICA ANTIGA", POR ELDINO DA FONSECA BRANCANTE. DINASTIA QING (1644-1911). PERÍODO QIANLONG (1735-1796). 25 CM.
  • DOM JOÃO VI - SERVIÇO DOS GALOS - ESSE MESMO PRATO FOI O ESCOLHIDO POR JENNY DREYFFUS PARA ILUSTRAR O SERVIÇO NA IMPORTANTE OBRA LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL PAG. 95. COMPANHIA DAS ÍNDIAS, EM FORMATO OCTAGONAL, DO "SERVIÇO DOS GALOS", TRAZIDO POR D. JOÃO VI QUANDO DA TRANSFERÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA, EM 1807, PARA O BRASIL E UTILIZADO PELA FAMÍLIA REAL NA FAZENDA DE SANTA CRUZ, RJ. APRESENTA NO CENTRO VISTA DE JARDIM COM ROCHEDOS, FLORES E GALOS, COM BORDA MOLDURADA POR GUIRLANDA DE BAMBUS, INTERCALADA POR FLORES, DECORADA COM RICOS ESMALTES BRANCOS, "ROUGE DE FER" E DA FAMÍLIA ROSA. SÉC. XVIII. REINADO QUIANLONG ( 1736 - 1795 ). DIÂM. 22 CM.
  • DOM JOÃO VI - SERVIÇO SÉPIA E VERDE  - ESSE MESMO PRATO FOI O ESCOLHIDO POR JENNY DREYFFUS PARA ILUSTRAR O SERVIÇO NA IMPORTANTE OBRA LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL PAG. 187. PRATO EM PORCELANA FRANCESA, DO INICIO DO SEC. XIX, DECORACO NA ABA COM RESERVAS COM CASTELOS  E CALDEIRA COM RESERVA CONTENDO PERSONAGENS ENTRE PAISAGEM COM FUNDO COM PORTAL E CASA DE VIGIA. FRANÇA, SEC. XIX. 23 CM DE DIAMETRO
  • DOM JOÃO VI - SERVIÇO DE DERBY RICO - PRATO EM PORCELANA DE DERBY DITO !DERBY RICO"  DO PERÍODO DUESBURY EM PASTA MOLE. CERCA DE 1790. SUNTUOSA DECORAÇÃO EM OURO FORMANDO GUIRLANDAS ELIPTICAS. ABA TEM RICA GUIRLANDA VEGETALISTA EM ESMALTES VERDES E ROSA. RESERVA COM CENA LACUSTRE MOSTRANDO PERSONGENS, VEGETAÇÃO E PÓVOA. REPRODUZIDO NA PAG. 185 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL POR JENNY DREYFFUS. INGLATERRA, FINAL DO SEC. XVIII. 22,5 CM DE DIAMETRO
  • GOA - NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO - LINDA IMAGEM EM MARFIM DE VERTENTE INDO PORTUGUESA REPRENSANDO NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. LINDOS CABELOS SINUOSOS LHE CAEM SOBRE AS COSTAS EM CASCATA, NOS DIZERES DOS MESTRES ESTUDIOSOS NA ARTE RELIGIOSA DESSA REGIÃO SÃO INSPIRADOS NA SINUOSIDADE DO RIO GANGES. MANTO ELEGANTEMENTE DRAPEADO. ROSTO BELISSIMO E EXPRESSIVO! PEÇA COM GRANDE QUALIDADE ESCULTÓRICA. GOA, POSSESSÃO PORTUGUESA NA INDIA. SEC. XVII 17 CM DE ALTURANOTA: As imagens indo portuguesas produzidas em Goa atingiram o máximo da perfeição plástica com nível de trabalho europeu. Entretanto percebe-se influência dos parâmetros e cultura local nas feições das imagens. Assim, pode-se perceber por exemplo a presença de olhos amendoados, feições orientais, cabelos sinuosos e tipificação com divindades hindus (assim o Menino Bom Pastor apresenta semelhança com imagens de buda meditando). A produção dessas imagens começou no sec. XVI e ganhou no séc. XVII um grande impulso. São extremamente bonitas e colecionáveis.
  • GOA - LINDA IMAGEM DE VERTENTE INDO PORTUGUESA EM MARFIM REPRESENTANDO SÃO FRANCISCO DE ASSIS - LINDA ESCULTURA EM MARFIM DE GOA COM RESPLENDOR EM PRATA DE LEI. BASE EM MADEIRA ARTISTICAMENTE ENTALHADA. RESPLENDOR EM PRATA DE LEI. REPRESENTA SÃO FRANCISCO EXIBINDO AS CHAGAS DE CRISTO EM SUAS MÃO CRUZADAS SOBRE O PEITO (CARISMA FRANCISCANO). GOA, COLONIA PORTUGUESA NA INDIA, SEC. XVIII. 26 CM E ALTURA (CONSIDERANDO O RESPLENDOR) SEM CONSIDERAR O RESPLENDOR TEM 22 CM DE ALTURA
  • DOM JOÃO VI - SERVIÇO DE DERBY - PRATO EM PORCELANA DE DERBY  DO PERÍODO DUESBURY EM PASTA MOLE. CERCA DE 1790. ABA COM  DECORAÇÃO EM OURO FORMANDO GUIRLANDAS. RESERVA COM CENA CAMPESTRE COM LAGO, MANSÃO DE CAMPO E PERSONAGENS.  EXEMPLAR DESSE SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDO NO LIVRO LOUÇAM DA ARISTOCRACIA NO BRASIL DE JENNY DREYFFUS, PAG 183.  NGLATERRA, FINAL DO SEC. XVIII.24  CM DE DIAMETRO
  • DOM JOÃO VI  SERVIÇO DE NAST  PRATO EM PORCELANA DE PARIS , DA MANUFATURA DA RUE POPPINCOUTT DE JEAN NEPOMUCENE-HERMANN NAST. LINDO PRATO EM PORCELANA COM ABA DELIMITADA POR FRISOS EM OURO E RESERVA NA CALDEIRA COM JAGUAR ENTRE VEGETAÇÃO. NO FUNDO INSCRIÇÃO LE JAGUARD.  PERTENCEU AO SERVIÇO DE DOM JOÃO VI UTILIZADO NO BRASIL. EXEMPLAR  DESSE SERVIÇO ESTA REPRODUZIDO POR JENNY DREIFFUS NO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL NA PAGINA 181  FRANÇA, SEC. XIX. 23,5 CM DE DIAMETRO
  • DOM JOÃO VI - COLEÇÕES MOTTA MAIA E PEIXOTO DE CASTRO.  SERVIÇO EM PORCELANA FRANCESA COM FRISO EM OURO REPRESENTANDO CARNEIRO MONTÊS ENTRE VEGETAÇÃO CAMPESTRE. NO VERSO SELO DA COLEÇÃO SÉRGIO SILVA. EXEMPLAR DESSE SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDO NA PAG. 187 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL POR JENNY DREYFFUS. FRANÇA, INICIO DO SEC. XIX. 24 CM DE DIAMETRO
  • D. JOÃO VI - SERVIÇO VISTA GRANDE - FAZENDA SANTA CRUZ. LINDA TRAVESSA EM PORCELANA COMPANHIA DA ÍNDIAS REINADO JIAQING (1796-1820), BORDA CIRCULAR, ABA COM FRISO GEOMÉTRICO MARROM REMATADO EM DOURADO; NO CENTRO PAISAGEM CIRCULAR EM SÉPIA REPRODUZINDO RIO, VEGETAÇÃO, PERSONAGENS E MONTANHAS. REPRODUZIDO À PÁGINA 93 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS. CHINA, SÉC. XVIII. 27 CM DE COMPRIMENTO.NOTA: A Fazenda Imperial de Santa Cruz (ou Fazenda de Santa Cruz, Fazenda Real de Santa Cruz, ou Fazenda dos Jesuítas, ou, ainda, Fazenda Nacional de Santa Cruz ) foi uma fazenda próspera fundada em pelos padres Jesuítas nos arredores da cidade do Rio de Janeiro. Sua sede e núcleo principal corresponde hoje ao Bairro carioca de Santa Cruz. Após o Descobrimento do Brasil, com a chegada dos colonizadores portugueses à baía da Guanabara, a vasta região da baixada de Santa Cruz e montanhas vizinhas, foi doada a Cristóvão Monteiro, da Capitania de São Vicente, como recompensa aos serviços prestados durante a expedição militar que, em 1567, expulsou definitivamente os franceses da Guanabara. Ao morrer Cristóvão Monteiro, a sua esposa, dona Marquesa Ferreira, doou aos padres da Companhia de Jesus sua parte das terras. Estes religiosos, agregaram estas terras a outras sesmarias, constituíram um imenso latifúndio assinalado por uma grande cruz de madeira: a Santa Cruz. Em poucas décadas, a região compreendida entre a barra de Guaratiba, o atual município de Mangaratiba, até Vassouras, no Sul do atual Estado do Rio de Janeiro, integrava a poderosa Fazenda de Santa Cruz, a mais desenvolvida da Capitania do Rio de Janeiro nesta época, contando com milhares de escravos, cabeças de gado, e diversos tipos de cultivos, manejados com técnicas avançadas para a época. Entre as edificações, hoje com valor histórico, contam-se igrejas e um convento, ambos ricamente decorados. Uma dessas obras remanescentes é a chamada Ponte do Guandu ou Ponte dos Jesuítas. Na verdade uma represa, foi erguida em 1752, com a finalidade de regular o volume das águas das enchentes do rio Guandu. Atualmente, esse monumento permanece com a sua estrutura original quase inalterada. Outra das admiráveis iniciativas dos dirigentes da Fazenda de Santa Cruz, no plano da cultura, foi a fundação de uma Escola de Música, de uma Orquestra e de um Coral, integrados por escravos, que tocavam e cantavam nas missas e nas festividades quer na Fazenda, quer na Capital da Capitania. Considera-se, por essa razão, que Santa Cruz foi o berço da organização instrumental e coral do primeiro Conservatório de Música no Brasil. Passa pelas terras da Fazenda de Santa Cruz a trilha que no período colonial ligava a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro ao sertão: o Caminho dos Jesuítas, posteriormente denominado Caminho das Minas, e posteriormente ainda, Estrada Real de Santa Cruz. O seu percurso estendia-se até ao porto de Sepetiba, onde se embarcava com destino à cidade de Parati, de onde partia a antiga Estrada Real. Diante da expulsão dos Jesuítas dos domínios de Portugal e suas colônias, em 1759 por ação do Marquês de Pombal, o patrimônio da Companhia de Jesus (e a Fazenda de Santa Cruz) reverteu para a Coroa. Com o banimento dos Jesuítas do Brasil, o patrimônio da Fazenda de Santa Cruz reverteu para a Coroa, passando a se subordinar aos Vice-reis. Após um período de dificuldades administrativas, sob o governo do Vice-rei Luís de Vasconcelos e Souza, a Fazenda voltou a conhecer um período de prosperidade. No início do século XIX, com a chegada da Família Real ao Brasil (1808) e o seu estabelecimento no Rio de Janeiro, a Fazenda foi escolhida como local de veraneio. Desse modo, o antigo convento foi adaptado às funções de paço real - Palácio Real de Santa Cruz. Sentindo-se confortável na Real Fazenda de Santa Cruz, o Príncipe Regente prolongava a sua estada por vários meses, despachando, promovendo audiências públicas e recepções a partir da mesma. Nela cresceram e foram educados os príncipes D. Pedro e D. Miguel. Por iniciativa do soberano português foram trazidos da China cerca de cem homens encarregados de cultivar chá, no sítio hoje conhecido como Morro do Chá. Durante quase um século essa atividade foi produtiva e atraiu o interesse de técnicos e visitantes, tal o pioneirismo de sua implantação no Brasil. No entanto, de acordo com o jornalista Patrick Wilcken, no seu livro Império à Deriva (2010), o chá-da-índia cultivado em solo brasileiro não apresentou as mesmas características originais, sendo de qualidade inferior e de gosto amargo, o que acarretou em fracasso econômico ao contrário do café. D. João VI despediu-se de Santa Cruz em 1821, para retornar à Metrópole Portuguesa. Após o regresso de D João VI a Portugal, o Príncipe-Regente D. Pedro continuou constantemente presente em Santa Cruz, passando sua lua-de-mel com a Imperatriz Leopoldina (1818) nesta fazenda. No contexto da Independência do Brasil, antes de iniciar a história viagem da Independência, o príncipe-regente deteve-se em Santa Cruz, onde aconteceu uma reunião no dia 15 de agosto de 1822, com a presença de José Bonifácio, para estabelecer as suas bases. Ao regressar, antes de seguir até a cidade, comemorou a Independência do Brasil na Fazenda. Durante o Primeiro Reinado, o Palácio Real transformou-se em Palácio Imperial. D. Pedro I, abdicou do trono, mas os seus filhos continuaram a manter presença constante na Fazenda Imperial de Santa Cruz. Desde cedo, D. Pedro II e as princesas promoviam concorridos bailes e saraus no Palácio Imperial. Santa Cruz, por sua posição político-econômico e sobretudo estratégica (frente para o mar e fundos para os caminhos dos sertões de Minas) foi uma das primeiras localidades do País a se beneficiar com o sistema de entrega em domicílio de cartas pelo correio. Em 22 de novembro de 1842 foi inaugurada a primeira Agência fixa dos Correios do Brasil, primeira também a adotar este serviço. Dom Pedro II também instalou o primeiro telefone no Palácio Imperial de Santa Cruz, para comunicação com o Paço de São Cristóvão. Em 1878 foi inaugurada a estação de trem e no final de 1881, D. Pedro II inaugurou o Matadouro de Santa Cruz, tido como o mais moderno do mundo à época, que era servido por um ramal da estrada de ferro e abastecia de carne toda a cidade do Rio de Janeiro. Com o passar dos anos, uma série de modificações na arquitetura do prédio principal da fazenda de Santa Cruz, devido aos novos usos: Convento na era jesuítica, Palácio Real no tempo de D.João VI, Palácio Imperial com novas reformas no tempo de D. Pedro I e finalmente, no período republicano, com a construção de mais um andar, passou a aquartelar tropas do Exército. Hoje é a Sede do Batalhão Escola de Engenharia, o Batalhão Villagran Cabrita.
  • DOM PEDRO II   TECNICA EM CARVÃO  A PARTIR DA OBRA DE MANUEL POLUCENO DA SILVA EXECUTADO EM 1859. O IMPERADOR TINHA NESSA EPOCA 34 ANOS. ESTA TRAJANDO UNIFORME DE OFICIAL DA MARINHA IMPERIAL E CINGE TOSÃO DE OURO, IMPERIAL ORDEM DO CRUZEIRO E IMPERIAL ORDEM DOM PEDRO I FUNDADOR DO IMPÉRIO. EXECUTADA NO FINAL DO SEC. XIX. BELISSIMA OBRA!  70 X 60 CM DOM PEDRO II: Foi um grande imperador e sábio governante, aclamado como: o maior brasileiro, não por acaso também chamado de O MAGNÂNIMO. Foi antes um brasileiro com enorme senso patriótico extraordinário, dotado de grande amor pelo seu povo. Desde a tenra idade foi preparado para o poder, educado para isso, erudito, hábil em várias línguas. Sua mãe faleceu quando ele ainda tinha um ano de idade, o pai tinha abdicado do governo e voltou para Portugal para lutar na Revolução Liberal que acabou por entronizar naquele país sua filha e irmã de Dom Pedro II, a Rainha Dona Maria II de Portugal. Ficaram responsáveis por sua criação : Jose Bonifacio de Andrada (o tutor), Mariana Carlota de Verna Magalhaes Coutinho e Rafael, um veterano negro da Guerra da Cisplatina. Ainda criança teve uma rotina pesada de estudos, não lhe foi dado o direito da infância despreocupada, passava os dias estudando, com apenas duas horas livres para recreação. Acordava às 6h30 da manhã e começava seus estudos às sete, continuando até as dez da noite, quando ia para cama. Tomou-se grande cuidado em sua educação para formar valores e personalidade. Sua paixão por leitura lhe permitiu assimilar qualquer informação. Sua maioridade prematura acabou servindo para estabilizar o Brasil que atravessava um momento de muitos conflitos internos. Assumiu o império a beira da desintegração e transformou o Brasil numa potência emergente. Em grande parte o sucesso da nação deu-se exatamente pela estabilidade política, liberdade de expressão, com respeito aos direitos civis. Tinha como forma de governo uma funcional monarquia parlamentar constitucional. Sempre foi um monarca dedicado, indo pessoalmente visitar repartições públicas, por exemplo. Todos os súditos se impressionavam com a sua aparente auto-confiança. Sua atividade mais prazerosa era ir ao Colégio Dom Pedro II arguir os alunos, nunca escondeu que seu sonho era o de ser Professor. O imperador amadureceu com os anos, sua auto confiança foi crescendo e suas qualidades de caráter vieram a tona. Tornou-se não só imparcial e dedicado, mas também cortês, paciente e sensato. A medida que ele foi exercendo por completo sua autoridade imperial, suas novas habilidades sociais e dedicação ao governo contribuíram grandemente para a eficiência de sua imagem pública. Discreto com as palavras e sempre cordato no agir. era um trabalhador compulsivo, com uma rotina exigente e extenuante. Normalmente acordava as sete da manhã e não dormia antes das duas da madrugada do dia seguinte. Seu dia inteiro era reservado aos negócios de Estado e o pouco tempo livre disponível era gasto lendo e estudando. O imperador vestia-se de forma simples: uma casaca, calça e gravata pretas. Para ocasiões especiais ele usava o uniforme de gala e só aparecia vestido com o manto imperial e com a coroa e cetro duas vezes ao ano: na abertura e encerramento da Assembléia Geral. Obrigava políticos e funcionários públicos a seguirem seus exemplos de padrões exigentes. Exigia que os políticos trabalhassem oito horas por dia e adotou uma política exigente de seleção de funcionários públicos baseada na moralidade e mérito. Para dar a todos o padrão, ele próprio vivia de forma simples. Bailes e eventos de corte cessaram após 1852. Ele também recusou as reiteradas propostas para aumentarem o valor de sua remuneração, desde 1840, quando representava 3% dos gastos públicos, até 1889, quando havia caído para 0,5%. Ele recusava luxo, uma vez explicando: "Também entendo que despesa inútil é furto a Nação". Sua habilidade para resolver os conflitos internacionais foi sempre digna de destaque. O sucesso do Império em sua atuação em três crises internacionais aumentou consideravelmente a estabilidade e prestígio da nação, e o Brasil emergiu como um poder no hemisfério. Internacionalmente, os europeus começaram a enxergar o país como personificador de ideais liberais familiares, como liberdade de imprensa e respeito constitucional a liberdades civis. Sua monarquia parlamentarista representativa se firmava em grave contraste a mistura de ditaduras e instabilidade endêmica as demais nações da América do Sul durante este período. O país começou a gozar de estabilidade econômica e política; Pedro II não era uma simples figura ornamental como os monarcas da Grã-Bretanha e nem um autocrata à maneira dos czares russos. O imperador exercia poder através da cooperação com políticos eleitos, interesses econômicos e apoio popular. Esta interdependência e interação fizeram muito para influenciar a direção do reinado. Os mais notáveis sucessos políticos do imperador foram alcançados devido a maneira cooperativa e de não-confrontação quanto a interação com interesses diversos e com as figuras partidárias nos quais ele tinha que lidar. Ele era impressionantemente tolerante, raramente se ofendendo com críticas, oposição, ou mesmo incompetência. Ele era cuidadoso em nomear somente candidatos altamente qualificados para posições no governo, e buscava coibir a corrupção. Ele não tinha autoridade constitucional para forçar a aceitação as suas iniciativas sem o devido apoio, e sua maneira colaboradora quanto a governar manteve a nação progredindo e permitiu ao sistema político funcionar com sucesso. Sempre respeitou o parlamento, mesmo com as muitas resistências dos oposicionistas. O próprio imperador liderou os exércitos nos conflitos internacionais dos quais saiu vitorioso: Guerra do Prata, Guerra do Uruguai e Guerra do Paraguai. Pedro II decidiu ir à frente de batalha pessoalmente. Tanto o gabinete quanto a Assembleia Geral se recusaram a aquiescer ao desejo do imperador. Após receber também a recusa do Conselho de Estado, Pedro II fez o seu memorável pronunciamento: "Se os políticos podem me impedir que siga como imperador, vou abdicar e seguir como voluntário da Pátria"uma alusão aos brasileiros que se voluntariaram para ir a guerra e que ficaram conhecidos por toda a nação como "Voluntários da Pátria". O próprio monarca foi chamado popularmente de "Voluntário número um". O imperador partiu para o sul em Julho de 1865. Desembarcou no Rio Grande do Sul poucos dias depois e seguiu de lá por terra. A jornada foi realizada montada a cavalo e por carretas, e à noite o imperador dormia em tenda de campanha. Pedro II alcançou Uruguaiana, ocupada pelo exército paraguaio, em 11 de setembro. Quando de sua chegada, a força paraguaia já se encontrava cercada. O imperador cavalgou a uma distância de um tiro de rifle de Uruguaiana para demonstrar sua coragem, mas os paraguaios não o atacaram. Para evitar mais derramamento de sangue, ele ofereceu os termos de rendição ao comandante paraguaio, que os aceitou. A coordenação das operações militares pelo próprio imperador e seu exemplo pessoal teve um papel decisivo na repulsa à invasão paraguaia do território brasileiro. Havia uma crença generalizada de que a guerra estava próxima de seu fim e que a rendição de López era iminente. Antes de partir de Uruguaiana, ele recebeu o embaixador britânico Edward Thornton, que se desculpou publicamente em nome da rainha Vitoria e do governo britânico pela crise entre os dois Impérios. O imperador considerou suficiente esta vitória diplomática sobre a mais poderosa nação do mundo e reatou relações amistosas entre as duas nações. Ele retornou ao Rio de Janeiro e foi recebido com enormes celebrações. Foi aclamado e idolatrado por seu povo. Mais de 50 mil soldados brasileiros morreram e os custos da guerra foram equivalentes a onze vezes a receita anual do governo. No entanto, o país se encontrava tão próspero que o governo pôde quitar o débito em apenas dez anos. O conflito foi um estímulo para a produção e para o crescimento econômico nacional. Pedro II recusou a proposta da Assembleia Geral de erguer uma estatua equestre sua para comemorar a vitória e ao invés preferiu utilizar o dinheiro necessário para construir escolas de ensino primário. Sentia a necessidade de criar um sentimento de identidade nacional brasileira e criou: o instituto Histórico e Geográfico Brasileiro para promover pesquisa e preservação nas ciências históricas, geográficas, culturais e sociais. A Imperial Academia de Música e Ópera Nacional e o Colégio Pedro II, servindo como modelo para escolas por todo o Brasil. A Imperial Escola de Belas Artes, estabelecida por seu pai, recebeu maior apoio e fortalecimento. Pedro II providenciou bolsas de estudo para brasileiros frequentarem universidades, escolas de arte e conservatórios musicais na Europa. Financiou a criação do Instituto Pasteur, assim como a casa de ópera Bayreuth Festspielhaus de Wagner, além de outros projetos semelhantes. Seus esforços foram reconhecidos até no exterior. Darwin disse sobre ele: "O imperador faz tanto pela ciência, que todo sábio é obrigado a demonstrar a ele o mais completo respeito."O Brasil vivia uma época de grande prosperidade e paz. O Imperador defendia radicalmente a liberdade de expressão, incentivava os jornais da capital e província e via dessa forma uma maneira de manter conhecimento da opinião pública e da situação da nação. Sempre tinha contato direto com os súditos. Dava a oportunidade de audiências públicas regulares nas terças e sábados, onde qualquer do povo, até os escravos, podiam fazer parte e apresentar suas petições e contar os seus problemas. Visitava também escolas, colégios, prisões, fábricas, quartéis, etc. Foi um erudito, que promoveu de todas as formas o conhecimento, cultura, ciências. Era respeitado por grandes personalidades como Charles Darwin, Nietzsche, Graham Bell, Richard Wagner, Louis Pasteur, dentre tantos outros. Era um grande defensor da ciência, como comentou em seu diário que "Nasci para consagrar-me às letras e às ciências ", Se dedicava a antropologia, geografia, medicina, direito, religião, filosofia, pintura, escultura, teatro, música, química , poesia e tecnologia. Sua paixão linguística sempre fez com que estudasse novas línguas era fluente em português, latim, Frances, alemão, inglês, italiano, espanhol, grego, árabe, hebraico, sânscrito, chinês, provençal e tupi. Era admirado por grandes personalidades como Nietsche, Vitor Hugo. Foi membro da Academia de Ciências da Rússia, da Royal Society, da Academia de Ciências e Artes da Bélgica, dentre outras. O imperador nunca possuiu escravos. Ao longo de seu governo a população de escravos já havia caído pela metade. O grande problema que o imperador via em abolir definitivamente a escravidão era o possível impacto na economia nacional, visto que todos possuíam escravos do mais rico ao mais pobre. O imperador não tinha autoridade constitucional para diretamente intervir e por um fim na escravidão. Precisaria usar todos seus esforços para convencer, influenciar e ganhar o apoio do parlamento.Em 22 de maio de 1888, acamado e ainda se recuperando no exterior de uma doença, recebeu a notícia de que a escravidão havia sido abolida no Brasil. Com voz fraca e lágrimas nos olhos, murmurou: "Demos graças a Deus. Grande povo! Grande povo!" e desatou a chorar copiosamente. Pedro II retornou e desembarcou no Rio de Janeiro em 22 de agosto de 1888. O "país inteiro o recebeu com um entusiasmo jamais visto. Da capital, das províncias, de todos os lugares, chegaram provas de afeição e veneração." Com a devoção expressada pelos brasileiros com o retorno do imperador e da imperatriz da Europa, a monarquia aparentava gozar de apoio inabalável e parecia estar no ápice de sua popularidade. A nação brasileira desfrutava de grande prestígio no exterior durante os anos finais do Império. As Previsões de perturbações na economia e na Mão de Obra causadas pela abolição da escravatura não se realizaram e a colheita de café de 1888 foi bem-sucedida. Contudo, o fim da escravidão desencadeou em uma transferência explícita do apoio ao republicanismo pelos grandes fazendeiros de café. Detentores de grande poder político, econômico e social no país, os fazendeiros consideraram a abolição como confisco de propriedade privada. Para evitar uma reação republicana, o governo aproveitou o crédito fácil disponível no Brasil como resultado de sua prosperidade e disponibilizou grandes empréstimos a juros baixos aos cafeicultores, além de distribuir fartamente títulos de nobreza e outras honrarias a figuras políticas influentes que haviam se tornado descontentes. O governo também tomou medidas indiretas para administrar a crise com os militares revivendo a Guarda Nacional, que então existia praticamente apenas no papel. As medidas tomadas pelo governo alarmaram os republicanos civis e os militares positivistas. Estes entenderam as ações do governo como uma ameaça aos seus propósitos, o que os incitou à reação. Para ambos os grupos, republicanos e militares dissidentes, havia se tornado um caso de "agora ou nunca". Apesar de não haver desejo entre a maior parte da população brasileira para uma mudança na forma de governo, os republicanos civis passaram a pressionar os oficiais militares a derrubar a monarquia. Os positivistas realizaram um golpe de Estado em 15 de novembro de 1889 e instituíram uma república. As poucas pessoas que presenciaram o acontecimento não perceberam que se tratava de uma rebelião. A historiadora Lídia Besouchet afirmou que "raramente uma revolução havia sido tão minoritária." Durante todo o processo Pedro II não demonstrou qualquer emoção, como se não se importasse com o desenlance. Ele rejeitou todas as sugestões para debelar a rebelião feitas por políticos e militares. Quando soube da notícia de sua deposição, simplesmente comentou: "Se assim é, será minha aposentadoria. Trabalhei demais e estou cansado. Agora vou descansar". Ele e sua família foram mandados para o exílio na Europa, partindo em 17 de novembro. Houve resistência monarquista significante após a queda do Império, o qual foi sempre reprimida. Distúrbios contra o golpe ocorreram, assim como batalhas entre tropas monarquistas do Exército contra milícias republicanas. O novo regime suprimiu com rápida brutalidade e total desdenho por todas as liberdades civis quaisquer tentativas de criar um partido monarquista ou de publicar jornais monarquistas. Teve seus últimos dois anos de vida solitários e melancólicos, em Paris, vivendo em hotéis modestos com quase nenhum recurso, ajudado financeiramente pelo seu amigo Conde de Alves Machado, e escrevendo em seu diário sobre sonhos em que lhe era permitido retornar ao Brasil. Certo dia realizou um longo passeio pelo Rio Sena em carruagem aberta, apesar da temperatura extremamente baixa. Ao retornar para o hotel Bedford à noite, sentiu-se resfriado. A doença evoluiu nos dias seguintes até tornar-se uma pneumonia, que acabou levando-o a óbito. Suas últimas palavras foram: "Deus que me conceda esses últimos desejospaz e prosperidade para o Brasil." Enquanto preparavam seu corpo, um pacote lacrado foi encontrado no quarto com uma mensagem escrita pelo próprio imperador: "É terra de meu país; desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria". O pacote que continha terra de todas as províncias brasileiras foi colocada dentro do caixão. A Princesa Isabel desejava realizar uma cerimônia discreta e íntima, mas acabou por aceitar o pedido do governo francês de realizar um funeral de Estado. No dia seguinte, milhares de pessoas compareceram a cerimônia. Quase todos os membros da Academia Francesa, do Instituto de França, da Academia de Ciências Morais e da Academia de Inscrições e Belas-Artes também participaram. Representantes de outros governos, tanto do continente americano, quanto europeu se fizeram presentes, além de países longínquos como Turquia, China, Japão e Pérsia. Os membros do governo republicano brasileiro, "temerosos da grande repercussão que tivera a morte do imperador", negaram qualquer manifestação oficial. Contudo, o povo brasileiro não ficou indiferente ao falecimento de Pedro II, pois a "repercussão no Brasil foi também imensa, apesar dos esforços do governo para a abafar. Houve manifestações de pesar em todo o país: comércios fechados, bandeiras a meio pau, toques de finados, tarjas pretas nas roupas, ofícios religiosos". Foram realizadas "missas solenes por todo o país, seguidas de pronunciamentos fúnebres em que se enalteciam D. Pedro II e o regime monárquico". Os brasileiros se mantiveram apegados a figura do imperador popular a quem consideravam um herói e continuaram a vê-lo como o Pai do Povo personificado. Esta visão era ainda mais forte entre os brasileiros negros ou de ascendência negra, que acreditavam que a monarquia representava a libertação. O fenômeno de apoio contínuo ao monarca deposto é largamente devido a uma noção generalizada de que ele foi "um governante sábio, benevolente, austero e honesto" Esta visão positiva de Pedro II, e nostalgia por seu reinado, apenas cresceu a medida que a nação rapidamente caiu sob o efeito de uma série de crises políticas e econômicas que os brasileiros acreditavam terem ocorridas devido a deposição do imperador. Ele nunca cessou de ser considerado um herói popular, mas gradualmente voltaria a ser um herói oficial. Surpreendentemente fortes sentimentos de culpa se manifestaram dentre os republicanos, que se tornaram cada vez mais evidentes com a morte do imperador no exílio. Eles elogiavam Pedro II, que era visto como um modelo de ideais republicanos, e a era imperial, que acreditavam que deveria servir de exemplo a ser seguido pela jovem república. No Brasil, as notícias da morte do imperador "causaram um sentimento genuíno de remorso entre aqueles que, apesar de não possuirem simpatia pela restauração, reconheciam tanto os méritos quanto as realizações de seu falecido governante." Seus restos mortais, assim como os de sua esposa, foram finalmente trazidos ao Brasil em 1921 a tempo do centenário da independência brasileira em 1922 e o governo desejava dar a Pedro II honras condizentes aos de Chefe de Estado. Um feriado nacional foi decretado e o retorno do imperador como herói nacional foi celebrado por todo o país. Milhares participaram da cerimônia principal no Rio de Janeiro. O historiador Pedro Calmon descreveu a cena: "Os velhos choravam. Muitos ajoelhavam-se. Todos batiam palmas. Não se distinguiam mais republicanos e monárquicos. Eram brasileiros" Esta homenagem marcou a reconciliação do Brasil republicano com o seu passado monárquico. Os historiadores possuem uma grande estima por Pedro II e seu reinado. A literatura historiográfica que trata dele é vasta e, com a exceção do período imediatamente posterior a sua queda, enormemente positiva, e até mesmo laudatória. O imperador Pedro II é considerado por vários historiadores o maior de todos os brasileiros. De uma maneira bem similar aos métodos que foram usados pelos republicanos do começo do século XX, os historiadores apontam as virtudes do imperador como exemplos a serem seguidos, apesar de que nenhum foi longe o bastante para propor a restauração da monarquia. O historiador Richard Graham comentou: "A maior parte dos historiadores do século XX, além disso, têm olhado nostalgicamente para o período do reinado de Pedro II, usando suas descrições do Império para criticar às vezes sutilmente, outras vezes nem tanto os regimes republicanos e ditatoriais subsequentes do Brasil."
  • LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL POR JENNY DREYFUS RARA E MAIS IMPORTANTE OBRA REFERENCIAL DA LOUÇA DOS TITULARES BRASILEIROS. LUXUOSA EDIÇÃO, EM PAPEL COUCHÉ, PROFUSAMENTE ILUSTRADA COM CENTENAS DE FOTOGRAFIAS, NA SUA MAIORIA A CORES, DE IMPORTANTES E RARAS PEÇAS DE PORCELANA, COM A DEVIDA DESCRIÇÃO PORMENORIZADA, ACOMPANHADA DA INDICAÇÃO DA ÉPOCA DE PRODUÇÃO E DA BIOGRAFIA RESUMIDA DOS TITULARES A QUEM AS PEÇAS PERTENCERAM. NOTÁVEL SUBSÍDIO PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA SOCIAL BRASILEIRA, COM LARGA PESQUISA DOS SERVIÇOS DOS NOBRES DO IMPÉRIO, DAS SUAS LOUÇAS BRASONADAS, MONOGRAMADAS OU SIMPLESMENTE SEM MARCAS E IDENTIFICADAS PELOS SEUS DESCENDENTES, ALÉM DO ESTUDO DAS IMPORTANTES BAIXELAS DA FAMÍLIA IMPERIAL REINANTE E OUTROS GOVERNANTES DO APARELHO COLONIAL, COMO VICE-REIS, GOVERNADORES, CAPITÃES - GENERAIS E TITULARES PORTUGUESES QUE NO BRASIL PERMANECERAM. BOM EXEMPLAR. CAPA ILUSTRADA COM UMA PEÇA EM PORCELANA QUE OSTENTA AS ARMAS DE D. PEDRO I, IMPERADOR DO BRASIL, E IV DE PORTUGAL RIO DE JANEIRO. MONTEIRO SOARES EDITORES E LIVREIROS. 1982. IN -4º DE 349 -III PÁGS.
  • HENRY DECAINES - RETRATO FEMININO - FIGURA DE NOBRE .  OST. ASSINADO E DATADO 1833.  LINDO RETRATO FEMININO COM A RETRATADA SENDO APRESENTADA EM AMBIENTE CAMPESTRE. ESSA É UMA SOLUÇÃO ADOTADA ORIGINALMENTE POR LAWRENCE PARA RETRATOS NO INICIO DO SEC. XIX, QUANDO AS GRANDES SENHORAS PASSARAM A SER  APRESENTADAS EM AMBIENTES EXTERNOS E NÃO NO RIGOR DE SEUS SALÕES. OBRA BÉLISSIMA! DECAINES ESPECIALIZOU-SE NA PINTURA DOS NOBRES EUROPEUS NOTADAMENTE OS ORLEANS E VÁRIAS DE SUAS OBRAS ESTÃO NO MUSEU DO LOUVRE.  115  X 95 CM CONSIDERANDO-SE O TAMANHO DA MOLDURA. SEM CONSIDERAR A MOLDURA TEM 100 X 80 CMNOTA: Nasceu em Bruxelas em27 de janeiro de 1799, filho de Victor Decaisne, natural de Abbeville , e de Marie Maës, natural de Antuérpia. Henri Decaisne começou, em 1814, a estudar, desenhando e pintando com  frequentou, na ao mesmo tempo, as classes da Academia. Em 1818, foi para Paris e entrou no estúdio de Girodet , antes de passar para o do Barão Gros . Ele ganhou o grande prêmio em 1827 e uma medalha em 1828. Em 1830 ele foi para a Holanda para estudar os grandes mestres flamengos. Estabelecendo-se em Paris, ele fez uma grande reputação lá como um excelente pintor de retratos no estilo de Lawrence . Várias de suas telas estão em Versalhes, incluindo a Entrada de Carlos VII em Rouen (1838) e a Instituição da Ordem de São João de Jerusalém (1842). Ele completou sua grande obra Les Belges Illustres em 1839. Ele havia recebeu a Legião de Honra em 1842. Morreu em 17 de outubro de 1852em Paris, ele está enterrado no cemitério de Montmartre com seu irmão Joseph e sua mãe Marie Maës. Seus retratos mais importantes são   A Rainha dos Belgas , 1835. O duque de Orleans , 1833. Princesa Clementina de Orléans , 1833. Madame Malibran como Desdêmona , 1831. Victor Schoelcher , 1833. Afonso de Lamartine , 1839. Henri Fournel, sem data
  • ELKINGTON & CO  SALVA TROFÉU EM PRATA DE LEI DA  BRITISH NATIONAL RIFLE ASSOCIATION (ASSOCIAÇÃO NACIONAL  BRITÂNICA DE ATIRADORES DE RIFLE).  MARCAS PARA CIDADE DE BIRMINGHAM E LETRA DATA PARA O INICIO DOS SEC. XX.  CENTRO TEM BRASÃO RELEVADO DA ASSOCIAÇÃO APRESENTADO UM CAVALEIRO MEDIEVAL COM ARMADURA  E UM ARQUEIRO. TAMBEM O MOTO EM LATIM SIT PERTETUUM (SEJA PARA SEMPRE). TEM INSCRIÇÕES 1860, 13OO E 1500 (DISTÂNCIAS DE TIRO).   21 CM DE DIAMETRONOTA: A National Rifle Association foi fundada em 1859.  Registrado como uma instituição de caridade do Reino Unido, seus objetivos são "promover e encorajar a pontaria em todos os domínios do rei no interesse da defesa e da permanência do voluntário e das forças auxiliares, navais, militares e aéreas".  Em busca disso, seu objetivo inicial era arrecadar fundos para uma reunião nacional anual do rifle (agora conhecida como Reunião Imperial ).  A Associação foi originalmente baseada em Wimbledon Common , onde o Imperial Meeting foi realizado por seus primeiros 20 anos. Em 1860, a Rainha Vitória disparou o tiro de abertura do primeiro Encontro Imperial. O rifle Whitworth usado e o alvo podem ser vistos no Museu da NRA em Bisley. A Rainha também patrocinou a partida do Prêmio da Rainha com um prêmio em dinheiro de  250 - no valor de cerca de  30.000 a preços de 2022. O primeiro vencedor foi Edward Ross, de 17 anos, do 7º Voluntários de North Yorkshire.  O Encontro Imperial rapidamente ganhou importância na alta sociedade. Em 1878, Edward Walford escreveu "Estes encontros anuais são frequentados pela elite da moda, e sempre incluem um grande número de senhoras, que geralmente demonstram o maior interesse na prática de tiro ao alvo dos vários competidores, seja pela honra de levar a cabo o Escudo Elcho , o Prêmio da Rainha ou do Príncipe de Gales, ou o escudo disparado por nossas grandes Escolas Públicas, ou o Jogo Anual de Rifle entre as Câmaras dos Lordes e dos Comuns." Partidas importantes, como o Elcho, foram ocasiões sociais significativas, a par de The Boat Race .  Atiradores e oficiais eram muitas vezes nomes familiares e apresentados ou mesmo caricaturados em publicações da sociedade, como Vanity Fair . A Associação mudou-se de Wimbledon para Bisley Camp em 1890, depois que a invasão do desenvolvimento habitacional em torno de Wimbledon causou preocupações sobre a capacidade contínua de operar os campos com segurança. No mesmo ano, a Rainha Vitória concedeu à National Rifle Association uma carta real de incorporação

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