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Arte sacra

SANTIAGO DE COMPOSTELA (SANTIAGO MAIOR) - RARA INSIGNIA DE ESMOLEIRO EM PRATA DE LEI COM FEITIO DE CONCHA. EUROPA, SEC. XVII. 11 CM DE ALTURA. NOTA: Tiago filho de Zebedeu ou Santiago Maior foi um dos primeiros discípulos a derramar o seu sangue e a morrer por sua Fé. Membro de uma família de pescadores, irmão de João Evangelista - ambos apelidados Boanerges (Filhos do Trovão), pelos seus temperamentos impulsivos- e um dos três discípulos mais próximos de Jesus Cristo, o apóstolo Santiago não apenas esteve presente em dois dos momentos mais importantes da vida do Messias: a transfiguração no monte Tabor e a oração no Jardim das Oliveiras -, senão que também formou parte do restrito grupo que foi testemunha do seu último milagre, a sua aparição já ressuscitado nas margens do mar de Tiberíades. Após a morte de Cristo, Santiago, apaixonado e impetuoso, formou parte do grupo inicial da Igreja primitiva de Jerusalém e, no seu labor evangelizador, segundo as tradições medievais, partiu território peninsular espanhol, concretamente a região do noroeste, conhecida então como Gallaecia. Algumas teorias apontam que o atual patrono de Espanha chegou às terras do norte pela desabitada costa de Portugal. Outras, no entanto, traçam o seu caminho pelo Vale do Ebro e pela via romana cantábrica e há inclusivamente as que asseguram que Santiago chegou à Península pela atual Cartagena, desde onde prosseguiu a sua viagem até à região ocidental do mapa. Após recrutar os sete varões apostólicos, que foram ordenados bispos em Roma por São Pedro e receberam a missão de evangelizar na Hispania, o apóstolo Santiago regressou a Jerusalém, segundo os textos apócrifos, para, juntamente com os grandes discípulos de Jesus, acompanhar a Virgem no seu leito de morte. Ali foi torturado e decapitado no ano 42 por ordem de Herodes Agripa I, rei da Judeia. Os supostos testamentos relatam que, antes de morrer, Maria recebeu a visita de Jesus ressuscitado, a quem pediu passar os seus últimos dias rodeada dos apóstolos, que se encontravam dispersos por todo o mundo. O seu filho permite-lhe que seja ela mesma, através de aparições milagrosas, a avisar os discípulos e, desta forma, a Virgem apresentou-se sobre um pilar de Zaragoza perante o apóstolo Santiago e os sete varões, episódio hoje venerado na basílica de Nuestra Seora del Pilar. Foram estes sete discípulos, relata a lenda, os que, após escaparem aproveitando a obscuridade da noite, trasladaram o corpo do apóstolo Santiago numa barca até à Galiza, onde chegaram através do porto de Iria Flavia (atual Padrón). Os varões depositaram o corpo do seu mestre numa rocha que foi cedendo e cedendo, até converter-se no Sarcófago Santo- para visitarem a rainha Lupa, que então dominava desde o seu castelo as terras onde agora se assenta Compostela, e solicitar-lhe à poderosa monarca pagã terras para sepultar Santiago. A rainha acusou os recém-chegados do pecado da soberba enviou-os à corte do vizinho rei Duyos, inimigo do cristianismo, que acabou por prendê-los. Segundo a tradição, um anjo noutros relatos, um brilho luminoso e estrelado libertou os sete homens do seu cativeiro e, durante a sua fuga, um novo milagre acabou com a vida dos soldados que os perseguiam ao cruzarem uma ponte. Mas este não foi o único contratempo que os varões enfrentaram. Os bois que a rainha lhe havia facilitado para guiarem o carro que transportaria o corpo de Santiago a Compostela resultaram ser touros selvagens que, no entanto, também milagrosamente, foram-se amansando por si sós ao longo do caminho. Lupa, atónita perante tais episódios, rendeu-se aos varões e converteu-se ao cristianismo, mandou derrubar todos os lugares de culto celta e cedeu o seu palácio particular para enterrar o Apóstolo. Hoje ergue-se no seu lugar a catedral de Santiago. Não foi até oito séculos mais tarde, no ano 813, quando um ermitão chamado Paio alertou o bispo de Iria Flavia, Teodomiro, da estranha e potente luminosidade de uma estrela que observou no monte Libredón (daí o nome de Compostela, campus stellae, Campo da Estrela). Sob as ervas daninhas, ao pé de um carvalho, foi encontrado um altar com três monumentos funerários. Um deles guardava no seu interior um corpo degolado com a cabeça debaixo do braço. Ao seu lado, um letreiro rezava: Aqui jaz Santiago, filho do Zebedeu e de Salomé. O religioso, por revelação divina, atribuiu os restos ósseos a Santiago, Teodoro e Atanásio, dois dos discípulos do Apóstolo compostelano, e informou do descobrimento o rei galaico-asturiano Afonso II o Casto, que, após visitar o lugar, nomeou o Apóstolo patrono do reino e mandou construir uma igreja em sua honra. Rapidamente se estendeu por toda Europa a notícia da existência do sepulcro santo galego e o apóstolo Santiago converteu-se no grande símbolo da Reconquista espanhola. O rei das Astúrias foi apenas o primeiro de toda a maré de peregrinos que vieram depois. A autenticidade dos restos do apóstolo Santiago gerou, no entanto, muitos e acesos debates e protagonizou meticulosas investigações. A inverosímil trasladação pela dificuldade que supõe do corpo do discípulo de Jesus até solo galego é apenas uma das muitas lacunas de uma tradição que se move entre o rigor histórico e as lendas mágicas. Estudos arqueológicos demonstraram que Compostela era uma necrópole pré-cristã, mas jamais se efetuaram investigações científicas sobre os restos que guardam as paredes da Catedral, até ao ponto de alguns investigadores terem inclusivamente atribuído tais relíquias ósseas a Prisciliano de Ávila, o bispo hispano acusado de heresia. No entanto, a história dos ossos do Apóstolo não acaba aqui. Uma vez descobertas e honradas com um templo cristão, as relíquias não pararam quietas muito tempo. Segundo a tradição oral, no século XVI tiveram que ser escondidas para evitar a profanação pelos piratas que ameaçaram a cidade compostelana após desembarcarem no porto da Corunha (maio de 1589). As escavações levadas a cabo em finais do século XIX, ao perder-se a pista dos restos de Santiago, revelaram a existência de um esconderijo dentro da abside, atrás do altar principal, mas fora da edícula que haviam construído os discípulos de 99 centímetros de comprimento e 30 de largura, onde se ocultaram, e se perderam, durante anos, os ossos do Apóstolo. Em 1884, o papa Leão XIII reconheceu oficialmente esta segunda descoberta

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Tipo: Arte sacra

SANTIAGO DE COMPOSTELA (SANTIAGO MAIOR) - RARA INSIGNIA DE ESMOLEIRO EM PRATA DE LEI COM FEITIO DE CONCHA. EUROPA, SEC. XVII. 11 CM DE ALTURA. NOTA: Tiago filho de Zebedeu ou Santiago Maior foi um dos primeiros discípulos a derramar o seu sangue e a morrer por sua Fé. Membro de uma família de pescadores, irmão de João Evangelista - ambos apelidados Boanerges (Filhos do Trovão), pelos seus temperamentos impulsivos- e um dos três discípulos mais próximos de Jesus Cristo, o apóstolo Santiago não apenas esteve presente em dois dos momentos mais importantes da vida do Messias: a transfiguração no monte Tabor e a oração no Jardim das Oliveiras -, senão que também formou parte do restrito grupo que foi testemunha do seu último milagre, a sua aparição já ressuscitado nas margens do mar de Tiberíades. Após a morte de Cristo, Santiago, apaixonado e impetuoso, formou parte do grupo inicial da Igreja primitiva de Jerusalém e, no seu labor evangelizador, segundo as tradições medievais, partiu território peninsular espanhol, concretamente a região do noroeste, conhecida então como Gallaecia. Algumas teorias apontam que o atual patrono de Espanha chegou às terras do norte pela desabitada costa de Portugal. Outras, no entanto, traçam o seu caminho pelo Vale do Ebro e pela via romana cantábrica e há inclusivamente as que asseguram que Santiago chegou à Península pela atual Cartagena, desde onde prosseguiu a sua viagem até à região ocidental do mapa. Após recrutar os sete varões apostólicos, que foram ordenados bispos em Roma por São Pedro e receberam a missão de evangelizar na Hispania, o apóstolo Santiago regressou a Jerusalém, segundo os textos apócrifos, para, juntamente com os grandes discípulos de Jesus, acompanhar a Virgem no seu leito de morte. Ali foi torturado e decapitado no ano 42 por ordem de Herodes Agripa I, rei da Judeia. Os supostos testamentos relatam que, antes de morrer, Maria recebeu a visita de Jesus ressuscitado, a quem pediu passar os seus últimos dias rodeada dos apóstolos, que se encontravam dispersos por todo o mundo. O seu filho permite-lhe que seja ela mesma, através de aparições milagrosas, a avisar os discípulos e, desta forma, a Virgem apresentou-se sobre um pilar de Zaragoza perante o apóstolo Santiago e os sete varões, episódio hoje venerado na basílica de Nuestra Seora del Pilar. Foram estes sete discípulos, relata a lenda, os que, após escaparem aproveitando a obscuridade da noite, trasladaram o corpo do apóstolo Santiago numa barca até à Galiza, onde chegaram através do porto de Iria Flavia (atual Padrón). Os varões depositaram o corpo do seu mestre numa rocha que foi cedendo e cedendo, até converter-se no Sarcófago Santo- para visitarem a rainha Lupa, que então dominava desde o seu castelo as terras onde agora se assenta Compostela, e solicitar-lhe à poderosa monarca pagã terras para sepultar Santiago. A rainha acusou os recém-chegados do pecado da soberba enviou-os à corte do vizinho rei Duyos, inimigo do cristianismo, que acabou por prendê-los. Segundo a tradição, um anjo noutros relatos, um brilho luminoso e estrelado libertou os sete homens do seu cativeiro e, durante a sua fuga, um novo milagre acabou com a vida dos soldados que os perseguiam ao cruzarem uma ponte. Mas este não foi o único contratempo que os varões enfrentaram. Os bois que a rainha lhe havia facilitado para guiarem o carro que transportaria o corpo de Santiago a Compostela resultaram ser touros selvagens que, no entanto, também milagrosamente, foram-se amansando por si sós ao longo do caminho. Lupa, atónita perante tais episódios, rendeu-se aos varões e converteu-se ao cristianismo, mandou derrubar todos os lugares de culto celta e cedeu o seu palácio particular para enterrar o Apóstolo. Hoje ergue-se no seu lugar a catedral de Santiago. Não foi até oito séculos mais tarde, no ano 813, quando um ermitão chamado Paio alertou o bispo de Iria Flavia, Teodomiro, da estranha e potente luminosidade de uma estrela que observou no monte Libredón (daí o nome de Compostela, campus stellae, Campo da Estrela). Sob as ervas daninhas, ao pé de um carvalho, foi encontrado um altar com três monumentos funerários. Um deles guardava no seu interior um corpo degolado com a cabeça debaixo do braço. Ao seu lado, um letreiro rezava: Aqui jaz Santiago, filho do Zebedeu e de Salomé. O religioso, por revelação divina, atribuiu os restos ósseos a Santiago, Teodoro e Atanásio, dois dos discípulos do Apóstolo compostelano, e informou do descobrimento o rei galaico-asturiano Afonso II o Casto, que, após visitar o lugar, nomeou o Apóstolo patrono do reino e mandou construir uma igreja em sua honra. Rapidamente se estendeu por toda Europa a notícia da existência do sepulcro santo galego e o apóstolo Santiago converteu-se no grande símbolo da Reconquista espanhola. O rei das Astúrias foi apenas o primeiro de toda a maré de peregrinos que vieram depois. A autenticidade dos restos do apóstolo Santiago gerou, no entanto, muitos e acesos debates e protagonizou meticulosas investigações. A inverosímil trasladação pela dificuldade que supõe do corpo do discípulo de Jesus até solo galego é apenas uma das muitas lacunas de uma tradição que se move entre o rigor histórico e as lendas mágicas. Estudos arqueológicos demonstraram que Compostela era uma necrópole pré-cristã, mas jamais se efetuaram investigações científicas sobre os restos que guardam as paredes da Catedral, até ao ponto de alguns investigadores terem inclusivamente atribuído tais relíquias ósseas a Prisciliano de Ávila, o bispo hispano acusado de heresia. No entanto, a história dos ossos do Apóstolo não acaba aqui. Uma vez descobertas e honradas com um templo cristão, as relíquias não pararam quietas muito tempo. Segundo a tradição oral, no século XVI tiveram que ser escondidas para evitar a profanação pelos piratas que ameaçaram a cidade compostelana após desembarcarem no porto da Corunha (maio de 1589). As escavações levadas a cabo em finais do século XIX, ao perder-se a pista dos restos de Santiago, revelaram a existência de um esconderijo dentro da abside, atrás do altar principal, mas fora da edícula que haviam construído os discípulos de 99 centímetros de comprimento e 30 de largura, onde se ocultaram, e se perderam, durante anos, os ossos do Apóstolo. Em 1884, o papa Leão XIII reconheceu oficialmente esta segunda descoberta

Informações

Lance

    • Lote Vendido
Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada