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Arte sacra

IMPORTANTE RELICÁRIO OITOCENTISTA EM MADEIRA CONTENDO ÓCULO E EM SEU INTERIOR RELICÁRIO COM RELÍQUIAS DOS SEGUINTES SANTOS: SANTA LAURA, SÃO TOBIAS, SÃO VICENTE, SÃO JORGE, SANTA LUZIA, SANTA INES, SANTA MARIA MADALENA, SANTA CATARINA, SANTA APOLONIA, SANTA CECILIA, SANTA BÁRBARA, SANTA VERONICA, SANTA AGATA. SANTA MARGARIDA, SÃO MARCOS. EXISTEM AO TODO 20 RELIQUIAS MAS ALGUMAS NÃO PODEM SER IDENTIFICADAS PORQUE A IDENTIFICAÇÃO FICA ALÉM DO ALCANCE DO VISOR DO ÓCULO. ITÁLIA, INICIO DO SEC. XIX. 54 CM DE ALTURA. NOTA: SANTA LAURA DE CÓRDOBA foi uma cristã espanhola que viveu em Al-Andalus durante o século IX. Ela nasceu em Córdoba e se tornou Uma freira em Cuteclara após a morte de seu marido, eventualmente sendo escolhida para ser a abadessa do convento. Ela foi martirizada pelos muçulmanos que a tomaram como prisioneira e a escaldaram até a morte ao colocá-la num caldeirão de chumbo fervente. Ela é uma das Mártires de Córdoba. SÃO TOBIAS - Sendo ainda muito jovem, quando seus familiares se separaram da verdadeira religião e começaram a adorar o bezerro de outo, ele nunca mudou nem quis adorar esse ídolo, e era o único que em sua família ia, nas grandes festas, a Jerusalém para adorar o verdadeiro Deus. Casou-se com uma mulher da sua própria religião, chamada ana, e teve um filho ao qual também pôs o nome de Tobias. Quando o povo de Israel foi levado cativo a Nínive, Tobias teve que ir também ao desterro, mas lá Deus lhe concedeu a simpatia dos governantes e chegou a ocupar um posto privilegiado na administração do governo. No entanto, um novo rei ordenou a matança de todos os israelitas; inclusive proibiu a sua sepultura, a fin de que fossem os corvos os que comessem os seus corpos. Mas Tobias, que era muito piedoso e caridoso, dedicou-se, de noite, a sepultar os cadáveres dos seus paisanos. Tobias foi presa de muitos sacrifícios e infelicidades; mas sua entrega generosa e caridosa aos mais necessitados, assim como a sua constante oração, foram suficientes para que o Senhor aplacasse todos os seus males, e que Tobias e toda a sua família logo pudessem gozar de muita paz e felicidade.SÃO VICENTE - Vicente era natural de Huesca e pertencia a uma das mais distintas famílias da Espanha. Desde menino, foi entregue por seus pais à orientação do bispo Valério, de Saragoça, recebendo uma sólida formação religiosa e humana. Muito jovem ingressou na vida religiosa e logo foi ordenado diácono da Igreja. Depois, devido ao seu preparo intelectual e tendo o dom da palavra, foi escolhido para assistir o bispo, ficando encarregado do ministério da pregação do Evangelho. Isto porque o bispo, em virtude da idade avançada, já não tinha mais forças para exercer esta tarefa. Vicente desempenhou este cargo com total dignidade e, graças a eloquência dos seus sermões e obras, obteve expressivos resultados para a Igreja convertendo à fé, grande número de pagãos. Neste período, iniciava a terrível perseguição decretada pelos imperadores romanos Diocleciano e Maximiano, no solo espanhol. Daciano, governador da província de Saragoça e Valência, querendo mostrar a sua lealdade e obediência aos decretos imperiais, mandou prender Valério e Vicente, ordenando que fossem levados para a prisão de Valência. Depois de processados foram condenados à morte, mas o governador mostrando uma certa clemência para o bispo muito idoso, mandou que fosse exilado. Entretanto reservou seu requinte de crueldade para Vicente, que foi barbaramente chicoteado e esfolado, tendo os nervos e músculos esmigalhados. Mas ele continuava vivo entoando hinos de louvor à Deus. Os carrascos ficaram tão espantados e assustados, que desistiram da tortura, e tiraram Vicente da cela quando então ele morreu. Era o ano 304. Segundo a tradição, Daciano mandou que seu corpo fosse atirado num terreno pantanoso, para que os animais pudessem devorá-lo, mas acabou protegido por um corvo enorme, que não permitiu que seus restos fossem tocados. Por isto, transtornado o governador mandou que o jogassem ao mar, com uma grande pedra amarrada no pescoço. O corpo de Vicente não afundou. O Senhor o conduziu à praia, onde os fiéis o recolheram e sepultaram fora dos muros da cidade de Valência. Neste lugar foi construída a belíssima Basílica dedicada à ele e que guarda suas relíquias até hoje. São Vicente, diácono, é o mártir mais célebre da Espanha e Portugal. Um século após o seu testemunho da fé no Cristo, Santo Agostinho, doutor da Igreja, lhe dedicava todos os anos neste dia uma missa. Por este motivo a Igreja manteve a sua festa nesta data. SÃO JORGE São Jorge foi, de acordo com a tradição, um soldado romano no exército do imperador Diocleciano, venerado como mártir cristão. São Jorge é um dos santos mais venerados no catolicismo(tanto na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa como também na Anglicana). É imortalizado na lenda em que mata o dragão. Considerado como um dos mais proeminentes santos militares. Padroeiro da Inglaterra,Portugal,Geórgia,Catalunha,Lituânia,Sérvia,Montenegro,Etiópia,Barcelona, Genova, Régio da Calábria, Ferrara, Friburgo em Brisgóvia, Moscou e Beirute. Há uma tradição que aponta o ano303como ano da sua morte. Apesar de sua história se basear em documentos lendários apócrifos, a devoção a São Jorge se espalhou por todo o mundo. Fato é que, embora se trate de uma pessoa real, as origens deste mártir tão enobrecido são algo confusas e incertas. O Breviário Romano não narra a história do santo, pois o Papa Gelásio I(492a496d.C.) foi ao ponto de proibir que se lessem suas atas por as considerar apócrifas e imbuídas de erro. No caso específico - São Jorge - os limites terrenos e espirituais extrapolam o conhecimento atual, pois, sendo a sua existência real envolvida pelo mito, não se pode afirmar categoricamente onde termina a verdade e onde começa a fábula. A lenda narra que Jorge, era um romano que, após a morte de seu pai - Gerôncio, oficial do exército imperial - acompanhou a mãe Policrômía até a cidade natal desta: Lida em Israel. Alí, Policrômía pôde educar seu filho na fé cristã e este, pouco depois de atingir a maiorídade, se alistou no exército romano. Devido a seu carisma, Jorge não tardou em ascender na carreira e, antes de atingir os 30 anos foi tribuno, sendo encarregado como guarda pessoal do imperador Diocleciano(284-305).Consta que, quando do falecimento de sua mãe, ele, tomando sua vultosa herança, tudo doou aos pobres e necessitados. Em 302, Diocleciano (influenciado por Galério) publicou um édito que mandava prender todo soldado romano cristão e que todos os outros deveriam oferecer sacrifícios aos deuses romanos. Jorge foi ao encontro do imperador para objetar, e perante todos declarou-se cristão. Não querendo perder um de seus melhores tribunos, o imperador tentou dissuadi-lo oferecendo-lhe terras, dinheiro e escravos. Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar aos deuses romanos. Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio, aos poucos, ganhado notoriedade e muitos romanos, tomado as dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente,Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303. Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida(Antiga Dióspolis), cidade em que crescera com sua mãe. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente. Na Itália, era padroeiro da cidade de Gênova. Frederic III da Alemanha dedicou a ele uma Ordem Militar. Na França, o Rei Clóvis dedicou-lhe um mosteiro, e sua esposa, Santa Clotilde, mandou erguer várias igrejas e conventos em sua honra. A Inglaterra foi o país ocidental onde a devoção ao santo teve papel mais relevante. O monarca Eduardo III colocou sob a proteção de São Jorge a Ordem da Jarreteira, fundada por ele em1330. Por considerá-lo o protótipo dos cavaleiros medievais, o rei inglês Ricardo I, comandante de uma das primeiras Cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro daquelas expedições que tentavam reconquistar a Terra Santa dos muçulmanos. No reinado de Dom Afonso IV de Portugal o uso de "São Jorge!" como grito de batalha se tornou regra. O Rei Dom João I de Portugal era também um devoto do Santo, e foi no seu reinado que São Jorge substituiu Santiago maior como padroeiro de Portugal. SANTA LUZIA - Santa Lucia de Siracusa (283-304) mais conhecida por Santa Luzia (santa de luz), foi uma jovem siciliana nascida numa rica família de Siracusa, morreu por volta de 304 durante as perseguições de Dioclesiano. Era considerada como uma das jovens mais belas de sua cidade, mas secretamente Lúzia fez um voto de consagrar sua virgindade a Cristo. Um dia resolveu com apoio de sua mãe entregar todos os seus bens aos pobres e por isso foi denunciada como Cristã ao Imperador Diocleciano , que tentou persuadi-la a se converter aos ídolos. Luzia se mostrou cheia do Espírito Santo em frente ao imperador Diocleciano. Ele vendo que nada a convertia fez inúmeras coisas cruéis com ela. Primeiro mandou jogá-la em uma casa de prostituição, cheia de homens sedentos de um corpo virginal como o de Luzia, mas foi em vão: ninguém conseguia tirar Luzia dali. Nem mesmo uma junta de bois conseguiu. Os soldados saíram envergonhados por isso retiram-se envergonhados por não conseguir tira-la dali. Seus pés eram como se estivessem fincados no chão, como raízes de plantas. Tentaram depois colocar fogo em seu corpo, mas Luzia fez a seguinte oração: "Ó Senhor Deus, Jesus Cristo meu Rei, não deixai que essas chamas me façam mal algum." As chamas nada fizeram contra ela, nem mesmo vermelhidão no seu corpo deixaram, e por isso retiraram ela de dentro do fogo. Como tudo isso não havia dado certo, foi lhe aplicado o castigo mais cruel depois da degolação. Luzia não se convertia de jeito nenhum aos falsos deuses, e por isso um soldado, a mando do imperador, arrancou-lhe os olhos de sua face, e entregou os olhos em um prato a Luzia, mas milagrosamente ao entregar o prato com os olhos de Luzia, no rosto da mesma, nasceram-lhe dois lindos olhos, sãos, perfeitos e mais lindos do que os outros. Vendo que nada a convencia de converter-se ao paganismo, deceparam sua cabeça no momento que Luzia dizia: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade" No mesmo instante sua cabeça rolou pelo o chão. Era 13 de Dezembro do ano de 304 D.C. Os cristãos recolheram seu corpo virginal e a sepultaram nas catacumbas de Roma. Sua fama de Santa se espalhou por toda a Itália e Europa e depois para todo mundo, onde hoje é venerada e honrada como a "Santa da Visão", padroeira dos Oftalmologistas. SANTA INES - Santa Inêstem o nome originário do grego e significa pura. Inês nasceu em Roma, no ano 304. Era de família nobre, descendente da família Cláudia. Desde pequena foi educada na fé cristã. Foi cuidada por uma Aia, uma babá. Desde criança demonstrou personalidade forte e decidiu consagrar sua pureza para Deus. Com apenas 13 anos já era cheia de pretendentes, por causa de sua beleza. Inês foi cobiçada por sua beleza e riqueza por um jovem romano chamado Fúlvio, que era filho de Simprônio, o prefeito de Roma. Fúlvio fez o pedido de casamento formal à família. Inês, porém, não aceitou por causa de sua consagração a Deus. Fúlvio, indignado, denunciou Inês como cristã. E era tempo de perseguição contra os cristãos. Por isso, Inês foi presa, e após um julgamento forjado, foi condenada a vários castigos. Os pais de Santa Inês nada puderam fazer em seu favor, pois o prefeito de Roma era superior a eles. Assim, sem poder contar com o socorro de seus pais, queriam obrigar Inês a manter aceso o fogo da deusa romana do lar e do fogo chamada Vesta, no templo dedica à deusa. O castigo era uma maneira de obrigar Inês renunciar à sua fé. Mas Inês recusou-se e disse ao prefeito:Se recusei seu filho que é homem, como pode pensar que eu aceite prestar honras a uma estátua? Meu esposo não é desta terra (Jesus Cristo). Sou jovem, é verdade, mas a fé não se mede pelos anos e sim pelas obras. Deus mede a alma, não a idade. Quanto aos deuses, podem até ficar furiosos, que eu não os temo. Meu Deus é amor.O prefeito, irado, condenou Inês a uma pena pior: ser exposta nua num prostíbulo do circo Agnolo, em Roma, para que todos os homens a vissem. Inês pediu proteção a Deus. Então, uma luz celestial a protegeu, de forma que ninguém conseguiu se aproximar dela. Em seguida seus cabelos cresceram rápido e protegeram seu corpo. O primeiro homem que tentou agarrar Inês nua no prostíbulo ficou cego por causa da luz que a protegia. Ao ver o homem cego, porém, Santa Inês rezou por ele, perdoou e ele pode ver novamente, convertendo-se. O homem passou a ver não uma jovem nua, mas uma filha de Deus, da qual emanava o amor de Deus, que equilibra e coloca as paixões humanas em seu devido lugar. Não obstante esse milagre, outro homem tentou violentá-la. Dessa vez, porém, um anjo do Senhor o matou. Santa Inês, mais uma vez, ficou com pena e orou a Deus. O homem ressuscitou. Por causa desses acontecimentos, no local onde foi esse prostíbulo, hoje se ergue a Basílica de Santa Inês em Roma. Simprônio, o prefeito de Roma, ao ver tudo isso, teve medo e passou o caso da jovem Inês para o vice prefeito chamado Aspásio. Este era ainda mais cruel e mandou queimá-la. Porém as chamas nada fizeram a ela e sim aos os soldados que estavam em volta. Depois disso, Santa Inês passou por vários castigos sob as ordens de Aspásio. Foi acorrentada e esticada na roda de tortura, mas nada a afetava. Inês, por sua vez, perseverava louvando a Jesus e nunca cedendo a nenhuma pressão. Por fim, Aspasio, mandou cortar sua cabeça. Assim, com apenas 13 anos, ela foi morta. Foi em 21 de janeiro do ano 317.Havia um crânio no tesouro de relíquias do Sancta Sanctorum da Basílica de Latrão, em Roma, que há séculos era guardado como sendo de Santa Inês. Recentemente foram realizados exames forenses sobre este crânio e foi comprovado que se trata realmente do crânio de uma menina de 13 anos. Hoje, o crânio de Santa Inês está na Igreja de Santa Inês em Agonia (Sant'Agnese in Agone), localizada na Praça Navona, em Roma. Todos os anos, os padres da Basílica de Santa Inês levam dois cordeiros para o Papa abençoar. Os cordeiros depois são tosquiados e sua lã é levada para fazer os pálios, 2 tiras de lã branca, que são usados na liturgia pelos Arcebispos da Igreja Católica. O pálio é um símbolo que lhes confere o poder da jurisdição. Santa Inês é cantada na ladainha de Todos os Santos. Santa Inês éPadroeira da Purezae da castidade, é também a padroeira dos noivos. SANTA MARIA MADALENA - A biografia de Santa Maria Madalena é baseada nas passagens bíblicas sobre ela, relatadas nos evangelhos, mas também em tradição cristã oral o texto a seguir é baseado nas duas fontes sendo que a narrativa bíblica é destacada com a referência do texto e os relatos de tradição oral são colocados sem tal indicação. Maria Madalena teria nascido em Betânia, cidade da Judéia, de pais muito ricos, tendo por irmãos Marta e Lázaro. Como parte de sua herança, recebera o castelo de Magdala, de onde lhe veio o nome. Uma lenda fala de sua esplêndida formosura, cabeleira famosa, de seu engenho, e apresenta-a casada com um doutor da Lei que, muito ciumento, a trancava em casa quando saía. Cheia de vida, altiva e impetuosa, Maria teria sacudido esse jugo e fugido com um oficial das tropas do César. Estabeleceram-se no castelo de Magdala, perto de Cafarnaum, de onde em breve o rumor de suas desordens e escândalos encheu a região. Enquanto isso, o divino Salvador havia iniciado sua peregrinação, e a fama de seus milagres e santidade de vida estendia-se pelas terras da Palestina. Atormentada por demônios e pelos remorsos de sua consciência culpada, Maria foi procurar o grande o Messias prometido. Não sabia que seus irmãos já se tinham tornado seus discípulos e rezavam fervorosamente por sua conversão. O Senhor apiedou-se dela e livrou-a de sete demônios (Mc 16, 9), tocando-lhe também profundamente o coração. A partir de então, começou para Madalena a completa conversão. Horrorizada ante seus inúmeros pecados, e cativada pela bondade e mansidão de Jesus, ela procurava uma ocasião em que pudesse mostrar-Lhe seu reconhecimento e profundo arrependimento. Essa ocasião surgiu na casa de Simão um fariseu, provavelmente de Cafarnaum , que havia convidado o Mestre para uma refeição. O ágape seguia seu curso normal, quando inesperadamente Madalena irrompeu na sala, foi diretamente até Jesus, rompeu um vaso de alabastro que levava apertado ao peito, ecomeçando a banhar-Lhe os pés com lágrimas, enxugava-os com os cabelos da sua cabeça, beijava-os e os ungia com o bálsamo(Lc 7, 38). Simão tomou a mal esse ato. Como ousava uma pecadora pública entrar assim no santuário de seu lar e profaná-lo com sua presença? Ademais, cogitou ele,se este fosse profeta, com certeza saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora.O divino Salvador, lendo seu pensamento, respondeu-lhe com uma parábola:Um credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários, o outro cinqüenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a dívida. Qual deles o amará mais?.Simão respondeu acertadamente:Creio que aquele a quem perdoou mais.Respondeu-lhe Jesus:Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão:Vês esta mulher? Entrei em tua casa, não me deste água para os pés; e esta, com as suas lágrimas, banhou os meu pés e enxugou-os com os seus cabelos. Não me deste o ósculo (da paz), porém esta, desde que entrou, não cessou de beijar os meus pés. Não ungiste a minha cabeça com bálsamo; entretanto, esta ungiu com bálsamo os meus pés. Pelo que te digo: são-lhe perdoados muitos pecados, porque muito amou (Id., ib. 39-50). Perdoada, convertida, despojada de suas galas mundanas, Maria Madalena foi viver com seus irmãos em Betânia. Foi lá que as duas irmãs receberam a visita do Messias prometido. Lázaro, parece, estava ausente. Maria sentou-se junto ao Salvador para absorver suas palavras divinas, enquanto Marta afanava-se nos afazeres domésticos para bem receber seu divino Hóspede. E julgou que sua irmã fazia mal, pois em vez de ajudá-la, estava ali sentada esquecida da vida. Disse Jesus:Marta, Marta,afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas. Entretanto uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada(Lc 10, 38-42). Mais tarde Lázaro ficou muito doente, e o Mestre divino estava longe. As duas irmãs mandaram-lhe uma mensagem:Senhor, eis que está enfermo aquele que amais.Mas Jesus não apareceu, e Lázaro morreu. Quando foi a Betânia, Lázaro jazia no sepulcro havia já quatro dias. Nosso Senhor, que amava Lázaro, comoveu-se diante da dor das duas irmãs, e foi uma das raras ocasiões em que chorou. Depois, diante de muita gente, inclusive de fariseus, ressuscitou Lázaro (Jo 11, 1-46). Milagre estupendo, que provava sua divindade. Em outra visita do divino Mestre a Betânia, Maria Madalena, já não mais a pecadora, ungiu novamente os pés do Redentor com precioso perfume, o que levou Judas a reclamar do desperdício, pois podiam vender o perfume edar o dinheiro aos pobres.Nosso Senhor interveio:Deixai-a; ela reservou isso para o dia da minha sepultura; porque sempre tendes os pobres convosco, mas a mim não tendes sempre(Jo 12, 1-8). Advertência muito válida hoje em dia para os que, com o pretexto de amor aos pobres, pretendem acabar com as pompas sagradas da Igreja! Chegou o momento da Paixão. São Pedro negou o Mestre, e todos os Apóstolos fugiram. Somente algumas santas mulheres percorreram a Via Dolorosa junto ao divino Redentor. Aos pés da cruz, Maria Madalena encontrou-se acompanhando Nossa Senhora e São João Evangelista. Quando o corpo de Jesus foi depositado no sepulcro novo de José de Arimatéia, Madalena estudou bem o modo como ele era feito e a pedra com que selaram sua entrada. Narra São João:No primeiro dia da semana, foi Maria Madalena ao sepulcro, de manhã, sendo ainda escuro, e viu a pedra retirada do sepulcro.Surpresa, ela pensou primeiro em avisar os discípulos. Relatou o que vira a São Pedro, que com São João Evangelista correu para o sepulcro, e os seguiu. E acrescenta São João:Entretanto, Maria Madalena conservava-se na parte externa do sepulcro, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para o sepulcro, e viu dois anjos vestidos de branco, sentados no lugar onde fora posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Eles disseram-lhe: Mulher, por que choras? Respondeu-lhes: Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.Então voltou-se e viu Nosso Senhor. Mas, devido à penumbra e pela veste, julgou ser o jardineiro. Perguntou-lhe Jesus:Mulher, por que choras? A quem procuras?.Ela, sempre pensando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe:Se tu o levaste, dize-me onde o puseste; eu irei buscá-lo.Nosso Senhor lhe disse então:Maria!.Reconhecendo o Redentor, ela só pôde exclamar:Raboni!,que em hebraico quer dizer Mestre (Jo 20, 1-18). Desencadeou-se uma perseguição tão violenta dos judeus contra os cristãos em Jerusalém, que todos os fiéis, com exceção dos Apóstolos, se retiraram da cidade para a Judéia e a Samaria. O que leva a supor que também Maria Madalena e seus irmãos saíssem da Cidade Santa dirigindo-se para a Galiléia. Quando a perseguição cessou, voltaram eles para Jerusalém, onde permaneceram até o ano de 45, mas houve uma segunda grande perseguição. São Pedro partiu então para Roma, e a Virgem Santíssima foi conduzida por São João Evangelista a Éfeso. Os Padres gregos afirmam que para lá foi também Santa Maria Madalena, tendo morrido e sido enterrada naquela cidade. Mas outra tradição, não menos vigorosa, afirma que ela e seus irmãos, mais alguns outros cristãos, foram presos pelos judeus em Jerusalém e colocados no mar num barco sem remo, sem leme, e sem as mínimas condições para navegar, a fim de perecerem num naufrágio. Alguns afirmam que São Maximino, um dos 72 discípulos do Senhor, e Sidônio (o cego de nascença de que fala o Evangelho, e que foi curado por Nosso Senhor) e mesmo José de Arimatéia sofreram a mesma sorte. Entretanto, o barco dirigiu-se milagrosamente para a Sicília, e de lá para a França, chegando finalmente a Marselha, que era então um dos principais portos das Gálias. São Maximino foi bispo de Aix, e São Lázaro encarregou-se da igreja de Marselha. Santa Marta reuniu em Tarascão uma comunidade de virgens, e Maria Madalena, depois de ter trabalhado eficazmente na conversão dos marselheses, retirou-se para viver na solidão, refugiando-se numa gruta que se encontra na igreja de São Vítor, em Marselha. Mas, como não julgasse tal lugar suficientemente recolhido, afastou-se para uma montanha entre Aix, Marselha e Toulon,La Sainte Baume(a Santa Montanha ou Santa Gruta), como dizem os habitantes do lugar. Lá permaneceu cerca de trinta anos, levando vida contemplativa e penitencial. Enfim, estando para morrer, os anjos levaram-na para junto de São Maximino, de quem recebeu os últimos sacramentos, entregando sua alma a Deus. Seu corpo foi então, segundo a tradição, levado para um povoado vizinho aVilla Lata, depoisSão Maximino onde esse bispo havia construído uma capela. No século VIII, por temor dos sarracenos, suas relíquias foram trasladadas para um lugar seguro, tendo ficado esquecidas até que Carlos II, rei da Sicília e Conde da Provença, as encontrou em 1272. Entretanto, a urna de Santa Maria Madalena desapareceu no século XVI, durante as guerras de religião entre católicos e protestantes. SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA - A vida e o martírio de Catarina de Alexandria estão de tal modo mesclados às tradições cristãs que ainda hoje fica difícil separar os acontecimentos reais do imaginário de seus devotos, espalhados pelo mundo todo. Muito venerada, o seu nome tornou-se uma escolha comum no batismo, e em sua honra muitas igrejas, capelas e localidades são dedicadas, no Oriente e no Ocidente. O Brasil homenageou-a com o estado de Santa Catarina, cuja população a festeja como sua celestial padroeira. Alguns textos escritos entre os séculos VI e X , que se reportam aos acontecimentos do ano 305, tornaram pública a empolgante figura feminina de Catarina. Descrita como uma jovem de dezoito anos, cristã, de rara beleza, era filha do rei Costus, de Alexandria, onde vivia no Egito. Muito culta, dispunha de vastos conhecimentos teológicos e humanísticos. Com desenvoltura, modéstia e didática, discutia filosofia, política e religião com os grandes mestres, o que não era nada comum a uma mulher e jovem naquela época. E fazia isso em público, por isso era respeitada pelos súditos da Corte que seria sua por direito. Entretanto esses eram tempos duros do imperador romano Maximino, terrível perseguidor e exterminador de cristãos. Segundo os relatos, a história do martírio da bela cristã teve início com a sua recusa ao trono de imperatriz. Maximino apaixonou-se por ela, e precisava tirá-la da liderança que exercia na expansão do cristianismo. Tentou, oferecendo-lhe poder e riqueza materiais. Estava disposto a divorciar-se para casar-se com ela, contanto que passasse a adorar os deuses egípcios. Catarina recusou enfaticamente, ao mesmo tempo que tentou convertê-lo, desmistificando os deuses pagãos. Sem conseguir discutir com a moça, o imperador chamou os sábios do reino para auxiliá-lo. Eles tentaram defender suas seitas com saídas teóricas e filosóficas, mas acabaram convertidos por Catarina. Irado, Maximino condenou todos ao suplício e à morte. Exceto ela, para quem tinha preparado algo especial. Mandou torturá-la com rodas equipadas com lâminas cortantes e ferros pontiagudos. Com os olhos elevados ao Senhor, rezou e fez o sinal da cruz. Então, ocorreu o prodígio: o aparelho desmontou. O imperador, transtornado, levou-a para fora da cidade e comandou pessoalmente a sua tortura, depois mandou decapitá-la. Ela morreu, mas outro milagre aconteceu. O corpo da mártir foi levado por anjos para o alto do monte Sinai. Isso aconteceu em 25 de novembro de 305. Contam-se aos milhares as graças e os milagres acontecidos naquele local por intercessão de santa Catarina de Alexandria. Passados três séculos, Justiniano, imperador de Bizâncio, mandou construir o Mosteiro de Santa Catarina e a igreja onde estaria sua sepultura no monte Sinai. Mas somente no século VIII conseguiram localizar o seu túmulo, difundindo ainda mais o culto entre os fiéis do Oriente e do Ocidente, que a celebram no dia de sua morte. Ela é padroeira da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, dos estudantes, dos filósofos e dos moleiros donos e trabalhadores de moinho. Santa Catarina de Alexandria integra a relação dos quatorze santos auxiliares da cristandade. Santa Apolônia viveu no tempo do império romano por volta do ano 249. Era o tempo do imperador Felipe, que foi derrotado por Décio. Este tornou-se um dos mais cruéis perseguidores dos cristãos. Apolônia era filha de um rico magistrado de Alexandria, cidade importante do Egito, então sob o domínio do império Romano. Apolônia teve sua história contada pelo então Bispo de Alexandria, São Dionísio, em cartas ao Bispo Fabio de Antioquia. Na sétima investida do Imperador Décio contra os cristãos, ela foi capturada. Como Décio sempre fazia, Apolônia foi obrigada a renunciar a sua fé cristã pelas forças do império. Além disso, foi obrigada a prestar culto aos deuses romanos e a obedecer o Imperador. Santa Apolônia, porém, firme na fé e tomada por uma coragem impressionante, negou-se a obedecer. Por isso, ela passou a sofrer terríveis torturas em praça pública, diante de todo o povo, que se impressionava com tudo o que via. Em meio às grandes torturas que sofreu sem negar sua fé, Santa Apolônia teve seus dentes arrancados por pedras afiadas. Mesmo sofrendo a dor lancinante de ter seus dentes arrancados, mesmo assim ela não renunciou à sua fé em Jesus Cristo. Ao ver sua firmeza na fé, os carrascos quebraram sua face com pancadas. Em seguida, foi condenada a morrer queimada. Depois de todos os sofrimentos pelos quais tinha passado, Santa Apolônia ainda reunia forças para mostrar a todos sua fé inabalável. Assim, mesmo amarrada, ela própria se jogou na fogueira onde morreria, dizendo que preferia a morte a renunciar sua fé em Cristo Jesus. Deus, porém, protegeu Santa Apolônia e ela escapou ilesa da fogueira. Muitos dos presentes se converteram ao presenciar este fato. Então os algozes lhe deram vários golpes de espada e lhe deceparam a cabeça. Santa Apolônia faleceu no ano de 249. Depois de sua morte, seus dentes foram recolhidos e levados para vários mosteiros. Existe um dente e um pedaço de sua mandíbula no Mosteiro de Santa Apolônia em Florença, Itália. Mais tarde Santo Agostinho explicou que esse ato de Santa Apolônia foi inspirado pelo Espírito Santo, como um ato de coragem ao enfrentar todas as forças da época em nome de Jesus Cristo. Santa Apolônia foi canonizada no ano 300. Seu culto é mais conhecido e divulgado na Europa, principalmente na Alemanha, França e Itália. Sua festa litúrgica é realizada no dia 9 de fevereiro. Ela é padroeira da Odontologia e dos cirurgiões-dentistas, dos que sofrem de dores na boca e problemas nos dentes. Por ter tido os seus dentes arrancados ela é representada por uma imagem de uma senhora com vestes simples, adornada de um véu. Tem a seus pés uma palma e um fórceps na mão segurando um dente. SANTA CECÍLIA - Santa Cecília é padroeira dos músicos e da música sacra.. Não se tem muitas informações sobre a sua vida. É provável que tenha sido martirizada entre 176 e 180, sob o reinado de Marco Aurélio. Escavações arqueológicas não deixam dúvidas sobre sua existência, mas sua história só foi registrada no século V, na narrativa Paixão de Santa Cecília. Santa Cecília é a santa da Igreja Católica que mais tem basílicas em Roma (nenhuma outra santa conseguiu tal feito) e é uma das santas mais veneradas da Idade Média, além de ser a primeira santa encontrada com corpo incorrupto, no ano de 1599, mesmo depois de tantos séculos. Uma estátua de seu corpo que não se decompôs com a força do tempo foi feito por Stefano Maderno (1566-1636). Segundo este relato, Cecília seria da "nobre família romana dos Metelos, filha de senador romano e cristã desde a infância". Ela foi dada em casamento, contra a vontade, a um jovem chamado Valeriano. Se bem que tivesse alegado os motivos que a levavam a não aceitar este contrato, a vontade dos pais se impôs de maneira a tornar-lhe inútil qualquer resistência. Assim se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia. Da alegria geral que estampava nos rostos de todos, só Cecília fazia exceção. A túnica dourada e alvejante peplo que vestia não deixavam adivinhar que por baixo existia o cilício, e no coração lhe reinasse a tristeza.Estando só com o noivo, disse-lhe Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti. A estas palavras, incompreensíveis para um pagão, Cecília fez seguir a declaração de ser cristã e obrigada por um voto que tinha feito a Deus de guardar a pureza virginal. Disse-lhe mais: que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus. Valeriano, ficou "vivamente impressionado" com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite. Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que tinha se passado e conseguiu que também ele se tornasse cristão. Turcius Almachius, prefeito de Roma, "teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a religião que tinham abraçado. Diante da recusa formal, foram condenados à morte e decapitados". Também Cecília, "teve de comparecer na presença do juiz. Antes de mais nada, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados. Cecília respondeu-lhe que os tinha bem guardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado o destino nas mãos dos pobres. Almachius, mais tarde, cientificado deste fato, enfureceu-se e ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses. De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas com tanta convicção falou aos soldados da beleza da religião de Cristo que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses." Almachius, "vendo novamente frustrado seu estratagema, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores dágua. Cecília teria sido então protegida milagrosamente, e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, ela nada sofreu". Segundo outros mitos, a Santa "foi metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa". Almachius recorreu então à pena capital." Três golpes vibrou o algoz sem conseguir separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar dava bons e caridosos conselhos. Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte". Foi enterrada na Catacumba de São Calisto. Durante sua agonia cantava louvores a Deus e por isso é considerada padroeira dos Músicos. SANTA BÁRBARA: Bárbara de Nicomédia foi uma virgem mártir no século III comemorada como santa cristã na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa. Em Portugal e no Brasil, tornou-se popular a devoção à Santa Bárbara, invocada como protetora por ocasião de tempestades, raios e trovões. Por ser filha única e com receio de deixar a filha no meio da sociedade corrupta daquele tempo, Dióscoro decidiu fechá-la numa torre. Quando o pai descobriu que sua filha havia se convertido ao cristianismo ele a denunciou ao governante da cidade que a condenou a morte. O próprio pai executou a sentença degolando-a. Quando a cabeça de Bárbara rolou pelo chão, um imenso trovão estrondou pelos ares fazendo tremer os céus. Um relâmpago flamejou pelos ares e atravessando o céu fez cair por terra o corpo sem vida de Dióscoro. Depois deste acontecimento contado nesta lenda, Santa Bárbara passou a ser conhecida como "protectora contra os relâmpagos e tempestades" e é considerada a Padroeira dos artilheiros, dos mineiros e de todos quantos trabalham com fogo. SANTA VERÔNICA: Eusébio relata que em Cesaréia de Filipe vivia uma mulher a quem Cristo havia curado de um problema de hemorragia (Mateus 9:20-22). Seu nome era Berenike, e foi esta a piedosa mulher que secou a face de Cristo com seu véu, quando este carregava a Cruz rumo ao Gólgota. Dizem os relatos que imediatamente a face de Cristo ficou gravada no tecido. É interessante notar a derivação do nome de Berenike para Verônica, que na verdade surgiu da junção popular das palavras em latim Vera e Icon Verdadeira Imagem como era referida a face de Cristo no véu. Textos medievais relatam a existência da face de Cristo chamada de Veronica: Effigies Domenici Vultus Quae Veronica Nuncupartur (Efige da Face do Senhor que é chamada de Verônica). Gradualmente a imaginação popular tomou a palavra como sendo o nome de uma pessoa. SANTA ÁGATA é uma das mais gloriosas heroínas da Igreja primitiva. Sua intercessão chega a ser invocada no cânone da Santa Missa. Também conhecida como Águeda, ela viveu entre os anos de 235 e 251. Natural da Sicília, a jovem que pertencia a uma das famílias mais nobres da sua terra consagrou-se a Deus fazendo voto da castidade. A devoção popular foi atribuindo à sua vida, desde a antiguidade e ao longo dos séculos, uma série de versões romantizadas, que ganharam ainda mais extensão a partir da publicação da Legenda Áurea, em 1288 mais de mil anos após o seu martírio. Entre lendas e lendas, não há informações fiáveis a respeito da sua morte exceto o fato de que Santa Ágata realmente existiu e realmente foi martirizada com brutalidade. Os relatos que foram passando de geração em geração dão conta de que o governador Quinciano, sabendo da formosura e grande riqueza de Ágata, resolveu acusá-la do crime de pertencer à religião cristã e mandou prendê-la. Vendo-se nas mãos dos perseguidores, ela exclamou: Jesus Cristo, Senhor de todas as coisas, vós vedes o meu coração e conheceis os seus desejos. Tomai posse de mim e de tudo que me pertence. Sois o Pastor, meu Deus; sou vossa ovelha. Fazei que seja digna de vencer o demônio. O governador ficou tomado de violenta paixão pela nobre cristã e se atreveu a importuná-la com propostas indecorosas. Ágata, indignada, rejeitou-lhe as impertinências e declarou preferir morrer a macular o nome de cristã. Quintiano aparentemente desistiu de seus planos diabólicos, mas mandou entregar a donzela aos cuidados de uma mulher devassa chamada Afrodísia. Depois de um trabalho inútil de trinta dias tentando mudar os conceitos de Ágata, Afrodísia pediu a Quinciano que a levasse embora de sua casa. Começou então o martírio da nobre siciliana. Disse-lhe o governador em pleno tribunal: Não te envergonhas de rebaixar-te à escravidão do cristianismo quando pertences a uma família nobre? Ágata lhe respondeu: Servir a Cristo é liberdade e está acima de todas as riquezas dos reis. Em réplica, Ágata recebeu bofetadas tão barbaramente aplicadas que lhe causaram hemorragia no nariz. Depois desta e de outras brutalidades, a santa mártir foi encerrada no cárcere sob ainda mais graves ameaças de tortura se não abandonasse a religião de Jesus Cristo. O dia seguinte trouxe a realização dessas iniquidades. O tirano ordenou que a donzela fosse esticada, seus membros desconjuntados, seu corpo queimado com chapas de cobre em brasa e seus seios mutilados com torqueses de ferro. Ao ouvir em particular a sentença a esta última brutalidade, Ágata respondeu ao juiz: Não te envergonhas de mutilar numa mulher o que tua mãe te deu para te aleitar? É este episódio a raiz da devoção a Santa Ágata como especial intercessora nos casos de doenças mamárias. Após essas torturas crudelíssimas, Ágata foi levada novamente ao cárcere, entregue às dores indescritíveis. Deus, porém, que confunde os planos dos homens, veio em auxílio da sua pobre serva. Durante a noite, apareceu-lhe um venerável ancião que se dizia mandado por Jesus Cristo para lhe trazer alívio. O ancião, depois identificado como o Apóstolo São Pedro, elogiou a sua firmeza e a encorajou a permanecer impávida no caminho da vitória. A visão desapareceu e, com muita admiração, Ágata se viu completamente restabelecida. Sua cura milagrosa pela intercessão de São Pedro é representada na pintura de Giovanni Lanfranco (1614) reproduzida acima. Cheia de gratidão, ela entoou cânticos de louvor à misericórdia e à bondade de Deus. Os guardas, ouvindo-a cantar, abriram a porta do cárcere e, vendo a mártir completamente curada, fugiram, cheios de pavor. As companheiras de prisão de Ágata lhe aconselharam fugir. Mas ela disse: Deus me livre de abandonar a arena antes de ter segura em minha mão a palma da vitória! Foi então martirizada. SANTA MARGARIDA: Margarida perdeu a mãe ainda muito criança. Isso foi determinante em sua vida. Seu pai casou-se novamente. Com isso, Margarida iniciou uma vida de grandes sofrimentos nas mãos de sua madrasta. Abandonada dentro da família, ela cresceu sem limites e desenvolveu várias desordens emocionais e uma abertura perigosa aos luxos e prazeres desregrados. Ainda adolescente, Margarida tornou-se amante de um homem nobre e muito rico. Daí em diante, passou a usufruir da fortuna do amante e entregou-se às diversões mundanas. Levava uma vida frívola, vazia e preocupada apenas com prazer e diversão. Um dia, porém, seu amante foi fazer vistorias em alguns terrenos seus e foi assassinado. Margarida só encontrou o corpo dias depois, porque, estranhando a demora do homem, decidiu seguir a cachorrinha de estimação que o tinha acompanhado na viagem. Quando ela viu o corpo do homem já em putrefação, teve a iluminação do arrependimento. Percebeu, ali, a futilidade da vida que vivia e voltou para a casa de seu pai. Seu objetivo era passar o resto de sua vida em penitência. Com o intuito de mostrar publicamente sua conversão, Margarida foi à missa tendo uma corda amarrada no pescoço. Pediu perdão a todos pelo desrespeito de sua vida passada. Essa atitude, porém, despertou a inveja de sua madrasta. Esta tramou e agiu até conseguir que Margarida fosse expulsa da paróquia. Margarida sofreu bastante por causa disso. Chegou a pensar em voltar à sua vida de riqueza e luxuria. Porém, venceu a tentação e, com firmeza, manteve-se na decisão que tinha tomado. Margarida procurou os franciscanos de Cortona e conseguiu ser aceita na Ordem Terceira. Porém, para ser aceita definitivamente, teria que enfrentar três anos de provações. Nessa época, ela infligiu a si mesma as penitências mais severas, com o intuito de vencer as tentações. Os superiores franciscanos passaram, então, a orientá-la. Isso a impediu de voltar a cometer excessos em suas penitências. Com apenas vinte e três anos Santa Margarida de Cortona, foi agraciada com várias experiências religiosas e místicas, presenciadas e confirmadas por seus diretores espirituais franciscanos. Entre essas experiências, há relatos de visões, revelações, visitas do anjo da guarda e até mesmo aparições de Jesus Cristo. Aliás, com Jesus ela conversava frequentemente nos momentos de orações contemplativas. Santa Margarida de Cortona percebeu a aproximação de sua morte e partiu para o Pai serenamente. SÃO MARCOS - Nos livros do Novo Testamento, Marcos é lembrado dez vezes, com nome hebraico de João, com o nome romano de Marcos ou com duplo nome de João Marcos. Para alguns estudiosos deveríamos distinguir dois ou mesmo três Marcos. Nós, a esta altura, aceitamos a opinião mais comum, isto é, a de um só Marcos, filho daquela Maria em cuja casa reuniam-se os primeiros cristãos de Jerusalém e onde foi se refugiar o próprio Pedro após a libertação prodigiosa do cárcere. Marcos, judeu de origem, nasceu provavelmente fora da Palestina, de família abastada. São Pedro, que o chama meu filho, o teve certamente consigo em suas viagens a Roma, onde Marcos escrevera o Evangelho. A antiguidade cristã, a começar por Pápias, chama-o intérprete de Pedro, Marcos, intérprete de Pedro, escreveu exatamente tudo aquilo de que se lembrava. Escreveu, porém, o que o Senhor disse ou fez, não segundo uma ordem. Marcos não ouviu diretamente o Senhor, nem o acompanhou; ele ouviu são Pedro, que dispunha seus ensinamentos conforme as necessidades. Além da familiaridade com são Pedro, o evangelista Marcos pôde orgulhar-se de longa convivência com o apóstolo são Paulo, com quem se encontrou pela primeira vez em 44, quando Paulo e Barnabé levaram a Jerusalém a generosa coleta da comunidade de Antioquia. De volta, Barnabé levou consigo o jovem sobrinho Marcos. Após a evangelização de Chipre, quando Paulo planejou uma viagem mais trabalhosa e arriscada ao coração da Ásia Menor, entre as populações pagãs do Tauro, Marcos conforme lemos nos Atos dos Apóstolos se separou de Paulo e Barnabé e voltou a Jerusalém. Depois Marcos voltou ao lado de Paulo quando este estava prisioneiro em Roma. Em 66 são Paulo nos dá a última informação sobre Marcos, escrevendo da prisão romana a Timóteo: Traga Marcos contigo. Posso necessitar de seus serviços. Os dados cronológicos da vida de são Marcos permanecem duvidosos. Ele morreu provavelmente em 68 de morte natural, segundo uma tradição e, conforme outra tradição, foi mártir em Alexandria. As Atas de Marcos, escrito da metade do século IV, referem que Marcos, no dia 24 de abril, foi arrastado pelos pagãos pelas ruas de Alexandria, amarrado com cordas ao pescoço. Jogado ao cárcere, no dia seguinte, sofreu o mesmo tormento atroz e sucumbiu. A venda do seu corpo por dois comerciantes e mercadores de Veneza não passa de lenda (828). Porém, é graças a essa lenda que, de 976 a 1071, foi construída a estupenda basílica veneziana dedicada ao autor do segundo Evangelho, simbolizado pelo Leão.

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Tipo: Arte sacra

IMPORTANTE RELICÁRIO OITOCENTISTA EM MADEIRA CONTENDO ÓCULO E EM SEU INTERIOR RELICÁRIO COM RELÍQUIAS DOS SEGUINTES SANTOS: SANTA LAURA, SÃO TOBIAS, SÃO VICENTE, SÃO JORGE, SANTA LUZIA, SANTA INES, SANTA MARIA MADALENA, SANTA CATARINA, SANTA APOLONIA, SANTA CECILIA, SANTA BÁRBARA, SANTA VERONICA, SANTA AGATA. SANTA MARGARIDA, SÃO MARCOS. EXISTEM AO TODO 20 RELIQUIAS MAS ALGUMAS NÃO PODEM SER IDENTIFICADAS PORQUE A IDENTIFICAÇÃO FICA ALÉM DO ALCANCE DO VISOR DO ÓCULO. ITÁLIA, INICIO DO SEC. XIX. 54 CM DE ALTURA. NOTA: SANTA LAURA DE CÓRDOBA foi uma cristã espanhola que viveu em Al-Andalus durante o século IX. Ela nasceu em Córdoba e se tornou Uma freira em Cuteclara após a morte de seu marido, eventualmente sendo escolhida para ser a abadessa do convento. Ela foi martirizada pelos muçulmanos que a tomaram como prisioneira e a escaldaram até a morte ao colocá-la num caldeirão de chumbo fervente. Ela é uma das Mártires de Córdoba. SÃO TOBIAS - Sendo ainda muito jovem, quando seus familiares se separaram da verdadeira religião e começaram a adorar o bezerro de outo, ele nunca mudou nem quis adorar esse ídolo, e era o único que em sua família ia, nas grandes festas, a Jerusalém para adorar o verdadeiro Deus. Casou-se com uma mulher da sua própria religião, chamada ana, e teve um filho ao qual também pôs o nome de Tobias. Quando o povo de Israel foi levado cativo a Nínive, Tobias teve que ir também ao desterro, mas lá Deus lhe concedeu a simpatia dos governantes e chegou a ocupar um posto privilegiado na administração do governo. No entanto, um novo rei ordenou a matança de todos os israelitas; inclusive proibiu a sua sepultura, a fin de que fossem os corvos os que comessem os seus corpos. Mas Tobias, que era muito piedoso e caridoso, dedicou-se, de noite, a sepultar os cadáveres dos seus paisanos. Tobias foi presa de muitos sacrifícios e infelicidades; mas sua entrega generosa e caridosa aos mais necessitados, assim como a sua constante oração, foram suficientes para que o Senhor aplacasse todos os seus males, e que Tobias e toda a sua família logo pudessem gozar de muita paz e felicidade.SÃO VICENTE - Vicente era natural de Huesca e pertencia a uma das mais distintas famílias da Espanha. Desde menino, foi entregue por seus pais à orientação do bispo Valério, de Saragoça, recebendo uma sólida formação religiosa e humana. Muito jovem ingressou na vida religiosa e logo foi ordenado diácono da Igreja. Depois, devido ao seu preparo intelectual e tendo o dom da palavra, foi escolhido para assistir o bispo, ficando encarregado do ministério da pregação do Evangelho. Isto porque o bispo, em virtude da idade avançada, já não tinha mais forças para exercer esta tarefa. Vicente desempenhou este cargo com total dignidade e, graças a eloquência dos seus sermões e obras, obteve expressivos resultados para a Igreja convertendo à fé, grande número de pagãos. Neste período, iniciava a terrível perseguição decretada pelos imperadores romanos Diocleciano e Maximiano, no solo espanhol. Daciano, governador da província de Saragoça e Valência, querendo mostrar a sua lealdade e obediência aos decretos imperiais, mandou prender Valério e Vicente, ordenando que fossem levados para a prisão de Valência. Depois de processados foram condenados à morte, mas o governador mostrando uma certa clemência para o bispo muito idoso, mandou que fosse exilado. Entretanto reservou seu requinte de crueldade para Vicente, que foi barbaramente chicoteado e esfolado, tendo os nervos e músculos esmigalhados. Mas ele continuava vivo entoando hinos de louvor à Deus. Os carrascos ficaram tão espantados e assustados, que desistiram da tortura, e tiraram Vicente da cela quando então ele morreu. Era o ano 304. Segundo a tradição, Daciano mandou que seu corpo fosse atirado num terreno pantanoso, para que os animais pudessem devorá-lo, mas acabou protegido por um corvo enorme, que não permitiu que seus restos fossem tocados. Por isto, transtornado o governador mandou que o jogassem ao mar, com uma grande pedra amarrada no pescoço. O corpo de Vicente não afundou. O Senhor o conduziu à praia, onde os fiéis o recolheram e sepultaram fora dos muros da cidade de Valência. Neste lugar foi construída a belíssima Basílica dedicada à ele e que guarda suas relíquias até hoje. São Vicente, diácono, é o mártir mais célebre da Espanha e Portugal. Um século após o seu testemunho da fé no Cristo, Santo Agostinho, doutor da Igreja, lhe dedicava todos os anos neste dia uma missa. Por este motivo a Igreja manteve a sua festa nesta data. SÃO JORGE São Jorge foi, de acordo com a tradição, um soldado romano no exército do imperador Diocleciano, venerado como mártir cristão. São Jorge é um dos santos mais venerados no catolicismo(tanto na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa como também na Anglicana). É imortalizado na lenda em que mata o dragão. Considerado como um dos mais proeminentes santos militares. Padroeiro da Inglaterra,Portugal,Geórgia,Catalunha,Lituânia,Sérvia,Montenegro,Etiópia,Barcelona, Genova, Régio da Calábria, Ferrara, Friburgo em Brisgóvia, Moscou e Beirute. Há uma tradição que aponta o ano303como ano da sua morte. Apesar de sua história se basear em documentos lendários apócrifos, a devoção a São Jorge se espalhou por todo o mundo. Fato é que, embora se trate de uma pessoa real, as origens deste mártir tão enobrecido são algo confusas e incertas. O Breviário Romano não narra a história do santo, pois o Papa Gelásio I(492a496d.C.) foi ao ponto de proibir que se lessem suas atas por as considerar apócrifas e imbuídas de erro. No caso específico - São Jorge - os limites terrenos e espirituais extrapolam o conhecimento atual, pois, sendo a sua existência real envolvida pelo mito, não se pode afirmar categoricamente onde termina a verdade e onde começa a fábula. A lenda narra que Jorge, era um romano que, após a morte de seu pai - Gerôncio, oficial do exército imperial - acompanhou a mãe Policrômía até a cidade natal desta: Lida em Israel. Alí, Policrômía pôde educar seu filho na fé cristã e este, pouco depois de atingir a maiorídade, se alistou no exército romano. Devido a seu carisma, Jorge não tardou em ascender na carreira e, antes de atingir os 30 anos foi tribuno, sendo encarregado como guarda pessoal do imperador Diocleciano(284-305).Consta que, quando do falecimento de sua mãe, ele, tomando sua vultosa herança, tudo doou aos pobres e necessitados. Em 302, Diocleciano (influenciado por Galério) publicou um édito que mandava prender todo soldado romano cristão e que todos os outros deveriam oferecer sacrifícios aos deuses romanos. Jorge foi ao encontro do imperador para objetar, e perante todos declarou-se cristão. Não querendo perder um de seus melhores tribunos, o imperador tentou dissuadi-lo oferecendo-lhe terras, dinheiro e escravos. Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar aos deuses romanos. Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio, aos poucos, ganhado notoriedade e muitos romanos, tomado as dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente,Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303. Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida(Antiga Dióspolis), cidade em que crescera com sua mãe. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente. Na Itália, era padroeiro da cidade de Gênova. Frederic III da Alemanha dedicou a ele uma Ordem Militar. Na França, o Rei Clóvis dedicou-lhe um mosteiro, e sua esposa, Santa Clotilde, mandou erguer várias igrejas e conventos em sua honra. A Inglaterra foi o país ocidental onde a devoção ao santo teve papel mais relevante. O monarca Eduardo III colocou sob a proteção de São Jorge a Ordem da Jarreteira, fundada por ele em1330. Por considerá-lo o protótipo dos cavaleiros medievais, o rei inglês Ricardo I, comandante de uma das primeiras Cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro daquelas expedições que tentavam reconquistar a Terra Santa dos muçulmanos. No reinado de Dom Afonso IV de Portugal o uso de "São Jorge!" como grito de batalha se tornou regra. O Rei Dom João I de Portugal era também um devoto do Santo, e foi no seu reinado que São Jorge substituiu Santiago maior como padroeiro de Portugal. SANTA LUZIA - Santa Lucia de Siracusa (283-304) mais conhecida por Santa Luzia (santa de luz), foi uma jovem siciliana nascida numa rica família de Siracusa, morreu por volta de 304 durante as perseguições de Dioclesiano. Era considerada como uma das jovens mais belas de sua cidade, mas secretamente Lúzia fez um voto de consagrar sua virgindade a Cristo. Um dia resolveu com apoio de sua mãe entregar todos os seus bens aos pobres e por isso foi denunciada como Cristã ao Imperador Diocleciano , que tentou persuadi-la a se converter aos ídolos. Luzia se mostrou cheia do Espírito Santo em frente ao imperador Diocleciano. Ele vendo que nada a convertia fez inúmeras coisas cruéis com ela. Primeiro mandou jogá-la em uma casa de prostituição, cheia de homens sedentos de um corpo virginal como o de Luzia, mas foi em vão: ninguém conseguia tirar Luzia dali. Nem mesmo uma junta de bois conseguiu. Os soldados saíram envergonhados por isso retiram-se envergonhados por não conseguir tira-la dali. Seus pés eram como se estivessem fincados no chão, como raízes de plantas. Tentaram depois colocar fogo em seu corpo, mas Luzia fez a seguinte oração: "Ó Senhor Deus, Jesus Cristo meu Rei, não deixai que essas chamas me façam mal algum." As chamas nada fizeram contra ela, nem mesmo vermelhidão no seu corpo deixaram, e por isso retiraram ela de dentro do fogo. Como tudo isso não havia dado certo, foi lhe aplicado o castigo mais cruel depois da degolação. Luzia não se convertia de jeito nenhum aos falsos deuses, e por isso um soldado, a mando do imperador, arrancou-lhe os olhos de sua face, e entregou os olhos em um prato a Luzia, mas milagrosamente ao entregar o prato com os olhos de Luzia, no rosto da mesma, nasceram-lhe dois lindos olhos, sãos, perfeitos e mais lindos do que os outros. Vendo que nada a convencia de converter-se ao paganismo, deceparam sua cabeça no momento que Luzia dizia: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade" No mesmo instante sua cabeça rolou pelo o chão. Era 13 de Dezembro do ano de 304 D.C. Os cristãos recolheram seu corpo virginal e a sepultaram nas catacumbas de Roma. Sua fama de Santa se espalhou por toda a Itália e Europa e depois para todo mundo, onde hoje é venerada e honrada como a "Santa da Visão", padroeira dos Oftalmologistas. SANTA INES - Santa Inêstem o nome originário do grego e significa pura. Inês nasceu em Roma, no ano 304. Era de família nobre, descendente da família Cláudia. Desde pequena foi educada na fé cristã. Foi cuidada por uma Aia, uma babá. Desde criança demonstrou personalidade forte e decidiu consagrar sua pureza para Deus. Com apenas 13 anos já era cheia de pretendentes, por causa de sua beleza. Inês foi cobiçada por sua beleza e riqueza por um jovem romano chamado Fúlvio, que era filho de Simprônio, o prefeito de Roma. Fúlvio fez o pedido de casamento formal à família. Inês, porém, não aceitou por causa de sua consagração a Deus. Fúlvio, indignado, denunciou Inês como cristã. E era tempo de perseguição contra os cristãos. Por isso, Inês foi presa, e após um julgamento forjado, foi condenada a vários castigos. Os pais de Santa Inês nada puderam fazer em seu favor, pois o prefeito de Roma era superior a eles. Assim, sem poder contar com o socorro de seus pais, queriam obrigar Inês a manter aceso o fogo da deusa romana do lar e do fogo chamada Vesta, no templo dedica à deusa. O castigo era uma maneira de obrigar Inês renunciar à sua fé. Mas Inês recusou-se e disse ao prefeito:Se recusei seu filho que é homem, como pode pensar que eu aceite prestar honras a uma estátua? Meu esposo não é desta terra (Jesus Cristo). Sou jovem, é verdade, mas a fé não se mede pelos anos e sim pelas obras. Deus mede a alma, não a idade. Quanto aos deuses, podem até ficar furiosos, que eu não os temo. Meu Deus é amor.O prefeito, irado, condenou Inês a uma pena pior: ser exposta nua num prostíbulo do circo Agnolo, em Roma, para que todos os homens a vissem. Inês pediu proteção a Deus. Então, uma luz celestial a protegeu, de forma que ninguém conseguiu se aproximar dela. Em seguida seus cabelos cresceram rápido e protegeram seu corpo. O primeiro homem que tentou agarrar Inês nua no prostíbulo ficou cego por causa da luz que a protegia. Ao ver o homem cego, porém, Santa Inês rezou por ele, perdoou e ele pode ver novamente, convertendo-se. O homem passou a ver não uma jovem nua, mas uma filha de Deus, da qual emanava o amor de Deus, que equilibra e coloca as paixões humanas em seu devido lugar. Não obstante esse milagre, outro homem tentou violentá-la. Dessa vez, porém, um anjo do Senhor o matou. Santa Inês, mais uma vez, ficou com pena e orou a Deus. O homem ressuscitou. Por causa desses acontecimentos, no local onde foi esse prostíbulo, hoje se ergue a Basílica de Santa Inês em Roma. Simprônio, o prefeito de Roma, ao ver tudo isso, teve medo e passou o caso da jovem Inês para o vice prefeito chamado Aspásio. Este era ainda mais cruel e mandou queimá-la. Porém as chamas nada fizeram a ela e sim aos os soldados que estavam em volta. Depois disso, Santa Inês passou por vários castigos sob as ordens de Aspásio. Foi acorrentada e esticada na roda de tortura, mas nada a afetava. Inês, por sua vez, perseverava louvando a Jesus e nunca cedendo a nenhuma pressão. Por fim, Aspasio, mandou cortar sua cabeça. Assim, com apenas 13 anos, ela foi morta. Foi em 21 de janeiro do ano 317.Havia um crânio no tesouro de relíquias do Sancta Sanctorum da Basílica de Latrão, em Roma, que há séculos era guardado como sendo de Santa Inês. Recentemente foram realizados exames forenses sobre este crânio e foi comprovado que se trata realmente do crânio de uma menina de 13 anos. Hoje, o crânio de Santa Inês está na Igreja de Santa Inês em Agonia (Sant'Agnese in Agone), localizada na Praça Navona, em Roma. Todos os anos, os padres da Basílica de Santa Inês levam dois cordeiros para o Papa abençoar. Os cordeiros depois são tosquiados e sua lã é levada para fazer os pálios, 2 tiras de lã branca, que são usados na liturgia pelos Arcebispos da Igreja Católica. O pálio é um símbolo que lhes confere o poder da jurisdição. Santa Inês é cantada na ladainha de Todos os Santos. Santa Inês éPadroeira da Purezae da castidade, é também a padroeira dos noivos. SANTA MARIA MADALENA - A biografia de Santa Maria Madalena é baseada nas passagens bíblicas sobre ela, relatadas nos evangelhos, mas também em tradição cristã oral o texto a seguir é baseado nas duas fontes sendo que a narrativa bíblica é destacada com a referência do texto e os relatos de tradição oral são colocados sem tal indicação. Maria Madalena teria nascido em Betânia, cidade da Judéia, de pais muito ricos, tendo por irmãos Marta e Lázaro. Como parte de sua herança, recebera o castelo de Magdala, de onde lhe veio o nome. Uma lenda fala de sua esplêndida formosura, cabeleira famosa, de seu engenho, e apresenta-a casada com um doutor da Lei que, muito ciumento, a trancava em casa quando saía. Cheia de vida, altiva e impetuosa, Maria teria sacudido esse jugo e fugido com um oficial das tropas do César. Estabeleceram-se no castelo de Magdala, perto de Cafarnaum, de onde em breve o rumor de suas desordens e escândalos encheu a região. Enquanto isso, o divino Salvador havia iniciado sua peregrinação, e a fama de seus milagres e santidade de vida estendia-se pelas terras da Palestina. Atormentada por demônios e pelos remorsos de sua consciência culpada, Maria foi procurar o grande o Messias prometido. Não sabia que seus irmãos já se tinham tornado seus discípulos e rezavam fervorosamente por sua conversão. O Senhor apiedou-se dela e livrou-a de sete demônios (Mc 16, 9), tocando-lhe também profundamente o coração. A partir de então, começou para Madalena a completa conversão. Horrorizada ante seus inúmeros pecados, e cativada pela bondade e mansidão de Jesus, ela procurava uma ocasião em que pudesse mostrar-Lhe seu reconhecimento e profundo arrependimento. Essa ocasião surgiu na casa de Simão um fariseu, provavelmente de Cafarnaum , que havia convidado o Mestre para uma refeição. O ágape seguia seu curso normal, quando inesperadamente Madalena irrompeu na sala, foi diretamente até Jesus, rompeu um vaso de alabastro que levava apertado ao peito, ecomeçando a banhar-Lhe os pés com lágrimas, enxugava-os com os cabelos da sua cabeça, beijava-os e os ungia com o bálsamo(Lc 7, 38). Simão tomou a mal esse ato. Como ousava uma pecadora pública entrar assim no santuário de seu lar e profaná-lo com sua presença? Ademais, cogitou ele,se este fosse profeta, com certeza saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora.O divino Salvador, lendo seu pensamento, respondeu-lhe com uma parábola:Um credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários, o outro cinqüenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a dívida. Qual deles o amará mais?.Simão respondeu acertadamente:Creio que aquele a quem perdoou mais.Respondeu-lhe Jesus:Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão:Vês esta mulher? Entrei em tua casa, não me deste água para os pés; e esta, com as suas lágrimas, banhou os meu pés e enxugou-os com os seus cabelos. Não me deste o ósculo (da paz), porém esta, desde que entrou, não cessou de beijar os meus pés. Não ungiste a minha cabeça com bálsamo; entretanto, esta ungiu com bálsamo os meus pés. Pelo que te digo: são-lhe perdoados muitos pecados, porque muito amou (Id., ib. 39-50). Perdoada, convertida, despojada de suas galas mundanas, Maria Madalena foi viver com seus irmãos em Betânia. Foi lá que as duas irmãs receberam a visita do Messias prometido. Lázaro, parece, estava ausente. Maria sentou-se junto ao Salvador para absorver suas palavras divinas, enquanto Marta afanava-se nos afazeres domésticos para bem receber seu divino Hóspede. E julgou que sua irmã fazia mal, pois em vez de ajudá-la, estava ali sentada esquecida da vida. Disse Jesus:Marta, Marta,afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas. Entretanto uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada(Lc 10, 38-42). Mais tarde Lázaro ficou muito doente, e o Mestre divino estava longe. As duas irmãs mandaram-lhe uma mensagem:Senhor, eis que está enfermo aquele que amais.Mas Jesus não apareceu, e Lázaro morreu. Quando foi a Betânia, Lázaro jazia no sepulcro havia já quatro dias. Nosso Senhor, que amava Lázaro, comoveu-se diante da dor das duas irmãs, e foi uma das raras ocasiões em que chorou. Depois, diante de muita gente, inclusive de fariseus, ressuscitou Lázaro (Jo 11, 1-46). Milagre estupendo, que provava sua divindade. Em outra visita do divino Mestre a Betânia, Maria Madalena, já não mais a pecadora, ungiu novamente os pés do Redentor com precioso perfume, o que levou Judas a reclamar do desperdício, pois podiam vender o perfume edar o dinheiro aos pobres.Nosso Senhor interveio:Deixai-a; ela reservou isso para o dia da minha sepultura; porque sempre tendes os pobres convosco, mas a mim não tendes sempre(Jo 12, 1-8). Advertência muito válida hoje em dia para os que, com o pretexto de amor aos pobres, pretendem acabar com as pompas sagradas da Igreja! Chegou o momento da Paixão. São Pedro negou o Mestre, e todos os Apóstolos fugiram. Somente algumas santas mulheres percorreram a Via Dolorosa junto ao divino Redentor. Aos pés da cruz, Maria Madalena encontrou-se acompanhando Nossa Senhora e São João Evangelista. Quando o corpo de Jesus foi depositado no sepulcro novo de José de Arimatéia, Madalena estudou bem o modo como ele era feito e a pedra com que selaram sua entrada. Narra São João:No primeiro dia da semana, foi Maria Madalena ao sepulcro, de manhã, sendo ainda escuro, e viu a pedra retirada do sepulcro.Surpresa, ela pensou primeiro em avisar os discípulos. Relatou o que vira a São Pedro, que com São João Evangelista correu para o sepulcro, e os seguiu. E acrescenta São João:Entretanto, Maria Madalena conservava-se na parte externa do sepulcro, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para o sepulcro, e viu dois anjos vestidos de branco, sentados no lugar onde fora posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Eles disseram-lhe: Mulher, por que choras? Respondeu-lhes: Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.Então voltou-se e viu Nosso Senhor. Mas, devido à penumbra e pela veste, julgou ser o jardineiro. Perguntou-lhe Jesus:Mulher, por que choras? A quem procuras?.Ela, sempre pensando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe:Se tu o levaste, dize-me onde o puseste; eu irei buscá-lo.Nosso Senhor lhe disse então:Maria!.Reconhecendo o Redentor, ela só pôde exclamar:Raboni!,que em hebraico quer dizer Mestre (Jo 20, 1-18). Desencadeou-se uma perseguição tão violenta dos judeus contra os cristãos em Jerusalém, que todos os fiéis, com exceção dos Apóstolos, se retiraram da cidade para a Judéia e a Samaria. O que leva a supor que também Maria Madalena e seus irmãos saíssem da Cidade Santa dirigindo-se para a Galiléia. Quando a perseguição cessou, voltaram eles para Jerusalém, onde permaneceram até o ano de 45, mas houve uma segunda grande perseguição. São Pedro partiu então para Roma, e a Virgem Santíssima foi conduzida por São João Evangelista a Éfeso. Os Padres gregos afirmam que para lá foi também Santa Maria Madalena, tendo morrido e sido enterrada naquela cidade. Mas outra tradição, não menos vigorosa, afirma que ela e seus irmãos, mais alguns outros cristãos, foram presos pelos judeus em Jerusalém e colocados no mar num barco sem remo, sem leme, e sem as mínimas condições para navegar, a fim de perecerem num naufrágio. Alguns afirmam que São Maximino, um dos 72 discípulos do Senhor, e Sidônio (o cego de nascença de que fala o Evangelho, e que foi curado por Nosso Senhor) e mesmo José de Arimatéia sofreram a mesma sorte. Entretanto, o barco dirigiu-se milagrosamente para a Sicília, e de lá para a França, chegando finalmente a Marselha, que era então um dos principais portos das Gálias. São Maximino foi bispo de Aix, e São Lázaro encarregou-se da igreja de Marselha. Santa Marta reuniu em Tarascão uma comunidade de virgens, e Maria Madalena, depois de ter trabalhado eficazmente na conversão dos marselheses, retirou-se para viver na solidão, refugiando-se numa gruta que se encontra na igreja de São Vítor, em Marselha. Mas, como não julgasse tal lugar suficientemente recolhido, afastou-se para uma montanha entre Aix, Marselha e Toulon,La Sainte Baume(a Santa Montanha ou Santa Gruta), como dizem os habitantes do lugar. Lá permaneceu cerca de trinta anos, levando vida contemplativa e penitencial. Enfim, estando para morrer, os anjos levaram-na para junto de São Maximino, de quem recebeu os últimos sacramentos, entregando sua alma a Deus. Seu corpo foi então, segundo a tradição, levado para um povoado vizinho aVilla Lata, depoisSão Maximino onde esse bispo havia construído uma capela. No século VIII, por temor dos sarracenos, suas relíquias foram trasladadas para um lugar seguro, tendo ficado esquecidas até que Carlos II, rei da Sicília e Conde da Provença, as encontrou em 1272. Entretanto, a urna de Santa Maria Madalena desapareceu no século XVI, durante as guerras de religião entre católicos e protestantes. SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA - A vida e o martírio de Catarina de Alexandria estão de tal modo mesclados às tradições cristãs que ainda hoje fica difícil separar os acontecimentos reais do imaginário de seus devotos, espalhados pelo mundo todo. Muito venerada, o seu nome tornou-se uma escolha comum no batismo, e em sua honra muitas igrejas, capelas e localidades são dedicadas, no Oriente e no Ocidente. O Brasil homenageou-a com o estado de Santa Catarina, cuja população a festeja como sua celestial padroeira. Alguns textos escritos entre os séculos VI e X , que se reportam aos acontecimentos do ano 305, tornaram pública a empolgante figura feminina de Catarina. Descrita como uma jovem de dezoito anos, cristã, de rara beleza, era filha do rei Costus, de Alexandria, onde vivia no Egito. Muito culta, dispunha de vastos conhecimentos teológicos e humanísticos. Com desenvoltura, modéstia e didática, discutia filosofia, política e religião com os grandes mestres, o que não era nada comum a uma mulher e jovem naquela época. E fazia isso em público, por isso era respeitada pelos súditos da Corte que seria sua por direito. Entretanto esses eram tempos duros do imperador romano Maximino, terrível perseguidor e exterminador de cristãos. Segundo os relatos, a história do martírio da bela cristã teve início com a sua recusa ao trono de imperatriz. Maximino apaixonou-se por ela, e precisava tirá-la da liderança que exercia na expansão do cristianismo. Tentou, oferecendo-lhe poder e riqueza materiais. Estava disposto a divorciar-se para casar-se com ela, contanto que passasse a adorar os deuses egípcios. Catarina recusou enfaticamente, ao mesmo tempo que tentou convertê-lo, desmistificando os deuses pagãos. Sem conseguir discutir com a moça, o imperador chamou os sábios do reino para auxiliá-lo. Eles tentaram defender suas seitas com saídas teóricas e filosóficas, mas acabaram convertidos por Catarina. Irado, Maximino condenou todos ao suplício e à morte. Exceto ela, para quem tinha preparado algo especial. Mandou torturá-la com rodas equipadas com lâminas cortantes e ferros pontiagudos. Com os olhos elevados ao Senhor, rezou e fez o sinal da cruz. Então, ocorreu o prodígio: o aparelho desmontou. O imperador, transtornado, levou-a para fora da cidade e comandou pessoalmente a sua tortura, depois mandou decapitá-la. Ela morreu, mas outro milagre aconteceu. O corpo da mártir foi levado por anjos para o alto do monte Sinai. Isso aconteceu em 25 de novembro de 305. Contam-se aos milhares as graças e os milagres acontecidos naquele local por intercessão de santa Catarina de Alexandria. Passados três séculos, Justiniano, imperador de Bizâncio, mandou construir o Mosteiro de Santa Catarina e a igreja onde estaria sua sepultura no monte Sinai. Mas somente no século VIII conseguiram localizar o seu túmulo, difundindo ainda mais o culto entre os fiéis do Oriente e do Ocidente, que a celebram no dia de sua morte. Ela é padroeira da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, dos estudantes, dos filósofos e dos moleiros donos e trabalhadores de moinho. Santa Catarina de Alexandria integra a relação dos quatorze santos auxiliares da cristandade. Santa Apolônia viveu no tempo do império romano por volta do ano 249. Era o tempo do imperador Felipe, que foi derrotado por Décio. Este tornou-se um dos mais cruéis perseguidores dos cristãos. Apolônia era filha de um rico magistrado de Alexandria, cidade importante do Egito, então sob o domínio do império Romano. Apolônia teve sua história contada pelo então Bispo de Alexandria, São Dionísio, em cartas ao Bispo Fabio de Antioquia. Na sétima investida do Imperador Décio contra os cristãos, ela foi capturada. Como Décio sempre fazia, Apolônia foi obrigada a renunciar a sua fé cristã pelas forças do império. Além disso, foi obrigada a prestar culto aos deuses romanos e a obedecer o Imperador. Santa Apolônia, porém, firme na fé e tomada por uma coragem impressionante, negou-se a obedecer. Por isso, ela passou a sofrer terríveis torturas em praça pública, diante de todo o povo, que se impressionava com tudo o que via. Em meio às grandes torturas que sofreu sem negar sua fé, Santa Apolônia teve seus dentes arrancados por pedras afiadas. Mesmo sofrendo a dor lancinante de ter seus dentes arrancados, mesmo assim ela não renunciou à sua fé em Jesus Cristo. Ao ver sua firmeza na fé, os carrascos quebraram sua face com pancadas. Em seguida, foi condenada a morrer queimada. Depois de todos os sofrimentos pelos quais tinha passado, Santa Apolônia ainda reunia forças para mostrar a todos sua fé inabalável. Assim, mesmo amarrada, ela própria se jogou na fogueira onde morreria, dizendo que preferia a morte a renunciar sua fé em Cristo Jesus. Deus, porém, protegeu Santa Apolônia e ela escapou ilesa da fogueira. Muitos dos presentes se converteram ao presenciar este fato. Então os algozes lhe deram vários golpes de espada e lhe deceparam a cabeça. Santa Apolônia faleceu no ano de 249. Depois de sua morte, seus dentes foram recolhidos e levados para vários mosteiros. Existe um dente e um pedaço de sua mandíbula no Mosteiro de Santa Apolônia em Florença, Itália. Mais tarde Santo Agostinho explicou que esse ato de Santa Apolônia foi inspirado pelo Espírito Santo, como um ato de coragem ao enfrentar todas as forças da época em nome de Jesus Cristo. Santa Apolônia foi canonizada no ano 300. Seu culto é mais conhecido e divulgado na Europa, principalmente na Alemanha, França e Itália. Sua festa litúrgica é realizada no dia 9 de fevereiro. Ela é padroeira da Odontologia e dos cirurgiões-dentistas, dos que sofrem de dores na boca e problemas nos dentes. Por ter tido os seus dentes arrancados ela é representada por uma imagem de uma senhora com vestes simples, adornada de um véu. Tem a seus pés uma palma e um fórceps na mão segurando um dente. SANTA CECÍLIA - Santa Cecília é padroeira dos músicos e da música sacra.. Não se tem muitas informações sobre a sua vida. É provável que tenha sido martirizada entre 176 e 180, sob o reinado de Marco Aurélio. Escavações arqueológicas não deixam dúvidas sobre sua existência, mas sua história só foi registrada no século V, na narrativa Paixão de Santa Cecília. Santa Cecília é a santa da Igreja Católica que mais tem basílicas em Roma (nenhuma outra santa conseguiu tal feito) e é uma das santas mais veneradas da Idade Média, além de ser a primeira santa encontrada com corpo incorrupto, no ano de 1599, mesmo depois de tantos séculos. Uma estátua de seu corpo que não se decompôs com a força do tempo foi feito por Stefano Maderno (1566-1636). Segundo este relato, Cecília seria da "nobre família romana dos Metelos, filha de senador romano e cristã desde a infância". Ela foi dada em casamento, contra a vontade, a um jovem chamado Valeriano. Se bem que tivesse alegado os motivos que a levavam a não aceitar este contrato, a vontade dos pais se impôs de maneira a tornar-lhe inútil qualquer resistência. Assim se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia. Da alegria geral que estampava nos rostos de todos, só Cecília fazia exceção. A túnica dourada e alvejante peplo que vestia não deixavam adivinhar que por baixo existia o cilício, e no coração lhe reinasse a tristeza.Estando só com o noivo, disse-lhe Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti. A estas palavras, incompreensíveis para um pagão, Cecília fez seguir a declaração de ser cristã e obrigada por um voto que tinha feito a Deus de guardar a pureza virginal. Disse-lhe mais: que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus. Valeriano, ficou "vivamente impressionado" com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite. Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que tinha se passado e conseguiu que também ele se tornasse cristão. Turcius Almachius, prefeito de Roma, "teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a religião que tinham abraçado. Diante da recusa formal, foram condenados à morte e decapitados". Também Cecília, "teve de comparecer na presença do juiz. Antes de mais nada, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados. Cecília respondeu-lhe que os tinha bem guardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado o destino nas mãos dos pobres. Almachius, mais tarde, cientificado deste fato, enfureceu-se e ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses. De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas com tanta convicção falou aos soldados da beleza da religião de Cristo que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses." Almachius, "vendo novamente frustrado seu estratagema, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores dágua. Cecília teria sido então protegida milagrosamente, e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, ela nada sofreu". Segundo outros mitos, a Santa "foi metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa". Almachius recorreu então à pena capital." Três golpes vibrou o algoz sem conseguir separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar dava bons e caridosos conselhos. Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte". Foi enterrada na Catacumba de São Calisto. Durante sua agonia cantava louvores a Deus e por isso é considerada padroeira dos Músicos. SANTA BÁRBARA: Bárbara de Nicomédia foi uma virgem mártir no século III comemorada como santa cristã na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa. Em Portugal e no Brasil, tornou-se popular a devoção à Santa Bárbara, invocada como protetora por ocasião de tempestades, raios e trovões. Por ser filha única e com receio de deixar a filha no meio da sociedade corrupta daquele tempo, Dióscoro decidiu fechá-la numa torre. Quando o pai descobriu que sua filha havia se convertido ao cristianismo ele a denunciou ao governante da cidade que a condenou a morte. O próprio pai executou a sentença degolando-a. Quando a cabeça de Bárbara rolou pelo chão, um imenso trovão estrondou pelos ares fazendo tremer os céus. Um relâmpago flamejou pelos ares e atravessando o céu fez cair por terra o corpo sem vida de Dióscoro. Depois deste acontecimento contado nesta lenda, Santa Bárbara passou a ser conhecida como "protectora contra os relâmpagos e tempestades" e é considerada a Padroeira dos artilheiros, dos mineiros e de todos quantos trabalham com fogo. SANTA VERÔNICA: Eusébio relata que em Cesaréia de Filipe vivia uma mulher a quem Cristo havia curado de um problema de hemorragia (Mateus 9:20-22). Seu nome era Berenike, e foi esta a piedosa mulher que secou a face de Cristo com seu véu, quando este carregava a Cruz rumo ao Gólgota. Dizem os relatos que imediatamente a face de Cristo ficou gravada no tecido. É interessante notar a derivação do nome de Berenike para Verônica, que na verdade surgiu da junção popular das palavras em latim Vera e Icon Verdadeira Imagem como era referida a face de Cristo no véu. Textos medievais relatam a existência da face de Cristo chamada de Veronica: Effigies Domenici Vultus Quae Veronica Nuncupartur (Efige da Face do Senhor que é chamada de Verônica). Gradualmente a imaginação popular tomou a palavra como sendo o nome de uma pessoa. SANTA ÁGATA é uma das mais gloriosas heroínas da Igreja primitiva. Sua intercessão chega a ser invocada no cânone da Santa Missa. Também conhecida como Águeda, ela viveu entre os anos de 235 e 251. Natural da Sicília, a jovem que pertencia a uma das famílias mais nobres da sua terra consagrou-se a Deus fazendo voto da castidade. A devoção popular foi atribuindo à sua vida, desde a antiguidade e ao longo dos séculos, uma série de versões romantizadas, que ganharam ainda mais extensão a partir da publicação da Legenda Áurea, em 1288 mais de mil anos após o seu martírio. Entre lendas e lendas, não há informações fiáveis a respeito da sua morte exceto o fato de que Santa Ágata realmente existiu e realmente foi martirizada com brutalidade. Os relatos que foram passando de geração em geração dão conta de que o governador Quinciano, sabendo da formosura e grande riqueza de Ágata, resolveu acusá-la do crime de pertencer à religião cristã e mandou prendê-la. Vendo-se nas mãos dos perseguidores, ela exclamou: Jesus Cristo, Senhor de todas as coisas, vós vedes o meu coração e conheceis os seus desejos. Tomai posse de mim e de tudo que me pertence. Sois o Pastor, meu Deus; sou vossa ovelha. Fazei que seja digna de vencer o demônio. O governador ficou tomado de violenta paixão pela nobre cristã e se atreveu a importuná-la com propostas indecorosas. Ágata, indignada, rejeitou-lhe as impertinências e declarou preferir morrer a macular o nome de cristã. Quintiano aparentemente desistiu de seus planos diabólicos, mas mandou entregar a donzela aos cuidados de uma mulher devassa chamada Afrodísia. Depois de um trabalho inútil de trinta dias tentando mudar os conceitos de Ágata, Afrodísia pediu a Quinciano que a levasse embora de sua casa. Começou então o martírio da nobre siciliana. Disse-lhe o governador em pleno tribunal: Não te envergonhas de rebaixar-te à escravidão do cristianismo quando pertences a uma família nobre? Ágata lhe respondeu: Servir a Cristo é liberdade e está acima de todas as riquezas dos reis. Em réplica, Ágata recebeu bofetadas tão barbaramente aplicadas que lhe causaram hemorragia no nariz. Depois desta e de outras brutalidades, a santa mártir foi encerrada no cárcere sob ainda mais graves ameaças de tortura se não abandonasse a religião de Jesus Cristo. O dia seguinte trouxe a realização dessas iniquidades. O tirano ordenou que a donzela fosse esticada, seus membros desconjuntados, seu corpo queimado com chapas de cobre em brasa e seus seios mutilados com torqueses de ferro. Ao ouvir em particular a sentença a esta última brutalidade, Ágata respondeu ao juiz: Não te envergonhas de mutilar numa mulher o que tua mãe te deu para te aleitar? É este episódio a raiz da devoção a Santa Ágata como especial intercessora nos casos de doenças mamárias. Após essas torturas crudelíssimas, Ágata foi levada novamente ao cárcere, entregue às dores indescritíveis. Deus, porém, que confunde os planos dos homens, veio em auxílio da sua pobre serva. Durante a noite, apareceu-lhe um venerável ancião que se dizia mandado por Jesus Cristo para lhe trazer alívio. O ancião, depois identificado como o Apóstolo São Pedro, elogiou a sua firmeza e a encorajou a permanecer impávida no caminho da vitória. A visão desapareceu e, com muita admiração, Ágata se viu completamente restabelecida. Sua cura milagrosa pela intercessão de São Pedro é representada na pintura de Giovanni Lanfranco (1614) reproduzida acima. Cheia de gratidão, ela entoou cânticos de louvor à misericórdia e à bondade de Deus. Os guardas, ouvindo-a cantar, abriram a porta do cárcere e, vendo a mártir completamente curada, fugiram, cheios de pavor. As companheiras de prisão de Ágata lhe aconselharam fugir. Mas ela disse: Deus me livre de abandonar a arena antes de ter segura em minha mão a palma da vitória! Foi então martirizada. SANTA MARGARIDA: Margarida perdeu a mãe ainda muito criança. Isso foi determinante em sua vida. Seu pai casou-se novamente. Com isso, Margarida iniciou uma vida de grandes sofrimentos nas mãos de sua madrasta. Abandonada dentro da família, ela cresceu sem limites e desenvolveu várias desordens emocionais e uma abertura perigosa aos luxos e prazeres desregrados. Ainda adolescente, Margarida tornou-se amante de um homem nobre e muito rico. Daí em diante, passou a usufruir da fortuna do amante e entregou-se às diversões mundanas. Levava uma vida frívola, vazia e preocupada apenas com prazer e diversão. Um dia, porém, seu amante foi fazer vistorias em alguns terrenos seus e foi assassinado. Margarida só encontrou o corpo dias depois, porque, estranhando a demora do homem, decidiu seguir a cachorrinha de estimação que o tinha acompanhado na viagem. Quando ela viu o corpo do homem já em putrefação, teve a iluminação do arrependimento. Percebeu, ali, a futilidade da vida que vivia e voltou para a casa de seu pai. Seu objetivo era passar o resto de sua vida em penitência. Com o intuito de mostrar publicamente sua conversão, Margarida foi à missa tendo uma corda amarrada no pescoço. Pediu perdão a todos pelo desrespeito de sua vida passada. Essa atitude, porém, despertou a inveja de sua madrasta. Esta tramou e agiu até conseguir que Margarida fosse expulsa da paróquia. Margarida sofreu bastante por causa disso. Chegou a pensar em voltar à sua vida de riqueza e luxuria. Porém, venceu a tentação e, com firmeza, manteve-se na decisão que tinha tomado. Margarida procurou os franciscanos de Cortona e conseguiu ser aceita na Ordem Terceira. Porém, para ser aceita definitivamente, teria que enfrentar três anos de provações. Nessa época, ela infligiu a si mesma as penitências mais severas, com o intuito de vencer as tentações. Os superiores franciscanos passaram, então, a orientá-la. Isso a impediu de voltar a cometer excessos em suas penitências. Com apenas vinte e três anos Santa Margarida de Cortona, foi agraciada com várias experiências religiosas e místicas, presenciadas e confirmadas por seus diretores espirituais franciscanos. Entre essas experiências, há relatos de visões, revelações, visitas do anjo da guarda e até mesmo aparições de Jesus Cristo. Aliás, com Jesus ela conversava frequentemente nos momentos de orações contemplativas. Santa Margarida de Cortona percebeu a aproximação de sua morte e partiu para o Pai serenamente. SÃO MARCOS - Nos livros do Novo Testamento, Marcos é lembrado dez vezes, com nome hebraico de João, com o nome romano de Marcos ou com duplo nome de João Marcos. Para alguns estudiosos deveríamos distinguir dois ou mesmo três Marcos. Nós, a esta altura, aceitamos a opinião mais comum, isto é, a de um só Marcos, filho daquela Maria em cuja casa reuniam-se os primeiros cristãos de Jerusalém e onde foi se refugiar o próprio Pedro após a libertação prodigiosa do cárcere. Marcos, judeu de origem, nasceu provavelmente fora da Palestina, de família abastada. São Pedro, que o chama meu filho, o teve certamente consigo em suas viagens a Roma, onde Marcos escrevera o Evangelho. A antiguidade cristã, a começar por Pápias, chama-o intérprete de Pedro, Marcos, intérprete de Pedro, escreveu exatamente tudo aquilo de que se lembrava. Escreveu, porém, o que o Senhor disse ou fez, não segundo uma ordem. Marcos não ouviu diretamente o Senhor, nem o acompanhou; ele ouviu são Pedro, que dispunha seus ensinamentos conforme as necessidades. Além da familiaridade com são Pedro, o evangelista Marcos pôde orgulhar-se de longa convivência com o apóstolo são Paulo, com quem se encontrou pela primeira vez em 44, quando Paulo e Barnabé levaram a Jerusalém a generosa coleta da comunidade de Antioquia. De volta, Barnabé levou consigo o jovem sobrinho Marcos. Após a evangelização de Chipre, quando Paulo planejou uma viagem mais trabalhosa e arriscada ao coração da Ásia Menor, entre as populações pagãs do Tauro, Marcos conforme lemos nos Atos dos Apóstolos se separou de Paulo e Barnabé e voltou a Jerusalém. Depois Marcos voltou ao lado de Paulo quando este estava prisioneiro em Roma. Em 66 são Paulo nos dá a última informação sobre Marcos, escrevendo da prisão romana a Timóteo: Traga Marcos contigo. Posso necessitar de seus serviços. Os dados cronológicos da vida de são Marcos permanecem duvidosos. Ele morreu provavelmente em 68 de morte natural, segundo uma tradição e, conforme outra tradição, foi mártir em Alexandria. As Atas de Marcos, escrito da metade do século IV, referem que Marcos, no dia 24 de abril, foi arrastado pelos pagãos pelas ruas de Alexandria, amarrado com cordas ao pescoço. Jogado ao cárcere, no dia seguinte, sofreu o mesmo tormento atroz e sucumbiu. A venda do seu corpo por dois comerciantes e mercadores de Veneza não passa de lenda (828). Porém, é graças a essa lenda que, de 976 a 1071, foi construída a estupenda basílica veneziana dedicada ao autor do segundo Evangelho, simbolizado pelo Leão.

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    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada