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Diversos

Em 1757, na vila de Parnaíba, casaram-se José de Camargo Paes e Bárbara Paes de Barros. Ele era filho de um dos fundadores de Vila Rica o Coronel Tomás Lopes de Camargo. Ela era filha de Antonio Rodrigues Penteado, sobrinho neto de Fernão Dias Paes Leme. Antonio Rodrigues Penteado foi casado com a filha do capitão-mor de Sorocaba e era morador do Arraial dos Penteados, que originou-se do antigo arraial do rio das Velhas de Borba Gato. Eram ambos então paulistas de raiz, descendentes dos maiores bandeirantes desbravadores das geraes. Por volta de 1758, nasceu na freguesia de Cotia o primeiro dos nove filhos que José de Camargo Paes geraria em seu primeiro casamento, com Bárbara Paes de Barros: um menino, batizado pelo nome de Antônio Pompeu de Camargo Penteado. Em 1762 nasce outro filho do Casal, Floriano de Camargo Penteado. Bárbara, apesar da pouca idade, faleceria em 1773, deixando nove herdeiros ainda muito jovens. Baseando-se na data de óbito, que coincide com o nascimento de sua última filha, possível que ela tenha morrido de complicações decorrentes do parto, e que o nome da menina, homônimo ao seu, tenha vindo sob a forma de homenagem. Em 1777 Floriano, ainda com 16 anos, assumiu o posto de sargento no qual permaneceria por mais ao menos uma década. Uma das atribuições da função era, por exemplo, transmitir aos cabos as ordens do capitão da companhia (no caso, seu pai). Na última década do sec. XVIII o Capitão José de Camargo Paes e seus filhos mudam-se para Campinas, então freguesia de Campinas de Mato Grosso. Nessa freguesia Participou ativamente do movimento pela emancipação da subordinação a Vila de Jundiaí. Em 1797, quando a freguesia foi emancipada sendo elevada a condição de Vila com o nome de São Carlos em homenagem ao Príncipe Carlos (primeiro neto da Rainha Dona Maria I falecido 1m 1788), José de Camargo Paes foi eleito seu primeiro Juiz Ordinário. Aos 11 de setembro de 1804, o patriarca faleceu contando por volta de 75 anos. Dentre seus nove filhos, aqueles que, em algum momento, cultivaram canas em Campinas foram: o Alferes Antônio Pompeu de Camargo Penteado, o Capitão Floriano de Camargo Penteado; Gertrudes de Camargo Penteado; Reducindo de Camargo Penteado; Teresa de Camargo Penteado. Os dois filhos mais velhos, destacaram-se como proeminentes moradores da nascente cidade de Campinas: O Alferes ANTÔNIO POMPEU DE CAMARGO PENTEADO foi pai da BARONESA DE CASCALHO, UMBELINA DE CAMPOS CAMARGO E AVÔ DA VISCONDESSA DE INDAIATUBA, ANA GUILHERMINA POMPEU DO AMARAL. O segundo filho, FLORIANO DE CAMARGO PENTEADO tornou-se CAPITÃO MÓR da Vila de São Carlos e se casou em segundas núpcias com a sobrinha, DONA DELFINA DE CAMARGO PENTEADO mãe do BARÃO DE ITATIBA, JOAQUIM DE CAMARGO PENTEADO. O BARÃO DE ITATIBA era casado com ANA FRANCISCA DE PAULA CAMARGO, filha do primeiro casamento do CAPITÃO MOR FLORIANO DE CAMARGO PENTEADO portanto enteada de sua mãe. O casal teve 13 filhos dentre eles: BARÃO DE IBITINGA JOAQUIM FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE (PADRASTO DO CONDE ÁLVARES PENTEADO E SOGRO DE HENRIQUE DOS SANTOS DUMONT QUE ERA IRMÃO DO AVIADOR ALBERTO SANTOS DUMONT). ALÉM DO BARÃO DE IBITINGA O BARÃO DE ITATIBA também era pai de outros cidadãos campineiros proeminentes como: ESTANISLAU FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE, ELISIÁRIO FERREIRA DE CAMARGO (casado com a filha do seu tio por linha paterna e também materno o Alferes ANTÔNIO POMPEU DE CAMARGO PENTEADO), IGNÁCIO FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE (casado com BLANDINA PENTEADO FURTADO a filha de sua cunhada a BARONESA DE IBITINGA e também irmã do CONDE ÁLVARES PENTEADO, padrasto de seu irmão mais velho). A essa altura, nosso leitor estará talvez confuso com os parentescos enunciados. Não é para menos, os CAMARGO PENTEADO casavam-se entre si, primos em primeiro, segundo e terceiro graus, tios e sobrinhas, enteados com irmãos de criação. Isso se deu não por acaso foi uma estratégia muito bem sucedida para conservar e ampliar o patrimônio e o poder. Dessa forma foi que a família tornou-se a maior produtora de café no Brasil e também considerada em conjunto o maior conglomerado de cafeicultura no mundo. O PALÁCIO DOS AZULEJOS é o símbolo maior do prestígio e poder financeio dos CAMARGO PENTEADO. Construído pelo BARÃO DE ITATIBA em 1878 serviu de residência também aos filhos IGNACIO FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE e após a morte do BARÃO ao seu filho ELISIÁRIO FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE, doador do núcleo inicial do Município de ELISIÁRIO no noroeste paulista. O terreno escolhido para a construção do palacete da família Penteado ficava em uma das ruas mais importantes da cidade a Regente Feijó conhecida naquele tempo, como Matriz Nova, porque logo abaixo existia a interminável construção da igreja que seria, posteriormente, uma das maiores senão a maior edificação em taipa de pilão do Brasil. O número do terreno era 88, esquina com outra rua importante a do Pórtico. A rua do Pórtico era assim denominada por ter possuído um pórtico ou arco decorativo que se iniciava na rua Francisco Glicério, por ocasião da 1º visita de D. Pedro II, em 1846. O velho Ferreira já contava com setenta anos quando conclui sua residência, concretizando, talvez, um dos seus maiores sonhos - o de ter a casa que os recursos financeiros lhe possibilitaram. Antes de ali residir. morava à rua Barão de Jaguara (antiga rua de Cima), em casa que havia pertencido ao sogro e padrasto, o capitão-mor Floriano de Camargo Penteado. O Palácio foi construído com requinte e opulência. Sua porta de entrada mede incríveis 4,65 m de altura. O pé direito do vestíbulo atinge 6 metros. Do imenso vestíbulo partem escadas gêmeas em caracol em cada extremidade que conduzem aos salões do andar superior. Toda a fachada é revestida de azulejos portugueses azuis, encomendados em ateliês de arte e ofícios. A mobília é suntuosa. Dezenove janelas na fachada da parte inferior e 26 no segundo piso. Sobre o prédio nove esculturas mitológicas intercaladas por guerreiros com armadura chamados acrotérios enobrecem o palácio. As sacadas corridas ou balcões foram construídas em pedra de cantaria com gradil em ferro forge. Na copa, inventário realizado quando da venda em hasta pública do casarão referenciava os seguintes itens que não foram incluídos na venda: Um aparelho de jantar para duzentas e duas pessoas, de porcelana francesa com monograma, um aparelho de chá e café em uso com 49 xicaras, sete bandejas de prata entre pequenas e grandes com peso total de mais de 22 quilos, dois faqueiros de prata com firma, oitenta taças de cristal para champagne com monograma, quatrocentos e trinta e nove taças de cristal com pé com monograma, um copo de prata com tampo, cinquenta tigelas com cinquenta copinhos de porcelana (cremeiras), quatro bules sortidos, um bule de prata para chá e um para café, tres mantegueiras, sendo uma de prata, um jarro e bacia de prata, 13 jarros de porcelana para flores, três paliteiros de prata, dezesseis castiçais de prata. O mobiliário fabuloso era quase todo de origem francesa. Um número muito maior de alfaias e ultensílios estava presente nas propriedades rurais da família. Por seis anos, aproximadamente, o Barão de Itatiba morou com D. Francisca à rua Regente Feijó, nº 88. Naquele sobrado, talvez tenham sofrido e chorado a morte prematura de alguns jovens netos, mas ali também tinha sido palco de muitas alegrias em família, como o grande banquete oferecido à elite campineira, pela inauguração da Escola Ferreira Penteado, em 1880 e quando, no mesmo ano, receberam cerca de 200 convidados para outro banquete, comemorando o feliz regresso do neto, o Dr. Octavio Pacheco e Silva, filho do Tenente Coronel Pacheco e Silva e de D. Francisca, vítima de um naufrágio na costa da Flórida. Formado em engenharia civil nos Estados Unidos, quis o jovem Dr Octávio aperfeiçoar-se no México. Embarcando no Paquete Vera Cruz, em agosto de 1880, seguia naquela direção quando a embarcação naufragou trinta milhas distante da terra, nas costas da Flórida, salvando-se, das setenta pessoas, apenas 10 tripulantes e 3 passageiros: um americano, um inglês e um estrangeiro. Depois de muitos dias, veio a tão esperada resposta de Nova Iorque, no dia 17 de setembro, através de um telegrama, com as únicas palavras:- Pacheco e Silva Salvo. O Dr. Octávio esteve 22 horas sobre o oceano, seguro apenas por uma pequena tábua, lutando como um heroe com as cóleras das ondas, vendo diante de si a morte, um abysmo de horrores... Outro encontro festivo da família e dos amigos, ocorreu em 1882, quando o Comendador Joaquim e Dona Francisca receberam o título nobiliárquico de Barões de Itatiba. Não faltavam nestes encontros, como era hábito, discursos e poemas de convidados especiais dirigidos à seleta platéia. Na madrugada do dia 6 de junho de 1884 faleceu o Barão de Itatiba, contando com 76 anos de idade, tendo sido notícia evidentemente bastante divulgada nos jomais. Deixou uma capela mortuária, no cemitério municipal, com setenta sepulturas destinadas a ele, sua mulher e descendentes que falecessem nesse município ou que a ele fossem transportados. Entre as disposições testamentárias, recomendava 25 missas por sua alma, 10 pela sua mãe e 10 pelo seu sogro, capitão Floriano e 25 pelos escravos falecidos antes dele. Da fortuna acumulada, deixava:---400$000 para serem distribuídos a 40 pobres recolhidos, 10$000 a cada um. A seus filhos varões conjunctamente, deixa a casa onde funciona a escola. Deixa livre o escravo Galdino seu pajem, e 200$000 para o mesmo, dispensando o serviço do ingênuo Faustino, filho desse liberto, legando o mesmo ingênuo quantia em dinheiro. Deixa livre o escravo Benedicto Salles, sapateiro com a condição de servir seu filho José, por 3 amnos. Ao seu escravo Luciano, feitor, deixa 200$000 e 100$000 a cada um de seus escravos que estiveram servindo como feitores de suas fazendas. A sua neta D. Anna, filha de Joaquim Floriano Novaes de Camargo Andrade, deixa 4:0000$000; e a seu filho Ignacio, um escravo à escolha, entre os que estão na fazenda em que reside o mesmo filho; ao seu filho Francisco, os escravos Jeremias, José e Gregório, e o commodo que o mesmo occupa no pavimento inferior do sobrado; 5:0008 ao seu filho que aceitar no seu quinhão hereditario o prédio em que residia elle, testador por querer que esse prédio fique pertencendo a um só de seus filhos. Nomeia testamenteiros os seus filhos: em primeiro lugar, Floriano; em segundo Joaquim, em terceiro Estanislau , em quarto Candido. Marca o prazo de um amno para se dar cumprimento às suas disposições. O testamento foi escrito pelo Dr. Costa Carvalho a 1º de Setembro de 1882, e approvado na mesma data pelo tabelião Dr. Silva. Ressalta-se nas disposições testamentárias: a Fazenda Duas Pontes, deixada ao filho Ignácio avaliada em 5:000$000. Seguiram-se os anos e 1889 já havia começado trazendo notícias nem um pouco alentadoras para a cidade, pois a eclosão da epidemia de febre amarela apavorava a população, levando um grande número de pessoas, principalmente as mais gradas como os fazendeiros, a fugirem para suas propriedades rurais ou para São Paulo. Conta o Dr. Lycurgo de Castro Santos Filho que famílias inteiras abandonaram suas casas e seus pertences. Fecharam-se lojas, armazéns, oficinas, escritórios, hotéis a até repartições públicas. Campinas se esvaziou. Assim era. As farmácias não davam conta do aviamento das receitas. (...). Era a primeira vez que a cidade padecia uma tragédia de tal porte. Em meio à grave crise ocasionada pelo primeiro surto de febre amarela, falece, na madrugada do dia 16 de agosto daquele ano, vítima não do mal que grassava pela cidade, mas, de antigos padecimentos contra os quais não poude reagir a debilidade de sua velhice," Dona Francisca de Paula de Camargo Andrade - a Baronesa de Itatiba com a avançada idade de oitenta anos. Com a morte dos barões encerra-se um período, naquela residência, onde duas pessoas idosas moraram, iniciando-se um outro, mais agitado e talvez mais barulhento, Ignácio, o filho caçula dos barões, residente na Fazenda Duas Pontes, veio morar no casarão urbano, ali permanecendo até 1894. Agricultor e capitalista da Companhia Campineira de Carris de Ferro e da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviaes, foi também suplente de intendente, após o ano da república. Nasceu em Campinas em 11 de junho de 1852 e era casado com D. Brandina, irmã de D. Maria Joana, casada com seu irmão Eliziário. No ano de 1894 faleceu em Paris, com apenas 42 anos de idade. O casarão permanece de pé, testemunho dos homens mais importantes de Campinas em sua época e talvez o marco mais significativo das mudanças que a cultura do café trouxe a cidade. Era o símbolo maior da riqueza e poder do nobilíssimo Clã Camargo Penteado.

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Tipo: Diversos

Em 1757, na vila de Parnaíba, casaram-se José de Camargo Paes e Bárbara Paes de Barros. Ele era filho de um dos fundadores de Vila Rica o Coronel Tomás Lopes de Camargo. Ela era filha de Antonio Rodrigues Penteado, sobrinho neto de Fernão Dias Paes Leme. Antonio Rodrigues Penteado foi casado com a filha do capitão-mor de Sorocaba e era morador do Arraial dos Penteados, que originou-se do antigo arraial do rio das Velhas de Borba Gato. Eram ambos então paulistas de raiz, descendentes dos maiores bandeirantes desbravadores das geraes. Por volta de 1758, nasceu na freguesia de Cotia o primeiro dos nove filhos que José de Camargo Paes geraria em seu primeiro casamento, com Bárbara Paes de Barros: um menino, batizado pelo nome de Antônio Pompeu de Camargo Penteado. Em 1762 nasce outro filho do Casal, Floriano de Camargo Penteado. Bárbara, apesar da pouca idade, faleceria em 1773, deixando nove herdeiros ainda muito jovens. Baseando-se na data de óbito, que coincide com o nascimento de sua última filha, possível que ela tenha morrido de complicações decorrentes do parto, e que o nome da menina, homônimo ao seu, tenha vindo sob a forma de homenagem. Em 1777 Floriano, ainda com 16 anos, assumiu o posto de sargento no qual permaneceria por mais ao menos uma década. Uma das atribuições da função era, por exemplo, transmitir aos cabos as ordens do capitão da companhia (no caso, seu pai). Na última década do sec. XVIII o Capitão José de Camargo Paes e seus filhos mudam-se para Campinas, então freguesia de Campinas de Mato Grosso. Nessa freguesia Participou ativamente do movimento pela emancipação da subordinação a Vila de Jundiaí. Em 1797, quando a freguesia foi emancipada sendo elevada a condição de Vila com o nome de São Carlos em homenagem ao Príncipe Carlos (primeiro neto da Rainha Dona Maria I falecido 1m 1788), José de Camargo Paes foi eleito seu primeiro Juiz Ordinário. Aos 11 de setembro de 1804, o patriarca faleceu contando por volta de 75 anos. Dentre seus nove filhos, aqueles que, em algum momento, cultivaram canas em Campinas foram: o Alferes Antônio Pompeu de Camargo Penteado, o Capitão Floriano de Camargo Penteado; Gertrudes de Camargo Penteado; Reducindo de Camargo Penteado; Teresa de Camargo Penteado. Os dois filhos mais velhos, destacaram-se como proeminentes moradores da nascente cidade de Campinas: O Alferes ANTÔNIO POMPEU DE CAMARGO PENTEADO foi pai da BARONESA DE CASCALHO, UMBELINA DE CAMPOS CAMARGO E AVÔ DA VISCONDESSA DE INDAIATUBA, ANA GUILHERMINA POMPEU DO AMARAL. O segundo filho, FLORIANO DE CAMARGO PENTEADO tornou-se CAPITÃO MÓR da Vila de São Carlos e se casou em segundas núpcias com a sobrinha, DONA DELFINA DE CAMARGO PENTEADO mãe do BARÃO DE ITATIBA, JOAQUIM DE CAMARGO PENTEADO. O BARÃO DE ITATIBA era casado com ANA FRANCISCA DE PAULA CAMARGO, filha do primeiro casamento do CAPITÃO MOR FLORIANO DE CAMARGO PENTEADO portanto enteada de sua mãe. O casal teve 13 filhos dentre eles: BARÃO DE IBITINGA JOAQUIM FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE (PADRASTO DO CONDE ÁLVARES PENTEADO E SOGRO DE HENRIQUE DOS SANTOS DUMONT QUE ERA IRMÃO DO AVIADOR ALBERTO SANTOS DUMONT). ALÉM DO BARÃO DE IBITINGA O BARÃO DE ITATIBA também era pai de outros cidadãos campineiros proeminentes como: ESTANISLAU FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE, ELISIÁRIO FERREIRA DE CAMARGO (casado com a filha do seu tio por linha paterna e também materno o Alferes ANTÔNIO POMPEU DE CAMARGO PENTEADO), IGNÁCIO FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE (casado com BLANDINA PENTEADO FURTADO a filha de sua cunhada a BARONESA DE IBITINGA e também irmã do CONDE ÁLVARES PENTEADO, padrasto de seu irmão mais velho). A essa altura, nosso leitor estará talvez confuso com os parentescos enunciados. Não é para menos, os CAMARGO PENTEADO casavam-se entre si, primos em primeiro, segundo e terceiro graus, tios e sobrinhas, enteados com irmãos de criação. Isso se deu não por acaso foi uma estratégia muito bem sucedida para conservar e ampliar o patrimônio e o poder. Dessa forma foi que a família tornou-se a maior produtora de café no Brasil e também considerada em conjunto o maior conglomerado de cafeicultura no mundo. O PALÁCIO DOS AZULEJOS é o símbolo maior do prestígio e poder financeio dos CAMARGO PENTEADO. Construído pelo BARÃO DE ITATIBA em 1878 serviu de residência também aos filhos IGNACIO FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE e após a morte do BARÃO ao seu filho ELISIÁRIO FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE, doador do núcleo inicial do Município de ELISIÁRIO no noroeste paulista. O terreno escolhido para a construção do palacete da família Penteado ficava em uma das ruas mais importantes da cidade a Regente Feijó conhecida naquele tempo, como Matriz Nova, porque logo abaixo existia a interminável construção da igreja que seria, posteriormente, uma das maiores senão a maior edificação em taipa de pilão do Brasil. O número do terreno era 88, esquina com outra rua importante a do Pórtico. A rua do Pórtico era assim denominada por ter possuído um pórtico ou arco decorativo que se iniciava na rua Francisco Glicério, por ocasião da 1º visita de D. Pedro II, em 1846. O velho Ferreira já contava com setenta anos quando conclui sua residência, concretizando, talvez, um dos seus maiores sonhos - o de ter a casa que os recursos financeiros lhe possibilitaram. Antes de ali residir. morava à rua Barão de Jaguara (antiga rua de Cima), em casa que havia pertencido ao sogro e padrasto, o capitão-mor Floriano de Camargo Penteado. O Palácio foi construído com requinte e opulência. Sua porta de entrada mede incríveis 4,65 m de altura. O pé direito do vestíbulo atinge 6 metros. Do imenso vestíbulo partem escadas gêmeas em caracol em cada extremidade que conduzem aos salões do andar superior. Toda a fachada é revestida de azulejos portugueses azuis, encomendados em ateliês de arte e ofícios. A mobília é suntuosa. Dezenove janelas na fachada da parte inferior e 26 no segundo piso. Sobre o prédio nove esculturas mitológicas intercaladas por guerreiros com armadura chamados acrotérios enobrecem o palácio. As sacadas corridas ou balcões foram construídas em pedra de cantaria com gradil em ferro forge. Na copa, inventário realizado quando da venda em hasta pública do casarão referenciava os seguintes itens que não foram incluídos na venda: Um aparelho de jantar para duzentas e duas pessoas, de porcelana francesa com monograma, um aparelho de chá e café em uso com 49 xicaras, sete bandejas de prata entre pequenas e grandes com peso total de mais de 22 quilos, dois faqueiros de prata com firma, oitenta taças de cristal para champagne com monograma, quatrocentos e trinta e nove taças de cristal com pé com monograma, um copo de prata com tampo, cinquenta tigelas com cinquenta copinhos de porcelana (cremeiras), quatro bules sortidos, um bule de prata para chá e um para café, tres mantegueiras, sendo uma de prata, um jarro e bacia de prata, 13 jarros de porcelana para flores, três paliteiros de prata, dezesseis castiçais de prata. O mobiliário fabuloso era quase todo de origem francesa. Um número muito maior de alfaias e ultensílios estava presente nas propriedades rurais da família. Por seis anos, aproximadamente, o Barão de Itatiba morou com D. Francisca à rua Regente Feijó, nº 88. Naquele sobrado, talvez tenham sofrido e chorado a morte prematura de alguns jovens netos, mas ali também tinha sido palco de muitas alegrias em família, como o grande banquete oferecido à elite campineira, pela inauguração da Escola Ferreira Penteado, em 1880 e quando, no mesmo ano, receberam cerca de 200 convidados para outro banquete, comemorando o feliz regresso do neto, o Dr. Octavio Pacheco e Silva, filho do Tenente Coronel Pacheco e Silva e de D. Francisca, vítima de um naufrágio na costa da Flórida. Formado em engenharia civil nos Estados Unidos, quis o jovem Dr Octávio aperfeiçoar-se no México. Embarcando no Paquete Vera Cruz, em agosto de 1880, seguia naquela direção quando a embarcação naufragou trinta milhas distante da terra, nas costas da Flórida, salvando-se, das setenta pessoas, apenas 10 tripulantes e 3 passageiros: um americano, um inglês e um estrangeiro. Depois de muitos dias, veio a tão esperada resposta de Nova Iorque, no dia 17 de setembro, através de um telegrama, com as únicas palavras:- Pacheco e Silva Salvo. O Dr. Octávio esteve 22 horas sobre o oceano, seguro apenas por uma pequena tábua, lutando como um heroe com as cóleras das ondas, vendo diante de si a morte, um abysmo de horrores... Outro encontro festivo da família e dos amigos, ocorreu em 1882, quando o Comendador Joaquim e Dona Francisca receberam o título nobiliárquico de Barões de Itatiba. Não faltavam nestes encontros, como era hábito, discursos e poemas de convidados especiais dirigidos à seleta platéia. Na madrugada do dia 6 de junho de 1884 faleceu o Barão de Itatiba, contando com 76 anos de idade, tendo sido notícia evidentemente bastante divulgada nos jomais. Deixou uma capela mortuária, no cemitério municipal, com setenta sepulturas destinadas a ele, sua mulher e descendentes que falecessem nesse município ou que a ele fossem transportados. Entre as disposições testamentárias, recomendava 25 missas por sua alma, 10 pela sua mãe e 10 pelo seu sogro, capitão Floriano e 25 pelos escravos falecidos antes dele. Da fortuna acumulada, deixava:---400$000 para serem distribuídos a 40 pobres recolhidos, 10$000 a cada um. A seus filhos varões conjunctamente, deixa a casa onde funciona a escola. Deixa livre o escravo Galdino seu pajem, e 200$000 para o mesmo, dispensando o serviço do ingênuo Faustino, filho desse liberto, legando o mesmo ingênuo quantia em dinheiro. Deixa livre o escravo Benedicto Salles, sapateiro com a condição de servir seu filho José, por 3 amnos. Ao seu escravo Luciano, feitor, deixa 200$000 e 100$000 a cada um de seus escravos que estiveram servindo como feitores de suas fazendas. A sua neta D. Anna, filha de Joaquim Floriano Novaes de Camargo Andrade, deixa 4:0000$000; e a seu filho Ignacio, um escravo à escolha, entre os que estão na fazenda em que reside o mesmo filho; ao seu filho Francisco, os escravos Jeremias, José e Gregório, e o commodo que o mesmo occupa no pavimento inferior do sobrado; 5:0008 ao seu filho que aceitar no seu quinhão hereditario o prédio em que residia elle, testador por querer que esse prédio fique pertencendo a um só de seus filhos. Nomeia testamenteiros os seus filhos: em primeiro lugar, Floriano; em segundo Joaquim, em terceiro Estanislau , em quarto Candido. Marca o prazo de um amno para se dar cumprimento às suas disposições. O testamento foi escrito pelo Dr. Costa Carvalho a 1º de Setembro de 1882, e approvado na mesma data pelo tabelião Dr. Silva. Ressalta-se nas disposições testamentárias: a Fazenda Duas Pontes, deixada ao filho Ignácio avaliada em 5:000$000. Seguiram-se os anos e 1889 já havia começado trazendo notícias nem um pouco alentadoras para a cidade, pois a eclosão da epidemia de febre amarela apavorava a população, levando um grande número de pessoas, principalmente as mais gradas como os fazendeiros, a fugirem para suas propriedades rurais ou para São Paulo. Conta o Dr. Lycurgo de Castro Santos Filho que famílias inteiras abandonaram suas casas e seus pertences. Fecharam-se lojas, armazéns, oficinas, escritórios, hotéis a até repartições públicas. Campinas se esvaziou. Assim era. As farmácias não davam conta do aviamento das receitas. (...). Era a primeira vez que a cidade padecia uma tragédia de tal porte. Em meio à grave crise ocasionada pelo primeiro surto de febre amarela, falece, na madrugada do dia 16 de agosto daquele ano, vítima não do mal que grassava pela cidade, mas, de antigos padecimentos contra os quais não poude reagir a debilidade de sua velhice," Dona Francisca de Paula de Camargo Andrade - a Baronesa de Itatiba com a avançada idade de oitenta anos. Com a morte dos barões encerra-se um período, naquela residência, onde duas pessoas idosas moraram, iniciando-se um outro, mais agitado e talvez mais barulhento, Ignácio, o filho caçula dos barões, residente na Fazenda Duas Pontes, veio morar no casarão urbano, ali permanecendo até 1894. Agricultor e capitalista da Companhia Campineira de Carris de Ferro e da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviaes, foi também suplente de intendente, após o ano da república. Nasceu em Campinas em 11 de junho de 1852 e era casado com D. Brandina, irmã de D. Maria Joana, casada com seu irmão Eliziário. No ano de 1894 faleceu em Paris, com apenas 42 anos de idade. O casarão permanece de pé, testemunho dos homens mais importantes de Campinas em sua época e talvez o marco mais significativo das mudanças que a cultura do café trouxe a cidade. Era o símbolo maior da riqueza e poder do nobilíssimo Clã Camargo Penteado.

Informações

Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada