Lote 154
Carregando...

Tipo:
Arte africana

GRANDE MÁSCARA PWO MWANA (MULHER JOVEM) POVO CHOKWE, ANGOLA E REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO. DECORADA COM DREADLOCKS EM BAMBU ZAIRE, SEC. XX. 40 CM DE ALTURADurante muito tempo, as máscaras africanas foram vistas pelos colonizadores europeus como peças exóticas, exibidas como curiosidades nos museus ou nas residências de viajantes ricos. Para os povos africanos, contudo elas tem um significado espiritual e religioso e, desde tempos remotos, são usadas em celebrações, nascimentos, rituais de iniciação, colheita, funerais, casamentos, preparação da guerra, para curar doentes e outras situações. O uso de máscaras é uma característica dos povos da África Subsaariana (ao sul do deserto do Saara). Um povo pode ter dezenas de máscaras diferentes e, entre os numerosos povos do continente, elas variam em estilo, tamanho, material utilizado, usos e significados. A máscara africana é, dessa forma, importante elemento de identidade cultural de cada etnia atestando a riqueza e a complexidade do patrimônio cultural africano. Quando uma pessoa usa a máscara africana ela assume a entidade que a máscara representa, transformando-se no espírito evocado pela própria máscara que passa a residir dentro do corpo da pessoa. A máscara africana procura captar a essência do espírito, e não os seus traços físicos reais; por isso, ela faz uso de distorções e abstrações. As máscaras africanas do povo Bwa, de Burkina Faso, por exemplo, representam espíritos invisíveis da floresta e por isso, têm formas abstratas, puramente geométricas. Já as máscaras africanas do povo Fang, do Gabão, Guiné e República dos Camarões, tem a forma do rosto bastante afunilada e reduzida a poucos elementos: os olhos são pontos, a boca é pequeno círculo, sobrancelhas e nariz unidos. Muitas culturas africanas imprimem em suas máscaras elementos morais. As máscaras africanas dos Senefu, povo da Costa do Marfim, por exemplo, têm os olhos meio fechados, simbolizando uma atitude pacífica, autocontrole e paciência. Já as máscaras africanas dos Grebo, também da Costa do Marfim, têm olhos redondos representando estado de alerta e raiva, e o nariz reto que significa determinação e decisão. Em Serra Leoa, boca e olhos pequenos representam humildade, e uma testa grande e saliente representa sabedoria. Os animais são comumente representados nas máscaras africanas. Uma máscara africana de animal pode representar, de fato, o espírito de um determinado animal e servir de meio para transmitir-lhe uma mensagem ou um pedido (por exemplo, para que fique longe da aldeia ou não devore a plantação). Em outros casos, um animal pode servir de símbolo de virtudes específicas. Assim, por exemplo, o búfalo representa força física para a cultura Baoulé, da Costa do Marfim. Antílopes são associados a colheitas abundantes de milho para os Dogon e os Bambara, do Mali. Há, ainda, as máscaras africanas que misturam traços de animais distintos, às vezes junto com traços humanos. Neste caso, elas representam virtudes excepcionais que distinguem um espírito, um grupo ou um indivíduo de status elevado. As máscaras africanas kifwebe dos Songye, da República Popular do Congo, misturam listras de zebra, dentes de crocodilo, olhos de camaleão, boca de porco selvagem, crista de galo, penas de coruja e muito mais. No Gabão, queixo e boca grandes representam autoridade e força. Outro tema comum das máscaras africanas é o rosto feminino. As máscaras africanas femininas dos Punu, do Gabão, por exemplo, têm olhos amendoados, sobrancelhas finas e arqueadas, nariz e queixo finos, maçãs do rosto salientes e trazem a pele embranquecida com caolin. Já as máscaras africanas femininas do povo Baga, de Guiné-Bissau, tem escariações no rosto, nariz grande e seios caídos. Uma das representações mais conhecidas da beleza feminina é a Idia, máscara africana de Benin, feita de latão. Acredita-se ter sido encomendada pelo obá Esigie (c.1516-c.1550) em memória de sua mãe. Para honrar sua mãe, uma rainha-guerreira grande estrategista militar e conselheira política, o rei usava a máscara em seu quadril durante cerimônias especiais. A veneração dos antepassados é um elemento fundamental da maioria das culturas africanas tradicionais e, por isso, também eles são temas para máscaras. Um exemplo bem conhecido é a máscara africana Pwo Mwana (literalmente mulher jovem) do povo Chokwe, de Angola e República Democrática do Congo, que mistura elementos referentes à beleza feminina (face oval bem proporcionada, nariz e queixo pequeno) e outros referentes à morte (olhos afundados e fechados, pele rachada e lágrimas simbolizando a dor da morte). Representam um ancestral feminino que morreu jovem e é venerada em rituais associados à fertilidade. Os dançarinos Pwo Mwana dançam de forma elegante e graciosa e usam trajes e adereços femininos. Há também máscaras ancestrais relacionadas a pessoas notáveis, históricas ou míticas. O povo Kuba, da República Democrática do Congo, reverencia seu lendário fundador Woot com a máscara africana mwaash ambooy, e a sua linda esposa Mweel com a máscara africana ngady anwaash. As máscaras africanas trazem um padrão de triângulos brancos e pretos pintados no rosto e são ricamente decoradas com búzios e miçangas coloridas. A feminina tem linhas diagonais nas bochechas representando lágrimas. A máscara africana nunca é usada sozinha. O traje é componente importante para esconder a identidade humana do mascarado. A música e a dança são fundamentais para criar o ambiente propício que capta a essência do espírito. O dançarino mascarado é alguém escolhido ou iniciado nos oficios religiosos. Durante a cerimônia de máscara, o dançarino entra em transe profundo, e durante este estado ele se comunica com os espíritos e antepassados que transmitem mensagens. Muitas vezes, as mensagens são confusas ou incompreensíveis e precisam ser decifradas por um homem que acompanha o dançarino mascarado durante o ritual. As cerimônias de máscaras africanas são sempre acompanhados de dança e música tocada com instrumentos musicais tradicionais. A participação do público completa a cerimônia. Batendo palmas, marcando o ritmo com os pés, cantando e, algumas vezes, dançando junto com o mascarado, o público contribui para a intensidade do ritual. Essa forte relação entre humanos e espíritos é a grande marca da cultura tradicional dos povos da África Subsaariana. https://ensinarhistoriajoelza.com.br/mascaras-africanas-recortar-colorir/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues.

Peça

Visitas: 3425

GRANDE MÁSCARA PWO MWANA (MULHER JOVEM) POVO CHOKWE, ANGOLA E REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO. DECORADA COM DREADLOCKS EM BAMBU ZAIRE, SEC. XX. 40 CM DE ALTURADurante muito tempo, as máscaras africanas foram vistas pelos colonizadores europeus como peças exóticas, exibidas como curiosidades nos museus ou nas residências de viajantes ricos. Para os povos africanos, contudo elas tem um significado espiritual e religioso e, desde tempos remotos, são usadas em celebrações, nascimentos, rituais de iniciação, colheita, funerais, casamentos, preparação da guerra, para curar doentes e outras situações. O uso de máscaras é uma característica dos povos da África Subsaariana (ao sul do deserto do Saara). Um povo pode ter dezenas de máscaras diferentes e, entre os numerosos povos do continente, elas variam em estilo, tamanho, material utilizado, usos e significados. A máscara africana é, dessa forma, importante elemento de identidade cultural de cada etnia atestando a riqueza e a complexidade do patrimônio cultural africano. Quando uma pessoa usa a máscara africana ela assume a entidade que a máscara representa, transformando-se no espírito evocado pela própria máscara que passa a residir dentro do corpo da pessoa. A máscara africana procura captar a essência do espírito, e não os seus traços físicos reais; por isso, ela faz uso de distorções e abstrações. As máscaras africanas do povo Bwa, de Burkina Faso, por exemplo, representam espíritos invisíveis da floresta e por isso, têm formas abstratas, puramente geométricas. Já as máscaras africanas do povo Fang, do Gabão, Guiné e República dos Camarões, tem a forma do rosto bastante afunilada e reduzida a poucos elementos: os olhos são pontos, a boca é pequeno círculo, sobrancelhas e nariz unidos. Muitas culturas africanas imprimem em suas máscaras elementos morais. As máscaras africanas dos Senefu, povo da Costa do Marfim, por exemplo, têm os olhos meio fechados, simbolizando uma atitude pacífica, autocontrole e paciência. Já as máscaras africanas dos Grebo, também da Costa do Marfim, têm olhos redondos representando estado de alerta e raiva, e o nariz reto que significa determinação e decisão. Em Serra Leoa, boca e olhos pequenos representam humildade, e uma testa grande e saliente representa sabedoria. Os animais são comumente representados nas máscaras africanas. Uma máscara africana de animal pode representar, de fato, o espírito de um determinado animal e servir de meio para transmitir-lhe uma mensagem ou um pedido (por exemplo, para que fique longe da aldeia ou não devore a plantação). Em outros casos, um animal pode servir de símbolo de virtudes específicas. Assim, por exemplo, o búfalo representa força física para a cultura Baoulé, da Costa do Marfim. Antílopes são associados a colheitas abundantes de milho para os Dogon e os Bambara, do Mali. Há, ainda, as máscaras africanas que misturam traços de animais distintos, às vezes junto com traços humanos. Neste caso, elas representam virtudes excepcionais que distinguem um espírito, um grupo ou um indivíduo de status elevado. As máscaras africanas kifwebe dos Songye, da República Popular do Congo, misturam listras de zebra, dentes de crocodilo, olhos de camaleão, boca de porco selvagem, crista de galo, penas de coruja e muito mais. No Gabão, queixo e boca grandes representam autoridade e força. Outro tema comum das máscaras africanas é o rosto feminino. As máscaras africanas femininas dos Punu, do Gabão, por exemplo, têm olhos amendoados, sobrancelhas finas e arqueadas, nariz e queixo finos, maçãs do rosto salientes e trazem a pele embranquecida com caolin. Já as máscaras africanas femininas do povo Baga, de Guiné-Bissau, tem escariações no rosto, nariz grande e seios caídos. Uma das representações mais conhecidas da beleza feminina é a Idia, máscara africana de Benin, feita de latão. Acredita-se ter sido encomendada pelo obá Esigie (c.1516-c.1550) em memória de sua mãe. Para honrar sua mãe, uma rainha-guerreira grande estrategista militar e conselheira política, o rei usava a máscara em seu quadril durante cerimônias especiais. A veneração dos antepassados é um elemento fundamental da maioria das culturas africanas tradicionais e, por isso, também eles são temas para máscaras. Um exemplo bem conhecido é a máscara africana Pwo Mwana (literalmente mulher jovem) do povo Chokwe, de Angola e República Democrática do Congo, que mistura elementos referentes à beleza feminina (face oval bem proporcionada, nariz e queixo pequeno) e outros referentes à morte (olhos afundados e fechados, pele rachada e lágrimas simbolizando a dor da morte). Representam um ancestral feminino que morreu jovem e é venerada em rituais associados à fertilidade. Os dançarinos Pwo Mwana dançam de forma elegante e graciosa e usam trajes e adereços femininos. Há também máscaras ancestrais relacionadas a pessoas notáveis, históricas ou míticas. O povo Kuba, da República Democrática do Congo, reverencia seu lendário fundador Woot com a máscara africana mwaash ambooy, e a sua linda esposa Mweel com a máscara africana ngady anwaash. As máscaras africanas trazem um padrão de triângulos brancos e pretos pintados no rosto e são ricamente decoradas com búzios e miçangas coloridas. A feminina tem linhas diagonais nas bochechas representando lágrimas. A máscara africana nunca é usada sozinha. O traje é componente importante para esconder a identidade humana do mascarado. A música e a dança são fundamentais para criar o ambiente propício que capta a essência do espírito. O dançarino mascarado é alguém escolhido ou iniciado nos oficios religiosos. Durante a cerimônia de máscara, o dançarino entra em transe profundo, e durante este estado ele se comunica com os espíritos e antepassados que transmitem mensagens. Muitas vezes, as mensagens são confusas ou incompreensíveis e precisam ser decifradas por um homem que acompanha o dançarino mascarado durante o ritual. As cerimônias de máscaras africanas são sempre acompanhados de dança e música tocada com instrumentos musicais tradicionais. A participação do público completa a cerimônia. Batendo palmas, marcando o ritmo com os pés, cantando e, algumas vezes, dançando junto com o mascarado, o público contribui para a intensidade do ritual. Essa forte relação entre humanos e espíritos é a grande marca da cultura tradicional dos povos da África Subsaariana. https://ensinarhistoriajoelza.com.br/mascaras-africanas-recortar-colorir/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues.

Informações

Lance

    • Lote Vendido
Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada