Lote 87
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Arte sacra

MESTRE DO CABELINHO-EM-XADREZ ESCOLA DO VALE DO RIO TIETÊ. IMPORTANTE ESCULTURA SEISCENTISTA EM MADEIRA REPRESENTANDO NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO EXECUTADA PELO MESTRE DO CABELINHO-EM-XADREZ. TRATA-SE DE UM NÍTIDO EXEMPLO DA LAVRA DESSE MESTRE CONFORME A SIMPLES COMPARAÇÃO COM OUTRO EXEMPLAR DE TRABALHO DO ARTISTA PODERÁ INDICAR. REFERIMO-NOS A IMAGEM PERTENCENTE A COLEÇÃO RAFAEL SCHUNK UMA DAS MAIS IMPORTANTES COLEÇÕES EM ARTE BANDEIRISTA PAULISTA DO BRASIL (VIDE FOTOS DA IMAGEM DA COLEÇÃO SCHUNK PARA EFEITO COMPARIVO NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE. DESTACAM-SE NA OBRA EM PREGÃO OS ESTILEMAS DESSE MESTRE: INFLUÊNCIA ORIENTAL NOS TRAÇOS REPERCUTINDO A LAVRA DE ARTE RELIGIOSA DO PERÍODO SEICENTISTA PORTUGUÊS QUE PASSOU A INSPIRAR-SE NA CULTURA HINDU INFLUENCIADA PELA ARTE DE GOA (NOTEM-SE OS CABELOS DA VIRGEM CAINDO SOBRE OS OMBROS EM CASCATA), TAMBÉM OS CABELOS DA VIRGEM ASSIM COMO DOS ANJOS NAS BASES PLISSADOS NA HORIZONTAL CARACTERIZANDO O ESTILEMA PRINCIPAL DO ESCULTOR OS CABELOS EM XADREZ E ROSTO ARREDONDADO DA VIRGEM. A BASE POSSUI ENTRE AS CABEÇAS DE ANJOS REPRESENTAÇÃO DE UMA CRUZ EM CARTELA QUE REFERENCIA O CULTO A NOSSA SENHORA DO CARMO. A IMAGEM TEM POLICROMIA E FORTE PRESENÇA DE PICUMÃ (FOLIGEM ACUMULADA DOS SÉCULOS PELA QUEIMA DE LENHA NOS FOGÕES E VELAS DOS ORATÓRIOS). SÃO PAULO, MEADOS DO SEC. XVII, 27 CM DE ALTURA. NOTA: A obra do MESTRE DO CABELINHO-EM-XADREZ está compreendida no final do espaço temporal delimitado como primeiro período da ARTE COLONIAL BRASILEIRA (1560-1661). Frei Agostinho de Jesus expoente máximo desse período retorna para a baixada fluminense, morrendo em 11 de agosto de 1661. Porém, seu legado cultural deixado no planalto floresceu nas obras de seus contemporâneos e sucessores em meados do século XVII, onde despontam as obras de um santeiro intitulado de Mestre de Itu (na escultura em barro) e Mestre-do-Cabelinho-em-Xadrês (na madeira). O mestre do cabelinho-em-xadrez descreve uma manufatura cujas figuras foram encontradas por toda a bacia do médio Tietê e Santana de Parnaíba. Na história da colonização brasileira, a produção de imagens sagradas representou um importante papel didático no processo de ensino e conversão religiosa do território conquistado, sobretudo incentivado nas oficinas conventuais jesuíticas, beneditinas, franciscanas e carmelitas. No planalto de Piratininga, as pioneiras relações sociais estabelecidas por meio de laços matrimoniais entre tupis e portugueses foram de encontro à secular sociedade paraguaia formada por espanhóis e guaranis, gerando uma mescla de culturas que resultaram na idéia de sertão: local onde a miscigenação e liberdade fugiram de tratados ibéricos e controles metropolitanos. Pelos velhos caminhos indígenas Peabirus, os bandeirantes paulistas avançaram no interior do continente em busca de riquezas, levando consigo suas experiências e retornando com a prata de Potosí e mão de obra missioneira. No meio deste caminho estava Santana de Parnaíba e o Mosteiro dos Beneditinos difusor da fé desta localidade mas também um significativo momento das artes plásticas nacionais. A grande demanda por arte sacra foi impulsionada pelo movimento bandeirista e desenvolvimento da economia na região ituana do médio Tietê, com a criação de fazendas, vilas e formação de uma elite local. Correspondem como núcleos irradiadores da Escola do Vale do Rio Tietê as cidades de Santana de Parnaíba e São Paulo de Piratininga, onde predominou uma herança erudita, pois foi fruto da atuação de elementos formais da obra de Agostinho de Jesus e vinda de algumas imagens de Agostinho da Piedade, oriundas da Bahia personificadas nas mãos de artífices locais como o Mestre do Cabelinho-Xadrez. Por meio da síntese de influências americanas, européias e orientais nasce à cultura brasileira. Convém destacar na obra de Carlos Lemos uma ampliação das reflexões levantadas por Silva-Nigra, Etzel e Aracy Amaral, hipóteses desenvolvidas a partir das múltiplas correntes aportadas na Colônia; tipologias estudadas por meio dos primeiros retábulos maneiristas jesuíticos adaptados ao ambiente rural paulista. É mérito dos historiadores a identificação de escolas regionais e catalogação de escultores anônimos, tais como, o Mestre de Itu, vinculado às tradições beneditinas e o Mestre-do-Cabelinho-em-Xadrez, artista ligado às influências orientais. Acompanhando a epopéia sertaneja, os conhecimentos vivenciados em Santana de Parnaíba, extrapolaram as fronteiras. Suas histórias, altares, ícones e aventuras povoaram o imaginário americano e brasileiro de norte a sul do continente. Estas experiências transpuseram o Planalto Central alcançando o território de Goiás, a última fronteira colonizada pelo mundo bandeirista; encontraram um campo fértil para crescer; valorização de uma arquitetura singela, porém autêntica, de raiz paulista, hoje consagrada em Patrimônio da Humanidade.

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Tipo: Arte sacra

MESTRE DO CABELINHO-EM-XADREZ ESCOLA DO VALE DO RIO TIETÊ. IMPORTANTE ESCULTURA SEISCENTISTA EM MADEIRA REPRESENTANDO NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO EXECUTADA PELO MESTRE DO CABELINHO-EM-XADREZ. TRATA-SE DE UM NÍTIDO EXEMPLO DA LAVRA DESSE MESTRE CONFORME A SIMPLES COMPARAÇÃO COM OUTRO EXEMPLAR DE TRABALHO DO ARTISTA PODERÁ INDICAR. REFERIMO-NOS A IMAGEM PERTENCENTE A COLEÇÃO RAFAEL SCHUNK UMA DAS MAIS IMPORTANTES COLEÇÕES EM ARTE BANDEIRISTA PAULISTA DO BRASIL (VIDE FOTOS DA IMAGEM DA COLEÇÃO SCHUNK PARA EFEITO COMPARIVO NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE. DESTACAM-SE NA OBRA EM PREGÃO OS ESTILEMAS DESSE MESTRE: INFLUÊNCIA ORIENTAL NOS TRAÇOS REPERCUTINDO A LAVRA DE ARTE RELIGIOSA DO PERÍODO SEICENTISTA PORTUGUÊS QUE PASSOU A INSPIRAR-SE NA CULTURA HINDU INFLUENCIADA PELA ARTE DE GOA (NOTEM-SE OS CABELOS DA VIRGEM CAINDO SOBRE OS OMBROS EM CASCATA), TAMBÉM OS CABELOS DA VIRGEM ASSIM COMO DOS ANJOS NAS BASES PLISSADOS NA HORIZONTAL CARACTERIZANDO O ESTILEMA PRINCIPAL DO ESCULTOR OS CABELOS EM XADREZ E ROSTO ARREDONDADO DA VIRGEM. A BASE POSSUI ENTRE AS CABEÇAS DE ANJOS REPRESENTAÇÃO DE UMA CRUZ EM CARTELA QUE REFERENCIA O CULTO A NOSSA SENHORA DO CARMO. A IMAGEM TEM POLICROMIA E FORTE PRESENÇA DE PICUMÃ (FOLIGEM ACUMULADA DOS SÉCULOS PELA QUEIMA DE LENHA NOS FOGÕES E VELAS DOS ORATÓRIOS). SÃO PAULO, MEADOS DO SEC. XVII, 27 CM DE ALTURA. NOTA: A obra do MESTRE DO CABELINHO-EM-XADREZ está compreendida no final do espaço temporal delimitado como primeiro período da ARTE COLONIAL BRASILEIRA (1560-1661). Frei Agostinho de Jesus expoente máximo desse período retorna para a baixada fluminense, morrendo em 11 de agosto de 1661. Porém, seu legado cultural deixado no planalto floresceu nas obras de seus contemporâneos e sucessores em meados do século XVII, onde despontam as obras de um santeiro intitulado de Mestre de Itu (na escultura em barro) e Mestre-do-Cabelinho-em-Xadrês (na madeira). O mestre do cabelinho-em-xadrez descreve uma manufatura cujas figuras foram encontradas por toda a bacia do médio Tietê e Santana de Parnaíba. Na história da colonização brasileira, a produção de imagens sagradas representou um importante papel didático no processo de ensino e conversão religiosa do território conquistado, sobretudo incentivado nas oficinas conventuais jesuíticas, beneditinas, franciscanas e carmelitas. No planalto de Piratininga, as pioneiras relações sociais estabelecidas por meio de laços matrimoniais entre tupis e portugueses foram de encontro à secular sociedade paraguaia formada por espanhóis e guaranis, gerando uma mescla de culturas que resultaram na idéia de sertão: local onde a miscigenação e liberdade fugiram de tratados ibéricos e controles metropolitanos. Pelos velhos caminhos indígenas Peabirus, os bandeirantes paulistas avançaram no interior do continente em busca de riquezas, levando consigo suas experiências e retornando com a prata de Potosí e mão de obra missioneira. No meio deste caminho estava Santana de Parnaíba e o Mosteiro dos Beneditinos difusor da fé desta localidade mas também um significativo momento das artes plásticas nacionais. A grande demanda por arte sacra foi impulsionada pelo movimento bandeirista e desenvolvimento da economia na região ituana do médio Tietê, com a criação de fazendas, vilas e formação de uma elite local. Correspondem como núcleos irradiadores da Escola do Vale do Rio Tietê as cidades de Santana de Parnaíba e São Paulo de Piratininga, onde predominou uma herança erudita, pois foi fruto da atuação de elementos formais da obra de Agostinho de Jesus e vinda de algumas imagens de Agostinho da Piedade, oriundas da Bahia personificadas nas mãos de artífices locais como o Mestre do Cabelinho-Xadrez. Por meio da síntese de influências americanas, européias e orientais nasce à cultura brasileira. Convém destacar na obra de Carlos Lemos uma ampliação das reflexões levantadas por Silva-Nigra, Etzel e Aracy Amaral, hipóteses desenvolvidas a partir das múltiplas correntes aportadas na Colônia; tipologias estudadas por meio dos primeiros retábulos maneiristas jesuíticos adaptados ao ambiente rural paulista. É mérito dos historiadores a identificação de escolas regionais e catalogação de escultores anônimos, tais como, o Mestre de Itu, vinculado às tradições beneditinas e o Mestre-do-Cabelinho-em-Xadrez, artista ligado às influências orientais. Acompanhando a epopéia sertaneja, os conhecimentos vivenciados em Santana de Parnaíba, extrapolaram as fronteiras. Suas histórias, altares, ícones e aventuras povoaram o imaginário americano e brasileiro de norte a sul do continente. Estas experiências transpuseram o Planalto Central alcançando o território de Goiás, a última fronteira colonizada pelo mundo bandeirista; encontraram um campo fértil para crescer; valorização de uma arquitetura singela, porém autêntica, de raiz paulista, hoje consagrada em Patrimônio da Humanidade.

Informações

Lance

    • Lote Vendido
Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada