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Tipo:
Brasil Império

SERVIÇO DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES UM DOS MAIS RAROS E PROVALMENTE O MAIS BELO DOS SERVIÇO DE ENCOMENDA DE DOM JOÃO VI. PRATO EM PORCELANA DECORADO COM BRASÃO DE ARMAS DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES NA ABA. O BRASÃO É APRESENTADO ENTRE LAURÉIS QUE SERIAM PRECURSORES DO FUTURO BRASÃO DE ARMAS DO PRINCIPE DO BRASIL DOM PEDRO I E MAIS TARDE ADOTADOS NO BRASÃO DE ARMAS DO BRASIL IMPERIAL. NA CALDEIRA MAGNIFICA RESERVA COM CENA RURAL COM GADO PASTANDO, RIO, CAMPOS, ÁRVORES E MONTANHAS. O APARELHO FOI ENCOMENDADO POR DOM JOÃO VI PARA COMEMORAR A ELEVAÇÃO DO BRASIL A REINO UINIDO A PORTUGAL E ALGARVES EM 16 DE JANEIRO DE 1815, TALVEZ SE IMAGINASSE QUE EM SETE ANOS O BRASIL REIVINDICARIA SUA POSIÇÃO COMO PAÍS INDEPENDENTE DE PORTUGAL O REI NÃO TERIA FEITO TAL ENCOMENDA, NEM SE AGRADARIA EM FAZER USO DELES EM SUA MESA, A ELEVAÇÃO DO BRASIL FOI O PRIMEIRO PASSO PARA ASPIRARMOS A INDEPENDÊNCIA. O ANUARIO DO MUSEU IMPERIAL DE PETRÓPOLIS REVELA TRATAR-SE ESSE APARELHO DO MAIS SOLENE NA CORTE DE DOM JOÃO VI E INFORMA SER MANUFATURA DA FÁBRICA DE PORCELANA DUC DE ANGOULEME DE PASTA DURA FUNDADA EM 25 DE FEVEREIRO DE 1781 NA RUE DE BONDY, PARIS, POR CHRISTOPHE DIHL, UM ESPECIALISTA EM COR E MODELADOR DE NACIONALIDADE ALEMÃO (1752-1830), ANTOINE GUÉRHARD (D.1793) E SUA ESPOSA LOUISE-FRANÇOISE-MADELEINE CROIZÉ (1751-1831). ESSA ATRIBUIÇÃO DA FABRICAÇÃO SE DEU GRAÇAS A DESCOBERTA DE UM PRATO QUE TRAZIA A MARCA DA FÁBRICA DE ANGOULËME. NO PERÍODO DESSA ENCOMENDA (DÉCADA DE 1810) A AQUISIÇÃO DA LOUÇA DA MONARQUIA EUROPÉIA MUDOU DE PERFIL. JÁ HÁ ALGUNS ANOS A FÓRMULA PARA PRODUZIR PORCELANA, UTILIZADA PELOS CHINESES HÁ SÉCULOS, FOI REVELADA GRAÇAS AOS ESFORÇOS DE INVESTIMENTO DO REI AUGUSTO II , DA BAVIERA E DE OUTROS AGENTES QUE ATUARAM EM PESQUISAS PARA DESENVOLVER A PORCELANA EUROPÉIA. AOS POUCOS, AS CASAS REINANTES PASSARAM A OPTAR PELA LOUÇA DO CONTINENTE PRINCIPALMENTE AS PRODUZIDAS NA FRANÇA. OCORRE QUE AS PORCELANAS CHINESAS OSTENTAVAM UM REQUINTE EXÓTICO, COM SÍMBOLOS E DECORAÇÃO ALHEIAS A CULTURA DO ENCOMENDANTE. AS REQUINTADAS LOUÇAS FRANCESAS ATENDIAM EM SUA DECORAÇÃO OS PRINCÍPIOS DE RESGATE OS VALORES NACIONAIS, A SUNTUOSIDADE E A NOBREZA DE SUAS CASAS REINANTES. DONA MARIA I, AINDA LÚCIDA JÁ TERIA ENCOMENDADO LOUÇA A FÁBRICA FRANCESA DE DUC DE ANGOULAINE. MAS CERTAMENTE FOI DOM JOÃO VI A ADERIR COM MAIOR DEVOÇÃO AO LUXO DA PRODUÇÃO DA PORCELANA FRANCESA E ALEMÃ.. DIZ O ANUÁRIO DO MUSEU IMPERIAL EDITADO EM 1942 A RESPEITO DAS LOUÇAS BRAGANTINAS: Quase no fim os preciosos aparelhos da China, com raras peças que ainda teimavam em ostentar a sua estranha suntuosidade, d. Maria I, ainda lúcida, nas calmas de sua corte respeitosa, fez para a França as grandes encomendas da fábrica nobilíssima do Duc dAngoulême, que deram a d. João infinito prazer. Entre essas as que contavam delicados pratos com o entrecho pitoresco das fábulas de La Fontaine. Ao lado desses não ficavam em posição inferior outros serviços usados no Brasil pela real casa lusitana. Foram muitos. Das mais soberbas e preconizadas marcas. Sèvres, Saxe, Bourg-la-Reine, Chantilly, Sarreguemines, Capo di Monte, o vieux Limoges. Todos esses aparelhos, os mais caros e apreciados da época (não se serviam com mais fausto os grão-senhores das cortes européias) eram apenas complemento às referidas peças de porcelana francesa de fabrico do Duc dAngoulême, que apresentam na borda a coroa do Reino Unido e ao centro uma paisagem, ou simplesmente o escudo real (serviço do Reino Unido) . Esses que passaram mais tarde das mãos reais à tradição da família brasileira, especialmente daquelas castas mais achegadas ao paço, das saudosas matronas patrícias que foram amigas íntimas da princesa Isabel e d. Teresa Cristina, e no leilão do Paço Imperial atropelavam o paciente Virgílio com um chorado peditório de um sapato velho, que a medo escondiam no seio, um lenço usado, um grampo de chapéu, uma negalha de cabelo ainda agarrado à tartaruga dos pentes, qualquer coisinha, um pequeno nada que tivesse pertencido à mãe dos brasileiros, Dona Thereza Cristina . Não só as pessoas fidalgas, que possuíam brasões de armas registrados em cartórios de nobreza e desenhados pelo lápis acatado de Luiz Aleixo Boulanger. Muita gente humilde. Muito fiel servidor do paço ou descendente da abundante famulagem de Petrópolis, de Santa Cruz e da Boa Vista. Conheço o filho de um antigo cocheiro da quinta que ainda guarda uns pratos imperiais, com emblemas e frisos de ouro, e não os larga por dinheiro nenhum, nem à mão de Deus Padre. Infelizmente torna-se penoso identificar todo o conjunto restante das louças da monarquia. O catálogo do leilão da Boa Vista é, de parte o seu alto valor documentário, impreciso e deficiente na explanação dos seus dois mil e tantos lotes. Há muita dúvida na sua descrição, na qualidade, marca, cor, desenho e procedência dos seus múltiplos componentes. Existia no Paço da Cidade, como nas outras moradias reais, muita louça sem brasão, iniciais ou siglas de fabrico, principalmente na fazenda de Santa Cruz, cujos armários resplendiam com mais de vinte serviços da ilustríssima Companhia das Índias. Com o inevitável rumo dispersivo causado pelo leilão, muita coisa desapareceu, mergulhou no tumulto dos acontecimentos, sem que pudesse ser analisada nos seus menores detalhes, classificada ao menos na sua vaga aparência. Não obstante, foram os lotes dessa inesquecível justa de arte que revelaram a existência de muita porcelana fina que corre a via sacra dos antiquários e leiloeiros, em meio século de República. Sem que ninguém percebesse, pela falta absoluta de provas de identidade, foram por isso adquiridas a preços irrisórios e mesmo depreciadas por amadores displicentes que imaginavam que nas mesas imperiais só poderiam figurar louçarias que se distinguissem por coroas ou monogramas de príncipes. Talloni, pouco antes de falecer, cedeu ao dr. João do Rego Barros, o aprimorado amador de arte antiga que o Rio de ontem conheceu e estimou. Talloni era um jovem oficial, quando se deu o leilão de Santa Cruz. Morava aí ou servia próximo, nos seus lidares de militar brioso. Ainda o conheci, capitão do Exército, no Colégio Militar, à flor dos meus verdes anos. Era um tipo de homem exemplar na sua rígida conduta. Sua palavra, seu conceito sempre portava por fé. De verdadeiro servidor da pátria as suas atitudes, o fiel cumprimento do dever. Assim, tudo que ele pudesse ter declarado ao confiar a Rego Barros as peças imperiais que adquirira vale um documento histórico, por um tributo de serena honestidade. Dentre os espécimes por ele adjudicados, revelam-se aqueles, até então desconhecidos, que hoje refulgem nos mostruários dos museus e exibem finas decorações de flores, animais, paisagens e pássaros. São já bastante conhecidos dos amadores e não deixam a menor dúvida quanto à sua procedência, das suas primorosas pinturas tiravam os serviçais do paço as pitorescas alcunhas. Ao pôr a mesa para os ágapes, eles diziam, pela voz do mordomo: Hoje é a louça dos pastores. Ou, em dia de gala: O rei hoje, data do seu aniversário, vai gostar de comer nos pratos dos pavões. E assim, como um florido calendário, iam essas jóias de valor se entremostrando ao sol de cada dia. Na coleção Andrade Pinto, no museu do Instituto Histórico, existe um raro exemplar da louça dita das casas, de idêntica filiação, que, por opostos caminhos, o infatigável amador pudera classificar como pertencente a serviço de propriedade do príncipe d. João. 1. E muito alegre ficou, quando Carlos Frederico, esse outro arguto e inteligentíssimo maníaco, lhe mostrou alguns exemplares que completavam a série, juntamente com o mais rico, o das fábulas, cuja beleza e raridade, com efeito, não têm rival. As marcas das porcelanas desse período, geralmente conhecidas por Vieux Paris, às vezes sem determinação precisa de local e de época, o que atormenta o colecionador, desapareciam com facilidade. Raríssimas as peças em que ainda hoje se deparam intactas as indicações de ano e de fatura. Eram essas quase sempre gravadas sobre o esmalte a tinta avermelhada-escura; e do serviço de d. João VI, o que tem a coroa na borda do prato, só se conhece, com a marca, o exemplar que se acha no Instituto Histórico. Outros sinais, muita vez convenções, quando não simples iniciais ou algarismos, muito comuns aos obreiros de Sèvres, eram colocados antes do esmaltamento final e gravados na própria porcelana, o que lhes assegura uma impressão indelével. Esse cuidado serve para uma completa identificação dos objetos, no que se refere à mão que os fez e ao tempo que os consagrou. FRANÇA, DEC. 1810. 21,5 CM DE DIAMETRO.

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SERVIÇO DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES UM DOS MAIS RAROS E PROVALMENTE O MAIS BELO DOS SERVIÇO DE ENCOMENDA DE DOM JOÃO VI. PRATO EM PORCELANA DECORADO COM BRASÃO DE ARMAS DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES NA ABA. O BRASÃO É APRESENTADO ENTRE LAURÉIS QUE SERIAM PRECURSORES DO FUTURO BRASÃO DE ARMAS DO PRINCIPE DO BRASIL DOM PEDRO I E MAIS TARDE ADOTADOS NO BRASÃO DE ARMAS DO BRASIL IMPERIAL. NA CALDEIRA MAGNIFICA RESERVA COM CENA RURAL COM GADO PASTANDO, RIO, CAMPOS, ÁRVORES E MONTANHAS. O APARELHO FOI ENCOMENDADO POR DOM JOÃO VI PARA COMEMORAR A ELEVAÇÃO DO BRASIL A REINO UINIDO A PORTUGAL E ALGARVES EM 16 DE JANEIRO DE 1815, TALVEZ SE IMAGINASSE QUE EM SETE ANOS O BRASIL REIVINDICARIA SUA POSIÇÃO COMO PAÍS INDEPENDENTE DE PORTUGAL O REI NÃO TERIA FEITO TAL ENCOMENDA, NEM SE AGRADARIA EM FAZER USO DELES EM SUA MESA, A ELEVAÇÃO DO BRASIL FOI O PRIMEIRO PASSO PARA ASPIRARMOS A INDEPENDÊNCIA. O ANUARIO DO MUSEU IMPERIAL DE PETRÓPOLIS REVELA TRATAR-SE ESSE APARELHO DO MAIS SOLENE NA CORTE DE DOM JOÃO VI E INFORMA SER MANUFATURA DA FÁBRICA DE PORCELANA DUC DE ANGOULEME DE PASTA DURA FUNDADA EM 25 DE FEVEREIRO DE 1781 NA RUE DE BONDY, PARIS, POR CHRISTOPHE DIHL, UM ESPECIALISTA EM COR E MODELADOR DE NACIONALIDADE ALEMÃO (1752-1830), ANTOINE GUÉRHARD (D.1793) E SUA ESPOSA LOUISE-FRANÇOISE-MADELEINE CROIZÉ (1751-1831). ESSA ATRIBUIÇÃO DA FABRICAÇÃO SE DEU GRAÇAS A DESCOBERTA DE UM PRATO QUE TRAZIA A MARCA DA FÁBRICA DE ANGOULËME. NO PERÍODO DESSA ENCOMENDA (DÉCADA DE 1810) A AQUISIÇÃO DA LOUÇA DA MONARQUIA EUROPÉIA MUDOU DE PERFIL. JÁ HÁ ALGUNS ANOS A FÓRMULA PARA PRODUZIR PORCELANA, UTILIZADA PELOS CHINESES HÁ SÉCULOS, FOI REVELADA GRAÇAS AOS ESFORÇOS DE INVESTIMENTO DO REI AUGUSTO II , DA BAVIERA E DE OUTROS AGENTES QUE ATUARAM EM PESQUISAS PARA DESENVOLVER A PORCELANA EUROPÉIA. AOS POUCOS, AS CASAS REINANTES PASSARAM A OPTAR PELA LOUÇA DO CONTINENTE PRINCIPALMENTE AS PRODUZIDAS NA FRANÇA. OCORRE QUE AS PORCELANAS CHINESAS OSTENTAVAM UM REQUINTE EXÓTICO, COM SÍMBOLOS E DECORAÇÃO ALHEIAS A CULTURA DO ENCOMENDANTE. AS REQUINTADAS LOUÇAS FRANCESAS ATENDIAM EM SUA DECORAÇÃO OS PRINCÍPIOS DE RESGATE OS VALORES NACIONAIS, A SUNTUOSIDADE E A NOBREZA DE SUAS CASAS REINANTES. DONA MARIA I, AINDA LÚCIDA JÁ TERIA ENCOMENDADO LOUÇA A FÁBRICA FRANCESA DE DUC DE ANGOULAINE. MAS CERTAMENTE FOI DOM JOÃO VI A ADERIR COM MAIOR DEVOÇÃO AO LUXO DA PRODUÇÃO DA PORCELANA FRANCESA E ALEMÃ.. DIZ O ANUÁRIO DO MUSEU IMPERIAL EDITADO EM 1942 A RESPEITO DAS LOUÇAS BRAGANTINAS: Quase no fim os preciosos aparelhos da China, com raras peças que ainda teimavam em ostentar a sua estranha suntuosidade, d. Maria I, ainda lúcida, nas calmas de sua corte respeitosa, fez para a França as grandes encomendas da fábrica nobilíssima do Duc dAngoulême, que deram a d. João infinito prazer. Entre essas as que contavam delicados pratos com o entrecho pitoresco das fábulas de La Fontaine. Ao lado desses não ficavam em posição inferior outros serviços usados no Brasil pela real casa lusitana. Foram muitos. Das mais soberbas e preconizadas marcas. Sèvres, Saxe, Bourg-la-Reine, Chantilly, Sarreguemines, Capo di Monte, o vieux Limoges. Todos esses aparelhos, os mais caros e apreciados da época (não se serviam com mais fausto os grão-senhores das cortes européias) eram apenas complemento às referidas peças de porcelana francesa de fabrico do Duc dAngoulême, que apresentam na borda a coroa do Reino Unido e ao centro uma paisagem, ou simplesmente o escudo real (serviço do Reino Unido) . Esses que passaram mais tarde das mãos reais à tradição da família brasileira, especialmente daquelas castas mais achegadas ao paço, das saudosas matronas patrícias que foram amigas íntimas da princesa Isabel e d. Teresa Cristina, e no leilão do Paço Imperial atropelavam o paciente Virgílio com um chorado peditório de um sapato velho, que a medo escondiam no seio, um lenço usado, um grampo de chapéu, uma negalha de cabelo ainda agarrado à tartaruga dos pentes, qualquer coisinha, um pequeno nada que tivesse pertencido à mãe dos brasileiros, Dona Thereza Cristina . Não só as pessoas fidalgas, que possuíam brasões de armas registrados em cartórios de nobreza e desenhados pelo lápis acatado de Luiz Aleixo Boulanger. Muita gente humilde. Muito fiel servidor do paço ou descendente da abundante famulagem de Petrópolis, de Santa Cruz e da Boa Vista. Conheço o filho de um antigo cocheiro da quinta que ainda guarda uns pratos imperiais, com emblemas e frisos de ouro, e não os larga por dinheiro nenhum, nem à mão de Deus Padre. Infelizmente torna-se penoso identificar todo o conjunto restante das louças da monarquia. O catálogo do leilão da Boa Vista é, de parte o seu alto valor documentário, impreciso e deficiente na explanação dos seus dois mil e tantos lotes. Há muita dúvida na sua descrição, na qualidade, marca, cor, desenho e procedência dos seus múltiplos componentes. Existia no Paço da Cidade, como nas outras moradias reais, muita louça sem brasão, iniciais ou siglas de fabrico, principalmente na fazenda de Santa Cruz, cujos armários resplendiam com mais de vinte serviços da ilustríssima Companhia das Índias. Com o inevitável rumo dispersivo causado pelo leilão, muita coisa desapareceu, mergulhou no tumulto dos acontecimentos, sem que pudesse ser analisada nos seus menores detalhes, classificada ao menos na sua vaga aparência. Não obstante, foram os lotes dessa inesquecível justa de arte que revelaram a existência de muita porcelana fina que corre a via sacra dos antiquários e leiloeiros, em meio século de República. Sem que ninguém percebesse, pela falta absoluta de provas de identidade, foram por isso adquiridas a preços irrisórios e mesmo depreciadas por amadores displicentes que imaginavam que nas mesas imperiais só poderiam figurar louçarias que se distinguissem por coroas ou monogramas de príncipes. Talloni, pouco antes de falecer, cedeu ao dr. João do Rego Barros, o aprimorado amador de arte antiga que o Rio de ontem conheceu e estimou. Talloni era um jovem oficial, quando se deu o leilão de Santa Cruz. Morava aí ou servia próximo, nos seus lidares de militar brioso. Ainda o conheci, capitão do Exército, no Colégio Militar, à flor dos meus verdes anos. Era um tipo de homem exemplar na sua rígida conduta. Sua palavra, seu conceito sempre portava por fé. De verdadeiro servidor da pátria as suas atitudes, o fiel cumprimento do dever. Assim, tudo que ele pudesse ter declarado ao confiar a Rego Barros as peças imperiais que adquirira vale um documento histórico, por um tributo de serena honestidade. Dentre os espécimes por ele adjudicados, revelam-se aqueles, até então desconhecidos, que hoje refulgem nos mostruários dos museus e exibem finas decorações de flores, animais, paisagens e pássaros. São já bastante conhecidos dos amadores e não deixam a menor dúvida quanto à sua procedência, das suas primorosas pinturas tiravam os serviçais do paço as pitorescas alcunhas. Ao pôr a mesa para os ágapes, eles diziam, pela voz do mordomo: Hoje é a louça dos pastores. Ou, em dia de gala: O rei hoje, data do seu aniversário, vai gostar de comer nos pratos dos pavões. E assim, como um florido calendário, iam essas jóias de valor se entremostrando ao sol de cada dia. Na coleção Andrade Pinto, no museu do Instituto Histórico, existe um raro exemplar da louça dita das casas, de idêntica filiação, que, por opostos caminhos, o infatigável amador pudera classificar como pertencente a serviço de propriedade do príncipe d. João. 1. E muito alegre ficou, quando Carlos Frederico, esse outro arguto e inteligentíssimo maníaco, lhe mostrou alguns exemplares que completavam a série, juntamente com o mais rico, o das fábulas, cuja beleza e raridade, com efeito, não têm rival. As marcas das porcelanas desse período, geralmente conhecidas por Vieux Paris, às vezes sem determinação precisa de local e de época, o que atormenta o colecionador, desapareciam com facilidade. Raríssimas as peças em que ainda hoje se deparam intactas as indicações de ano e de fatura. Eram essas quase sempre gravadas sobre o esmalte a tinta avermelhada-escura; e do serviço de d. João VI, o que tem a coroa na borda do prato, só se conhece, com a marca, o exemplar que se acha no Instituto Histórico. Outros sinais, muita vez convenções, quando não simples iniciais ou algarismos, muito comuns aos obreiros de Sèvres, eram colocados antes do esmaltamento final e gravados na própria porcelana, o que lhes assegura uma impressão indelével. Esse cuidado serve para uma completa identificação dos objetos, no que se refere à mão que os fez e ao tempo que os consagrou. FRANÇA, DEC. 1810. 21,5 CM DE DIAMETRO.

Informações

Lance

Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    À vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    Enviamos através dos Correios para todo o Brasil.

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes.

    Em caso de envio por transportadoras, esta deverá ser providenciada pelo Arrematante.