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DONA ISABEL MARIA DE ALCÂNTARA BRASILEIRA (1824-1898) - DUQUESA DE GOYÁS - OST FERDINAND KRUMHOLZ (MORÁVIA - 1810 - BERNA, SUÍÇA 1878). FILHA DO IMPERADOR D. PEDRO I DO BRASIL E DE DONA DOMITÍLA DE CASTRO CANTO E MELO, A MARQUESA DE SANTOS. MAJESTOSA PINTURA REPRESENTANDO A DUQUESA DE GOIÁS Á ÉPOCA DE SEU CASAMENTO (VIDE FOTO DE ISABEL MARIA RETRATADA COMO NOIVA NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE E MAIS DETALHES SOBRE SUA BIOGRAFIA EM: http://maragatoassessoramento.blogspot.com/). ESTA TELA GUARNECEU O SALÃO DE RETRATOS DO PALACETE DA MARQUESA DE SANTOS NA ANTIGA RUA DO CARMO EM SÃO PAULO. RIO DE JANEIRO, INICIO DA DÉCADA DE 1850. 112 X 83 CM.NOTA: A história do RETRATO DA SAUDADE DE UMA MÃE: Após casar-se, em 1848, com Maria Isabel de Alcântara Bourbon (irmã da duquesa de Goyáz), o conde de Iguaçu, filho do Marquês de Barbacena (ironicamente o Marquês foi quem arranjou o segundo casamento de Dom Pedro I com a Imperatriz Amélia causando a expulsão de Domitila para sempre da Corte do Rio de Janeiro), foi incumbido pela sogra, a Marquesa de Santos de tentar contatar a cunhada, Duquesa de Goyaz na Baviera, a essa altura casada com o Conde de Treuberg. Isabel Maria, como se sabe, não tinha nenhuma recordação de sua família materna e ficou chocada quando recebeu do conde, como provas de sua ascendência, as cartas trocadas entre d. Pedro e a marquesa de Santos nas quais os amantes mencionavam a filha. A história, que havia sido ocultada da duquesa por desejo expresso do imperador, acabou por abalar para sempre a relação familiar que Isabel mantinha com dona Amélia, a Imperatriz viúva. O resto é facilmente compreendido: O Conde de Iguaçu trouxe consigo um retrato da Duquesa de Goyáz que foi entregue a Marquesa de Santos em 1850 e 1852 respectivamente FERDINAND KRUMHOLZ recebeu as encomendas par pintar os retratos do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e da Condessa de Iguaçú. Certamente a Marquesa de Santos que valorizava muito os retratos familiares tendo inclusive uma sala em seu palacete denominada sala dos retratos mandou pintar do tamanho dos quadros encomendados do marido e da filha (Condessa de Iguaçú) o retrato da outra filha que lhe fora tirada ainda criança e que nunca mais pode ver, a Duquesa de Goyáz. Imagino quantas vezes terá a Marquesa se postado diante do quadro e falado com ele como qualquer mãe fala ao ter um retrato dos filhos nas mãos quando estão longe de seus olhos. BIOGRAFIA DA DUQUESA DE GOYÁZ - A Duquesa de Goyáz nasceu no Rio de Janeiro e foi registrada como filha de pais incógnitos como tendo sido abandonada na casa do coronel João de Castro (na verdade, seu avô materno). Nessa condição, ela foi batizada em 31 de maio de 1824 na igreja de São Francisco Xavier do Engenho Velho, tendo como padrinhos os pais da marquesa de Santos. Pouco antes de seu aniversário de dois anos, o imperador reconheceu publicamente sua paternidade e exigiu que a mesma fosse anotada no assento de batismo da criança. Após insistente conflito entre o Imperador e o pároco da Igreja de São Francisco Xavier do Engenho Velho, que se recusava a reformar o assento de batismo, com a intervenção do Bispo do Rio de Janeiro, Dom José Caetano da Silva Coutinho o registro foi retificado. Em decreto datado de 24 de maio de 1826, dom Pedro concedeu também a Dona Isabel o título de Duquesa de Goiás, com direito ao tratamento de Sua Alteza a Duquesa de Goyáz. Graças a isso foi enviada ordem ao quartel-general das forças armadas do Brasil para prestar continências à menina. Era assim, na prática, tratada como uma princesa brasileira. Os atos imperiais causaram furor na corte e foram comemorados numa festa com pompas de grande gala, celebrada no Palacete do Caminho Novo, a imponente residência que o imperador construiu para a amante nos arredores do Palácio Imperial de São Cristóvão. Em 6 de junho, perante toda a corte, Isabel Maria foi apresentada oficialmente à imperatriz Leopoldina. A partir de então, a duquesa passou a frequentar o palácio diariamente para ser educada junto com as irmãs. Dona Leopoldina morreu em dezembro de 1826 e poucos meses depois, em agosto de 1827, Isabel Maria foi levada para viver em definitivo no Palácio de São Cristóvão. Dom Pedro I casou-se novamente em 1829 e rompeu definitivamente com a marquesa de Santos, que foi enviada de volta a São Paulo. A nova imperatriz, dona Amélia, já havia deixado claro que não permitiria a permanência da pequena duquesa em São Cristóvão e antes mesmo de sua chegada ao Brasil Isabel Maria teve que ser transferida para o Palacete Imperial da Praia Grande - residência oficial de verão durante o primeiro reinado - em Niterói. D. Pedro I decidiu naquele mesmo ano enviar Isabel Maria para ser educada na Europa. A menina, então com cinco anos, embarcou em 25 de novembro com destino à França, levando uma carta do secretário Francisco Gomes ao visconde de Pedra Branca com a recomendação de que sua instrução deveria ser "a melhor possível para fazer uma freira, com a menor despesa possível, sem contudo faltar à decência devida a uma filha de S.M.I., posto que bastarda." A viagem teve inúmeros percalços: uma tempestade danificou as velas do navio, seus ocupantes foram acometidos por um surto de febre e a duquesa passou a queixar-se de dores no peito. Diante de tal situação, Paulo Martins de Almeida, responsável pela menina, ordenou ao comandante que mudasse o curso para Plymouth, onde aportaram em 8 de fevereiro de 1830. A comitiva instalou-se em Londres enquanto os viscondes de Itabaiana e de Resende procuravam em Paris um colégio adequado à educação da duquesa. Isabel Maria finalmente foi levada para Paris e passou a estudar em regime de internato na Ecole du Sacré-Coeur, onde as filhas da aristocracia católica francesa eram educadas. No Brasil, d. Pedro recebia mensalmente relatórios médicos e informações sobre o desenvolvimento da filha. As freiras responsáveis pela escola relatavam que a duquesa era extremamente dócil e, com exceção do piano, vinha saindo-se bem em todas as disciplinas. Todavia, também informavam que era dada a variações de humor quando obrigada a estudar. Em 7 de abril de 1831, d. Pedro abdicou do trono do Brasil e partiu para a Europa com d. Amélia e a rainha d. Maria II. Após alguns meses como hóspede do rei Luís Filipe, o agora duque de Bragança adquiriu uma casa e Isabel Maria começou a passar os finais de semana com a família. Dessa vez, d. Amélia a aceitou e acabou adotando-a como filha. Em 25 de janeiro de 1832, d. Pedro seguiu para Portugal para retomar o trono usurpado por seu irmão, d. Miguel, deixando Isabel Maria aos cuidados da esposa e da sogra, a duquesa Augusta. Logo após as forças constitucionais conquistarem Lisboa, d. Pedro enviou a Paris seu cunhado, o marquês de Loulé, para trazer d. Amélia e d. Maria II para o território português. A duquesa de Goiás, nessa ocasião, voltou para o internato. D. Pedro morreu em 24 de setembro de 1834 e a tarefa de criar Isabel Maria foi assumida por d. Amélia e por sua mãe. A duquesa fora separada da marquesa de Santos com tão pouca idade que não tinha qualquer recordação de sua mãe biológica e por isso tinha d. Amélia e a duquesa Augusta como suas mãe e avó naturais. Em 1839, sob a tutoria do marquês de Resende, Isabel Maria seguiu para Munique e ingressou no Real Instituto de Moças para concluir seus estudos. Em 1841, d. Amélia enviou notícias de seu progresso ao enteado, o imperador d. Pedro II: "Todos estão muito contentes com Isabel Maria no instituto, e minha mãe escreveu que ela cresce e se embeleza todos os dias." Nessa época, d. Amélia passou a procurar um marido adequado para a enteada. Embora tenha recebido uma considerável herança do pai, o dote de Isabel Maria foi provido por d. Pedro II, d. Maria II e pela própria madrasta, que encarregou-se pessoalmente de seu enxoval. Em 1842, a duquesa de Bragança comunicou o imperador do Brasil que havia acertado o casamento da duquesa de Goiás com Ernesto José João Fischler de Treuberg, 2º conde de Treuberg e barão de Holsen, filho de Francisco Xavier Nicolau Fischler von Treuberg e de sua esposa Maria Crescência Ana Joana, filha caçula de Carlos Frederico, príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen. Treze anos mais velho que a jovem, o conde era um rico proprietário de terras e aparentado com a família real da Prússia pelo lado materno. Em novembro desse ano, d. Amélia pediu a d. Pedro II que concedesse ao futuro cunhado a Ordem da Rosa. A cerimônia de casamento ocorreu no Palácio Leuchtenberg, em Munique, em 17 de abril de 1843. O conde de Treuberg morreu em 1867, aos 57 anos de idade, apenas seis meses antes da morte de sua sogra, a marquesa de Santos. Isabel Maria morreu em Murnau am Staffelsee, em 3 de novembro de 1898, exatamente 31 anos após a morte de sua mãe. BIOGRAFIA DE FERDINAND KRUMHOLZ : Ferdinand Krumholz (Hof - atual Dvorce, Morávia - atual República Tcheca 1810 - Berna, Suíça 1878). Pintor. Inicia a formação artística na Academia de Belas Artes de Viena e continua os estudos na Academia de Belas Artes de Veneza, Itália. No começo da década de 1830, visita Nápoles e Roma. Permanece em Paris, entre 1834 e 1845, realizando muitos retratos. Freqüenta cursos de pintura na Academia de Belas Artes e participa dos Salões de Paris. Torna-se protegido da duquesa de Nemours e do duque de Coburgo e retrata, a partir de então, diversas personalidades da aristocracia francesa. Recomendado como pintor à corte portuguesa, em 1844, fixa residência em Lisboa. Pinta, entre outros, os retratos da rainha Maria da Glória I e de seu marido, o príncipe Ferdinando da Saxônia. É nomeado membro da Academia Portuguesa e Cavaleiro da Ordem de Cristo. Em 1848, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde se torna o principal retratista da corte e membro honorário da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba. Em 1849, participa da 10ª Exposição Geral de Belas Artes, e recebe o título de Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. O pintor Krumholz é um dos principais retratistas em atividade no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. Inicia a formação artística na Akademie der bildenden Künste Wien Academia de Belas Artes de Viena e, posteriormente, continua seus estudos na Itália. O artista vive entre 1834 e 1845 em Paris, onde pinta muitos retratos. Participa freqüentemente dos Salões de Paris. Torna-se protegido da duquesa de Nemours e do duque de Coburgo e pinta, a partir de então, diversas personalidades da nobreza francesa. Recomendado como pintor à corte portuguesa, em 1844, fixa residencia em Lisboa e retrata, entre outros, a rainha Maria da Glória I e seu marido, o príncipe Ferdinando da Saxônia. Em 1848, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde se torna o principal retratista da corte e membro honorário da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba. O historiador da arte Luciano Migliaccio ressalta que o artista introduz na pintura da época uma caracterização psicológica e moral mais íntima, produzindo obras que não raramente se situam entre o universo oficial e familiar. Para o crítico de arte Gonzaga Duque (1863 - 1911), o retrato que Krumholz faz do pintor Porto Alegre (1806 - 1879), em 1848, é uma das obras que contribui para o seu sucesso no Brasil: "estilo de mestre, desenho que pode ser taxado rigoroso ou irrepreensível, colorido claro e exato, e expressão admirável pela naturalidade, fazem desse retrato obra de inestimável valor". Após cinco anos de permanência no Brasil, Krumholz retorna a Alemanha em 1853. O artista realiza em seguida uma viagem para a Índia, onde produz diversas marinhas e pinturas relativas à vida cotidiana em Bombaim e Calcutá. Em 1858, fixa residência em Paris, onde prossegue em sua atividade como retratista. VIDE OUTROS RETRATOS DA FAMILIA DA MARQUESA DE SANTOS PINTADOS POR KRUMHOLZ EM: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23517/krumholz

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DONA ISABEL MARIA DE ALCÂNTARA BRASILEIRA (1824-1898) - DUQUESA DE GOYÁS - OST FERDINAND KRUMHOLZ (MORÁVIA - 1810 - BERNA, SUÍÇA 1878). FILHA DO IMPERADOR D. PEDRO I DO BRASIL E DE DONA DOMITÍLA DE CASTRO CANTO E MELO, A MARQUESA DE SANTOS. MAJESTOSA PINTURA REPRESENTANDO A DUQUESA DE GOIÁS Á ÉPOCA DE SEU CASAMENTO (VIDE FOTO DE ISABEL MARIA RETRATADA COMO NOIVA NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE E MAIS DETALHES SOBRE SUA BIOGRAFIA EM: http://maragatoassessoramento.blogspot.com/). ESTA TELA GUARNECEU O SALÃO DE RETRATOS DO PALACETE DA MARQUESA DE SANTOS NA ANTIGA RUA DO CARMO EM SÃO PAULO. RIO DE JANEIRO, INICIO DA DÉCADA DE 1850. 112 X 83 CM.NOTA: A história do RETRATO DA SAUDADE DE UMA MÃE: Após casar-se, em 1848, com Maria Isabel de Alcântara Bourbon (irmã da duquesa de Goyáz), o conde de Iguaçu, filho do Marquês de Barbacena (ironicamente o Marquês foi quem arranjou o segundo casamento de Dom Pedro I com a Imperatriz Amélia causando a expulsão de Domitila para sempre da Corte do Rio de Janeiro), foi incumbido pela sogra, a Marquesa de Santos de tentar contatar a cunhada, Duquesa de Goyaz na Baviera, a essa altura casada com o Conde de Treuberg. Isabel Maria, como se sabe, não tinha nenhuma recordação de sua família materna e ficou chocada quando recebeu do conde, como provas de sua ascendência, as cartas trocadas entre d. Pedro e a marquesa de Santos nas quais os amantes mencionavam a filha. A história, que havia sido ocultada da duquesa por desejo expresso do imperador, acabou por abalar para sempre a relação familiar que Isabel mantinha com dona Amélia, a Imperatriz viúva. O resto é facilmente compreendido: O Conde de Iguaçu trouxe consigo um retrato da Duquesa de Goyáz que foi entregue a Marquesa de Santos em 1850 e 1852 respectivamente FERDINAND KRUMHOLZ recebeu as encomendas par pintar os retratos do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e da Condessa de Iguaçú. Certamente a Marquesa de Santos que valorizava muito os retratos familiares tendo inclusive uma sala em seu palacete denominada sala dos retratos mandou pintar do tamanho dos quadros encomendados do marido e da filha (Condessa de Iguaçú) o retrato da outra filha que lhe fora tirada ainda criança e que nunca mais pode ver, a Duquesa de Goyáz. Imagino quantas vezes terá a Marquesa se postado diante do quadro e falado com ele como qualquer mãe fala ao ter um retrato dos filhos nas mãos quando estão longe de seus olhos. BIOGRAFIA DA DUQUESA DE GOYÁZ - A Duquesa de Goyáz nasceu no Rio de Janeiro e foi registrada como filha de pais incógnitos como tendo sido abandonada na casa do coronel João de Castro (na verdade, seu avô materno). Nessa condição, ela foi batizada em 31 de maio de 1824 na igreja de São Francisco Xavier do Engenho Velho, tendo como padrinhos os pais da marquesa de Santos. Pouco antes de seu aniversário de dois anos, o imperador reconheceu publicamente sua paternidade e exigiu que a mesma fosse anotada no assento de batismo da criança. Após insistente conflito entre o Imperador e o pároco da Igreja de São Francisco Xavier do Engenho Velho, que se recusava a reformar o assento de batismo, com a intervenção do Bispo do Rio de Janeiro, Dom José Caetano da Silva Coutinho o registro foi retificado. Em decreto datado de 24 de maio de 1826, dom Pedro concedeu também a Dona Isabel o título de Duquesa de Goiás, com direito ao tratamento de Sua Alteza a Duquesa de Goyáz. Graças a isso foi enviada ordem ao quartel-general das forças armadas do Brasil para prestar continências à menina. Era assim, na prática, tratada como uma princesa brasileira. Os atos imperiais causaram furor na corte e foram comemorados numa festa com pompas de grande gala, celebrada no Palacete do Caminho Novo, a imponente residência que o imperador construiu para a amante nos arredores do Palácio Imperial de São Cristóvão. Em 6 de junho, perante toda a corte, Isabel Maria foi apresentada oficialmente à imperatriz Leopoldina. A partir de então, a duquesa passou a frequentar o palácio diariamente para ser educada junto com as irmãs. Dona Leopoldina morreu em dezembro de 1826 e poucos meses depois, em agosto de 1827, Isabel Maria foi levada para viver em definitivo no Palácio de São Cristóvão. Dom Pedro I casou-se novamente em 1829 e rompeu definitivamente com a marquesa de Santos, que foi enviada de volta a São Paulo. A nova imperatriz, dona Amélia, já havia deixado claro que não permitiria a permanência da pequena duquesa em São Cristóvão e antes mesmo de sua chegada ao Brasil Isabel Maria teve que ser transferida para o Palacete Imperial da Praia Grande - residência oficial de verão durante o primeiro reinado - em Niterói. D. Pedro I decidiu naquele mesmo ano enviar Isabel Maria para ser educada na Europa. A menina, então com cinco anos, embarcou em 25 de novembro com destino à França, levando uma carta do secretário Francisco Gomes ao visconde de Pedra Branca com a recomendação de que sua instrução deveria ser "a melhor possível para fazer uma freira, com a menor despesa possível, sem contudo faltar à decência devida a uma filha de S.M.I., posto que bastarda." A viagem teve inúmeros percalços: uma tempestade danificou as velas do navio, seus ocupantes foram acometidos por um surto de febre e a duquesa passou a queixar-se de dores no peito. Diante de tal situação, Paulo Martins de Almeida, responsável pela menina, ordenou ao comandante que mudasse o curso para Plymouth, onde aportaram em 8 de fevereiro de 1830. A comitiva instalou-se em Londres enquanto os viscondes de Itabaiana e de Resende procuravam em Paris um colégio adequado à educação da duquesa. Isabel Maria finalmente foi levada para Paris e passou a estudar em regime de internato na Ecole du Sacré-Coeur, onde as filhas da aristocracia católica francesa eram educadas. No Brasil, d. Pedro recebia mensalmente relatórios médicos e informações sobre o desenvolvimento da filha. As freiras responsáveis pela escola relatavam que a duquesa era extremamente dócil e, com exceção do piano, vinha saindo-se bem em todas as disciplinas. Todavia, também informavam que era dada a variações de humor quando obrigada a estudar. Em 7 de abril de 1831, d. Pedro abdicou do trono do Brasil e partiu para a Europa com d. Amélia e a rainha d. Maria II. Após alguns meses como hóspede do rei Luís Filipe, o agora duque de Bragança adquiriu uma casa e Isabel Maria começou a passar os finais de semana com a família. Dessa vez, d. Amélia a aceitou e acabou adotando-a como filha. Em 25 de janeiro de 1832, d. Pedro seguiu para Portugal para retomar o trono usurpado por seu irmão, d. Miguel, deixando Isabel Maria aos cuidados da esposa e da sogra, a duquesa Augusta. Logo após as forças constitucionais conquistarem Lisboa, d. Pedro enviou a Paris seu cunhado, o marquês de Loulé, para trazer d. Amélia e d. Maria II para o território português. A duquesa de Goiás, nessa ocasião, voltou para o internato. D. Pedro morreu em 24 de setembro de 1834 e a tarefa de criar Isabel Maria foi assumida por d. Amélia e por sua mãe. A duquesa fora separada da marquesa de Santos com tão pouca idade que não tinha qualquer recordação de sua mãe biológica e por isso tinha d. Amélia e a duquesa Augusta como suas mãe e avó naturais. Em 1839, sob a tutoria do marquês de Resende, Isabel Maria seguiu para Munique e ingressou no Real Instituto de Moças para concluir seus estudos. Em 1841, d. Amélia enviou notícias de seu progresso ao enteado, o imperador d. Pedro II: "Todos estão muito contentes com Isabel Maria no instituto, e minha mãe escreveu que ela cresce e se embeleza todos os dias." Nessa época, d. Amélia passou a procurar um marido adequado para a enteada. Embora tenha recebido uma considerável herança do pai, o dote de Isabel Maria foi provido por d. Pedro II, d. Maria II e pela própria madrasta, que encarregou-se pessoalmente de seu enxoval. Em 1842, a duquesa de Bragança comunicou o imperador do Brasil que havia acertado o casamento da duquesa de Goiás com Ernesto José João Fischler de Treuberg, 2º conde de Treuberg e barão de Holsen, filho de Francisco Xavier Nicolau Fischler von Treuberg e de sua esposa Maria Crescência Ana Joana, filha caçula de Carlos Frederico, príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen. Treze anos mais velho que a jovem, o conde era um rico proprietário de terras e aparentado com a família real da Prússia pelo lado materno. Em novembro desse ano, d. Amélia pediu a d. Pedro II que concedesse ao futuro cunhado a Ordem da Rosa. A cerimônia de casamento ocorreu no Palácio Leuchtenberg, em Munique, em 17 de abril de 1843. O conde de Treuberg morreu em 1867, aos 57 anos de idade, apenas seis meses antes da morte de sua sogra, a marquesa de Santos. Isabel Maria morreu em Murnau am Staffelsee, em 3 de novembro de 1898, exatamente 31 anos após a morte de sua mãe. BIOGRAFIA DE FERDINAND KRUMHOLZ : Ferdinand Krumholz (Hof - atual Dvorce, Morávia - atual República Tcheca 1810 - Berna, Suíça 1878). Pintor. Inicia a formação artística na Academia de Belas Artes de Viena e continua os estudos na Academia de Belas Artes de Veneza, Itália. No começo da década de 1830, visita Nápoles e Roma. Permanece em Paris, entre 1834 e 1845, realizando muitos retratos. Freqüenta cursos de pintura na Academia de Belas Artes e participa dos Salões de Paris. Torna-se protegido da duquesa de Nemours e do duque de Coburgo e retrata, a partir de então, diversas personalidades da aristocracia francesa. Recomendado como pintor à corte portuguesa, em 1844, fixa residência em Lisboa. Pinta, entre outros, os retratos da rainha Maria da Glória I e de seu marido, o príncipe Ferdinando da Saxônia. É nomeado membro da Academia Portuguesa e Cavaleiro da Ordem de Cristo. Em 1848, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde se torna o principal retratista da corte e membro honorário da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba. Em 1849, participa da 10ª Exposição Geral de Belas Artes, e recebe o título de Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. O pintor Krumholz é um dos principais retratistas em atividade no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. Inicia a formação artística na Akademie der bildenden Künste Wien Academia de Belas Artes de Viena e, posteriormente, continua seus estudos na Itália. O artista vive entre 1834 e 1845 em Paris, onde pinta muitos retratos. Participa freqüentemente dos Salões de Paris. Torna-se protegido da duquesa de Nemours e do duque de Coburgo e pinta, a partir de então, diversas personalidades da nobreza francesa. Recomendado como pintor à corte portuguesa, em 1844, fixa residencia em Lisboa e retrata, entre outros, a rainha Maria da Glória I e seu marido, o príncipe Ferdinando da Saxônia. Em 1848, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde se torna o principal retratista da corte e membro honorário da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba. O historiador da arte Luciano Migliaccio ressalta que o artista introduz na pintura da época uma caracterização psicológica e moral mais íntima, produzindo obras que não raramente se situam entre o universo oficial e familiar. Para o crítico de arte Gonzaga Duque (1863 - 1911), o retrato que Krumholz faz do pintor Porto Alegre (1806 - 1879), em 1848, é uma das obras que contribui para o seu sucesso no Brasil: "estilo de mestre, desenho que pode ser taxado rigoroso ou irrepreensível, colorido claro e exato, e expressão admirável pela naturalidade, fazem desse retrato obra de inestimável valor". Após cinco anos de permanência no Brasil, Krumholz retorna a Alemanha em 1853. O artista realiza em seguida uma viagem para a Índia, onde produz diversas marinhas e pinturas relativas à vida cotidiana em Bombaim e Calcutá. Em 1858, fixa residência em Paris, onde prossegue em sua atividade como retratista. VIDE OUTROS RETRATOS DA FAMILIA DA MARQUESA DE SANTOS PINTADOS POR KRUMHOLZ EM: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23517/krumholz

Informações

Lance

    • Lote Vendido
Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada