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Prata de Lei

PADRE DIOGO ANTONIO FEIJÓ REGENTE FEIJÓ EX COLEÇÃO BARÃO DE PARANAPANEMA JOAQUIM CELESTINO DE ABREU SOARES. GRANDE BULE PARA CAFÉ EM PRATA DE LEI QUE PERTENCEU AO REGENTE FEIJÓ E FOI ADQUIRIDO AINDA NO SEC. XIX PELO BARÃO DE PARANAPANEMA QUE ESTEVE AO LADO DO PADRE FEIJÓ DURANTE A REVOLTA LIBERAL DE 1842. PARTICIPOU DA BATALHA TRAVADA EM CAMPINAS TENDO POR UM LADO O BARÃO DE CAXIAS (FUTURO DUQUE DE CAXIAS) A FRENTE DAS TROPAS IMPERIAIS E DO OUTRO LADO OS HERÓIS CAMPINEIROS QUE SE BATERAM CONTRA O EXÉRCITO IMPERIAL PELA CAUSA LIBERAL. POR UMA COINCIDÊNCIA DO DESTINO, A FAZENDA PERTENCIA A LUCIANO BICUDO TEIXEIRA NOGUEIRA, IRMÃO DE DOMINGOS TEIXEIRA NOGUEIRA E PORTANTO TIO DE FRANCISCO AUGUSTO TEIXEIRA NOGUEIRA CUJO FILHO, FRANCISCO NOGUEIRA FILHO SE CASARIA COM DONA ANGÉLICA DE TOLEDO SOARES, FILHA DO BARÃO DE PARANAPANEMA ANOS DEPOIS. NA FAZENDA DA LAGOA TAMBÉM ESTEVE ENVOLVIDO NO COMBATE AS TROPAS DE CAXIAS O BARÃO DE PARANAPANEMA. O BULE É CONSTRUÍDO EM PRATA BATIDA, REPUXADA E CINZELADA. BELOS CINZELADOS, PEGA DA TAMPA COM FEITIO DE FRUTO, ISOLADORES EM MARFIM, GRANDE FORMATO. FEITIO GOMADO PERTENCEU AO PADRE DIOGO ANTONIO FEIJÓ, REGENTE DO BRASIL NA MINORIDADE DE DOM PEDRO, SENADOR DO IMPÉRIO, MORADOR DE CAMPINAS ONDE FOI PÁROCO. EUROPA, PRIMEIRA METADE DO SEC. XIX. 25 X 26 CM. 940 GNOTA: O REGENTE FEIJÓ - Diogo Antônio Feijó, também conhecido como Regente Feijó ou Padre Feijó (São Paulo, batizado em 17 de agosto de 1784 São Paulo, 10 de novembro de 1843), foi um sacerdote católico e estadista brasileiro.Considerado um dos fundadores do Partido Liberal. Pode-se resumir bastante sua vida afirmando que exerceu o sacerdócio em Santana de Parnaíba, em Guaratinguetá e em Campinas. Foi professor de História, Geografia e Francês. Estabeleceu-se em Itu, dedicando-se ao estudo da Filosofia. Em seu primeiro cargo político foi vereador em Itu. Foi deputado por São Paulo às Cortes de Lisboa, abandonando a Assembleia antes da aprovação da Constituição. Era adversário político de outro paulista, José Bonifácio de Andrada e Silva. Criança rejeitado, fora da casa do reverendo Fernando Lopes de Camargo, seu padrinho de batismo. Batizado na Sé, foi sua madrinha a viúva Maria Gertrudes de Camargo, irmã do reverendo. O reverendo e sua irmã, descendentes do bandeirante Fernão de Camargo, teriam acolhido o enjeitado por ser filho ilegítimo de sua outra irmã, de 25 anos, solteira, Maria Joaquina Soares de Camargo, o que foi confirmado pelos estudos de Ricardo Gumbleton Daunt, em 1945 (Cf. Diogo Antônio Feijó na Tradição da Família Camargo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo 1945). Feijó foi criado pela própria Maria Joaquina, na casa dos tios. Embora se desconheça o nome de seu pai, alguns biógrafos apontam o cônego Manuel da Cruz Lima, de Curitiba, nomeado para o cabido da Diocese de São Paulo em 1788; outros, um parente próximo do falecido esposo de Maria Gertrudes, Félix Antônio Feijó. Todos concordam, entretanto, que Diogo Feijó sofreu com isso durante toda a vida e, em seu testamento, assinado a 3 de março de 1835, declarou: Para desfazer a maledicência, a calúnia e a infâmia, declaro que sou filho de Maria Gertrudes de Camargo e Félix Antônio Feijó. Levado para Cotia, foi educado em Santana de Parnaíba pelo padre João Gonçalves Lima, seu padrinho de crisma. Sempre em contato com os Camargos, acompanhou-o para Guaratinguetá, de onde retornaram a Parnaíba em 1798, onde Feijó permaneceu até ser ordenado presbítero. Essa era a carreira recomendada para quem, na sociedade colonial, se sentisse predisposto à vida do espírito e à atividade intelectual. Feijó iniciou o processo de habilitação de genere et moribus em 1804. Em 14 de setembro desse ano, já feito subdiácono, voltou para São Carlos (como se chamava então a cidade de Campinas) onde tinha uma aula particular de Gramática e vivia em estado de pobreza, pois o recenseamento da cidade indica que vivia de esmolas. Só se ordenou presbítero, isto é, se tornou realmente padre, em 1808, depois de concluir o curso de Filosofia em São Paulo. Passou então a poder rezar missas e administrar os Sacramentos, e em 1809 o recenseamento de São Carlos (atual cidade de Campinas)já indicava vive de suas ordens. Nesse mesmo ano obteve o lugar de escrivão juramentado da Câmara Eclesiástica em São Paulo, mas retornou a São Carlos, (atual cidade de Campinas) onde vivia de sua horta, plantava mantimentos e possuía doze escravos (herdara alguns recursos, por morte de Marta de Camargo Lima, sua avó). Nesse período compôs uma gramática latina, um compêndio de retórica, rezava missas e era benquisto no lugar. Em 1813 é citado no recenseamento como senhor de engenho, com 13 escravos, produzindo açúcar e aguardente, além de milho, feijão e arroz para os gastos da casa.Em 1818, aos 34 anos de idade, partiu para Itu, atraído pelo exemplo austero do padre Jesuíno do Monte Carmelo. Habituado a ensinar, recebeu do Bispo autorização para abrir uma aula de Filosofia Racional e Moral. Como outros padres brasileiros à época, era um liberal. Frequentavam Itu Nicolau de Campos Vergueiro, Álvares Machado, Costa Carvalho, e a eles se juntou o padre Feijó, certamente para comentar a Revolução Liberal do Porto de 24 de agosto de 1820. Quando D. João VI jurou, em 26 de fevereiro de 1821, a Constituição que estava sendo elaborada, os eleitores de Itu, desassombrados, reunidos para elegerem os membros da Junta Provincial para a eleição dos deputados às Cortes, intimaram o Ouvidor a deferir ao colégio eleitoral o juramento da futura Constituição portuguesa. Foi para Lisboa para tomar parte na elaboração do contrato social que deveria reger os destinos do Brasil, diz Octávio Tarquínio de Sousa, implicava implicitamente a aceitação do regime da monarquia luso-brasileira, isto é, demonstrava uma posição política isenta de intransigência nativista, ou de exaltação republicana. Tal seria a posição de Feijó, que se concretizou no grande documento em que se sente José Bonifácio: as Instruções para os deputados de São Paulo feitas pelo Governo provisório da província. Tratavam dos negócios da União, dos negócios do Reino do Brasil, dos negócios da província de São Paulo. Logo de início, falavam na integridade e indissolubilidade do reino unido, com a igualdade dos direitos políticos e dos civis quanto permitir a diversidade dos costumes e territórios e das circunstâncias estatísticas. A intenção era assim manter a união do Brasil com Portugal, num espírito de salvaguarda da soberania brasileira mas dentro do Império Lusitano. Já o programa com relação ao Brasil era alto e vasto - mas as Cortes não permitiram sequer que fosse exposto. Embarcaram os deputados paulistas em 13 de novembro de 1821 para Lisboa, e a galera Maria Primeira aportou na capital do império a 5 de fevereiro de 1822. Em 11 de fevereiro Feijó tomou assento nas Cortes e teve impressão desoladora. As causas (sobretudo econômicas) da revolução de Portugal de 1820 não permitiam que à forma liberal de que ela se revestiu pudesse corresponder coerentemente um fundo liberal, abrangendo também o Brasil e suas necessidades mais prementes. A situação do país era de miséria, os gêneros escasseavam, a concorrência inglesa esmagava o comércio, o tesouro público estava exaurido e nem se honravam pensões de montepio. Enquanto isso o Brasil alçara-se a reino unido, era o centro da monarquia. O constitucionalismo português nascia assim carregado de ressentimentos contra o Brasil pela decadência a que Portugal fora arrastado pela mudança da família real. Os liberais portugueses podiam não querer propriamente reduzir o Brasil a colônia mas queriam alegremente esfacelar sua unidade - franquias constitucionais às províncias ultramarinas na América, nunca à nação brasileira, a um reino do Brasil. Mas o Brasil queria continuar a união em pé de igualdade. As Cortes logo passaram da proclamação aos irmãos brasileiros de 13 de julho de 1821 a uma atitude irritante e violenta. Ao chegarem os paulistas, estava consumado há quase um mês o episódio do Fico, no Brasil. O ambiente era tão desalentador, cheio de insultos, motejos e zombarias, que Feijó ficou calado, e altivo. Fez o primeiro discurso em 22 de abril de 1822, num tom quase de desafio. Em face da atitude das Cortes, nenhuma acomodação seria possível sem sacrifício dos interesses brasileiros. Conciliação, aliás, não era mais possível, pois no Brasil a opinião mudara e a ruptura com Portugal se tornara inevitável. Quando chegou a hora de assinar a Constituição, em 14 de setembro, Fernandes Pinheiro apresentou declaração de que não a assinaria por estar em contradição com a vontade de sua província, subscrevendo-a Antônio Carlos, Silva Bueno, Costa Aguiar e Feijó. Fernandes Pinheiro acabou voltando atrás mas não os outros, e não a votaram ainda Vergueiro, Cipriano Barata, Muniz Tavares e muitos outros. Feijó participou desse grupo, em que Antônio Carlos e Vergueiro seriam as figuras mais brilhantes. A fuga lhes pareceu depois o melhor desfecho, diante de ameaças. Embarcaram diversos como clandestinos num paquete inglês, em 5 de outubro e desapareceram, o que Fernandes Pinheiro considerou uma rapaziada. Quando retornou ao Brasil, havia assinado o Manifesto dos Cinco, mas não a proclamação escrita por Antônio Carlos em 20 de outubro. Feijó chegou a Pernambuco a 21 de dezembro de 1822, quando estava há muito proclamada a Independência. Só ao chegar ao Rio, em 20 de março de1823, soube com minúcias o que ocorrera no Brasil. Estavam no governo os Andradas, que lhe pareciam extremamente antipáticos. Havia então três comarcas em São Paulo: São Paulo, Itu, e Paranaguá e Curitiba. A Junta Eleitoral de Itu, secretariada pelo padre Feijó, se reuniu e compareceram 34 eleitores, sendo eleitos Nicolau de Campos Vergueiro, Rafael Tobias de Aguiar, o próprio Feijó, Paula Sousa, Antônio Pais de Barros e José de Almeida Leme. Foi sua iniciação política e, em breve, partiria para São Paulo, a tomar parte da Junta Eleitoral da Província, instalada a 6 de agosto de 1821. pesar de ter feitio enérgico e autoritário, Feijó era um liberal completo, cheio de sentimentos democráticos. Mas José Bonifácio, realista, não transigia com idealismos, combatendo-os com excessos próprios a tempos despóticos. Feijó escreveu ao imperador advogando um governo monárquico representativo (abomino a democracia pura e a aristocracia, dizia). E partiu para sua província onde chegou em 12 de junho de 1823, indo para Itu e São Carlos e mais tarde internando-se num sítio. José Bonifácio nele não confiava e mobilizara, pela Secretaria do Império, contra ele e sua perniciosa influência, a espionagem política (por todos os meios ocultos, conservar debaixo da maior vigilância...). Em 12 de novembro de 1823 foi dissolvida a Assembleia Constituinte; Feijó teve de Itu a notícia da queda dos Andradas. Elaborou-se às pressas uma Constituição, projeto enviado às Câmaras. Convocado pela de Itu a dar parecer, coube a sua redação a Feijó. Suas emendas revelavam apego aos princípios básicos do liberalismo, fidelidade aos direitos do homem, um sentido mais democrático das instituições do Estado. Trabalho inútil, pois a adoção do texto do projeto era coisa resolvida, e a Constituição foi jurada. Feijó, suspeito de tramar com Vergueiro e Paula Sousa contra a ordem pública, estava apenas desencantado. Seguiu com carreira politica sendo eleito deputado e senador do Império. Mas seus ímpetos liberais se chocaram com o auge da crise do reinado de Dom Pedro I. Após a abdicação do imperador, em 1831 o Brasil seguiu um período turbulento com a regência trina do Marques de Caravelas, Nicolau Vergueiro e o futuro Duque de Caxias, e o padre foi chamado para ocupar a pasta da Justiça. Em 1832 as correntes partidárias estavam arregimentadas em três grupos: o moderado, no poder, a que pertenciam Feijó, Evaristo da Veiga e Bernardo Pereira de Vasconcelos; o exaltado, e o restaurador a que pertenciam agora os Andradas. Seus partidários eram, respectivamente, os chimangos ou chapéus redondos; os farroupilhas ou jurujubas e os caramurus. Tramava-se por toda a parte contra a ordem pública e até nas rodas do paço, no círculo do tutor José Bonifácio de Andrada e Silva, o governo era combatido. Havia conspirações na Bahia pela volta do imperador, e em abril de 1832 notícia de conluio pelo assassinato de Feijó para a tomada do poder de uma regência caramuru-exaltada composta por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, João Pedro Maignard e Manuel de Carvalho Pais de Andrade. Dias depois estourou outro levante, de caráter francamente restaurador. Feijó sentia-se só, sem apoio de seus colegas de Ministério e pediu demissão. Com a proclamação do Ato Adicional, em 1834, que transformava a Regência Trina em Una, foi eleito pela Assembleia Geral Regente do Império, ou seja, podemos afirmar que Diogo Antônio Feijó foi o primeiro chefe do Poder Executivo devidamente eleito na história do Brasil, aproximando-se do cargo atual ocupado pelo Presidente da República. Foi empossado a 12 de outubro de 1835. Escolheu com dificuldade um ministério, formado dois dias após a posse, em 14 de outubro. inha um belo programa, mas sua regência foi malograda. Porque, tal como D. Pedro I, o governo das maiorias lhe parecia absurdo e subversivo de toda a ordem no Brasil, além de inconstitucional, como declarou em discurso no senado em 29 de maio de 1839. Durante sua regência novos ministérios eram formados em intervalos de alguns meses. De acordo com Oswaldo Rodrigues Cabral, "... Os ministros não aturavam o regente - ou este não os suportava por muito tempo - não tendo havido, desde que se estabelecera a regência una, a menor estabilidade nas pastas ..." Em 1836 eram evidentes os sinais de mudança profunda no quadro político e social do Brasil, numa transformação que, diz Octávio Tarquínio de Sousa, fazia de Feijó um homem de outra latitude ou de outra época. Mas nas eleições daquele ano se haviam lançado as bases do futuro partido conservador do Segundo Reinado. Feijó organizou um ministério pífio em novembro de 1836. No início de 1837, generalizara-se a opinião de que Feijó era homem inadequado ao cargo e mesmo seus amigos estavam desapontados. Sua Fala, por ocasião da abertura da Assembleia em 3 de maio de 1837, foi irônica. Desamparado, declarou-se gravemente enfermo e ofereceu sua renúncia em 19 de setembro, pensado o problema de a quem passar a regência - nomeara seu adversário político, Pedro de Araújo Lima, como ministro do Império, em 18 de setembro de 1837. Regressou à sua chácara da Água Rasa em São Paulo, pressionado pela oposição conservadora e pelas revoltas nas províncias, sobretudo após o fracasso de uma tentativa de golpe dos moderados, que tentou articular sem sucesso. Via-se livre da Regência e ao mesmo tempo do clima do Rio de Janeiro. Ressurgiu o lavrador. Ao mesmo tempo, fez publicar uma retratação religiosa em 10 de julho de 1838 no Observador Paulistano: (...) revogo e me desdigo de tudo quanto pudesse direta ou indiretamente ofender a disciplina eclesiástica pois tudo fizera persuadido de que zelava da mesma Igreja de quem era filho e ministro e a bem da salvação dos fiéis.. Voltou ainda mais uma vez ao Senado do Império assumindo como presidente da casa em 1839. Ao ser eleito presidente do Senado, tinha 55 anos e não podia mais confiar em sua saúde. Já sofrera um acidente vascular em outubro de 1835, na véspera de assumir a Regência. Comprou outro sítio em Campinas, onde decidiu passar a viver e ali, no fim do ano, uma paralisia do lado esquerdo do corpo obrigou-o a permanecer em São Paulo. Era o começo de uma decadência rápida que lhe viria em três anos. Sem orgulho, doente e pobre, escreveu a Antônio Carlos, ministro do Império, para pedir uma pensão, que lhe foi concedida em 23 de dezembro de 1840 no valor de 4:000$000 anuais (4 contos de réis). Voltou ao Rio de Janeiro para assistir à coroação de D. Pedro II em 1841 e pouquíssimas outras vezes. Na Corte, raras vezes ia ao Senado, onde permanecia silencioso. Foi agraciado com a grã-cruz da Ordem do Cruzeiro por decreto de 18 de julho de 1841. Desde 1841 estava em seu sítio em São Carlos (atual cidade de Campinas), prematuramente envelhecido, mas intacto seu dom de apaixonar-se, de indignar-se. Os meses iniciais de 1842 foram inquietos, urdia-se grande trama no Rio, em São Paulo e Minas, antes da reunião da nova Câmara, de maioria liberal, em maio. Mas os homens no Governo não eram incautos, tinham levado a cabo o movimento do regresso (ultimação das leis de 9 de novembro e 3 de dezembro de 1841) e não iriam perder o jogo quando tinham na mão os trunfos. Participante da articulação da Revolução de 1842 (ler o verbete sobre suas causas), hemiplégico, na cadeira de rodas, Feijó seguiu para Sorocaba, manifestando-se ao lado dos rebeldes. Feijó, que sempre clamara contra a fraqueza do poder público, contra a debilidade das leis; posto que liberal, que sempre preconizara a necessidade de prestigiar e dar força à autoridade. Que em 1823, na representação contra os vexames que o Ministério dos Andradas lhe infligira, dissera: Amo mais o governo absoluto de um só que o chamado liberal de muitos, sejam democratas, sejam aristocratas. Que em 1831, na pasta da Justiça, fora o defensor maior da autoridade constituída e da ordem pública, que recomendara a suspensão das cartas de seguro (o habeas corpus da lei de então) e ao tempo de regente mais de uma vez proclamara a urgência que havia em armar o governo de meios de ação, baixara o decreto de 18 de março de 1836, restritivo da liberdade de imprensa, que toda sua vida se revelara homem de medidas fortes, de debelar revoluções a ferro e fogo! Feijó, à espera dos acontecimentos e certo que o ministério de 23 de março, apoiado por Bernardo Pereira de Vasconcelos e Honório Hermeto, não hesitaria diante de qualquer medida para se manter no poder, era dos que julgavam indispensável o recurso à revolução. Arrastava-se assim para Itu e Sorocaba, a fim de organizar a resistência, conspirar, aliciar adeptos. Em fins de maio o senador estava em Sorocaba, e com isso se assentara o rompimento das hostilidades, sendo colocado pelo barão de Monte Alegre, presidente da província, sob vigilância. Reza a tradição que, ao ver a fuga dos rebeldes, bradou: Correi, correi, corja de sem-vergonhas; eu aqui fico para vos defender! Sua participação consta do verbete próprio, Revolução de 1842. O Barão de Caxias o colocou sob custódia de um primeiro tenente. Escreveria Caxias a esse respeito: Diversas visitas me tem feito, e pelos disparates que diz, estou capacitado de que sofre desarranjo mental (...). O Barão de Monte Alegre não pensava como o barão de Caxias, de modo que Feijó acabaria preso, de verdade, e levado para São Paulo, de lá para Santos, chegando ao Rio de Janeiro em 23 de julho de 1842. Tinha Vergueiro em sua companhia. O governo determinou que os dois senadores seriam desterrados em Vitória, no Espírito Santo e para lá seguiram. De Vitória Feijó escreveu em 11 de agosto de 1842 carta ao padre Geraldo Leite Bastos, deportado para Lisboa, em que narra peripécias de seu desterro. O desterro durou cerca de cinco meses e Feijó por vezes se recolhia ao convento da Penha, dos franciscanos. Foram dadas ordens para que retornasse e ele reapareceu na tribuna do Senado em 12 de janeiro de 1843. Apresentou sua defesa no Senado, quando mal se sustinha de pé, na abertura da sessão legislativa em 15 de maio de 1843. Obteve licença para voltar à sua terra em 14 de julho, quando Honório Hermeto abandonou sua intransigência. A morte de Diogo Antônio Feijó foi acarretada por uma série de fatores, passava por uma crise nervosa, durante uma recaída, decidiu sair para caminhar. Durante a caminhada escorregou e caiu com a cabeça numa pedra. Foi para o hospital com sérios problemas, e morreu de parada cardiorrespiratória. Morreu depois de terríveis crises em agosto e em setembro, aos 59 anos, em 10 de novembro de 1843, antes da promulgação da sentença no processo movido contra ele no Senado. Foi levado em 14 de novembro, num dos enterros mais pomposos jamais vistos em São Paulo, apesar de ter pedido para ser sepultado sem acompanhamento nem ofício, para a igreja dos Terceiros de Nossa Senhora do Carmo. Não lhe faltaram as honras militares prestadas pela tropa de todas as armas, na qualidade de grã-cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro. Anos depois seus parentes o fizeram transladar para a igreja da Ordem Terceira de São Francisco. Está sepultado na Catedral Metropolitana de São Paulo, este grande brasileiro.

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Tipo: Prata de Lei

PADRE DIOGO ANTONIO FEIJÓ REGENTE FEIJÓ EX COLEÇÃO BARÃO DE PARANAPANEMA JOAQUIM CELESTINO DE ABREU SOARES. GRANDE BULE PARA CAFÉ EM PRATA DE LEI QUE PERTENCEU AO REGENTE FEIJÓ E FOI ADQUIRIDO AINDA NO SEC. XIX PELO BARÃO DE PARANAPANEMA QUE ESTEVE AO LADO DO PADRE FEIJÓ DURANTE A REVOLTA LIBERAL DE 1842. PARTICIPOU DA BATALHA TRAVADA EM CAMPINAS TENDO POR UM LADO O BARÃO DE CAXIAS (FUTURO DUQUE DE CAXIAS) A FRENTE DAS TROPAS IMPERIAIS E DO OUTRO LADO OS HERÓIS CAMPINEIROS QUE SE BATERAM CONTRA O EXÉRCITO IMPERIAL PELA CAUSA LIBERAL. POR UMA COINCIDÊNCIA DO DESTINO, A FAZENDA PERTENCIA A LUCIANO BICUDO TEIXEIRA NOGUEIRA, IRMÃO DE DOMINGOS TEIXEIRA NOGUEIRA E PORTANTO TIO DE FRANCISCO AUGUSTO TEIXEIRA NOGUEIRA CUJO FILHO, FRANCISCO NOGUEIRA FILHO SE CASARIA COM DONA ANGÉLICA DE TOLEDO SOARES, FILHA DO BARÃO DE PARANAPANEMA ANOS DEPOIS. NA FAZENDA DA LAGOA TAMBÉM ESTEVE ENVOLVIDO NO COMBATE AS TROPAS DE CAXIAS O BARÃO DE PARANAPANEMA. O BULE É CONSTRUÍDO EM PRATA BATIDA, REPUXADA E CINZELADA. BELOS CINZELADOS, PEGA DA TAMPA COM FEITIO DE FRUTO, ISOLADORES EM MARFIM, GRANDE FORMATO. FEITIO GOMADO PERTENCEU AO PADRE DIOGO ANTONIO FEIJÓ, REGENTE DO BRASIL NA MINORIDADE DE DOM PEDRO, SENADOR DO IMPÉRIO, MORADOR DE CAMPINAS ONDE FOI PÁROCO. EUROPA, PRIMEIRA METADE DO SEC. XIX. 25 X 26 CM. 940 GNOTA: O REGENTE FEIJÓ - Diogo Antônio Feijó, também conhecido como Regente Feijó ou Padre Feijó (São Paulo, batizado em 17 de agosto de 1784 São Paulo, 10 de novembro de 1843), foi um sacerdote católico e estadista brasileiro.Considerado um dos fundadores do Partido Liberal. Pode-se resumir bastante sua vida afirmando que exerceu o sacerdócio em Santana de Parnaíba, em Guaratinguetá e em Campinas. Foi professor de História, Geografia e Francês. Estabeleceu-se em Itu, dedicando-se ao estudo da Filosofia. Em seu primeiro cargo político foi vereador em Itu. Foi deputado por São Paulo às Cortes de Lisboa, abandonando a Assembleia antes da aprovação da Constituição. Era adversário político de outro paulista, José Bonifácio de Andrada e Silva. Criança rejeitado, fora da casa do reverendo Fernando Lopes de Camargo, seu padrinho de batismo. Batizado na Sé, foi sua madrinha a viúva Maria Gertrudes de Camargo, irmã do reverendo. O reverendo e sua irmã, descendentes do bandeirante Fernão de Camargo, teriam acolhido o enjeitado por ser filho ilegítimo de sua outra irmã, de 25 anos, solteira, Maria Joaquina Soares de Camargo, o que foi confirmado pelos estudos de Ricardo Gumbleton Daunt, em 1945 (Cf. Diogo Antônio Feijó na Tradição da Família Camargo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo 1945). Feijó foi criado pela própria Maria Joaquina, na casa dos tios. Embora se desconheça o nome de seu pai, alguns biógrafos apontam o cônego Manuel da Cruz Lima, de Curitiba, nomeado para o cabido da Diocese de São Paulo em 1788; outros, um parente próximo do falecido esposo de Maria Gertrudes, Félix Antônio Feijó. Todos concordam, entretanto, que Diogo Feijó sofreu com isso durante toda a vida e, em seu testamento, assinado a 3 de março de 1835, declarou: Para desfazer a maledicência, a calúnia e a infâmia, declaro que sou filho de Maria Gertrudes de Camargo e Félix Antônio Feijó. Levado para Cotia, foi educado em Santana de Parnaíba pelo padre João Gonçalves Lima, seu padrinho de crisma. Sempre em contato com os Camargos, acompanhou-o para Guaratinguetá, de onde retornaram a Parnaíba em 1798, onde Feijó permaneceu até ser ordenado presbítero. Essa era a carreira recomendada para quem, na sociedade colonial, se sentisse predisposto à vida do espírito e à atividade intelectual. Feijó iniciou o processo de habilitação de genere et moribus em 1804. Em 14 de setembro desse ano, já feito subdiácono, voltou para São Carlos (como se chamava então a cidade de Campinas) onde tinha uma aula particular de Gramática e vivia em estado de pobreza, pois o recenseamento da cidade indica que vivia de esmolas. Só se ordenou presbítero, isto é, se tornou realmente padre, em 1808, depois de concluir o curso de Filosofia em São Paulo. Passou então a poder rezar missas e administrar os Sacramentos, e em 1809 o recenseamento de São Carlos (atual cidade de Campinas)já indicava vive de suas ordens. Nesse mesmo ano obteve o lugar de escrivão juramentado da Câmara Eclesiástica em São Paulo, mas retornou a São Carlos, (atual cidade de Campinas) onde vivia de sua horta, plantava mantimentos e possuía doze escravos (herdara alguns recursos, por morte de Marta de Camargo Lima, sua avó). Nesse período compôs uma gramática latina, um compêndio de retórica, rezava missas e era benquisto no lugar. Em 1813 é citado no recenseamento como senhor de engenho, com 13 escravos, produzindo açúcar e aguardente, além de milho, feijão e arroz para os gastos da casa.Em 1818, aos 34 anos de idade, partiu para Itu, atraído pelo exemplo austero do padre Jesuíno do Monte Carmelo. Habituado a ensinar, recebeu do Bispo autorização para abrir uma aula de Filosofia Racional e Moral. Como outros padres brasileiros à época, era um liberal. Frequentavam Itu Nicolau de Campos Vergueiro, Álvares Machado, Costa Carvalho, e a eles se juntou o padre Feijó, certamente para comentar a Revolução Liberal do Porto de 24 de agosto de 1820. Quando D. João VI jurou, em 26 de fevereiro de 1821, a Constituição que estava sendo elaborada, os eleitores de Itu, desassombrados, reunidos para elegerem os membros da Junta Provincial para a eleição dos deputados às Cortes, intimaram o Ouvidor a deferir ao colégio eleitoral o juramento da futura Constituição portuguesa. Foi para Lisboa para tomar parte na elaboração do contrato social que deveria reger os destinos do Brasil, diz Octávio Tarquínio de Sousa, implicava implicitamente a aceitação do regime da monarquia luso-brasileira, isto é, demonstrava uma posição política isenta de intransigência nativista, ou de exaltação republicana. Tal seria a posição de Feijó, que se concretizou no grande documento em que se sente José Bonifácio: as Instruções para os deputados de São Paulo feitas pelo Governo provisório da província. Tratavam dos negócios da União, dos negócios do Reino do Brasil, dos negócios da província de São Paulo. Logo de início, falavam na integridade e indissolubilidade do reino unido, com a igualdade dos direitos políticos e dos civis quanto permitir a diversidade dos costumes e territórios e das circunstâncias estatísticas. A intenção era assim manter a união do Brasil com Portugal, num espírito de salvaguarda da soberania brasileira mas dentro do Império Lusitano. Já o programa com relação ao Brasil era alto e vasto - mas as Cortes não permitiram sequer que fosse exposto. Embarcaram os deputados paulistas em 13 de novembro de 1821 para Lisboa, e a galera Maria Primeira aportou na capital do império a 5 de fevereiro de 1822. Em 11 de fevereiro Feijó tomou assento nas Cortes e teve impressão desoladora. As causas (sobretudo econômicas) da revolução de Portugal de 1820 não permitiam que à forma liberal de que ela se revestiu pudesse corresponder coerentemente um fundo liberal, abrangendo também o Brasil e suas necessidades mais prementes. A situação do país era de miséria, os gêneros escasseavam, a concorrência inglesa esmagava o comércio, o tesouro público estava exaurido e nem se honravam pensões de montepio. Enquanto isso o Brasil alçara-se a reino unido, era o centro da monarquia. O constitucionalismo português nascia assim carregado de ressentimentos contra o Brasil pela decadência a que Portugal fora arrastado pela mudança da família real. Os liberais portugueses podiam não querer propriamente reduzir o Brasil a colônia mas queriam alegremente esfacelar sua unidade - franquias constitucionais às províncias ultramarinas na América, nunca à nação brasileira, a um reino do Brasil. Mas o Brasil queria continuar a união em pé de igualdade. As Cortes logo passaram da proclamação aos irmãos brasileiros de 13 de julho de 1821 a uma atitude irritante e violenta. Ao chegarem os paulistas, estava consumado há quase um mês o episódio do Fico, no Brasil. O ambiente era tão desalentador, cheio de insultos, motejos e zombarias, que Feijó ficou calado, e altivo. Fez o primeiro discurso em 22 de abril de 1822, num tom quase de desafio. Em face da atitude das Cortes, nenhuma acomodação seria possível sem sacrifício dos interesses brasileiros. Conciliação, aliás, não era mais possível, pois no Brasil a opinião mudara e a ruptura com Portugal se tornara inevitável. Quando chegou a hora de assinar a Constituição, em 14 de setembro, Fernandes Pinheiro apresentou declaração de que não a assinaria por estar em contradição com a vontade de sua província, subscrevendo-a Antônio Carlos, Silva Bueno, Costa Aguiar e Feijó. Fernandes Pinheiro acabou voltando atrás mas não os outros, e não a votaram ainda Vergueiro, Cipriano Barata, Muniz Tavares e muitos outros. Feijó participou desse grupo, em que Antônio Carlos e Vergueiro seriam as figuras mais brilhantes. A fuga lhes pareceu depois o melhor desfecho, diante de ameaças. Embarcaram diversos como clandestinos num paquete inglês, em 5 de outubro e desapareceram, o que Fernandes Pinheiro considerou uma rapaziada. Quando retornou ao Brasil, havia assinado o Manifesto dos Cinco, mas não a proclamação escrita por Antônio Carlos em 20 de outubro. Feijó chegou a Pernambuco a 21 de dezembro de 1822, quando estava há muito proclamada a Independência. Só ao chegar ao Rio, em 20 de março de1823, soube com minúcias o que ocorrera no Brasil. Estavam no governo os Andradas, que lhe pareciam extremamente antipáticos. Havia então três comarcas em São Paulo: São Paulo, Itu, e Paranaguá e Curitiba. A Junta Eleitoral de Itu, secretariada pelo padre Feijó, se reuniu e compareceram 34 eleitores, sendo eleitos Nicolau de Campos Vergueiro, Rafael Tobias de Aguiar, o próprio Feijó, Paula Sousa, Antônio Pais de Barros e José de Almeida Leme. Foi sua iniciação política e, em breve, partiria para São Paulo, a tomar parte da Junta Eleitoral da Província, instalada a 6 de agosto de 1821. pesar de ter feitio enérgico e autoritário, Feijó era um liberal completo, cheio de sentimentos democráticos. Mas José Bonifácio, realista, não transigia com idealismos, combatendo-os com excessos próprios a tempos despóticos. Feijó escreveu ao imperador advogando um governo monárquico representativo (abomino a democracia pura e a aristocracia, dizia). E partiu para sua província onde chegou em 12 de junho de 1823, indo para Itu e São Carlos e mais tarde internando-se num sítio. José Bonifácio nele não confiava e mobilizara, pela Secretaria do Império, contra ele e sua perniciosa influência, a espionagem política (por todos os meios ocultos, conservar debaixo da maior vigilância...). Em 12 de novembro de 1823 foi dissolvida a Assembleia Constituinte; Feijó teve de Itu a notícia da queda dos Andradas. Elaborou-se às pressas uma Constituição, projeto enviado às Câmaras. Convocado pela de Itu a dar parecer, coube a sua redação a Feijó. Suas emendas revelavam apego aos princípios básicos do liberalismo, fidelidade aos direitos do homem, um sentido mais democrático das instituições do Estado. Trabalho inútil, pois a adoção do texto do projeto era coisa resolvida, e a Constituição foi jurada. Feijó, suspeito de tramar com Vergueiro e Paula Sousa contra a ordem pública, estava apenas desencantado. Seguiu com carreira politica sendo eleito deputado e senador do Império. Mas seus ímpetos liberais se chocaram com o auge da crise do reinado de Dom Pedro I. Após a abdicação do imperador, em 1831 o Brasil seguiu um período turbulento com a regência trina do Marques de Caravelas, Nicolau Vergueiro e o futuro Duque de Caxias, e o padre foi chamado para ocupar a pasta da Justiça. Em 1832 as correntes partidárias estavam arregimentadas em três grupos: o moderado, no poder, a que pertenciam Feijó, Evaristo da Veiga e Bernardo Pereira de Vasconcelos; o exaltado, e o restaurador a que pertenciam agora os Andradas. Seus partidários eram, respectivamente, os chimangos ou chapéus redondos; os farroupilhas ou jurujubas e os caramurus. Tramava-se por toda a parte contra a ordem pública e até nas rodas do paço, no círculo do tutor José Bonifácio de Andrada e Silva, o governo era combatido. Havia conspirações na Bahia pela volta do imperador, e em abril de 1832 notícia de conluio pelo assassinato de Feijó para a tomada do poder de uma regência caramuru-exaltada composta por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, João Pedro Maignard e Manuel de Carvalho Pais de Andrade. Dias depois estourou outro levante, de caráter francamente restaurador. Feijó sentia-se só, sem apoio de seus colegas de Ministério e pediu demissão. Com a proclamação do Ato Adicional, em 1834, que transformava a Regência Trina em Una, foi eleito pela Assembleia Geral Regente do Império, ou seja, podemos afirmar que Diogo Antônio Feijó foi o primeiro chefe do Poder Executivo devidamente eleito na história do Brasil, aproximando-se do cargo atual ocupado pelo Presidente da República. Foi empossado a 12 de outubro de 1835. Escolheu com dificuldade um ministério, formado dois dias após a posse, em 14 de outubro. inha um belo programa, mas sua regência foi malograda. Porque, tal como D. Pedro I, o governo das maiorias lhe parecia absurdo e subversivo de toda a ordem no Brasil, além de inconstitucional, como declarou em discurso no senado em 29 de maio de 1839. Durante sua regência novos ministérios eram formados em intervalos de alguns meses. De acordo com Oswaldo Rodrigues Cabral, "... Os ministros não aturavam o regente - ou este não os suportava por muito tempo - não tendo havido, desde que se estabelecera a regência una, a menor estabilidade nas pastas ..." Em 1836 eram evidentes os sinais de mudança profunda no quadro político e social do Brasil, numa transformação que, diz Octávio Tarquínio de Sousa, fazia de Feijó um homem de outra latitude ou de outra época. Mas nas eleições daquele ano se haviam lançado as bases do futuro partido conservador do Segundo Reinado. Feijó organizou um ministério pífio em novembro de 1836. No início de 1837, generalizara-se a opinião de que Feijó era homem inadequado ao cargo e mesmo seus amigos estavam desapontados. Sua Fala, por ocasião da abertura da Assembleia em 3 de maio de 1837, foi irônica. Desamparado, declarou-se gravemente enfermo e ofereceu sua renúncia em 19 de setembro, pensado o problema de a quem passar a regência - nomeara seu adversário político, Pedro de Araújo Lima, como ministro do Império, em 18 de setembro de 1837. Regressou à sua chácara da Água Rasa em São Paulo, pressionado pela oposição conservadora e pelas revoltas nas províncias, sobretudo após o fracasso de uma tentativa de golpe dos moderados, que tentou articular sem sucesso. Via-se livre da Regência e ao mesmo tempo do clima do Rio de Janeiro. Ressurgiu o lavrador. Ao mesmo tempo, fez publicar uma retratação religiosa em 10 de julho de 1838 no Observador Paulistano: (...) revogo e me desdigo de tudo quanto pudesse direta ou indiretamente ofender a disciplina eclesiástica pois tudo fizera persuadido de que zelava da mesma Igreja de quem era filho e ministro e a bem da salvação dos fiéis.. Voltou ainda mais uma vez ao Senado do Império assumindo como presidente da casa em 1839. Ao ser eleito presidente do Senado, tinha 55 anos e não podia mais confiar em sua saúde. Já sofrera um acidente vascular em outubro de 1835, na véspera de assumir a Regência. Comprou outro sítio em Campinas, onde decidiu passar a viver e ali, no fim do ano, uma paralisia do lado esquerdo do corpo obrigou-o a permanecer em São Paulo. Era o começo de uma decadência rápida que lhe viria em três anos. Sem orgulho, doente e pobre, escreveu a Antônio Carlos, ministro do Império, para pedir uma pensão, que lhe foi concedida em 23 de dezembro de 1840 no valor de 4:000$000 anuais (4 contos de réis). Voltou ao Rio de Janeiro para assistir à coroação de D. Pedro II em 1841 e pouquíssimas outras vezes. Na Corte, raras vezes ia ao Senado, onde permanecia silencioso. Foi agraciado com a grã-cruz da Ordem do Cruzeiro por decreto de 18 de julho de 1841. Desde 1841 estava em seu sítio em São Carlos (atual cidade de Campinas), prematuramente envelhecido, mas intacto seu dom de apaixonar-se, de indignar-se. Os meses iniciais de 1842 foram inquietos, urdia-se grande trama no Rio, em São Paulo e Minas, antes da reunião da nova Câmara, de maioria liberal, em maio. Mas os homens no Governo não eram incautos, tinham levado a cabo o movimento do regresso (ultimação das leis de 9 de novembro e 3 de dezembro de 1841) e não iriam perder o jogo quando tinham na mão os trunfos. Participante da articulação da Revolução de 1842 (ler o verbete sobre suas causas), hemiplégico, na cadeira de rodas, Feijó seguiu para Sorocaba, manifestando-se ao lado dos rebeldes. Feijó, que sempre clamara contra a fraqueza do poder público, contra a debilidade das leis; posto que liberal, que sempre preconizara a necessidade de prestigiar e dar força à autoridade. Que em 1823, na representação contra os vexames que o Ministério dos Andradas lhe infligira, dissera: Amo mais o governo absoluto de um só que o chamado liberal de muitos, sejam democratas, sejam aristocratas. Que em 1831, na pasta da Justiça, fora o defensor maior da autoridade constituída e da ordem pública, que recomendara a suspensão das cartas de seguro (o habeas corpus da lei de então) e ao tempo de regente mais de uma vez proclamara a urgência que havia em armar o governo de meios de ação, baixara o decreto de 18 de março de 1836, restritivo da liberdade de imprensa, que toda sua vida se revelara homem de medidas fortes, de debelar revoluções a ferro e fogo! Feijó, à espera dos acontecimentos e certo que o ministério de 23 de março, apoiado por Bernardo Pereira de Vasconcelos e Honório Hermeto, não hesitaria diante de qualquer medida para se manter no poder, era dos que julgavam indispensável o recurso à revolução. Arrastava-se assim para Itu e Sorocaba, a fim de organizar a resistência, conspirar, aliciar adeptos. Em fins de maio o senador estava em Sorocaba, e com isso se assentara o rompimento das hostilidades, sendo colocado pelo barão de Monte Alegre, presidente da província, sob vigilância. Reza a tradição que, ao ver a fuga dos rebeldes, bradou: Correi, correi, corja de sem-vergonhas; eu aqui fico para vos defender! Sua participação consta do verbete próprio, Revolução de 1842. O Barão de Caxias o colocou sob custódia de um primeiro tenente. Escreveria Caxias a esse respeito: Diversas visitas me tem feito, e pelos disparates que diz, estou capacitado de que sofre desarranjo mental (...). O Barão de Monte Alegre não pensava como o barão de Caxias, de modo que Feijó acabaria preso, de verdade, e levado para São Paulo, de lá para Santos, chegando ao Rio de Janeiro em 23 de julho de 1842. Tinha Vergueiro em sua companhia. O governo determinou que os dois senadores seriam desterrados em Vitória, no Espírito Santo e para lá seguiram. De Vitória Feijó escreveu em 11 de agosto de 1842 carta ao padre Geraldo Leite Bastos, deportado para Lisboa, em que narra peripécias de seu desterro. O desterro durou cerca de cinco meses e Feijó por vezes se recolhia ao convento da Penha, dos franciscanos. Foram dadas ordens para que retornasse e ele reapareceu na tribuna do Senado em 12 de janeiro de 1843. Apresentou sua defesa no Senado, quando mal se sustinha de pé, na abertura da sessão legislativa em 15 de maio de 1843. Obteve licença para voltar à sua terra em 14 de julho, quando Honório Hermeto abandonou sua intransigência. A morte de Diogo Antônio Feijó foi acarretada por uma série de fatores, passava por uma crise nervosa, durante uma recaída, decidiu sair para caminhar. Durante a caminhada escorregou e caiu com a cabeça numa pedra. Foi para o hospital com sérios problemas, e morreu de parada cardiorrespiratória. Morreu depois de terríveis crises em agosto e em setembro, aos 59 anos, em 10 de novembro de 1843, antes da promulgação da sentença no processo movido contra ele no Senado. Foi levado em 14 de novembro, num dos enterros mais pomposos jamais vistos em São Paulo, apesar de ter pedido para ser sepultado sem acompanhamento nem ofício, para a igreja dos Terceiros de Nossa Senhora do Carmo. Não lhe faltaram as honras militares prestadas pela tropa de todas as armas, na qualidade de grã-cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro. Anos depois seus parentes o fizeram transladar para a igreja da Ordem Terceira de São Francisco. Está sepultado na Catedral Metropolitana de São Paulo, este grande brasileiro.

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