Peças para o próximo leilão

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  • JÓIA DE CRIOULA LINDA E FORMIDÁVEL PENCA DE BALANGANDÃS EM PRATA DE LEI. COMPOSTA POR SUPORTE COM 24 BALANGANDÃS EXCEPCIONAIS. SUPORTE MUITO BONITO ADORNADO COM FIGURA DE PÁSSAROS. VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE FOTO DE ESCRAVA USANDO PENCA DE BALANGANDÃ EM SUA INDUMENTÁRIA. OS BALANGANDÃS DIVERSOS E DE EXCEPCIONAL QUALIDADE TEM SENTIDO DE RELIGIOSIDADE E PROTEÇÃO. ALGUNS LIGADOS AOS ORIXÁS COMO TARTARUGA, ESPADA, PEIXE, COROA, LUA. ESTRELA, INDIO. OUTROS LIGADOS A PROTEÇÃO COMO DENTE DE TIGRE, MEMBROS DO CORPO COMO PERNA, BRAÇO, OLHOS, UMBIGO, SEIOS,  FERRADURA, REPRESENTAÇÃO DE CASA, DUAS LINDAS CHAVE, OUTROS INSTRUMENTOS DE TRABALHO COMO PÁ. MOEDA DE 2000 REIS DO IMPERADOR DOM PEDRO II. UMA EFIGIE DE DOM PEDRO II. TAMBÉM SIMBOLOS CRISTÃOS COMO CRUZ, CAVEIRA, ANCORA, TAMBÉM UM TOURO. ESTA É UMA DAS MAIS COMPLETAS E BONITAS PENCAS DE BALANGANDÃ QUE JÁ VI.  BAHIA, SEC. XIX. 16 X 12 CM 842 GNOTA: Rompendo com regras sociais e até leis, mulheres negras que compraram sua alforria encontraram em adornos feitos em ouro e prata a forma mais direta de afirmar sua identidade. Só para se ter uma ideia da ousadia delas, no Brasil do período colonial, os negros eram proibidos de usar tecidos finos e joias. A venda de produtos diversos pelas ruas, principalmente alimentos, foi a forma que elas encontraram não só para comprar a liberdade como também para bancar a ostentação. Eram as chamadas escravas de ganho. Entre os elementos pendentes, em sua maioria também em prata, os mais frequentes são a figa, a chave, as moedas, o cilindro, a romã, o cacho de uvas, o peixe e os dentes de animais, remetendo a diferentes tradições. As jóias das crioulas confeccionadas nos séculos XVIII e XIX, consistem em uma coleção de peças de joalheria, especificamente para serem usadas por mulheres negras ou mestiças, na condição de escravas, alforriadas ou libertas. Estes adornos são hoje, objetos de museu, apresentados como exemplares de um tipo muito particular de joalheria, sempre associados às crenças religiosas de suas usuárias, ou vinculados aos senhores de escravos, como exemplo paradigmático de comportamento destes indivíduos, que adornavam suas escravas com uma quantidade exacerbada de jóias de ouro para exibir poder e riqueza. Os escravos de ganho saíam para trabalhar, em tempo parcial ou integral e deviam entregar ao senhor uma parte previamente acertada entre ambos do dinheiro que recebiam por dia ou por semana. Alguns desses cativos não moravam na casa do seu proprietário. Os exemplos mais marcantes desses escravos ganhadores são os mascates de ambos os sexos, os carregadores que trabalhavam em grupo, os artesãos e as quitandeiras Nas novas condições, a melhor estratégia era acumular em jóia, os valores, que um dia, seriam suficientes para a compra de sua alforria, de seus filhos, de parentes e amigos, ou seja, a compra da sua liberdade e também, a dos seus entes queridos. Ou ainda, participando da rede de solidariedade estabelecida pelos escravos, doando suas jóias para caixa de alforrias (fundos comuns para a libertação de escravos). Esta é a principal razão de se classificar estas peças como um design de resistência, por estes adornos de corpo significarem a sobrevivência ao sistema escravocrata. Assim, a joalheria escrava simboliza a resistência destas mulheres a condição de mercadoria. Usar jóias como acessório era imprescindível à elegância da mulher negra, sendo um fato tão pujante que vários viajantes de passagem pela Bahia foram uníssonos em apontar esta peculiar característica, impactante ao ponto de determinar uma portaria real no ano de 1636: El-Rei, tendo tomado conhecimento do luxo exagerado que as escravas do Estado do Brasil mostram no seu modo de vestir, e a fim de evitar este abuso e o mau exemplo que poderia seguir-se-lhe, Sua Majestade dignou-se decidir que elas não poderiam usar vestidos de seda nem de tecido de cambraia ou de holanda, com ou sem rendas, com ou sem rendas, nem enfeites de ouro e de prata sobre seus vestuários. Com este luxo, as escravas causam uma baixa de moral nas capitanias, pervertem os homens brancos, do que resulta o cruzamento das raças e o aumento sempre crescente do numero de pessoas de cor, o que de modo algum é conveniente (Jóia Escrava: design de resistência Slave Jewel: resistances design- Ana Beatriz Simon Factum)
  • BELA LUMINÁRIA COM  DESK CLOCK COM ESTRUTURA EM PRATA DE LEI CONTRASTE JAVALI. FEITIO DE LANTERNA QUE PENDE DA BOCA DE DOPHIM O RELOGIO É DA MARCA GLOBO DE MANUFATURA ALEMÃ. ASSENTE SOBRE BASE EM ONIX FIXADA EM MOLDURA DE PRATA REMATADA POR PARAFUSOS DE FIXAÇÃO COM FEIITO DE FLORES. PORTUGAL, INICIO DO SEC. XX. 34 CM DE ALTURA
  • TIFFANY STUDIOS MODELO 1699 - "NINTH CENTURY" (SÉCULO IX)  TINTEIRO EM BRONZE COM FEITIO QUADRADO ESTILO E ÉPOCA ART DECÔ. O MODELO "NINTH CENTURY"  É DECORADO COM MOTIVOS CELTAS MEDIEVAIS ZOOMMORFOS, INCRUSTADOS COM CABOCHONS  DE VIDROS COLORIDOS FAVRILE, SIMULANDO PEDRAS PRECIOSAS. INTERIOR COM FRASCO EM VIDRO ARTÍSTICO. SOB A BASE MARCA DA MANUFATURA TIFFANY STUDIOS NEW YORK 1699. NOVA YORK, CIRCA DE 1912. 7 X 6 CM  . Nota: Mestre em quase todos os meios aos quais recorreu, Louis Comfort Tiffany esteve à frente de várias empresas diferentes que levam seu nome ao longo de sua longa carreira de cinco décadas nas artes plásticas e decorativas. Os vários empreendimentos artísticos de Tiffany tomaram forma no final da década de 1870, quando ele formou a Louis C. Tiffany & Company, projetando interiores artísticos e móveis sob medida no gosto estético para alguns dos membros mais ricos e intrigantes da sociedade da Era Dourada de Nova York, incluindo Henry Osborne. Havemeyer, George Kemp, Ogden Goelet, Mark Twain e outros luminares - Tiffany até ganhou a encomenda do presidente Chester A. Arthur para decorar o interior da Casa Branca em 1882. Embora não esteja claro quando ele começou a experimentar o meio, o vidro começou a aparecer em seus inovadores mobiliários artísticos nesses interiores rarefeitos. Ele incorporou painéis de vidro com chumbo em móveis ricamente esculpidos bem como painéis arquitetônicos maiores com motivos estampados, como em sua encomenda de 1880 com Candace Wheeler para o Union League Club e um painel monumental para a Casa Branca, agora perdido. Tiffany começou a desenhar composições mais pictóricas na década de 1880, frequentemente retratando flora e fauna, e mais tarde paisagens, em vidro com chumbo.  O boca a boca levou ao aumento da demanda e à criação da Tiffany Glass Company e, mais tarde, da Tiffany Glass and Decorating Company. Embora esses primeiros trabalhos tenham sido fabricados com painéis de vidro plano adquiridos, os fabricantes comerciais de vidro não conseguiram produzir os efeitos texturais e visuais que Louis Comfort Tiffany desejava. Para alcançar sua visão artística, Tiffany vasculhou o mundo em busca dos melhores cientistas, químicos e sopradores de vidro e, no início da década de 1890, reuniu-os para formar a Stourbridge Glass Company em Corona, Queens, o início de um grande complexo de fabricação personalizado que iria está no centro de seu império de design. Uma série de exibições de sucesso em Feiras Mundiais - nas quais Tiffany e seus designers arrecadaram Grandes Prêmios quase todos os anos em que expuseram - apenas permitiu que os negócios da Tiffany florescessem ainda mais e, no final de 1902, ele fundou a empresa pela qual é mais conhecido hoje: Estúdios Tiffany. Tiffany e os numerosos designers e artesãos experientes que ele empregou na Tiffany Studios (e mais tarde na Louis C. Tiffany Furnaces) projetaram e produziram alguns dos exemplos mais icônicos do design americano na virada do século XX. Além das populares lâmpadas Tiffany de vidro com chumbo, como a Dragonfly e a Wisteria , a empresa produziu milhares de magistrais vidros Tiffany, bem como os mosaicos de vidro arquitetônicos Favrile instalados em edifícios públicos e privados nos Estados Unidos. Embora menos conhecidos, Tiffany e seus artesãos foram responsáveis por uma série de inovações técnicas tanto em vidro soprado quanto em esmaltagem, muitas vezes resultados de experimentos dispendiosos realizados para alcançar o efeito visual desejado por Tiffany.
  • BARÃO DE PATY DO ALFERES - PRATO RASO EM PORCELANA DO SERVIÇO CONHECIDO COMO COMENDINNHA. ABA DELIMITADA POR LONGO FRISO AZUL ROYAL ENTRE FILETES DOURADOS; NA ABA RESERVA COM FITA AZUL E ROSA COM AS ORDENS DE CRISTO E DA ROSA SOB COROA DE VISCONDE, PERTENCEU A FRANCISCO PEIXOTO DE LACERDA WERNECK, BARÃO COM GRANDEZA DE PATY DO ALFERES. EXEMPLAR DO MESMO SERVIÇO REPRODUZIDO NA PÁGINA 303 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL, POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, SÉC. XIX.  23 CM DE DIÂMETRONOTA: Francisco Peixoto de Lacerda Vernek,  segundo barão com grandeza de Pati do Alferes, (Conceição do Alferes, 6 de fevereiro de 1795  22 de novembro de 1861) foi um fazendeiro, militar e nobre brasileiro. Nasceu na fazenda da Piedade na então freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Alferes, atual Paty do Alferes. Estudou no Seminário São José do Rio de Janeiro como aluno interno. Integrou, em 1822, como tenente de Cavalaria, os esquadrões de Milícias, formado na maior parte por fazendeiros da Serra Fluminense com o objetivo de proteger o futuro imperador Dom Pedro I na ocasião do "Fico" contra as tropas portuguesas comandadas pelo general Avilez. Durante as lutas pela Independência do Brasil tinha a patente de tenente de cavalaria. Foi promovido a capitão (1824), major(1830) e coronel (1831), realizando serviços de prender desertores e bandidos. Foi agraciado com o título de barão de Pati do Alferes (o segundo do nome) em 15 de dezembro de 1832; elevado a honras de grandeza em 2 de julho de 1853. Foi também fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial, comendador da Imperial Ordem da Rosa e cavaleiro da Ordem de Cristo. Organizada a Guarda Nacional, passou a comandante-chefe da 13ª Legião sediada na vila de Valença, mas também com atuação nas vilas de Vassouras e Paraíba do Sul. Neste cargo, em 1838, usando apenas as tropas da região sob seu comando, perseguiu e capturou os escravos que fugiram das fazendas de Paty do Alferes durante a revolta liderada por Manuel Congo, a maior que ocorreu na região. Outro serviço em que se destacou foi o cerco do quilombo de Entre-Rios. Como comandante da 13ª Legião da Guarda Nacional, ainda teve atuação marcante durante a Revolução Liberal de 1842, quando na ponte do Rio Negro, divisa da província de Minas Gerais, esteve a frente de 800 homens em apoio do governo legal. Foi deputado eleito à Assembléia Provincial de 1844 a 1845, com 302 votos. Foi presidente e vice-presidente da Sociedade Promotora da Civilização e Indústria da Vila de Vassouras, fundada em 1832, e membro do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura. Contribuiu em 1855 com quatro contos de réis para a comissão construtora da estátua eqüestre de Dom Pedro I, que foi levantada na atual praça Tiradentes, centro do Rio de Janeiro. Em 1844 foi eleito membro do Conservatório Dramático do Rio de Janeiro. Em 1859, Dom Pedro II, sem ser esperado, foi recebido para hospedagem em sua casa da vila de Paty do Alferes. Ao morrer, era possuidor de cerca de um mil escravos e sete fazendas na região de Paty do Alferes: Piedade, Santana, Monte Libano, Monte Alegre, Manga Larga, Vera Cruz e Conceição.  Pretendeu edificar uma cidade, com o nome de Isabelópolis, em homenagem a Princesa Isabel, assim como já existiam as vizinhas Petrópolis e Teresópolis que homenageiam o imperador Pedro II e sua esposa. O nome batizaria o antigo distrito de SantAnna das Palmeiras, criado em outubro de 1855e pertencente à Vila de Iguassu, atual Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. surgido sob forte influência política do barão. Para isto, gastou mais de sessenta contos de réis na construção da igreja de Santana das Palmeirasem um arraial às margens da antiga Estrada do Comércio, uma das principais vias de escoamento do café das fazendas do Sul do estado do Rio de Janeiro, e de produtos vindos de Minas Gerais. a estrada impulsionou o progresso em SantAnna, que foi próspera até por volta de 1880, quando atingiu seu auge. O distrito era um conhecido pouso de tropeiros, tinha forte comércio e mais de mil moradores. Chegou a abrigar agência dos correios, escolas, entreposto de café, empresas de exportação e barreira fiscal, além de ter vida cultural. Devido a ampliação da rede de abastecimento de água da Corte (Rio de Janeiro), com a captação na região, fazendeiros da Serra do Tinguá doaram terras para o Império, e imóveis em SantAnna foram desapropriados, tudo visando ao reflorestamento para preservação dos mananciais. Também às endemias propagadas por mosquitos e à passagem da estrada de ferro longe deste local, a freguesia de Santana das Palmeiras foi abandonada. No período de decadência de Isabelópolis, o Barão de Paty já havia morrido. Aos poucos, moradores de SantAnna das Palmeiras, no alto da Serra do Tinguá, entre os municípios de Miguel Pereira e Nova Iguaçu, foram removidos, e os que ficaram se tornaram guardas dágua dos mananciais. Com o distrito esvaziado, a fundação de Isabelópolis não se concretizou. Até 1900, algumas construções ainda resistiam.  Atualmente, as suas ruínas (algumas paredes, torre sineira, muros do cemitério e fundações de uma casa) estão dentro da mata, na Reserva Biológica do Tinguá, no território do município atual de Miguel Pereira, às margens da Estrada do Comércio, em região hoje completamente desabitada. A imagem de Sant'ana e o sino foram transferidos para a Igreja da localidade de Conrado, distrito do município de Miguel Pereira. Os livros de registros de nascimentos e óbitos do distrito, que fazem parte do acervo da Cúria Diocesana de Nova Iguaçu. Em 1889, a Câmara de Iguaçu insistia no fim da freguesia pela sua pouca população. Com a Proclamação da República, a Assembleia Estadual, pelo Decreto nº 1 e 1-A de 1892, transformam a área da antiga freguesia no distrito de Santana das Palmeiras, anexado à vila de Iguaçu. A divisão administrativa de 1911 ainda manteve um distrito denominado Santana das Palmeiras no município de Iguaçu, mas, em 1919, este passa a se denominar Santa Branca. Era filho do sargento-mor e capitão de cavalaria de 2ª linha Francisco Peixoto de Lacerda, natural da Ilha do Faial, Açores, e de sua mulher Ana Matilde Vernek, fluminense, que por sua vez era filha do sargento-mor Inácio de Sousa Vernek e de Francisca Laureana das Chagas. Casou com Maria Isabel de Assunção Gomes Ribeiro de Avelar (fazenda Monte Alegre, Paty do Alferes, 8 de março de 1808  7 de maio de 1866), filha do fazendeiro Luís Gomes Ribeiro de Avelar e de Joaquina Matilde de Assunção. Os irmãos de Maria Isabel de Assunção eram Paulo Gomes Ribeiro de Avelar, barão de São Luís, Cláudio Gomes Ribeiro de Avelar, barão do Guaribu, João Gomes Ribeiro de Avelar, visconde da Paraíba. Também era sobrinha de Joaquim Ribeiro de Avelar, barão de Capivari, e tia do Barão de São Geraldo. O casal foi teve seis filhos, dentre os quais: Luís Peixoto de Lacerda Werneck, advogado, diplomata e fazendeiro;Manuel Peixoto de Lacerda Werneck, advogado, fazendeiro e político; Mariana Isabel de Lacerda Werneck, mulher do advogado Francisco de Assis Furquim de Almeida; e Maria Isabel de Lacerda Werneck, mulher do médico português Joaquim Teixeira de Castro, visconde de Arcozelo. Escreveu a obra Memória sobre a Fundação e Custeio de uma Fazenda na Província do Rio de Janeiro, editada no Rio de Janeiro, por E.& H. Laemmert em 1847 (1ª edição). A obra foi revista e ampliada por seu filho, Luís Peixoto de Lacerda Werneck, que a republicou em 1853 (2ª edição) e em 1873 (3ª edição). Em 1988, a Biblioteca do Senado publicou uma quarta edição com introdução histórica. O opúsculo foi escrito com o propósito de orientar seu filho, então estudante de direito canônico na Europa, sobre a melhor maneira de manter o frágil equilíbrio social entre escravos e senhores. É considerado um clássico para o entendimento das relações sociais entre senhores e escravos durante o final da escravidão no Brasil. Escreveu ele: "Não se dirá que o preto é sempre inimigo do senhor; isto só sucede com os dois extremos, ou demasiada severidade, ou frouxidão excessiva, porque esta torna-os irascíveis ao mais pequeno excesso deste senhor frouxo, e aquela toca-os à desesperação". O sistema de escravidão, para ele, não estava adequado, era "o germe roedor do Império do Brasil que só o tempo poderá curar" (o filho alterou o texto para "um cancro roedor"), formado por escravos "cujo preço atual não está em harmonia com a renda que deles se pode tirar, ainda de mais acresce a imensa mortandade a que estão sujeitos". O bom tratamento dos escravos, dizia ele, era a base da produtividade. Devia-se alimentar bem os escravos dando-lhes três refeições por dia: "feijão temperado com sal e banha, às vezes carne, e angu asseguram o bom rendimento do trabalho". O senhor deveria ser severo, "justiceiro e humano": os escravos deveriam ser convertidos à doutrina cristã, fazendo-os confessar e respeitar os domingos e dias santos, pois os hábitos religiosos evitam as revoltas. Dever-se-ia cuidar de que houvesse "troca de roupa semanal, para que os escravos não vestissem roupas molhadas". Os doentes deveriam ser tratados "com todo o cuidado e humanidade". Dever-se-ia "proibir severamente a embriaguez, pondo os escravos bêbados no tronco até passar a bebedeira, castigando-os depois com vinte até cinqüenta açoites". Para evitar insurreições, algumas concessões deveriam ser feitas. O fazendeiro deveria "o mais próximo que for possível, reservar um bocado de terra onde os pretos façam as suas roças, plantem o seu café, o seu milho, feijão, banana, batata, cará, aipim, cana etc. Não se deveria porém consentir que a colheita dos escravos seja vendida a outrem, e sim ao seu senhor, que deve fielmente pagar-lhe por um preço razoável, isto para evitar extravios e súcias de tabernas. (..) "Estas suas roças, e o produto que delas tiram, fazem-lhes adquirir um certo amor ao país, distraí-los um pouco da escravidão e entreter o seu pequeno direito de propriedade. () O extremo aperreamento desseca-lhes o coração, endurece-os e inclina-os para o mal". Em resumo, disse sobre os escravos que "eles são o nosso melhor capital". E agiu em vida como recomendou: há registros de que ele mandava açoitar os escravos preguiçosos e relapsos, mas também de que tinha cuidado para que não faltasse carne de porco ou carne-seca na ração dos cativos, o que não era comum entre os proprietários de escravos. Na mesma obra, anteviu os problemas ambientais que, antes do final do século XIX, arruinariam as plantações de café no vale do rio Paraíba do Sul. Deplorou "as derribadas que em menos de uma hora deixam em cinzas tudo aquilo que a natureza demorou séculos para criar. () A devastação mete dó e faz cair o coração aos pés daqueles que estendem suas vistas à posteridade e olham para o futuro que espera seus sucessores". Como paliativo sugeriu a plantação de "paus de lei" ao longo dos caminhos e estradas.
  • RARA PENCA DE BALANGANDÃNS COM MOEDAS D 960 REIS DO PERIODO COLONIAL BRASILEIRO E DO IMPERIO DO  BRASIL, DOM PEDRO II. SÃO 11 MOEDAS. DUAS DE 960 REIS 1819R E 1814 ESTÇAO PRESAS POR GARRAS NA MOLDURA NÃO ESTÃO SOLVADAS. UMA 960 REIS  1816 B ESTA SOLDADA NA SERRILHA. VÁRIAS MOEDAS IMPERIAIS TAMBÉM ESTÃO PRESAS APENAS POR GARRAS. BALANGANDÃNS DE  MOEDAS ERAM ADEREÇOS DE LIBERTAS COMERCIANTES, FORMULAVAM AUSPÍCIOS DE SUCESSO EM SUAS VENDAS. BRASIL, SEC. XIX. 19 X 17 CM. 379 G
  • BARÃO DO RIO BRANCO (1845-1912) - JOSÉ MARIA DA SILVA PARANHOS. PRATO COVO EM PORCELANA, ABA AZUL ÁGUA DELIMITADA POR FRISO E FILETES DOURADOS, NO CENTRO DA CALDEIRA BRASÃO EM SUAS CORES HERÁLDICAS SOB COROA DE CONDE, PERTENCENTE A JOSÉ MARIA DA SILVA PARANHOS. NO REVERSO MARCA BOURGEOIS; REPRODUZIDO À PÁGINA 313 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, SÉC. XIX. 23,7 CM DE DIÂMETRO.NOTA: José Maria da Silva Paranhos Júnior, nasceu em 20.04.1845, no Rio de Janeiro e era filho do diplomata e político José Maria da Silva Paranhos, o visconde de Rio Branco. A casa de seus pais era ponto de encontro de políticos da época. Assim, desde a infância, o futuro barão de Rio Branco foi aprendendo a diplomacia na prática. Durante a Guerra do Paraguai, viajou em 1869, junto com o pai, como secretário da Missão Especial ao Paraguai e à Argentina. Nos dois anos posteriores foi testemunha das negociações que puseram fim ao conflito entre os Aliados e o Paraguai. Estudou Direito nas Faculdades de São Paulo e do Recife. Seria promotor e deputado no Império. Igualmente foi jornalista escrevendo para o jornal A Nação e posteriormente, para o Jornal do Brasil. Como naquela época não havia concurso público para a diplomacia, os funcionários eram indicados entre os filhos da elite. Por isso, o barão do Rio Branco seguiu os passos do pai. Recebeu seu primeiro cargo diplomático no exterior devido ao relacionamento que mantinha com uma atriz belga, considerado um escândalo na época. Desta maneira é designado cônsul do Brasil em Liverpool. O barão do Rio Branco ainda seria ministro do Brasil junto à Alemanha. Voltaria ao Brasil a pedido do presidente Rodrigues Alves, para assumir a pasta do Ministério de Relações Exteriores. Ficou neste cargo de 1902 até a sua morte em 1912. O barão do Rio Branco defendia o uso da diplomacia e não da guerra para resolver os litígios de fronteira entre o Brasil e seus vizinhos. Foi o primeiro litígio resolvido com a ajuda do barão do Rio Branco. Brasil e Argentina disputavam territórios a oeste de Santa Catarina e a questão foi submetida à arbitragem internacional. O árbitro escolhido foi o presidente americano Grover Cleveland. Rio Branco foi designado para ser o advogado do Brasil na questão por Floriano Peixoto em 1893. Apoiado em farta documentação e mapas, o barão do Rio Branco, provou que aquelas terras eram brasileiras e deviam ser incorporadas ao Brasil e não à Argentina. As fronteiras do norte do Brasil também ainda não estavam definidas. Brasil e França alegavam que possuíam direito sobre parte do território do atual estado do Amapá. O atual estado do Acre era reivindicado por Brasil e Bolívia. Vários brasileiros estavam na região trabalhando nos seringais quando a Bolívia arrenda as terras a uma companhia americana. Diante das insurreições e revoltas, o governo brasileiro decide intervir. O barão do Rio Branco alega o princípio do uti possidetis que define que o território é de quem o ocupava. A solução do litígio teve fim em 1903 com o Tratado de Petrópolis. Este acordo cedia territórios do estado do Mato Grosso à Bolívia, pagamento de indenização e ainda construção da ferrovia Madeira-Mamoré. O título de "barão do Rio Branco" foi concedido ao diplomata pela Princesa D. Isabel, em 20.05.1888. Ele o usaria por toda sua vida, mesmo durante a República. Quando morreu, em 10.02.1912, em pleno Carnaval, a festa no Rio de Janeiro foi adiada por conta das homenagens e da comoção popular. Também em 1912, a capital do estado do Acre, então chamada Vila Pennápolis, passou a denominada "Rio Branco". Seu rosto estampou a antiga nota de 1000 cruzeiros durante anos. Por antonomásia, as pessoas passaram a designar "dinheiro" por "barão.
  • MARQUESA DE SANTOS. DOMITILA DE CASTRO CANTO E MELO (SÃO PAULO, 1797 - 1867). RARO PRATO RASO DE LOUÇA INGLESA NA COR VERDE DELIMITADO POR FRISO AZUL COBALTO COM FILETES DOURADOS EM RELEVO. OSTENTA AO CENTRO DA CALDEIRA ROSETA EM AZUL COBALTO COM DETALHES EM DOURADO. EXEMPLAR DO SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDO À PÁGINA 523 DO LIVRO "O BRASIL E A CERÂMICA ANTIGA", DE ELDINO DA FONSECA BRANCANTE. CARMO CHAGAS EM SUA OBRA  OS OLIVEIRA COSTA DE TAUBATÉ RELATA QUE AMADOR RODRIGUES LACERDA JORDÃO, O BARÃO DE SÃO JOÃO DO RIO CLARO (1825-1873), DONA DA FAZENDA SANTA GERTRUDES E FILHO DO BRIGADEIRO JORDÃO, QUANDO ESTEVE NO COMANDO DA TROPA DE SÃO PAULO  ORDENOU  QUE A BANDA DO PALÁCIO, SITUADO NO PÁTIO DO COLÉGIO, TOCASSE UM DOBRADO TODA VEZ QUE A MARQUESA D ESANTOS ADENTRASSE A PRAÇA, DEFERÊNCIA MUITO APRECIADA POR ELA.  INGLATERRA, SÉCULO XVIII/XIX. 26 CM DIAMETRO. NOTA: Referência a esse serviço é apresentada no livro "A Marquesa de Santos" de Paulo Setubal: este serviço, apesar de não ser personalizado, aparece nitidamente descrito em documentos na época do casamento da jovem Domitila de Castro no alvorecer do século XIX. "Era um destramelar de armários, um remexer em empoeiradas arcas, um revirar canastras, um escancarar baús, um arrancar lá do fundo de tudo isso para expor ao sol, os preciosos guardados antigos, as coisas nobres e magníficas, as toalhas de crivo, as rendas de bilros, os panos bordados, a prataria do Reino, as peças de Porcelana. Sobretudo com muitos mimos era um esfregar aquelas pesadas louças de friso azul tão faladas na cidade".
  • EUFRASIA TEIXEIRA LEITE  MAGNIFICO PRATO FUNDO EM PORCELANA DA MANUFATURA DE THEODORE HAVILAND DEC. DE 1910. BORDA SALMÃO DEGRADE REALÇADA A OURO COM REQUINTADA ABA COM FLORES E RAMAGENS. CALDEIRA COM MONOGRAMA TL ENTRELAÇADO. PERTENCEU A EUFRÁSIA TEIXEIRA LEITE UMA DAS BRASILEIRAS MAIS EMPODERADAS DO FINAL DO SEC. XIX DO BRASIL. PROVENIENTE DE ACERVO DA FAMILIA FRANÇA, SEC. XIX. 24 CM DE DIAMETRO. Em 1875 José de Alencar lançou o romance Senhora que se inicia com a seguinte sentença: Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Tal frase é o prelúdio para apresentação da heroína Aurélia Camargo, personagem principal dessa obra literária. Vários literatos defendem que Aurélia Camargo, rica, órfã e belíssima foi inspirada em EUFRÁSIA TEIXEIRA LEITE (vide retrato nas imagens extras desse lote), neta dos Barões de Itambé e sobrinha do Barão de Aiuruoca. Alencar continua sua descrição com os seguintes adjetivos: Era rica e formosa. Duas opulências, que se realçam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante. A mulher que inspirou o romance foi uma das mais fortes personagens femininas do sec. XIX. Chocou a sociedade quando ficou órfã e partiu para Paris sozinha com sua irmã para fugir da pressão dos familiares que a desejavam casar com um parente para gerir a enorme fortuna herdada dos pais. A influência econômica e política das famílias cafeeiras de Vassouras estendia-se pela região do Vale do Paraíba. Não raro, membros dessas famílias se uniam em verdadeiros casamentos dinásticos, que embaralhavam a ordem dos sobrenomes, mas multiplicavam terras e riquezas. A renda desses clãs cresceu, influenciando na importância política que alcançaram no Império. Eufrásia pertencia a uma família de barões e de membros do Partido Conservador. A fortuna deixada pelo pai equivalia a 5% do valor arrecadado pelo governo brasileiro com o imposto de exportação no ano de 1872, ou à dotação anual do Imperador D. Pedro II. No navio CHIMBORAZO que a levou para Europa conheceu e enamorou-se de Joaquim Nabuco o abolicionista e viveu com ele uma paixão avassaladora, desembarcaram já noivos. Emancipada, Eufrásia ofereceu sua própria mão em casamento para escanda-lo da família. Natural, um abolicionista inflamado em meio a uma família de barões do café. Em 14 anos o noivado entre os dois foi refeito e desfeito inúmeras vezes, e o casamento não se concretizou jamais. Ao falecer solteira Eufrásia deixou uma fortuna equivalente a 1850 kg de ouro doada para caridade. Essa é apenas uma personagem de uma família que foi uma das mais importantes do Império Brasileiro. Vassouras era conhecida como a cidade dos Barões. O titulo de barão estava reservado, desde aépoca de D. João VI, aos proprietários rurais que se projetavam por sua riqueza, mas não por sua participação nos altos postos do governo. Os títulos mais elevados, como os de conde, marquês, eram concedidos aos indivíduos que compunham a alta burocracia, ou seja, à elite política imperial. Havia a possibilidade de um rico cafeicultor também ser um ministro do Império, mas era caso raro. Três ricas famílias cafeicultoras do município de Vassouras, os Leite Ribeiro, os Werneck e os Avellar, tiveram, no total, dezenove barões e cinco viscondes entre seus membros. Titulares Vassourenses foram: 25 barões, sete viscondes, uma viscondessa, uma condessa e dois marqueses. Em meio a uma população que em 1872 ostentava 39.253 habitantes, incluindo 20.158 escravos e 19.085 pessoas livres, de todas as raças e origens. Fazendas que somavam quinhentos milhões de pés de café que respondiam 65% de todo café produzido no Brasil.
  • BARAO GERALDO DE RESENDE PRATO RASO EM PORCELANA COM BORDA MAGENTA ENTRE FRISOS AMARELOS E MONOGRAMA GR SOB COROA DE BARÃO; PERTENCENTE A GERALDO RIBEIRO DE SOUZA REZENDE. FEITIO RECORTADO. NO REVERSO MARCA DEHAVILLAND; EXEMPLAR DO MESMO SERVIÇO REPRODUZIDO NA PÁGINA 260 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL, POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, SÉC. XIX. 24 CM DE DIÂMETRO. NOTA: O ILUSTRÍSSIMO COMENDADOR: GERALDO RIBEIRO DE SOUZA REZENDE recebeu o título de BARÃO DE IPORANGA por decreto de 19 de junho de 1889, assinado pela Sua Majestade Imperial D. Pedro II, tendo mudado, a seu pedido, para BARÃO GERALDO DE REZENDE. Recebeu o titulo de barão meses antes da Proclamação da República do Brasil (15/11/1. 889). Com a Proclamação da República, o Barão Geraldo de Rezende retira-se da política para se dedicar a sua fazenda Santa Genebra (vide foto da fazenda nos créditos extras do lote), que era considerada uma fazenda modelo, onde havia emprego de toda a tecnologia conhecida na época para o cultivo dos cafezais. O Barão Geraldo era filho do Marquês de Valença (senador Estevão Ribeiro de Rezende) e da Marquesa de Valença (Sra. Ilidia Mafalda de Souza Queiroz). O Marquês de Valença, titular de ruas e avenidas em todo o país, teve 16 filhos. Nasceu em 20 de Julho de 1777, no Arraial dos Prados, Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais. Era filho do Coronel Severino Ribeiro e de Josefa Maria de Rezende. Faleceu a 08/09/1856. Tal era o prestígio do marquês de Valença, que uma de suas filhas, D. Amélia de Souza Rezende, casou-se com o titular francês conde de Cambolas e marquês de Palarim, e outro filho seu, legitimado, Estevão de Sousa Rezende, foi elevado a barão de Lorena. O Barão Geraldo de Rezende nasceu no Rio de Janeiro em 19 de abril de 1.846. Geraldo de Resende chegou a entrar na Faculdade de Direito em São Paulo, à qual, no entanto, não se adaptou, sendo, então, enviado pelo pai, o Marquês de Valença, para estudar agronomia na França. Ao retornar em 1874, foi designado para se casar com sua prima, Izabel Augusta de Souza Queiroz, e administrar suas fazendas. Casou-se na mesma cidade onde nascera, com sua prima, filha do conselheiro imperial, Albino José Barbosa de Oliveira, e de Izabel Augusta de Souza Queiroz, irmã de Ilidia Mafalda de Souza Queiroz, ambas filhas do Brigadeiro Luiz Antonio de Souza. Logo ao chegar em Campinas, procurou a elite de fazendeiros locais, que criaram o Club da Lavoura de Campinas. Embora muitos fossem defensores da República, Geraldo sempre assumiu seu partidarismo monarquista, fazendo parte do Partido Conservador. Foi vereador de Campinas entre 1883 e 1886, e deputado geral do Parlamento Nacional, pouco antes da Proclamação da República do Brasil. Depois disso, retirou-se da vida política e passou a se dedicar à produção de sua fazenda, a Santa Genebra. Sua fazenda, na época, era considerada modelo de inovação, com maquinaria avançada e modernas técnicas agrícolas. O sobrado majestoso que ostentava era confortável e de estética arrojada, tendo recebido ilustres visitas como a do conde D'Eu; o contra-almirante G. Fournier, comandante da Divisão Naval francesa no Atlântico; o conde Lalaing, ministro da Bélgica; W. Pocom, cônsul dos Estados Unidos da América; conde Antonelli, ministro da Itália; conde Michel de Giers, ministro da Rússia; Manuel Ferraz de Campos Sales, então presidente da província de São Paulo. Barão Geraldo tinha como irmãos: o Barão de Rezende (Estevão Ribeiro de Souza Rezende) e o 2º Barão de Valença (Pedro Ribeiro de Souza Rezende). O pai do Barão Geraldo, Marquês de Valença, Por Decreto de 11.04.1812, teve concedida a licença para casar. Por esta ocasião a pretendente tinha apenas 7 anos de idade e o pretendente, curiosamente, 35 anos de idade, cinco filhos naturais, legitimados e, dois deles, nascidos depois desta licença. Casado em São Paulo, por volta de 1819, com ILÍDIA MAFALDA DE SOUZA QUEIROZ, nascida a 14.05.1805, batizada a 09.06, conforme o registro do Livro 10 da Sé ( São Paulo), fls. 35. Era filha do brigadeiro Luiz Antônio de Souza Queiroz, fidalgo português residente em São Paulo (que chegou a ser considerado como a maior fortuna da província de São Paulo) e de Genebra de Barros Leite falecida em Lisboa em 1836; Ilidia Mafalda de Souza Queiroz faleceu a 24 de julho de 1877, no Rio de Janeiro - RJ. Foi sepultada no dia seguinte na Capela de sua família, no Cemitério de S. Francisco de Paula (Catumbi) - O Barão Geraldo de Rezende suicidou na sede da fazenda de sua propriedade em Campinas, em 1 de outubro de 1.907. Teria tomado veneno ao ver a sua fazenda Santa Genebra, a qual tinha dedicado sua vida, ser tomada por hipoteca. Para saldar as dividas contraídas pelo Barão Geraldo quando da construção da Estrada de Ferro Funilense, que ligava a atual cidade de Cosmópolis (antes Fazenda Funil) ao bairro Guanabara, em Campinas, a fazenda Santa Genebra foi hipotecada pelo Governo Estadual, e posteriormente adquirida através do leilão pelo também fazendeiro senador Luiz de Oliveira Lins Vasconcellos e comprada posteriormente pelo seu irmão o banqueiro Cristiano Osório de Oliveira, pai do Sr. José Pedro de Oliveira casado com D. Jandyra Pamplona de Oliveira. José Pedro de Oliveira faleceu vitimado por tuberculose pulmonar, em 1.935, contraída por seu hábito de passar noites caçando pequenos animais na Mata da fazenda Santa Genebra. A Companhia Carril Agrícola Funilense, que como o nome diz, tinha o propósito de transportar produtos agrícolas da região do Funil através de "carris" (trilhos) de ferro, foi fundada em 24 de Agosto de 1.890, e teve o Barão Geraldo de Rezende como primeiro presidente da Companhia. Além do Barão Geraldo de Rezende, havia os sócios: Luciano Teixeira Nogueira, José Paulino Nogueira, José Guatemozim Nogueira, Artur Nogueira, dentre outros. Os incorporadores, João Manoel de Almeida Barbosa Francisco de Paula Camargo e José de Salles Leme. O objetivo da ferrovia era fortalecer a economia cafeeira e canavieira da região, como a Usina Esther ( localizada na atual cidade de Cosmópolis), os núcleos coloniais e as fazendas e lavouras do norte de Campinas, fazendo o escoamento da produção através de ferrovias, pois o transporte era feito por tração animal ( carros de boi) e em estradas precárias comprometendo a produção do açúcar e do café. Os Nogueiras conseguiram o apoio de Albino José Barbosa de Oliveira e do próprio Barão Geraldo de Rezende para a construção desta Ferrovia. O contrato da companhia carril Funilense era de risco, e a principal exigência deste contrato era caso os proprietários e responsáveis pela ferrovia não conseguissem saldar as dividas contraídas com o Estado, perderiam a posse da linha férrea que serviria como forma de pagamento desta divida (hipoteca).Os trilhos da Companhia Carril Agrícola Funilense foram inaugurados somente em 18 de setembro de 1.899. As várias estações ao longo do percurso desta ferrovia foram recebendo nomes de diretores e membros da própria Companhia: "Barão Geraldo de Rezende" ( em Cosmópolis) , "José Paulino Nogueira" ( em Paulínia), "João Aranha", "José Guatemozin Nogueira" e "Artur Nogueira", dentre outras que levaram o nome da fazenda onde estavam situadas: "Santa Genebra" ( atual distrito de Barão Geraldo), "Deserto" ( Bairro Betel, em Paulínia) , "Santa Terezinha" e " Engenho". Obviamente, os bairros onde estavam essas estações foram sendo conhecidos pelos mesmos nomes. Esta ferrovia nunca deu lucro, somente acumulou prejuízos, levando o Barão Geraldo e os outros sócios a completa falência. O Barão Geraldo de Rezende, empresário idealista e com visão, recebeu por duas ocasiões a visita da FAMÍLIA IMPERIAL em uma delas curiosamente recebeu o Conde Deu sozinho na residência porque a baronesa não estava na cidade  (VIDE O PROXIMO LOTE PARA CONHECER O RELATO DESSA VISITA) Fonte: http://baraoemfoco.com.br/barao/barao/stagenebra/barao_geraldo.htm
  • DOM PEDRO II E BARÃO DE ITACURUÇÁ (MANOEL MIGUEL MARTINS O GRANDE ARREMATANTE DOS LEILÕES IMPERIAIS APÓS A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA). MAGNIFICA FRUTEIRA EM PORCELANA COM EXUBERANTE BORDA EM AZUL REMATADA EM OURO COM CACHOS DE UVAS E PARRAS. PALMÁCEAS RELEVADAS COMPLETAM A DECORAÇÃO. CALDEIRA COM LUXURIANTE DECORAÇÃO FLORAL. ELEVADO SOBRE PÉ CIRCULAR REMATADO EM OURO. MARCAS DA CASA COMERCIAL B WALLERSTEIN & CIA IMPORTADORA DO RIO DE JANEIRO.. ESSE SERVIÇO HÁ MUITO TEMPO TEM SIDO ALVO DE DISCUSSÕES SOBRE A TITULARIDADE DO ENCOMENDANTE INICIAL. ISSO PROQUE A DECORAÇÃO É IDÊNTICA AO SERVIÇO DE CAÇA DE DOM PEDRO II. ENTRETANTO EM ESTUDO RECENTE CHEGOU-SE AOS ASPECTOS QUE FAZEM REIVINDICAR AO IMPERADOR PEDRO II E SEU SERVIÇO DE CAÇA TAMBÉM ESSE SERVIÇO QUE PERTENCEU POSTERIORMENTE AO BARÃO DE ITACURAÇÁ ADQUIDIRO NO LEILÃO DOS PAÇOS IMPERIAIS. SENÃO VEJAMOS: A MARCA DO IMPORTADOR SOB A LOUÇA É DA CASA COMERCIAL B WALLERSTEIN & CIA IMPORTADORA DO RIO DE JANEIRO NAS RUA DO OUVIDOR, FORNECEDORES DA CASA IMPERIAL E IDENTICA A MARCA DA LOUÇA DO SERVIÇO DE GALA DE DOM PEDRO I. BERNANDO WALLERSTEIN ESTABELECEU-SE NA RUA DO OUVIDOR AINDA EM 1828, SOB O NOME DE WALLERSTEIN & CIA, DURANTE O PRIMEIRO IMPÉRIO APÓS DESVINCULAR-SE DA P SAISSET & CIA COM QUEM TINHA SOCIEDADE. AINDA NA DÉCADA DE 1840, QUANDO O BARÃO DE ITACURUÇÁ SEQUER TINHA NASCIDO MUDOU SUA RAZÃO SOCIAL PARA B. WALLERSTEIN E M. MASSET PORTANTO ESSA LOUÇA FOI CERTAMENTE ENCOMENDADA NA DECADA DE 1840 NUNCA PELO BARÃO DE ITACURUÇÁ. O FATO DA DECORAÇÃO SER IDÊNTICA A DO SERVIÇO IMPERIAL DE CAÇA TAMBÉM REFORÇA A UNIDADE DO APARELHO. O LIVRO DA MORDOMIA DO PAÇO DE SÃO CRISTÓVÃO RELATA VÁRIAS ENCOMENDAS DE PORCELANA FEITAS A CASA DE BERNARDO WALLERSTEIN NA DECADA DE 1840: 192$500 A BERNARDO WALLTERSTEIN E CIA., POR QUINHENTOS E DEZESSEIS PRATOS DE PORCELANA FINA 5:132$736 A BERNARDO WALLERSTEIN, POR NOVE DÚZIAS E QUATRO CASAIS DE XÍCARAS DE PORCELANA FINA DOURADA 373$330: A WALLERSTEIN, LOUÇA DE PORCELANA FINA 927$000 A B. WALLERSTEIN, POR QUATRO CAIXAS COM LOUÇA DE PORCELANA FINA 4:848$000 . FINALMENTE O BARÃO DE ITACURUÇÁ COMO GRANDE ARREMATANTE DOS LEILÕES DO PAÇO APÓS A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA ADQUIRIU DENTRE OUTRAS PRECIOSIDADES TODO O SERVIÇO DE PORCELANA DO CASAMENTO DE D. PEDRO I E D. AMÉLIA DE LEUCHTEMBURG ERA UM APRECIADOR DE PORCELANAS IMPERIAIS. SEGUNDO O ANÚARIO DO MUSEU IMPERIAL DE PETRÓPÓLIS PUBLICADO EM 1944 OS CATÁLOGO DO QUARTO E SEXTO LEILÕES DO PAÇO DE SÃO CRISTÓVÃO EM 1890 TRAZEM DESCRITOS COMO LOTE 838 A SEGUINTE DESCRIÇÃO: - 1 SOBERBO SERVIÇO DE FINA PORCELANA FRANCESA, ESMALTE AZUL, OURO, E FINAS PINTURAS, COM 568 PEÇAS PARA JANTAR. ESTÁ AÍ A DESCRIÇÃO DO SERVIÇO IMPERIAL MUITO PROVAVELMENTE ARREMATADO PELO BARÃO DE ITACURUÇÁ. AINDA O LOTE 857 TRAZ A SEGUINTE DESCRIÇÃO: 857 - 1 RIQUÍSSIMO SERVIÇO DE FINÍSSIMA PORCELANA DE SÈVRES COM PRIMOROSAS PINTURAS A ESMALTE E ARMAÇÃO DE BRONZE DOURADO A FOGO, 17 PEÇAS EM VITRINE (PRESENTE DE NAPOLEÃO III À IMPERATRIZ DONA TERESA CRISTINA. ENTÃO O LOTE 857 É O APARELHO PRESENTEADO POR NAPOLEÃO III AOS IMPERADORES E NÃO O DO LOTE NUMERO 838 QUE QUASE INDUBITAVELMENTE É O SERVIÇO ADQUIRIDO PELO BARÃO DE ITACURUÇÁ. REPRODUZIDO NA PAGINA 274 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL DE JENNY DREYFUS E NA PAGINA 44 DO LIVRO LOUÇA HISTÓRICA MUSEU DE ARTE DA BAHIA. FRANÇA, 22,5 CM DE DIAMETRO.NOTA: Manoel Miguel Martins Barão de Itacurussá, nasceu em10 de novembro de 1831 em Sant'Ana do Itacurusá e faleceu em 01 de janeiro de 1911, filho deJoão Martins e de Gertrudes Margarida. Casou em09 de março de 1867, no Rio de Janeiro, com Jerônyma Eliza de Mesquita, Baronesa de Itacurusá nascida em02 de junho de1851 no Rio de Janeiro/RJ e batizada na Igreja de Santa Rita, e falecida em 24 de setembro de 1917, filha de Jerônymo José de Mesquita Conde de Mesquita e de Elisa Maria de Amorim. Casaram-se em 09 de março de 1867 (portanto Jerônima estava com 16 anos de idade) na Igreja de S. Francisco Xavier. Título nobiliárquico de Barão de Itacurussá outorgado , em 25 de março de 1888, a Manuel Miguel Martins era um título de origem toponímica. Ilha e povoação do Estado do Rio de Janeiro, lugar de onde era natural este titular. Foi um homem riquíssimo, proprietário de terras e capitalista do Rio de Janeiro. Sua esposa a baronesa Jerônima Elisa de Mesquita Martins, era filha do conde de Mesquita e neta do marquês de Bomfim. O Barão foi o grande comprador do Leilão do Paço Imperial, onde além de muitas preciosidades, adquiriu todo o serviço de porcelana do casamento de D. Pedro I e D. Amélia de Leuchtemburg.
  • MARQUÊS DE VALENÇA ESTEVÃO RIBEIRO DE RESENDE (1777-1856) RARO PRATO DE SOBREMESA EM PORCELANA DA MANUFATURA DE FOUQUE ARNOUX, EM VALENTINE, PROXIMIDADES DE TOULOUSE. BORDA FILETADA EM VERMELHO COM RESERVA CONTENDO O BRASÃO DE ARMAS DO TITULAR TAMBÉM EM VERMELHO SOB COROA DE MARQUES. REPRODUZIDO NA PÁGINA 340 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR "JENNY DREYFUS". DOS APARELHOS DO MARQUÊS DE VALENÇA ESTE É O MAIS DIFICILMENTE ENCONTRADO. EXERCEU GRANDE INFLUENCIA NO POLITICA NO PRIMEIRO REINADO ATUANDO EM CONJUNTO COM JOSÉ BONIFÁCIO, FOI DEPUTADO CONSTITUINTE EM 1823, SENADOR DO IMPÉRIO, MINISTRO DO IMPÉRIO E MINISTRO DA JUSTIÇA, SUA ESPOSA DONA ILIDIA MAFALDA DE SOUZA QUEIROZ FOI DAMA DA IMPERATRIZ LEOPOLDINA. FORAM PAIS DO BARÃO GERALDO DE RESENDE, DA CONDESSA DE CARAMBOLAS, DO 2, BARAO DE VALENÇA, DO BARÃO DE REZENDE E DO BARÃO DE LORENA.FRANÇA, SEC. XIX. 20  CM DE DIAMETRO NOTA: Estêvão Ribeiro de Resende, filho legítimo do coronel Severino Ribeiro, de distinta família de Lisboa, e de D. Josefa Maria de Resende, de abastada e importante família de Minas Gerais, nasceu no arraial dos Prados, Comarca do Rio da Morte, província de Minas, em 20 de julho de 1777.Educado desde seus primeiros anos com todo o esmero e cuidado que sóem ter por seus filhos os pais que, como os seus, prezam mais que tudo a honra e a virtude, nunca se mostrou indigno do nome que recebeu de sua família, e pelo contrário mereceu sempre, por suas boas qualidades e morigeração, a estima de todas as pessoas que o conheceram apenas entrado no mundo, mas já pensando com um critério pouco comum em sua idade sobre as coisas da vida.Tendo mostrado muita viveza para os estudos primários, aproveitou suas disposições para as letras e mandou-o estudar em Minas os preparatórios, que ali então se ensinavam. Em breve, pois, ficou o jovem Estêvão Ribeiro de Resende pronto para exame em francês, latim, italiano, retórica e filosofia, estudos em que muito se distinguiu, e tanto que seu pai logo que o teve neles preparado mandou-o para Lisboa a seguir para Coimbra, onde devia estudar o curso de direito.Separado de seus pais e do lugar de seu nascimento, onde deixava tanta simpatia, que quase toda a população de S. José do Norte despediu-se dele com as provas do mais vivo pesar, caprichou o Sr. Resende por continuar longe de sua família a mesma norma de conduta que sempre seguira quando em seu seio; e com efeito, em Coimbra com-portou-se por tal modo, que em breve foi muito estimado por seus colegas e benquisto de seus professores. Sua inteligência não desmentiu nos novos estudos a que se aplicou, os primeiros sinais de força e agudeza que dera em seus estudos primários e secundários; seu curso ele o completou sem nenhum embaraço, antes pelo contrário, recebendo sempre boas notas e muita consideração, o que lhe facilitou ser aceito para a leitura do Desembargo do Paço, primeira porta por onde então se entrava para a carreira da magistratura. Antes, porém, que fizesse a leitura, morreu-lhe no Brasil seu pai, e essa notícia chegando-lhe a Lisboa naquele tempo, quis ele interromper sua carreira para vir à pátria beijar as mãos à mãe e apresentar-se-lhe depois de doutorado.De volta a Portugal fez sua leitura no Desembargo do Paço, e foi logo nomeado pelo Senhor D. João VI, em 21 de junho de 1806, juiz de fora de Palmela, tendo já antes recebido do mesmo monarca o hábito de Cristo com uma tença e a propriedade do ofício de tabelião do público judicial e notas da vila de S. João del-Rei, em atenção aos bons serviços de seu pai e às suas qualidades, mais que dignas daquela distinção.Pouco depois de empossado no juizado de Palmela, em Portugal, teve lugar na península a invasão francesa, que vinha com o prestígio de mil vitórias conquistadas para o irmão do vencedor do mundo uma coroa e um estado.A corte portuguesa, colocada na alternativa que lhe ofereciam, de um lado a França arrogante e orgulhosa de seus triunfos, e do outro a Inglaterra forte e sempre pertinaz em não ceder às águias imperiais, a Europa e o mundo a que se atiravam com avidez, resolveu sabiamente escolher um meio-termo, deixando a antiga metrópole para vir estabele-cer-se no Brasil; o juiz de Palmela quis aproveitar essa oportunidade de voltar à sua pátria e à sua família, e por isto muito se empenhou para fazer parte da comitiva real; porém sendo preciso, para bem do Reino, que as autoridades permanecessem em seus postos e manifestando o governo regencial a utilidade que resultava deste fato, o Sr. Resende desistiu de seus desejos, e ficou em Palmela, onde recebeu com ânimo e coragem as tropas franco-espanholas que acometiam o reino de Portugal.Esta foi talvez uma das épocas em que o Sr. Resende maiores serviços prestou à sua pátria. No ponto em que se achava não se teve com efeito que lastimar grandes males que deixavam a consternação e a desolação por onde passavam as tropas invasoras. A honra e a fortuna foram respeitadas em Palmela por esforço de seu juiz, que, revestindo-se de toda a coragem e energia, dirigia-se a fazer reclamações e censura, onde e sempre que se dava um fato de abuso de força da parte das forças ali estacionadas.Por algum tempo marcharam as coisas assim de um modo o mais satisfatório, mas nem era crível, nem mesmo imaginável, que soldados acostumados a derrubarem todas as barreiras, quer físicas, quer morais, viessem aqui estacar defronte de um só homem, embora por esse homem falassem a razão e a justiça. O vencido não tem direitos, sua lei é a vontade do vencedor, e pois o que fazer o juiz de fora de Palmela quando os franceses, fechando os ouvidos à sua voz, quiseram obrigá-lo, e obrigaram o povo que lhe tinha sido confiado a concorrer com o necessário para sua subsistência e para a satisfação de seus caprichos? Enquanto foi possível resistir-lhe, ele o fez, agora, porém, que sua influência é nula e que sua pessoa atrai sobre os que o seguem ódios e maus desejos, agora que sem dúvida com perigo iminente sem que daí resulte bem para ninguém, agora é tempo de ceder à força das circunstâncias. E com efeito, o Sr. Resende deixou Palmela e retirou-se para Lisboa, tendo antes em companhia de um vereador ocultado em um altar os dinheiros públicos que tinha à sua disposição.Recebendo del-rei a faculdade de voltar para o Brasil, ele o fez imediatamente, e ao chegar em sua pátria natal, viu apreciado por seu devido valor os serviços que acabava de prestar, e em atenção aos anuais o Senhor D. João VI nomeou-o em 13 de maio de 1810 juiz de fora da cidade de S. Paulo, lugar que foi ele encarregado de criar naquela cidade.Em 17 de dezembro de 1813 deixou ele o juizado de S. Paulo, por ter nessa mesma data sido nomeado fiscal dos diamantes, lugar importante que teve de deixar no ano seguinte, em conseqüência de ter sido nomeado em 12 de setembro de 1814 desembargador da relação da Bahia.Em toda a parte por onde passava o Sr. Resende era geralmente estimado e apreciado por suas qualidades, e cada um lugar que exercia dava-lhe novos títulos e mais direitos para alcançar lugares mais subidos.Felizmente naqueles tempos as qualidades e aptidão davam direito; e é por isto que o novo desembargador da Bahia foi a 29 de março de 1817, quadra calamitosa de revoluções, nomeado ajudante do inten-dente-geral da polícia, e no seguinte ano de 1818, a 12 de outubro, nomeado desembargador da Casa da Suplicação.A 10 de novembro de 1821 foi nomeado superintendente-geral dos contrabandos, e nessa época em que o Brasil tanto precisou do esforço de seus filhos, Estêvão Ribeiro de Resende esteve firme na estacada, prestando a seus pais e a seu príncipe os serviços que podia prestar.Procurador da província de Minas Gerais, junto ao príncipe D. Pedro, ele mostrou-se tal qual era e captou por esse modo a estima daquele príncipe, que sempre distinguiu e que elevou-o ao ponto de nomeá-lo, a 6 de abril de 1822, secretário de estado encarregado de todas as pastas para acompanhá-lo a Minas, onde uma nobre inspiração o levava com o fim de acalmar com sua presença os movimentos sediciosos que ali começavam a manifestar-se, a ponto de negar-se aquela província a obedecer ao príncipe regente.Veio a Independência, e logo após a necessidade de regular-se o pacto fundamental por onde devesse o país se regular; o imperador convoca para esse fim a Assembléia Constituinte; e Minas, que atende para o merecimento quando escolhe um alto funcionário, tanto quanto um qualquer empregado, elege seu deputado ao Sr. Resende. Cai a Constituinte em virtude do golpe de estado do primeiro imperador, tudo se amotina, parece que vamos ter uma revolução, mas graças à boa escolha do Senhor D. Pedro I, mandando, a 17 de janeiro de 1823, ao Sr. Resende para intendente-geral da polícia, toda a tempestade se desfaz sem deixar o mais ligeiro sinal de sua aterradora passagem, e nem por isto foi necessário o emprego de armas e ameaças de prisões e perseguições, bastou a influência e a confiança geral de que gozava o intendente para obter aquele resultado.Em 14 de outubro de 1824 chamou-o o Senhor D. Pedro I aos Conselhos da Coroa, encarregando-o da pasta do Império, que teve a seu cargo até 21 de novembro de 1825, em que recebeu o decreto de sua demissão, no qual elogiava muito o imperador e lhe agradecia seus bons serviços. Naquele mesmo ano de 1824 foi ainda nomeado, a 1º de dezembro, desembargador honorário do paço, e em 15 de outubro de 1825 foi galardoado por Sua Majestade o Imperador com o título e grandezas de barão de Valença.Neste ano veio o Sr. Resende eleito por sua província à as-sembléia geral legislativa, e ao mesmo tempo que tinha por essa honrosa eleição entrada na Câmara dos Deputados, recebia ainda de seus com-provincianos maior honra e maior prova de estima e consideração, tendo seu nome na lista por eles oferecida ao Monarca para escolher os senadores do Império. Conjuntamente com Minas Gerais, quis S. Paulo mostrar toda a sua afeição e agradecimento pelo distinto brasileiro, que em seu solo começou a carreira da magistratura em que tantas glórias colheu, escolhendo seu nome para mandar ao Imperador na lista dos que deviam ser escolhidos seus senadores. Assim, pois, era o Sr. Valença ao mesmo tempo deputado por Minas, e eleito senador pela mesma província e pela de S. Paulo. Entre as duas províncias optou pela de Minas, onde tinha seu berço e tudo o que há de mais caro ao coração do homem, sua família e as cinzas de seus bons pais. Em vista de sua opção, foi escolhido senador por carta imperial de 19 de abril de 1826 e nesse mesmo ano, a 12 de outubro, passou a desembargador do Paço efetivo e foi aposentado por pedido seu; assim como também a 30 do mesmo mês e ano foi o seu título de barão elevado ao de conde de Valença.A 18 de maio de 1827 entrou novamente o então conde de Valença para os Conselhos da Coroa, e desta vez coube-lhe a pasta da Justiça, em que funcionou até 20 de novembro de 1827, em que foi dissolvido o gabinete de que fazia parte e com o qual também ele caiu, tendo sido três dias antes nomeado conselheiro de estado honorário.Retirado de cena política, ficou o conde de Valença exclusivamente ocupado com os deveres de senador do Império, e foi desse posto eminente que ele agregou em torno de si esse grupo de seus colegas, que fizeram a mais heróica barreira aos excessos demagógicos que se desenvolveram no Brasil pela retirada do fundador do Império.Firme nesse posto, que a honra e o dever lhe haviam indicado, o conde de Valença não descansou um momento enquanto não viu por terra a demagogia e elevado ao trono do Brasil o filho do seu primeiro imperador. Então faltaram-lhe forças para novas lutas; já tinha 63 anos, já tinha combatido com uma geração inteira, nova geração despontava nos horizontes da pátria, era força ceder-lhe os negócios dessa cara pátria. O Sr. Valença retirou-se completamente da vida política para entregar-se exclusivamente à vida privada.Em 1848 o Senhor D. Pedro II elevou-o a marquês de Valença, e em 8 de setembro de 1856 veio a morte surpreendê-lo no seio de sua família, e na idade de 79 anos.O marquês de Valença foi casado com a Exmª Srª Elídia Mafalda de Sousa Queirós, filha do opulento fazendeiro brigadeiro Luís Antônio de Sousa e sua mulher D. Genebra de Barros Leite.Era sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sócio efetivo da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, sócio efetivo da Instrução Elementar, membro da Sociedade de Agricultura do Reino da Suécia, dignitário honorário da ordem imperial do Cruzeiro por carta de 16 de agosto de 1830, cavalheiro do hábito de Cristo, grã-cruz da mesma ordem e fidalgo cavalheiro da casa imperial.
  • VISCONDE DE OURO PRETO  AFONSO CELSO DE ASSIS FIGUEIREDO  (1836-1912)  - SALVA DE APARATO EM PRATA DE LEI COM ABA RELEVADA DECORADA COM ELEMENTOS VEGETALISTAS. RESERVA COM BRAÃO DE ARMAS DO TITULAR.  PERTENCEU A AFONSO CELSO DE ASSIS FIGUEIREDO , O VISCONDE DE OURO PRETO, PRESIDENTE DO ULTIMO CONSELHO DE MINISTROS DE DOM PEDRO II (UMA FUNÇÃO DE  PRIMEIRO MINISTRO)  DISSOLVIDO PELO GOLPE REPUBLICANO DE 1889. FOI TAMBÉM MINISTRO DA FAZENDA, MINISTRO DA MARINHA. TAMBÉM SENADOR POR MINAS GERAIS E DEPUTADO GERAL PELA MESMA PROVÍNCIA. ABOLICIONISTA CONVICTO. FOI AGRACIADO COM O TÍTULO DE VISCONDE DE OURO PRETO EM 1888. BRASIL, SEC. XIX. 39 CM DE DIAMETRO. NOTA: Nasceu em Ouro Preto, MG, em 21 de fevereiro de 1837, e faleceu em Petrópolis, RJ, em 21 de dezembro de 1912. Formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo (1858). Jurista de renome, foi, entretanto, a política sua principal ocupação. Deputado provincial, em 1864 elegeu-se deputado-geral, sendo sempre reeleito até 1879, quando foi escolhido, pelo iImperador, em lista tríplice, para o Senado. Na Câmara, onde foi líder de sua bancada, destacou-se na luta pela Abolição do cativeiro e pela reforma eleitoral. Em 1866, aos 29 anos, foi ministro da Marinha, em plena guerra contra o Paraguai. Em 1878, como ministro da Fazenda, reforçou o sistema protecionista, tendo elevado as taxas alfandegárias e envidado esforços para impedir o contrabando através de nossas fronteiras, especialmente as do Sul e de Mato Grosso. Em 1889, num dos momentos mais difíceis da política imperial, assumiu a presidência do Conselho de Ministros. Teve de enfrentar a aguerrida oposição de adeptos do regime republicano, entre os quais Rui Barbosa, Benjamin Constant, José do Patrocínio, padre João Manuel de Carvalho e outros, tanto na Câmara como, principalmente, na imprensa. A crise proveniente da questão militar atingiu, então, seu apogeu, e o visconde de Ouro Preto (título com que fora agraciado em 1888), na madrugada de 15 de novembro de 1889, entregou a chefia do Gabinete ao Imperador. O golpe militar derrubou, também, a monarquia. Proclamada a República, Ouro Preto foi preso e exilado na Europa, juntamente com o irmão conselheiro Carlos Afonso de Assis Figueiredo. Além de jurista, dirigiu vários jornais, escrevendo sobre Política e Direito, principalmente. Em 1900 foi eleito sócio efetivo do IHGB, passando a honorário em 1903. Integrou as Comissões de História e Fundos e Orçamento. Em 1905, foi eleito primeiro vice-presidente. Publicou: A Marinha de Outrora, RJ.
  • BARÃO DE POTENGI (INACIO DE AMERICA PINHEIRO, 1830-1892) - PRATO DE SOBREMESA EM PORCELANA FRANCESA DE LIMOGES, MANUFATURA "HAVILAND & Cº", SÉC XIX. ESMALTADO COM RAMOS DE ROSA EM POLICROMIA. BORDA MONOGRAMA " BP " EM DOURADO E ROSA SOB COROA DE BARÃO. BORDA ONDULADA COM FRISO DOURADO. REPRODUZIDO NO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS NA PAG. 309. EXEMPLAR DESSE SERVIÇO COMPÕE TAMBÉM O ACERVO DO MUSEU IMPERIAL DE PETRÓPOLIS. 22 CM DE DIAMETRO. NOTA: IGNÁCIO JOSÉ DA AMÉRICA PINHEIRO, PRIMEIRO E ÚNICOBARÃO DE POTENGI (VALENÇA  IO DE JANEIRO,19 DE OUTUBRO DE 1892) FOI UM NOBRE BRASILEIRO. FILHO DE JOSÉ PINHEIRO DE SOUSA E DE ISABEL MARIA DA VISITAÇÃO, QUE ERA FILHA DE INÁCIO DE SOUSA WERNEK. CASOU-SE COM ANA PEREGRINA PINHEIRO WERNECK (1837 - 13 DE MARÇO DE 1925), E TORNOU-SE BARONESA DE POTENGI. AGRACIADO COM O TÍTULO DE BARÃO, POR DECRETO IMPERIAL DE17 DE JUNHO DE 1882.ERA IRMÃO DO VISCONDE DE IPIABAS, PEREGRINO JOSÉ DE AMÉRICA (OU DAMERICA) PINHEIRO (1811-1882) QUE FOI SENHOR DA FAMOSA FAZENDA ORIENTE EM VASSOURAS. A FAMÍLIA PINHEIRO TORNOU-SE UM  DOS MAIS IMPORTANTES CLÃNS CAFEEIROS DO BRASIL. UMA DAS FILHAS DO VISCONDE DE IPIABAS, DONA ANA PEREGRINA, PINHEIRO WERNECK VEIO A CASAR-SE COM O BARÃO DE POTENGI, IRMÃO DO VISCONDE IPIABAS, TORNANDO-SE PORTANTO TIO DE SUA ESPOSA E CUNHADO DE SEU IRMÃO. O VISCONDE DE IPIABAS E SEU IRMÃO O BARÃO DE POTENGY ERAM MEMBROS DA ANTIGA ARISTOCRACIA RURAL FLUMINENSE, ERAM UM DOS MAIORES PRODUTORES DE CAFÉ EM VALENÇA, RIO DE JANEIRO. PEREGRINO FOI COMENDADOR E CORONEL DA GUARDA NACIONAL, SENDO TAMBÉM AGRACIADO COM AS INSÍGNIAS DAS ORDENS DE CRISTO E DA ROSA, ALÉM DE SER MOÇO FIDALGO COM EXERCÍCIO NA CASA IMPERIAL. FOI PROVEDOR DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VALENÇA E MEMBRO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO, ALÉM DE CONTRIBUIR COM ELEVADA SOMA DE DINHEIRO PARA A CRIAÇÃO DO CORPO DO EXÉRCITO DO BRASIL QUE LUTOU NA GUERRA DO PARAGUAI. EXTREMAMENTE RELIGIOSO, COLABOROU PARA A RESTAURAÇÃO, E MESMO CONCLUSÃO, DE VÁRIAS IGREJAS LOCALIZADAS NA ÁREA DE VALENÇA. CASOU-SE NO DIA 4 DE FEVEREIRO DE 1841 COM SUA PRIMA-IRMÃ ANA ISABEL WERNECK, COM QUEM TEVE 15 FILHOS. PELA SUA INICIATIVA EM CONSTRUIR ESCOLAS, HOSPITAIS E EM LIBERTAR A MAIORIA DE SEUS ESCRAVOS E TORNA-LOS TRABALHADORES ASSALARIADOS, RECEBEU DO IMPERADOR INÚMERAS CONDECORAÇÕES, SENDO CAVALEIRO DA IMPERIAL ORDEM DA ROSA, DA IMPERIAL ORDEM DE CRISTO E TÍTULOS DE BARÃO E VISCONDE DE IPIABAS. FALECIDO EM 1883 DEIXOU PARA SEUS DESCENTES 38 ESCRAVOS, E MAIS DE 100 CONTOS DE RÉIS. A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO TROUXE GRANDES PREJUÍZOS FINANCEIROS A FAZENDA DA FAMÍLIA, QUE ERA ADMINISTRADA POR SUA VIÚVA, DONA ANA WERNECK QUE ACUMULOU MAIS DE 150 CONTOS DE RÉIS ANTES DE SUA MORTE EM 1892. NA VIRADA DO SÉCULO XX, A FORTUNA DA ANTIGA FAMÍLIA CAFEEIRA JÁ HAVIA EVAPORADO ENTRE OS DESCENDENTES. (VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE FOTOGRAFIA DO RETRATO DO VISCONDE DE IPIABAS)
  • BARÃO DE POTENGI (INACIO DE AMERICA PINHEIRO, 1830-1892) - PRATO EM PORCELANA FRANCESA DE LIMOGES, MANUFATURA "HAVILAND & Cº", SÉC XIX. ESMALTADO COM RAMOS DE ROSA EM POLICROMIA. BORDA MONOGRAMA " BP " EM DOURADO E ROSA SOB COROA DE BARÃO. BORDA ONDULADA COM FRISO DOURADO. REPRODUZIDO NO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS NA PAG. 309. EXEMPLAR DESSE SERVIÇO COMPÕE TAMBÉM O ACERVO DO MUSEU IMPERIAL DE PETRÓPOLIS. 24 CM DE DIAMETRO. NOTA: IGNÁCIO JOSÉ DA AMÉRICA PINHEIRO, PRIMEIRO E ÚNICOBARÃO DE POTENGI (VALENÇA  IO DE JANEIRO,19 DE OUTUBRO DE 1892) FOI UM NOBRE BRASILEIRO. FILHO DE JOSÉ PINHEIRO DE SOUSA E DE ISABEL MARIA DA VISITAÇÃO, QUE ERA FILHA DE INÁCIO DE SOUSA WERNEK. CASOU-SE COM ANA PEREGRINA PINHEIRO WERNECK (1837 - 13 DE MARÇO DE 1925), E TORNOU-SE BARONESA DE POTENGI. AGRACIADO COM O TÍTULO DE BARÃO, POR DECRETO IMPERIAL DE17 DE JUNHO DE 1882.ERA IRMÃO DO VISCONDE DE IPIABAS, PEREGRINO JOSÉ DE AMÉRICA (OU DAMERICA) PINHEIRO (1811-1882) QUE FOI SENHOR DA FAMOSA FAZENDA ORIENTE EM VASSOURAS. A FAMÍLIA PINHEIRO TORNOU-SE UM  DOS MAIS IMPORTANTES CLÃNS CAFEEIROS DO BRASIL. UMA DAS FILHAS DO VISCONDE DE IPIABAS, DONA ANA PEREGRINA, PINHEIRO WERNECK VEIO A CASAR-SE COM O BARÃO DE POTENGI, IRMÃO DO VISCONDE IPIABAS, TORNANDO-SE PORTANTO TIO DE SUA ESPOSA E CUNHADO DE SEU IRMÃO. O VISCONDE DE IPIABAS E SEU IRMÃO O BARÃO DE POTENGY ERAM MEMBROS DA ANTIGA ARISTOCRACIA RURAL FLUMINENSE, ERAM UM DOS MAIORES PRODUTORES DE CAFÉ EM VALENÇA, RIO DE JANEIRO. PEREGRINO FOI COMENDADOR E CORONEL DA GUARDA NACIONAL, SENDO TAMBÉM AGRACIADO COM AS INSÍGNIAS DAS ORDENS DE CRISTO E DA ROSA, ALÉM DE SER MOÇO FIDALGO COM EXERCÍCIO NA CASA IMPERIAL. FOI PROVEDOR DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VALENÇA E MEMBRO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO, ALÉM DE CONTRIBUIR COM ELEVADA SOMA DE DINHEIRO PARA A CRIAÇÃO DO CORPO DO EXÉRCITO DO BRASIL QUE LUTOU NA GUERRA DO PARAGUAI. EXTREMAMENTE RELIGIOSO, COLABOROU PARA A RESTAURAÇÃO, E MESMO CONCLUSÃO, DE VÁRIAS IGREJAS LOCALIZADAS NA ÁREA DE VALENÇA. CASOU-SE NO DIA 4 DE FEVEREIRO DE 1841 COM SUA PRIMA-IRMÃ ANA ISABEL WERNECK, COM QUEM TEVE 15 FILHOS. PELA SUA INICIATIVA EM CONSTRUIR ESCOLAS, HOSPITAIS E EM LIBERTAR A MAIORIA DE SEUS ESCRAVOS E TORNA-LOS TRABALHADORES ASSALARIADOS, RECEBEU DO IMPERADOR INÚMERAS CONDECORAÇÕES, SENDO CAVALEIRO DA IMPERIAL ORDEM DA ROSA, DA IMPERIAL ORDEM DE CRISTO E TÍTULOS DE BARÃO E VISCONDE DE IPIABAS. FALECIDO EM 1883 DEIXOU PARA SEUS DESCENTES 38 ESCRAVOS, E MAIS DE 100 CONTOS DE RÉIS. A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO TROUXE GRANDES PREJUÍZOS FINANCEIROS A FAZENDA DA FAMÍLIA, QUE ERA ADMINISTRADA POR SUA VIÚVA, DONA ANA WERNECK QUE ACUMULOU MAIS DE 150 CONTOS DE RÉIS ANTES DE SUA MORTE EM 1892. NA VIRADA DO SÉCULO XX, A FORTUNA DA ANTIGA FAMÍLIA CAFEEIRA JÁ HAVIA EVAPORADO ENTRE OS DESCENDENTES. (VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE FOTOGRAFIA DO RETRATO DO VISCONDE DE IPIABAS)
  • ANJO DA ANUNCIAÇÃO  ESCOLA DE GIUSEPPE SAMMARTINO (17201793) GRANDE E ESPLENDOROSA ESCULTURA NAPOLITANA COM PERNAS E BRAÇOS FINAMENTE ESCULPIDOS EM MADEIRA, CORPO ARTICULADO EM ESTOPA E ARAME E MARAVILHOSA  CABEÇA E OMBROS ESCULPIDOS EM TERRACORA POLICROMADA COM EXPRESSIVOS OLHOS EM VIDRO. A BOCA SUAVEMENTE ENTRABERTA COMO QUE A ENTOAR LOUVOR É PRIMOROSAMENTE CONTRUIDA MOSTRANDO DETALHES MORFOLÓGICOS MINUCIOSOS COMO OS SEUS DENTES. OLHAR VÍVIDO, EXPRESSÃO ANGELICAL. CINGE ROUPAS EM CETIM COM PASSAMANARIA EM FIOS DE OURO. INTEGRAVA PRESÉPIO NAPOLITANO SETECENTISTA SENDO UM DOS ANJOS QUE ANUNCIARAM AOS PASTORES O NASCIMENTO DE CRISTO. EXEMPLAR DE ANJOS DE PRESÉPIO NAPOLITANO COMO ESTE INTEGRAM O ACERVO DO METROPOLITAN MUSEUN EM NOVA YORK ( VIDE EM: https://www.metmuseum.org/art/collection/search/120019761?ft=*&pos=16&nextInternalLocale=en&oid=120019761&rpp=20&exhibitionId=%7B11D5F79F-EAE1-4F51-A594-E331B5882169%7D&pg=1). REINO DENÁPOLI, SEC. XVIII. 42 CM DE ALTURA.NOTA: O primeiro presépio de Nápoles é mencionado em um documento que evoca um presépio na igreja de Santa Maria del presepe em 1205 . Em Amalfi , de acordo com vários fundos, em 1324 já existia a cappella del presepe di casa d'Alagni (capela do presépio da casa de Alagni). Em 1340 , a rainha Sancha (esposa de Roberto I de Nápoles ) ofereceu às Clarissas um presépio para sua nova igreja, da qual sobreviveu a estátua da Virgem hoje no museu de San Martino. Outros exemplos datam de 1478 , com um presépio de Pietro e Giovanni Alemanno do qual doze estátuas chegaram até nós, e o presépio de mármore de 1475 de Antonio Rossellino, visível em Sant'Anna dei Lombardi . No século XV  , surgiram os primeiros escultores de figuras; entre eles os irmãos Pietro e Giovanni Alemanno que em 1470 criaram as esculturas de madeira para a representação da Natividade. Em 1507 , o lombardo Pietro Belverte esculpiu em Nápoles 28 estátuas para os frades de San Dominico Maggiore . Pela primeira vez, o presépio foi adaptado a uma gruta de pedra enriquecida com uma taberna.  Domenico Impicciati foi provavelmente o primeiro a fazer estatuetas de terracota para uso privado, inspirando-se em personagens da corte aragonesa. Em 1534 , chegou a Nápoles, San Gaetano de Thiene que trabalhava para o presépio de Santa Maria Maggiore em Roma . A habilidade de Caetano aumentou a popularidade do presépio e particularmente apreciado foi o construído no Hospital dos Incuráveis. Devemos aos padres escolápios nas primeiras décadas do século XVI , o presépio barroco. As estatuetas foram substituídas por manequins articulados de madeira cobertos com tecidos. Os primeiros manequins napolitanos eram de tamanho humano. O presépio mais famoso foi feito em 1627 pelos Piarists na Duchessa . A igreja piarista desmontava-o todos os anos para voltar a montá-lo no Natal seguinte: era outra inovação porque até então os presépios eram fixos. Em 1640 , graças a Michele Perrone, os manequins mantinham cabeças e membros de madeira, mas eram feitos com uma armação de arame coberta com estopa que dava às estátuas uma aparência mais plástica. No final do século XVII  , nasceu a teatralidade do presépio napolitano, onde se começou a misturar o sagrado ( Sagrada Família , Adoração dos Pastores e dos Magos ) e o profano com personagens do quotidiano.No SÉCULO XVIII  a criação de presépios experimentou uma verdadeira mania e tornou-se também o passatempo preferido da alta aristocracia e da burguesia napolitana que competiam na imaginação para desenvolver cenografias cada vez mais procuradas.  Os presépios tornaram-se mais profanos e os mais importantes contavam com várias centenas de súditos que invadiam os salões e terraços das casas e palácios napolitanos. Rei Carlos III e sua esposa, dizem, dedicava seu tempo livre a isso. Essa paixão pelo presépio em Nápoles suscitou tal frenesi coletivo que envolveu os melhores artistas do século na realização de figuras entre as quais os escultores Matteo Bottiglieri , Lorenzo e Dominico Vaccaro , e sem dúvida o maior escultor napolitano do século XVIII Giuseppe Sanmartino .Naquela época guias de viagem para estrangeiros exaltavam (ou criticavam) a exuberância dos napolitanos pelos presépios. A atenção dos viajantes é atraída não para os presépios apresentados nas igrejas, mas para aqueles feitos com grandes gastos por particulares, nobres e aristocratas. Estão expostas nos seus habitats onde todos podem vir visitá-las durante a época natalícia. As estatuetas (chamadas de pastori em italiano), cuja altura varia de 25  cm a 45  cm , têm rosto modelado em terracota (e não mais em madeira) com olhos de vidro. Os membros são articulados em madeira trabalhada. O corpo é feito de arame de ferro e estopa, ele próprio coberto por roupas. Além do cuidado com as roupas, essas figuras são caracterizadas por uma expressão muito realista. A sua ilusão de paisagem em profundidade resulta de uma hábil mistura da arte da perspectiva e do claro-escuro. É decorado com mercados, pontes, igrejas, fornos, rios... Na segunda metade do século XVIII  , após as escavações arqueológicas realizadas pelo rei Carlos III em Pompéia e Herculano , a caverna tradicional é gradualmente substituída por uma decoração de vestígios com colunas romanas. Em seguida, o registro dos sujeitos se afasta dos textos do Evangelho :  ali se integram cenas emprestadas da vida cotidiana com personagens como o jovem Procidienne , o nobre, o camponês, o bócio ou o inchado, o taberneiro com os banqueteiros, as crianças, os sapateiros, os vendedores de toldos , os tocadores de museta, os trompetistas... A representação de alimentos e animais também é documentada com grande precisão. Uma das mais importantes coleções de presépios napolitanos do mundo está no Bayerisches Nationalmuseum em Munique . A maior parte da coleção vem da coleção particular de Max Schmederer. Muitos presépios napolitanos também podem ser encontrados no museu de San Martino com talvez o mais famoso dos presépios barroco-rococó, chamado "de Cuciniello", legado ao museu em 1879 , então a coleção Perrone composta de anjos inteiramente em terracota esculpidos pelos mais famosos artistas napolitanos da época de ouro. Também estão em exibição o presépio Ricciardi centrado na Adoração dos Magos, o presépio Sartorius em açúcar representando um templo pagão em Paestum, o delicado presépio em coral, prata e cobre, testemunho da virtuose ( saber-fazer) dos artesãos sicilianos de Trapani no século XVIII  , e um presépio microscópico modelado em estuque em casca de ovo doado em 1942 por De Renzis di Montanaro. O Hôtel d'Agar em Cavaillon apresenta, a cada inverno, cerca de uma centena de estatuetas napolitanas dos séculos XVIII e XIX  , juntamente com uma coleção de pinturas napolitanas dos séculos XVII e XVIII  . Os proprietários revisitam a tradição napolitana abrindo sua mansão particular e convidando artistas contemporâneos a resgatar a história dessas estatuetas.
  • 1º BARÃO DE ITAMBÉ FRANCISCO JOSÉ TEIXEIRA (1780-1866)  BELO PRATO RASO PERTENCENTE AO SERVIÇO DO BARÃO DE ITAMBÉ. MANUFATURA EM PORCELANA DE PARIS. BORDA VERDE COM "VERMICULATED GROUND" REMATADO EM OURO. NA PARTE SUPERIOR, RESERVA ENRIQUECIDA COM MOTIVOS FLORAIS EM OURO, CONTENDO  OS DIZERES: "B. DE ITAMBÉ". AO CENTRO ROSÁCEA DOURADA. PASTA DURA. A MEU VER UM DOS MAIS BELOS SERVIÇOS DE PORCELANA DOS TITULARES BRASILEIROS. REPRODUZIDO NO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS NA PAG. 275, SEM MARCA. FRANÇA. SÉCULO XIX. 24 CM DE DIÂMETRO.NOTA: Francisco foi titulado barão por Decreto de 15 de novembro de 1856 em função de vários serviços prestados ao Segundo Reinado, tomando tal designação toponímica de um pico e de uma povoação de Minas Gerais, onde se radicara sua família. Nasceu na Fazenda da Ilha, em Conceição da Barra (São João d'El Rei), em 6 de setembro de 1780, e faleceu em Vassouras em 22 de março de 1866, aos 85 anos, sendo filho do Capitão Francisco José Teixeira (nascido em 1750 em São Tiago da Cuxita, na Comarca de Guimarães, Arcebispado de Braga, Portugal e falecido em 1788 quando trabalhava como minerador no Rio das Mortes, em Minas Gerais) e de D. Ana Josefa de Souza (nascida em 1758 em São João d'El Rei e falecida em 23 de janeiro de 1808) e neto paterno de Belchior Gonçalves e de Helena Teixeira e materno de Manuel Martins de Carvalho e de Josefa de Souza Monteiro. Casou-se em 13 de setembro de 1802 com Francisca Bernardina do Sacramento Leite Ribeiro, nascida também em São João d'El Rei no dia 4 de junho de 1781 e morta em Vassouras em 6 de setembro de 1864 aos 83 anos, por uma infeliz coincidência no dia do aniversário de 83 anos do marido. Era ela filha do sargento-mor José Leite Ribeiro e de D. Escolástica Maria de Jesus (nascida em 1745 no Distrito de Nazaré, também em São João d'El Rei, e falecida na mesma cidade em 25 de junho de 1823, aos 78 anos de idade), sendo neta paterna de Francisco Leite Ribeiro e de Isabel Ferreira e materna do sargento-mor Lourenço Correia Sardinha (nascido em Portugal em data ignorada e falecido em Minas Gerais em 1747) e de Maria da Assunção Morais (nascida em São João d'El Rei em 1721 e ali morta em 1763). Francisca Bernardina também era sobrinha do barão de Itamarandiba (Joaquim Vidal Leite Ribeiro), sendo sua mãe irmã do barão de Ayuruóca ou Airuóca (Custódio Ferreira Leite). O barão de Itambé foi um banqueiro de grande renome em toda a área do Vale do Paraíba e político de imenso prestígio e respeito, principalmente em Vassouras, cidade em que desenvolveu vários trabalhos sociais. A propósito, deixou ele no centro de Vassouras e bem ao lado da Matriz um belo palacete edificado entre 1848 e 1849 por José Joaquim Botelho. Trata-se de uma rica e elegante construção assobradada, com cobertura em telha de canal, de pé direito elevado. No sobrado, na parte central, há um amplo salão com três portas que se abrem para a varanda corrida com guarda-corpo de ferro e belos desenhos nas vidraças das portas. Por sua vez, o pavimento térreo, que é mais longo que o segundo, possui cinco janelas. À direita do solar, lateralmente, aparece o pórtico de entrada para a chácara, dotado de portão de ferro robusto e desenho refinado, encimado por frontão partido que tem ao centro uma gárgula de louça. O belo prédio hoje pertence à Universidade de Vassouras.Os barões de Itambé geraram 11 filhos (8 homens e 3 mulheres), sendo que o segundo - Francisco José Teixeira Leite - foi titulado barão de Vassouras em 1871. Além de banqueiro, o barão de Itambé foi também agricultor e prestigiado chefe político, tendo sido agraciado pelo Império como Comendador da Imperial Ordem da Rosa.A descendência o barão de Itambé 01. JOSÉ EUGÊNIO TEIXEIRA LEITE (1803-1873), nascido em 28 de julho de 1803 em Conceição da Barra. Casado em 25 de janeiro de 1835 com Maria Guilhermina Cândida Teixeira Leite, sua prima. O casal teve 6 filhos (José Eugênio Filho, Francisco Leopoldo, Maria, João, Francisca e Ana). 02. FRANCISCO JOSÉ TEIXEIRA LEITE, O BARÃO DE VASSOURAS (1804-1884), casado uma primeira vez com sua prima Ana Esméria Teixeira Leite e uma segunda vez com outra prima, Alexandrina Teixeira Leite. Com a primeira esposa ele gerou 7 filhos e com a segunda mais  11 descendentes. Esse barão merecerá um capítulo futuro. 03. JOÃO EVANGELISTA TEIXEIRA LEITE (1807-1861), nascido em Conceição da Barra em 15 de maio de 1807. Casado em 26 de outubro de 1837 com Ana Bernardina de Carvalho, nascida em 1816 e falecida em 1851, filha do 1º Barão do Amparo. O casal gerou 5 filhos, sendo que a terceira (Amélia Eugênia Teixeira Leite) casou-se com Joaquim Gomes Leite de Carvalho, o 2º barão do Amparo, seu tio. Os outros quatro foram João Evangelista Filho, Francisco Augusto, Francisca Bernardina e Ana Bernardina. 04. MARIANA (OU MARIA ALEXANDRINA) TEIXEIRA LEITE (1808-1842), nascida em Conceição da Barra em 18 de dezembro de 1808 e falecida em São João d'El Rei em 28 de junho de 1842. Casada em 2 de novembro de 1827 com Batista Caetano de Almeida (nascido em 3 de maio de 1797 e falecido em 24 de junho de 1839), com quem gerou 5 filhos (Mariana, Emília, Batista Caetano Filho, Manoel e Francisca Bernardina). 05. ANTÔNIO CARLOS TEIXEIRA LEITE (1810-1877), nascido em Conceição da Barra em 26 de julho de 1810 e morto em 20 de outubro de 1810. Casado em primeiras núpcias com Maria Jesuína Teixeira Leite, sua contraparente, não se descobrindo registro de filhos para eles. Casado uma segunda vez com Umbelina Cândida Teixeira Leite, sua prima, teve com ela 8 filhos (João Olímpio, Antônio Carlos, Custódio Sobrinho, Umbelina, Ernestina, Carlos Alberto, Jorge Luiz e Luciano Arnaldo). 06 JOAQUIM JOSÉ TEIXEIRA LEITE (1812-1872), nascido em Conceição da Barra e batizado na Matriz daquela cidade em 6 de fevereiro de 1812. Faleceu em Vassouras em 14 de novembro de 1872. Casado em 15 de agosto de 1847 com Ana Esméria Corrêa e Castro, filha de Laureano Corrêa e Castro, o barão de Campo Belo. O casal teve apenas duas filhas: Francisca e Eufrásia Teixeira Leite, esta nascida em 1850. Eufrásia herdou dos pais, entre outros vários bens, a Chácara da Hera. 07. CARLOS TEIXEIRA LEITE (1814-1873), nascido em Conceição da Barra, onde foi batizado em 28 de julho de 1814. Casado na mesma cidade, em primeiras núpcias, em 6 de setembro de 1844, com sua sobrinha Mariana Alexandrina Teixeira de Almeida (filha de Batista Caetano e Maria Alexandrina), com quem gerou três filhos (Mariana, Carlos e Luciano). De um segundo casamento com Carlota Augusta do Couto Teixeira, em 18 de outubro de 1858, nasceram mais 5 filhos (Francisca, Francisco José, Ernesto, Julieta e Estefânia). 08.ANA JESUÍNA C NDIDA TEIXEIRA LEITE (1815-1899), nascida em Conceição da Barra em 10 de dezembro de 1815. Casada com o Comendador Luciano Leite Ribeiro. Não se conhecem descendentes do casal. 09. MARIA GABRIELA TEIXEIRA LEITE (1817-1883), nascida em Conceição da Barra em 28 de setembro de 1817 e falecida em 21 de agosto de 1883. Casada, em 6 de setembro de 1844, com o Major Francisco José Teixeira e Souza, seu primo nascido em 1800. Tiveram 5 descendentes, sendo que a filha Emília Gabriela Teixeira Leite e Souza tornou-se esposa de Manuel Gomes de Carvalho, o barão do Rio Negro. 10. CUSTÓDIO TEIXEIRA LEITE (1819-1883), nascido em Conceição da Barra em 1819 e falecido na cidade de Nice, na França, em 1 de fevereiro de 1883. Casado com sua prima Teresa Vidal Leite Ribeiro. Tiveram três filhos falecidos solteiros, cujos nomes não se tornaram conhecidos. 11. PEDRO TEIXEIRA LEITE - Sem maiores dados.
  • SALVA DE SUSPENSÃO EM PRATA DE LEI - O REI DE PORTUGAL DOM AFONSO V DERROTA O SULTÃO DE FEZ E CONQUISTA O MARROCOS NO ANO DE 1471. PALACIANA SALVA DE SUSPENÇÃO  EM PRATA DE LEI REPRESENTANDO EM RESERVA A RENDIÇÃO DO SULTÃO DE FEZ  AO REI DE PORTUGAL DOM AFONSO V, DITO O AFRICANO. DE MUITO GRANDE DIMENSÃO ESTA SALVA DE SUSPENSÃO E APARATO FOI FEITA PARA CELEBRAR E REMEMORARAR AS CONQUISTAS PORTUGUESAS EM ÁFRICA SOB O REINADO DE DOM AFONSO V DE PORTUGAL (1438-1481). A RESERVA É EMOLDURADA POR VIRTUOSA REPRESENTAÇÃO RELEVADA DE FLORES, ROCAILLES VEGETALISTAS E CACHOS  DE UVA. O SULTÃO ENTREGA NA REPRESENTAÇÃO SUA ESPADA A DOM AFONSO V QUE LHE APONTA UMA LANÇA. PROVAVELMENTE A MAIS BONITA SALVA DE SUSPENSÃO QUE JÁ TIVEMOS EM LEILÃO NA DARGENT, ESSE IMPORTANTE EXEMPLAR FOI ELABORADO PARA EXIBIÇÃO EM SALÃO SENHORIAL COM OBJETIVO DE CELEBRAR AS VITÓRIAS PORGUESAS NA ÁFRICA. DE IMPRESSIONANTE TAMANHO E BELEZA É UMA PEÇA SINGULAR. PORTUGAL, SEC.  XVIII OU XIX. 56 CM DE DIAMETRO. 2690 GNOTA: As campanhas no Norte de África, que anunciam a segunda fase do reinado de D. Afonso V, foram tão notáveis que lhe valeram o cognome de o Africano. Em 1453, assistiu-se à queda de Constantinopla e com o avanço dos turcos na Europa o papa Calisto III apelou a uma Cruzada, a que o rei português respondeu prontamente. Mediante o fracasso desta missão, o monarca virou-se para a conquista de África, interrompida devido à tragédia de Tânger. Em 1458, conquistou-se a praça marroquina de Alcácer Ceguer e, em 1471, Arzila e Tânger. Estas vitórias foram importantes para a expansão portuguesa e D. Afonso V saiu tão dignificado com estas e com outras explorações, que passou a usar o título de Rei de Portugal e dos Algarves, de aquém e de além-mar em África. A expansão seguiu o seu ritmo, mas a responsabilidade de a comandar foi entregue ao filho D. João. Inspirado pelo espírito guerreiro e ambicioso pelas riquezas africanas, D. Afonso decidiu combater os mouros, espalhando a fé cristã pelas terras mais próximas. Em 1458 conquistou Alcácer Ceguer. Atacou e conquistou, para orgulho nacional, Tânger, em 1460, 1462 e 1464. Em 1471 tomou Arzila e Larache. Se intitulou rei de Portugal e dos Algarves de aquém e além mar em África. A conquista da praça marroquina de Alcácer Ceguer aos muçulmanos foi organizada pelo rei D. Afonso V em 1458. Em 1453, os Turcos Otomanos tinham tomado Constantinopla e preparavam-se para avançar sobre a Europa. O Papa Calisto III, sentindo-se ameaçado, pediu ajuda a todos os príncipes cristãos, entre os quais o rei de Portugal. A morte de Sua Santidade frustrou a cruzada, mas o rei português não desistiu e a 30 de setembro de 1458 embarcou com mais de 25 000 homens. A acalmia levou o exército a esperar na baía de Tânger, acabando por desembarcar em Alcácer Ceguer. A luta travada entre mouros e portugueses levou à rendição dos marroquinos. O novo domínio português foi confiado a D. Duarte de Meneses. Pouco tempo depois, a cidade foi alvo de uma nova investida dos mouros, mas os portugueses conseguiram resistir-lhes. A conquista de Alcácer Ceguer provou a fragilidade do império marroquino e mostrou a tendência expansionista portuguesa, abrindo caminho às novas conquistas que se seguiriam naquela região (Tânger e Arzila).  Alcácer Ceguer era uma antiga fortificação do século XII que fora um importante porto, muito utilizado nos tempos do Al-Andaluz para o embarque de tropas para a Península, mas à data era utilizado como um ninho de corsários da barbária, que ameaçava a navegação de Portugal, sobretudo os navios que faziam a ligação entre Lagos e Ceuta. A poderosa armada então reunida, composta por cerca de 280 naus, galés e outros navios, pelos cálculos de Damião de Góis, bem como cerca de 26.000 homens de combate, para além da tripulação e os serviçais. Seria a primeira conquista africana do jovem Rei D. Afonso V, muito influenciado pela política expansionista e belicista do infante D. Henrique. Com ele a política de expansão em Marrocos toma o primeiro plano das preocupações reais. Na empresa seguiam também o infante D. Henrique (que comandava a armada do Algarve), o infante D. Fernando, o marquês de Valença (que comandava a armada do Porto) e o marquês de Vila Viçosa. A armada partiu de Lagos a 17 de Outubro de 1458, lançando ferro dois dias depois diante de Tânger, terra de dolorosas recordações para os portugueses, que ali haviam deixado como refém o infante D. Fernando que morrera em cativeiro. A tentação de atacar essa praça foi forte na cabeça de D. Afonso V que chefiava a armada, no sentido de vingar a memória de seu tio, mas o conselho militar desaconselhou esse intento e a alteração de planos. A aceitação dessa opinião do conselho fazia lei na época superior à vontade do soberano. Muito embora nada o impedisse de a não respeitar, a tanto se não abalançou o rei, por corresponder ao assumir por seu único risco o ónus do eventual desastre, que não deixaria de ser criticado em cortes futuras. Levantando ferro para dar cumprimento ao plano estabelecido, no dia 21 de Outubro a armada chega diante da cidade, que é cercada. As primeiras escaramuças foram naturalmente na praia, ao desembarque dos primeiros portugueses, mas com tal ímpeto se deu o ataque que aos mouros nada mais restou que se refugiarem dentro de muralhas. O ataque português é implacável e muito eficaz, baseado no poder de fogo da artilharia pesada, com o qual as muralhas são seriamente danificadas, e à estratégia do rei de Fez, Abd al-Hakk (que em 1437 havia capturado o Infante Santo), enquanto preparava um ataque a Tlemcen, fora avisado de que a frota de D. Afonso V estava à vista de Tânger. Indeciso sobre o alvo dos Portugueses, que poderia ser Tânger ou a capital, Fez, decidiu ir defender a última. No final do dia 22 a cidadela rende-se condicionalmente, isto é, os moradores sairiam livremente, com as suas fazendas, e entregariam todos os cativos cristãos que estavam em seu poder. Então se organizou uma procissão, com D. Afonso apeado para tomar posse da praça, até à mesquita que fez consagrar e dedicar a Santa Maria da Misericórdia. Grandes festejos e distribuição de mercês se seguiram, tendo sido nomeado D. Duarte de Menezes capitão da praça conquistada. A conquista de Alcácer foi facilitada pelo facto de parte da armada portuguesa ter sido desviada acidentalmente pelo vento para diante de Tânger, acontecimento que confundiu os marroquinos, e evitou que concentrassem forças na sua defesa. Após as respectivas reparações e reforço de guarnição, retira a esquadra com destino a Ceuta. Era a primeira vez que o Africano, visitava Ceuta, ao chegar lá e ao comparar a grandeza e o esplendor desta cidade, com a pequenez e a pobreza de Alcácer Ceguer, cuja conquista tanto o satisfizera, não deixava agora de experimentar alguma decepção. Logo após a sua tomada, o rei de Fez tentou por duas vezes reavê-la. D. Afonso V ainda se encontrava em Ceuta, quando foi informado de que as forças de Abd al-Hakk se preparavam para retomar Alcácer-Ceguer. Afonso V de imediato decidiu acorrer em defesa da praça ameaçada, sendo dissuadido por seus conselheiros. Deliberou-se então desafiar o rei de Fez para uma batalha campal, à maneira da Idade Média, tendo os emissários portugueses sido recebidos a tiros e forçados a retroceder. A esquadra portuguesa aportou ao largo de Alcácer-Ceguer mas os seus esforços foram em vão, uma vez que os sitiantes não se amedrontaram, não tendo sido possível fazer chegar qualquer tipo de ajuda aos sitiados. O primeiro cerco (durante os meses de Novembro e Dezembro) durou 53 dias e foi levantado a 2 de Janeiro de 1459. Contudo a guarnição da cidade, comandada por D. Duarte de Meneses (filho do primeiro capitão de Ceuta, D. Pedro de Meneses), conseguiu resistir e defender a praça. Abd al-Hakk voltou a cercar Alcácer entre 2 de Julho e 24 de Agosto de 1459. Os louros da sua invencibilidade são atribuídos pelo cronista Zurara ao capitão da Praça D. Duarte de Meneses, filho do capitão de Ceuta D. Pedro de Meneses.
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