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Móveis

MÓVEL DA FARMÁCIA DA FAZENDA IRACEMA GRANDE MÓVEL DE FARMÁCIA EM MADEIRA ESTILO E ÉPOCA IMPÉRIO. PORTAS DA SUPERIOR E INFERIOR ENVIDRAÇADAS. TÁBUA LATERAL DO LADO ESQUERDO NA PARTE SUPERIOR FOI SUBSTITUÍDA. MARCAS DE XILÓFAGOS. ERA O MÓVEL ORIGINAL DA FARMÁCIA DA FAZENDA PARA ATENDIMENTO DOS COLONOS. BRASIL, FINAL DO SEC. XIX. 296 (h) X 155 (L) X 50 CM (P). NOTA: As boticas dos oitocentos se apresentavam bem vistosas, com mobiliário de madeira e balcão vidrados, banqueta, boiões holandeses, livros da arte farmacêutica, objetos pintados e dourados, bem como grande riqueza de drogas e instrumental. Costumavam ter uma sala da frente bem arrumada, onde ficavam expostos os medicamentos para a venda, com móveis em que os clientes poderiam aguardar sentada a preparação do medicamento. Boticas, assim conformadas, tornavam-se um local de encontros das pessoas da localidade; enquanto aguardavam o medicamento, conversavam, comentavam sobre assuntos diversos e espiavam a rua, para passar o tempo. Enquanto o farmacêutico tinha o papel de anfitrião da cidade, de curador e de conselheiro de problemas cotidianos, na sua botica, participava-se de jogos, obtinham-se e transmitiam-se notícias, ao embalo de uma bebida. Em alusão às boticas - no romance Encarnação - de José de Alencar, em 1893, o autor destaca que cada bairro da Corte do Rio de Janeiro possuía seus parlatórios (as botícas). Estes eram moinhos nos quais se triturava a matéria-prima para o fabrico da opinião pública. Alencar comenta, ainda, que as boticas foram as responsáveis também pela difusão de mexericos. Com tom nostálgico, o memorialista Hermes de Paula disse que Hoje, a farmácia perdeu a sua função social, até mesmo porque não há mais farmácias; há drogarias. Em seu espaço de socialização, as boticas anteriores ao século XX, principalmente aquelas situadas nas pequenas cidades, poderiam mesmo se diferir pouco de botequins; afinal, também recorria-se a elas para tomar café, cerveja e bebida borbulhante. O vinho espumoso e a limonada gasosa fabricada nestas farmácias, bem poderiam ter outro destino além do indicado pelo Formulário Chernoviz. As aguardentes, que também entravam na composição de alguns medicamentos, também teriam sido consumidas pelos clientes. Assim, tantas prateleiras com estas bebidas poderiam ser a justificativa encontrada por Coriolano de Carvalho comparar boticas e botequins 47; soma-se a isso o fato de ela ser um dos únicos estabelecimentos com autorização para ter as portas abertas até às 22 horas. Os homens das mais variadas profissões reuniam-se naquele centro social para jogar cartas, dados e gamão. Uma botica que pertencia à Congregação do Mosteiro de São Bento da Bahia foi, no período colonial, acusada de abrigar, além desses jogos, outros, que eram proibidos a uma Congregação; jogos de apostas, os quais participavam pessoas não religiosas. Por outro lado, os farmacêuticos oitocentistas pareciam ser também pessoas religiosas. Eles possuíam livros e objetos relacionados ao catolicismo; alguns eram administradores de obras religiosas; o senhor Diniz Antônio Barboza, por exemplo, fez parte da Comissão encarregada de gerir as obras da Igreja Matriz da Freguesia de Congonhas do Sabará. Em seu inventário foram encontrados bens como oratórios, imagens e pinturas de santos e livros, tais: Atlas de História Sagrada, Breviário, Novo Testamento, Flos Sanctorum em dois volumes. O Flos Sanctorum era um livro presente na casa das famílias do século XIX que narrava várias histórias de vida de cada Santo, de acordo com suas datas onomásticas estabelecidas pela Igreja. Através da religiosidade, a relação dos farmacêuticos com uma pessoa doente se dava com mais proximidade, era certamente mais amigável e confortável naquela sociedade católica. Muitas vezes, o boticário era a única pessoa disponível no momento e respeitada o suficiente para o desabafo dos moradores da localidade, talvez seu contato com a religião o legitimasse a auxiliar a população nos seus diversos problemas. Estabelecia-se assim uma relação de confiança, de amizade que ia além de uma respeitabilidade mútua existente entre um cliente e um fabricante de remédios. Histórias de confiança das pessoas no farmacêutico podem ser encontradas na literatura. O boticário Crispim Soares, conhecido por seu silêncio constante, foi o confidente do segredo do alquimista no romance O Alienista, de Machado de Assis. (DEYSE MARINHO DE ABREU - ARTE BOTICÁRIA: UMA ANÁLISE A PARTIR DE BOTICÁRIOS E BOTICAS DA COMARCA DO RIO DAS VELHAS NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX.)

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MÓVEL DA FARMÁCIA DA FAZENDA IRACEMA GRANDE MÓVEL DE FARMÁCIA EM MADEIRA ESTILO E ÉPOCA IMPÉRIO. PORTAS DA SUPERIOR E INFERIOR ENVIDRAÇADAS. TÁBUA LATERAL DO LADO ESQUERDO NA PARTE SUPERIOR FOI SUBSTITUÍDA. MARCAS DE XILÓFAGOS. ERA O MÓVEL ORIGINAL DA FARMÁCIA DA FAZENDA PARA ATENDIMENTO DOS COLONOS. BRASIL, FINAL DO SEC. XIX. 296 (h) X 155 (L) X 50 CM (P). NOTA: As boticas dos oitocentos se apresentavam bem vistosas, com mobiliário de madeira e balcão vidrados, banqueta, boiões holandeses, livros da arte farmacêutica, objetos pintados e dourados, bem como grande riqueza de drogas e instrumental. Costumavam ter uma sala da frente bem arrumada, onde ficavam expostos os medicamentos para a venda, com móveis em que os clientes poderiam aguardar sentada a preparação do medicamento. Boticas, assim conformadas, tornavam-se um local de encontros das pessoas da localidade; enquanto aguardavam o medicamento, conversavam, comentavam sobre assuntos diversos e espiavam a rua, para passar o tempo. Enquanto o farmacêutico tinha o papel de anfitrião da cidade, de curador e de conselheiro de problemas cotidianos, na sua botica, participava-se de jogos, obtinham-se e transmitiam-se notícias, ao embalo de uma bebida. Em alusão às boticas - no romance Encarnação - de José de Alencar, em 1893, o autor destaca que cada bairro da Corte do Rio de Janeiro possuía seus parlatórios (as botícas). Estes eram moinhos nos quais se triturava a matéria-prima para o fabrico da opinião pública. Alencar comenta, ainda, que as boticas foram as responsáveis também pela difusão de mexericos. Com tom nostálgico, o memorialista Hermes de Paula disse que Hoje, a farmácia perdeu a sua função social, até mesmo porque não há mais farmácias; há drogarias. Em seu espaço de socialização, as boticas anteriores ao século XX, principalmente aquelas situadas nas pequenas cidades, poderiam mesmo se diferir pouco de botequins; afinal, também recorria-se a elas para tomar café, cerveja e bebida borbulhante. O vinho espumoso e a limonada gasosa fabricada nestas farmácias, bem poderiam ter outro destino além do indicado pelo Formulário Chernoviz. As aguardentes, que também entravam na composição de alguns medicamentos, também teriam sido consumidas pelos clientes. Assim, tantas prateleiras com estas bebidas poderiam ser a justificativa encontrada por Coriolano de Carvalho comparar boticas e botequins 47; soma-se a isso o fato de ela ser um dos únicos estabelecimentos com autorização para ter as portas abertas até às 22 horas. Os homens das mais variadas profissões reuniam-se naquele centro social para jogar cartas, dados e gamão. Uma botica que pertencia à Congregação do Mosteiro de São Bento da Bahia foi, no período colonial, acusada de abrigar, além desses jogos, outros, que eram proibidos a uma Congregação; jogos de apostas, os quais participavam pessoas não religiosas. Por outro lado, os farmacêuticos oitocentistas pareciam ser também pessoas religiosas. Eles possuíam livros e objetos relacionados ao catolicismo; alguns eram administradores de obras religiosas; o senhor Diniz Antônio Barboza, por exemplo, fez parte da Comissão encarregada de gerir as obras da Igreja Matriz da Freguesia de Congonhas do Sabará. Em seu inventário foram encontrados bens como oratórios, imagens e pinturas de santos e livros, tais: Atlas de História Sagrada, Breviário, Novo Testamento, Flos Sanctorum em dois volumes. O Flos Sanctorum era um livro presente na casa das famílias do século XIX que narrava várias histórias de vida de cada Santo, de acordo com suas datas onomásticas estabelecidas pela Igreja. Através da religiosidade, a relação dos farmacêuticos com uma pessoa doente se dava com mais proximidade, era certamente mais amigável e confortável naquela sociedade católica. Muitas vezes, o boticário era a única pessoa disponível no momento e respeitada o suficiente para o desabafo dos moradores da localidade, talvez seu contato com a religião o legitimasse a auxiliar a população nos seus diversos problemas. Estabelecia-se assim uma relação de confiança, de amizade que ia além de uma respeitabilidade mútua existente entre um cliente e um fabricante de remédios. Histórias de confiança das pessoas no farmacêutico podem ser encontradas na literatura. O boticário Crispim Soares, conhecido por seu silêncio constante, foi o confidente do segredo do alquimista no romance O Alienista, de Machado de Assis. (DEYSE MARINHO DE ABREU - ARTE BOTICÁRIA: UMA ANÁLISE A PARTIR DE BOTICÁRIOS E BOTICAS DA COMARCA DO RIO DAS VELHAS NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX.)

Informações

Lance

    • Lote Vendido
Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada