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Porcelana

CONDE DE SARZEDAS (Campo Grande, Portugal, 20 de abril de 1756 Rio de Janeiro, 1818)) D. BERNANDO JOSÉ MARIA DA SILVEIRA E LORENA. GOVERNADOR GERAL DE SÃO PAULO DE 1782 ATÉ 1797 E FUNDADOR DA CIDADE DE CAMPANHA NO SUL DE MINAS GERAIS. PRATO EM PORCELA DA COMPANHIA DAS INDIAS REINADO JIAQING (1796 1820). DECORADO COM ABA DELIMITADA POR FRISOS EM AZUL E ARREMATES EM OURO. NA CALDEIRA BRASÃO DE ARMAS DO ENCOMENDANTE E SEU LEMA QUAS CUNQUE FINDT (AQUELE QUE FENDE OU SEJA AQUELE QUE ABRE CAMINHO), LEMA DAS ARMAS DOS TÁVORA, PERTENCENTE A BERNARDO JOSE MARIA DA SILVA E LORENA. Exemplar do mesmo serviço reproduzido à pagina 151 do livro Louça da Aristocracia no Brasil, por Jenny Dreyfus e também em Nuno de Castro: A Porcelana Chinesa e os Brasões do Império, p. 200. 24,5 CM DE DIÂMETRO. CHINA, SÉC. XVIII / XIX.NOTA: BERNARDO JOSÉ MARIA DE LORENA E SILVEIRA, QUINTO CONDE DE SARZEDAS, (CAMPO GRANDE, 20 DE ABRIL DE 1756 RIO DE JANEIRO, 1818) foi um fidalgo e administrador colonial português no Brasil e na India. Segundo o registo de batismo nasceu e foi batizado na Paroquia do Campo Grande em Lisboa, no dia 20 de abril de 1756, sendo neste apontados como seus pais D. Nuno Gaspar de Távora e D. Maria Inácia da Silveira. Entretanto atualmente veio a luz a condição de Dom Bernardo José Maria de Lorena e Silveira como filho de criação de Nuno Gaspar de Lorena, e de fato filho bastardo do rei D. José I com a "Marquesa Nova" (Tereza de Távora), esposa de D. Luís Bernardo de Lorena e Távora, 4.º Marquês de Távora, executado junto com os demais Távoras em 1759. Sendo assim, Bernardo de Lorena era meio irmão de D. Maria I, a qual sucedeu no trono a seu pai D. José I, e que lhe concedeu cargos e honrarias, e seu nascimento, em 1758, provocou a Conspiração dos Távoras, o Caso Távora. Nuno Gaspar teria sido pai de criação por ter sido o 4º Marquês de Távora executado e Tereza de Távora presa em convento, onde ficou até falecer. Essa afirmação teve origem em Saint-Hilaire, que o conheceu no Brasil, e escreveu sobre Bernardo de Lorena e Frei Lourenço do Caraça em seu livro "Viagem pelas capitanias de Rio de Janeiro e de Minas Gerais". A amizade de Frei Lourenço do Caraça com Bernardo de Lorena despertou as suspeitas de Saint-Hilaire, pois o misterioso frei é visto, até hoje, como um dos muitos fugitivos do Caso Távora e era de São João da Pesqueira, lugar de senhorio dos Távoras, e era da família Figueiredo, ligada aos Távoras. Moço fidalgo com exercício nomeado em 3 de fevereiro de 1766; capitão de cavalaria agregado à 1ª Corte. Grã-cruz da Ordem de São Tiago e comendador da Ordem de Cristo; capitão-general de Minas Gerais e Vice-rei da Índia. Em 1786 recebeu a carta de conselheiro. A 19 de agosto de 1786 nomeado, por Dona Maria I, capitão-general governador da capitania de São Paulo, no Brasil, cargo de que só tomou posse a 5 de junho de 1788 (mas Nobreza de Portugal cita outra data: 25 de julho). O nascimento de Bernardo, filho bastardo, teria então causado a Conspiração dos Távora contra o rei. Faleceu no Rio de Janeiro em 1819. Seu governo em São Paulo durou nove anos, terminando em 28 de junho de 1797. Entre suas obras mais importantes, a Calçada do Lorena, o primeiro caminho calçado com pedras na Serra do Mar que ligou o litoral ao planalto e à cidade de São Paulo. Terminado este seu governo, que durou até 28 de junho de 1797, quando entregou o mando a António Manuel de Melo Castro e Mendonça, foi render o Visconde de Barbacena no governo da província de Minas Gerais. Ali fundou a cidade de Campanha. Concluída em 1805 a comissão, foi agraciado com o título de 5º Conde de Sarzedas, como descendente de um irmão do 1º conde de Sarzedas. Nomeado conselheiro de capa e espada do Conselho Ultramarino, deputado da Junta de administração do Tabaco, e finalmente a 17 de setembro de 1806 vice-rei da Índia. Em 1806 foi nomeado vice-rei da Índia, que governou por também nove anos até 29 de novembro de 1816. Tal título havia sido extinto em 1774. Entrou a barra de Goa a 27 de maio de 1807, sendo recebido com entusiasmo por vir investido na dignidade de vice-rei, que em 1774 fora suprimida pelo marquês de Pombal. Achavam-se ainda em Goa uns 30 mil e tantos soldados ingleses que ocupavam a cidade sob pretexto de a proteger contra empresas dos franceses. No governo de Veiga Cabral, seu antecessor, homewm inábil e de curtas vistas, os ingleses governavam a pretexto de defender Goa das tropas napoleônicas. As tropas lhe haviam sido impostas pelo Marquês de Wellesley, irmão do duque de Wellington. Não sucedeu, porém, assim com o Conde: Sarzedas mostrou dignidade e força de caráter. Só a 1 de novembro de 1810 começaram os ingleses a retirar-se. A 2 de abril de 1813 saiu de Goa o último regimento. Sarzedas governou a Índia durante nove anos. Conseguiu a extinção completa da Inquisição de Goa, restabelecida em 1779, na reação contra a política pombalina, e conseguiu revigorar a autoridade portuguesa com tato e firmeza. Entregando o governo ao seu sucessor, o 1º conde de Rio Pardo, a 29 de novembro de 1816, retirou-se para o Brasil, onde veio a falecer três anos depois. O PROCESSO DOS TÁVORAS: Foi um ruidoso caso com forte repercussão inclusive no Brasil, em que encabeçados pelos Condes de Távora foi perpetrado um atentado contra a vida do Rei Dom José I. Francisco Carlos Távora de Albuquerque Caixeta assim relata o ocorrido: No ano de 1758, D. José I foi vítima de um atentado. A partir daí, sob a acusação da prática dos crimes de Traição e Lesa-Majestade, procedeu-se uma perseguição a membros de algumas das principais famílias da nobreza de Portugal, especialmente o Duque de Aveiro e o Marquês de Távora. Tal perseguição culminou num julgamento de cunho político repleto de irregularidades jurídicas e numa execução bárbara com requintes de crueldade que entrou para a história como "O Processo dos Távora", igualmente cognominado de "O Caso dos Távoras" é um episódio histórico muito famoso em Portugal com repercussões no Brasil. A história remonta o ano de 1750, quando El-Rei Nosso Senhor de Portugal, D. João V nomeou D. Francisco de Assis (o Marquês de Távora), para o cargo de Vice-Rei da Índia. Assim, em março daquele ano o Marquês de Távora partiu para a Índia com o intuito de representar a Coroa Portuguesa naquele país, acompanhado de sua esposa D. Leonor Tomásia de Távora (a Marquesa de Távora) e seus filhos Luís Bernardo (o Marquês-novo) e José Maria, deixando em Portugal suas duas filhas casadas e a esposa de Luís Bernardo, Teresa de Távora e Lorena (a Marquesa-nova). Enquanto D. Francisco de Assis estava em Goa, na Índia, o rei D. João V faleceu, assumindo o trono o até então príncipe D. José (agora El-Rei D.José I). Ao regressarem a Portugal, após quatro anos de bem sucedido governo de D. Francisco de Assis na Índia, os Marqueses de Távora foram informados por amigos e parentes que a esposa de Luís Bernardo de Távora, D. Teresa de Távora havia se tornado a amante preferida do rei D. José I, e que esse relacionamento amoroso adulterino já era de conhecimento público. Indignada com a situação, D. Leonor passou a pleitear a anulação canônica do casamento de seu filho Luís Bernardo e exigiu que o mesmo não mais convivesse maritalmente com D. Teresa. A posição radical adotada pela Marquesa de Távora em relação ao casamento do filho mais velho, aborreceu extremamente o rei D. José I, o qual mandou seu principal ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, tentar convencer os Marqueses de Távora de que D. Teresa deveria retomar a vida conjugal normal com o marido Luís Bernardo de Távora. Contudo, os Marqueses se mostraram irredutíveis. Posteriormente, o próprio rei D. José I solicitou pessoalmente a D. Francisco de Assis que fosse relevado o "suposto affair" de D. Teresa com aquele regente em troca de favores e títulos no governo, mas D. Francisco de Assis recusou a proposta do rei, irritando-o mais profundamente ainda. Pouco tempo depois, em 1º de novembro de 1755, dia de feriado religioso católico português denominado "Dia de Todos os Santos", a cidade de Lisboa (capital do Império Português) sofreu um terrível terremoto que destruiu casas, igrejas, edifícios e palácios, e que foi sentido inclusive em outras cidades do Reino. Não se tratou de mais um dos tantos abalos sísmicos a que os europeus estavam acostumados, mas sim o pior da história do velho continente já registrado. Além do terremoto, Lisboa foi inundada por um grande maremoto e depois ficou ardendo em chamas durante seis dias. Os membros do clero de Portugal encararam essa catástrofe natural como uma revolta de Deus em relação aos amores adulterinos do rei D. José I e de sua política de governo, da qual era figura fundamental o ministro Carvalho e Melo. Um dos sacerdotes mais exaltados foi o padre Gabriel Malagrida, o qual chegou a escrever um manifesto intitulado "Juízo da Verdadeira Causa do Terremoto" descrevendo o cataclismo como punição divina aos pecados dos governantes do país e profetizando novos desastres se os culpados continuassem a agir daquela forma; o que provocou a ira do rei e do ministro Carvalho e Melo. É imperioso mencionar que o rei D. José I não gostava de governar e delegava a maioria de seus poderes, principalmente para o seu ministro de confiança Sebastião José de Carvalho e Melo (o qual futuramente foi nomeado Marquês de Pombal 03). Desse modo, determinados membros da nobreza começaram a se incomodar com o fato de uma pessoa considerada de origem inferior a deles deter cada vez mais poder prestígio e importância no Reino. Foram nessas circunstâncias que se esboçou um movimento palaciano contestatório, encabeçado pelo desembargador Costa Freire, com o fulcro de derrubar o governo e substituí-lo por outro, a ser constituído por alguns membros da nobreza portuguesa. Posto isso, em 03 de setembro de 1758, deu-se o incidente que mudou a história. Nessa noite, o rei D. José I saiu secretamente para uma breve visita a sua amante predileta, D. Teresa de Távora. Tanto era secreto esse encontro que alguns dias antes o rei havia decretado luto oficial no país em virtude da morte de sua irmã Maria Bárbara, ex-rainha da Espanha; fato esse que impedia as saídas dos membros da Família Real do Paço que habitavam em Belém, depois do terremoto em Lisboa. Desse modo, o rei não se serviu da carruagem nem da escolta reais. Ao retornar do encontro com a Marquesa-nova, o monarca tomou a estrada de volta ao Paço, quando por volta das onze e meia da noite, homens encapuzados abriram fogo de clavina e pistola sobre a carruagem que transportava o soberano, ferindo-o no ombro e braço direitos, bem como nas costas. Contudo, o cocheiro conseguiu escapar levando o rei até a casa do Marquês de Angeja , na Junqueira, onde permaneceu até o amanhecer, quando regressou ao Paço numa carruagem real e escoltado por um corpo de Dragões. Vale ressaltar a incrível celeridade com que ocorreram os derradeiros atos da marcha processual, pois a defesa dos réus foi entregue no dia 11 de janeiro de 1759 às quatro horas da tarde e nesse mesmo dia a Junta conclui os autos e requereu ao rei permissão para agravar as penas previstas em lei. No dia 12, foi concluída a devassa, redigida a sentença, comunicada aos réus e executada na manhã do dia 13. Destarte, o julgamento foi em tudo contrário às leis e a justiça, mesmo porque consoante o escritor português Luiz Lancastre e Távora há registros de que a sentença já se encontrava previamente lavrada antes mesmo do término do julgamento. Tanto isso é verdade que nem os juízes cuidaram em averiguar um único fato alegado pelos réus em sua defesa ou em inquirir uma só testemunha por eles oferecidas. Não obstante, passa-se, enfim, à parte das sentenças: ao Duque de Aveiro e ao Marquês de Távora pai seria aplicada a pena de serem rompidos em vida, quebrando-lhes os ossos das pernas, braços e peito a golpes de maça, estando seus corpos atados às rodas, após o que seria queimados, sendo as cinzas jogadas ao mar. D. Leonor teria a cabeça decepada à espada pelo carrasco, o qual após expor a cabeça ao povo deveria queimá-la juntamente com o restante do corpo e lançar as cinzas ao mar. O Marquês Luís Bernardo, José Maria Távora e o Conde de Atouguia seriam logo garrotados e só depois quebrados os ossos das pernas e braços, antes de serem seus corpos lançados na mesma fogueira que os predecessores. Pena igual aplicar-se-ia aos criados Manuel Álvares e João Miguel, assim como ao cabo Brás Romeiro. António Álvares e José Policarpo de Azevedo seriam atados em postes altos e queimados em vida, tendo suas cinzas o mesmo destino das dos outros réus. Além disso, todos foram condenados a desnaturazilação de Portugal, exautoração das honras e privilégios da nobreza a que tinham direito e total confisco de bens. Ademais, no tocante especificamente à família Távora, ficava de futuro proibido o uso do sobrenome Távora; determinava-se que suas armas fossem picadas e raspadas onde quer que se encontrassem; o restante das mulheres deveriam ser separadas dos filhos (os quais ficavam obrigados a professar) e encerradas em conventos; e suas casas arrasadas e salgados os chãos onde se erguiam para eterna lembrança desse castigo. A execução da sentença ocorreu no sítio de Belém, no chamado Cais Grande, onde se construiu especialmente para tal feito um alto e grande patíbulo todo em madeira sobre o qual se encontravam os postes, as rodas, as aspas e todos os outros apetrechos necessários a sua realização; e onde até hoje existe um pelourinho.

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CONDE DE SARZEDAS (Campo Grande, Portugal, 20 de abril de 1756 Rio de Janeiro, 1818)) D. BERNANDO JOSÉ MARIA DA SILVEIRA E LORENA. GOVERNADOR GERAL DE SÃO PAULO DE 1782 ATÉ 1797 E FUNDADOR DA CIDADE DE CAMPANHA NO SUL DE MINAS GERAIS. PRATO EM PORCELA DA COMPANHIA DAS INDIAS REINADO JIAQING (1796 1820). DECORADO COM ABA DELIMITADA POR FRISOS EM AZUL E ARREMATES EM OURO. NA CALDEIRA BRASÃO DE ARMAS DO ENCOMENDANTE E SEU LEMA QUAS CUNQUE FINDT (AQUELE QUE FENDE OU SEJA AQUELE QUE ABRE CAMINHO), LEMA DAS ARMAS DOS TÁVORA, PERTENCENTE A BERNARDO JOSE MARIA DA SILVA E LORENA. Exemplar do mesmo serviço reproduzido à pagina 151 do livro Louça da Aristocracia no Brasil, por Jenny Dreyfus e também em Nuno de Castro: A Porcelana Chinesa e os Brasões do Império, p. 200. 24,5 CM DE DIÂMETRO. CHINA, SÉC. XVIII / XIX.NOTA: BERNARDO JOSÉ MARIA DE LORENA E SILVEIRA, QUINTO CONDE DE SARZEDAS, (CAMPO GRANDE, 20 DE ABRIL DE 1756 RIO DE JANEIRO, 1818) foi um fidalgo e administrador colonial português no Brasil e na India. Segundo o registo de batismo nasceu e foi batizado na Paroquia do Campo Grande em Lisboa, no dia 20 de abril de 1756, sendo neste apontados como seus pais D. Nuno Gaspar de Távora e D. Maria Inácia da Silveira. Entretanto atualmente veio a luz a condição de Dom Bernardo José Maria de Lorena e Silveira como filho de criação de Nuno Gaspar de Lorena, e de fato filho bastardo do rei D. José I com a "Marquesa Nova" (Tereza de Távora), esposa de D. Luís Bernardo de Lorena e Távora, 4.º Marquês de Távora, executado junto com os demais Távoras em 1759. Sendo assim, Bernardo de Lorena era meio irmão de D. Maria I, a qual sucedeu no trono a seu pai D. José I, e que lhe concedeu cargos e honrarias, e seu nascimento, em 1758, provocou a Conspiração dos Távoras, o Caso Távora. Nuno Gaspar teria sido pai de criação por ter sido o 4º Marquês de Távora executado e Tereza de Távora presa em convento, onde ficou até falecer. Essa afirmação teve origem em Saint-Hilaire, que o conheceu no Brasil, e escreveu sobre Bernardo de Lorena e Frei Lourenço do Caraça em seu livro "Viagem pelas capitanias de Rio de Janeiro e de Minas Gerais". A amizade de Frei Lourenço do Caraça com Bernardo de Lorena despertou as suspeitas de Saint-Hilaire, pois o misterioso frei é visto, até hoje, como um dos muitos fugitivos do Caso Távora e era de São João da Pesqueira, lugar de senhorio dos Távoras, e era da família Figueiredo, ligada aos Távoras. Moço fidalgo com exercício nomeado em 3 de fevereiro de 1766; capitão de cavalaria agregado à 1ª Corte. Grã-cruz da Ordem de São Tiago e comendador da Ordem de Cristo; capitão-general de Minas Gerais e Vice-rei da Índia. Em 1786 recebeu a carta de conselheiro. A 19 de agosto de 1786 nomeado, por Dona Maria I, capitão-general governador da capitania de São Paulo, no Brasil, cargo de que só tomou posse a 5 de junho de 1788 (mas Nobreza de Portugal cita outra data: 25 de julho). O nascimento de Bernardo, filho bastardo, teria então causado a Conspiração dos Távora contra o rei. Faleceu no Rio de Janeiro em 1819. Seu governo em São Paulo durou nove anos, terminando em 28 de junho de 1797. Entre suas obras mais importantes, a Calçada do Lorena, o primeiro caminho calçado com pedras na Serra do Mar que ligou o litoral ao planalto e à cidade de São Paulo. Terminado este seu governo, que durou até 28 de junho de 1797, quando entregou o mando a António Manuel de Melo Castro e Mendonça, foi render o Visconde de Barbacena no governo da província de Minas Gerais. Ali fundou a cidade de Campanha. Concluída em 1805 a comissão, foi agraciado com o título de 5º Conde de Sarzedas, como descendente de um irmão do 1º conde de Sarzedas. Nomeado conselheiro de capa e espada do Conselho Ultramarino, deputado da Junta de administração do Tabaco, e finalmente a 17 de setembro de 1806 vice-rei da Índia. Em 1806 foi nomeado vice-rei da Índia, que governou por também nove anos até 29 de novembro de 1816. Tal título havia sido extinto em 1774. Entrou a barra de Goa a 27 de maio de 1807, sendo recebido com entusiasmo por vir investido na dignidade de vice-rei, que em 1774 fora suprimida pelo marquês de Pombal. Achavam-se ainda em Goa uns 30 mil e tantos soldados ingleses que ocupavam a cidade sob pretexto de a proteger contra empresas dos franceses. No governo de Veiga Cabral, seu antecessor, homewm inábil e de curtas vistas, os ingleses governavam a pretexto de defender Goa das tropas napoleônicas. As tropas lhe haviam sido impostas pelo Marquês de Wellesley, irmão do duque de Wellington. Não sucedeu, porém, assim com o Conde: Sarzedas mostrou dignidade e força de caráter. Só a 1 de novembro de 1810 começaram os ingleses a retirar-se. A 2 de abril de 1813 saiu de Goa o último regimento. Sarzedas governou a Índia durante nove anos. Conseguiu a extinção completa da Inquisição de Goa, restabelecida em 1779, na reação contra a política pombalina, e conseguiu revigorar a autoridade portuguesa com tato e firmeza. Entregando o governo ao seu sucessor, o 1º conde de Rio Pardo, a 29 de novembro de 1816, retirou-se para o Brasil, onde veio a falecer três anos depois. O PROCESSO DOS TÁVORAS: Foi um ruidoso caso com forte repercussão inclusive no Brasil, em que encabeçados pelos Condes de Távora foi perpetrado um atentado contra a vida do Rei Dom José I. Francisco Carlos Távora de Albuquerque Caixeta assim relata o ocorrido: No ano de 1758, D. José I foi vítima de um atentado. A partir daí, sob a acusação da prática dos crimes de Traição e Lesa-Majestade, procedeu-se uma perseguição a membros de algumas das principais famílias da nobreza de Portugal, especialmente o Duque de Aveiro e o Marquês de Távora. Tal perseguição culminou num julgamento de cunho político repleto de irregularidades jurídicas e numa execução bárbara com requintes de crueldade que entrou para a história como "O Processo dos Távora", igualmente cognominado de "O Caso dos Távoras" é um episódio histórico muito famoso em Portugal com repercussões no Brasil. A história remonta o ano de 1750, quando El-Rei Nosso Senhor de Portugal, D. João V nomeou D. Francisco de Assis (o Marquês de Távora), para o cargo de Vice-Rei da Índia. Assim, em março daquele ano o Marquês de Távora partiu para a Índia com o intuito de representar a Coroa Portuguesa naquele país, acompanhado de sua esposa D. Leonor Tomásia de Távora (a Marquesa de Távora) e seus filhos Luís Bernardo (o Marquês-novo) e José Maria, deixando em Portugal suas duas filhas casadas e a esposa de Luís Bernardo, Teresa de Távora e Lorena (a Marquesa-nova). Enquanto D. Francisco de Assis estava em Goa, na Índia, o rei D. João V faleceu, assumindo o trono o até então príncipe D. José (agora El-Rei D.José I). Ao regressarem a Portugal, após quatro anos de bem sucedido governo de D. Francisco de Assis na Índia, os Marqueses de Távora foram informados por amigos e parentes que a esposa de Luís Bernardo de Távora, D. Teresa de Távora havia se tornado a amante preferida do rei D. José I, e que esse relacionamento amoroso adulterino já era de conhecimento público. Indignada com a situação, D. Leonor passou a pleitear a anulação canônica do casamento de seu filho Luís Bernardo e exigiu que o mesmo não mais convivesse maritalmente com D. Teresa. A posição radical adotada pela Marquesa de Távora em relação ao casamento do filho mais velho, aborreceu extremamente o rei D. José I, o qual mandou seu principal ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, tentar convencer os Marqueses de Távora de que D. Teresa deveria retomar a vida conjugal normal com o marido Luís Bernardo de Távora. Contudo, os Marqueses se mostraram irredutíveis. Posteriormente, o próprio rei D. José I solicitou pessoalmente a D. Francisco de Assis que fosse relevado o "suposto affair" de D. Teresa com aquele regente em troca de favores e títulos no governo, mas D. Francisco de Assis recusou a proposta do rei, irritando-o mais profundamente ainda. Pouco tempo depois, em 1º de novembro de 1755, dia de feriado religioso católico português denominado "Dia de Todos os Santos", a cidade de Lisboa (capital do Império Português) sofreu um terrível terremoto que destruiu casas, igrejas, edifícios e palácios, e que foi sentido inclusive em outras cidades do Reino. Não se tratou de mais um dos tantos abalos sísmicos a que os europeus estavam acostumados, mas sim o pior da história do velho continente já registrado. Além do terremoto, Lisboa foi inundada por um grande maremoto e depois ficou ardendo em chamas durante seis dias. Os membros do clero de Portugal encararam essa catástrofe natural como uma revolta de Deus em relação aos amores adulterinos do rei D. José I e de sua política de governo, da qual era figura fundamental o ministro Carvalho e Melo. Um dos sacerdotes mais exaltados foi o padre Gabriel Malagrida, o qual chegou a escrever um manifesto intitulado "Juízo da Verdadeira Causa do Terremoto" descrevendo o cataclismo como punição divina aos pecados dos governantes do país e profetizando novos desastres se os culpados continuassem a agir daquela forma; o que provocou a ira do rei e do ministro Carvalho e Melo. É imperioso mencionar que o rei D. José I não gostava de governar e delegava a maioria de seus poderes, principalmente para o seu ministro de confiança Sebastião José de Carvalho e Melo (o qual futuramente foi nomeado Marquês de Pombal 03). Desse modo, determinados membros da nobreza começaram a se incomodar com o fato de uma pessoa considerada de origem inferior a deles deter cada vez mais poder prestígio e importância no Reino. Foram nessas circunstâncias que se esboçou um movimento palaciano contestatório, encabeçado pelo desembargador Costa Freire, com o fulcro de derrubar o governo e substituí-lo por outro, a ser constituído por alguns membros da nobreza portuguesa. Posto isso, em 03 de setembro de 1758, deu-se o incidente que mudou a história. Nessa noite, o rei D. José I saiu secretamente para uma breve visita a sua amante predileta, D. Teresa de Távora. Tanto era secreto esse encontro que alguns dias antes o rei havia decretado luto oficial no país em virtude da morte de sua irmã Maria Bárbara, ex-rainha da Espanha; fato esse que impedia as saídas dos membros da Família Real do Paço que habitavam em Belém, depois do terremoto em Lisboa. Desse modo, o rei não se serviu da carruagem nem da escolta reais. Ao retornar do encontro com a Marquesa-nova, o monarca tomou a estrada de volta ao Paço, quando por volta das onze e meia da noite, homens encapuzados abriram fogo de clavina e pistola sobre a carruagem que transportava o soberano, ferindo-o no ombro e braço direitos, bem como nas costas. Contudo, o cocheiro conseguiu escapar levando o rei até a casa do Marquês de Angeja , na Junqueira, onde permaneceu até o amanhecer, quando regressou ao Paço numa carruagem real e escoltado por um corpo de Dragões. Vale ressaltar a incrível celeridade com que ocorreram os derradeiros atos da marcha processual, pois a defesa dos réus foi entregue no dia 11 de janeiro de 1759 às quatro horas da tarde e nesse mesmo dia a Junta conclui os autos e requereu ao rei permissão para agravar as penas previstas em lei. No dia 12, foi concluída a devassa, redigida a sentença, comunicada aos réus e executada na manhã do dia 13. Destarte, o julgamento foi em tudo contrário às leis e a justiça, mesmo porque consoante o escritor português Luiz Lancastre e Távora há registros de que a sentença já se encontrava previamente lavrada antes mesmo do término do julgamento. Tanto isso é verdade que nem os juízes cuidaram em averiguar um único fato alegado pelos réus em sua defesa ou em inquirir uma só testemunha por eles oferecidas. Não obstante, passa-se, enfim, à parte das sentenças: ao Duque de Aveiro e ao Marquês de Távora pai seria aplicada a pena de serem rompidos em vida, quebrando-lhes os ossos das pernas, braços e peito a golpes de maça, estando seus corpos atados às rodas, após o que seria queimados, sendo as cinzas jogadas ao mar. D. Leonor teria a cabeça decepada à espada pelo carrasco, o qual após expor a cabeça ao povo deveria queimá-la juntamente com o restante do corpo e lançar as cinzas ao mar. O Marquês Luís Bernardo, José Maria Távora e o Conde de Atouguia seriam logo garrotados e só depois quebrados os ossos das pernas e braços, antes de serem seus corpos lançados na mesma fogueira que os predecessores. Pena igual aplicar-se-ia aos criados Manuel Álvares e João Miguel, assim como ao cabo Brás Romeiro. António Álvares e José Policarpo de Azevedo seriam atados em postes altos e queimados em vida, tendo suas cinzas o mesmo destino das dos outros réus. Além disso, todos foram condenados a desnaturazilação de Portugal, exautoração das honras e privilégios da nobreza a que tinham direito e total confisco de bens. Ademais, no tocante especificamente à família Távora, ficava de futuro proibido o uso do sobrenome Távora; determinava-se que suas armas fossem picadas e raspadas onde quer que se encontrassem; o restante das mulheres deveriam ser separadas dos filhos (os quais ficavam obrigados a professar) e encerradas em conventos; e suas casas arrasadas e salgados os chãos onde se erguiam para eterna lembrança desse castigo. A execução da sentença ocorreu no sítio de Belém, no chamado Cais Grande, onde se construiu especialmente para tal feito um alto e grande patíbulo todo em madeira sobre o qual se encontravam os postes, as rodas, as aspas e todos os outros apetrechos necessários a sua realização; e onde até hoje existe um pelourinho.

Informações

Lance

    • Lote Vendido
Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada