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Arte sacra

IMPORTANTE RELICÁRIO OITOCENTISTA EM MADEIRA CONTENDO ÓCULO E EM SEU INTERIOR RELICÁRIO COM RELÍQUIAS DOS SEGUINTES SANTOS: SÃO DOMINGOS DE GUSMÃO, SÃO FRANCISCO DE ASSIS, SÃO TOMAS DE AQUINO, SÃO VICENTE FERRER, SANTO ANTONIO DE PÁDUA, SÃO ROQUE, SÃO FILIPE NERI, SANTO ANDRÉ APÓSTOLO, SANTA CLARA, SANTA ESCOLÁSTICA, SÃO JOÃO DE DEUS, SANTA CATARINA DE SIENA E SÃO FRANCISCO DE PAULA. EXISTEM AO TODO 20 RELIQUIAS MAS ALGUMAS NÃO PODEM SER IDENTIFICADAS PORQUE A IDENTIFICAÇÃO FICA ALÉM DO ALCANCE DO VISOR DO ÓCULO. ITÁLIA, INICIO DO SEC. XIX. 54 CM DE ALTURA. NOTA: São Domingos nasceu em Caleruega, na Castela Velha em 1170, Espanha, e pertencia à alta linhagem dos Gusmão. O pai, Félix de Gusmão, queria entusiasmá-lo pelas armas; o menino preferia porém andar com a mãe, Joana de Aza, grande esmoler, e com clérigos e monges. Interessante é que antes de Domingos nascer sua mãe sonhou com um cão, que trazia na boca uma tocha acesa de que irradiava grande luz sobre o mundo. Mais do que sonho foi uma profecia, pois Domingos de Gusmão, de estatura mediana, corpo esguio, rosto bonito e levemente corado, cabelos e barba levemente vermelhos, belos olhos luminosos, não fez outra coisa senão iluminar todo o seu tempo e a Igreja com a Luz do Evangelho, isso depois de se desapegar a tal ponto de si e das coisas, que chegou a vender todos os seus ricos livros, a fim de comprar comida aos famintos. Homem de oração, penitência e amor à Palavra de Deus, São Domingos acolheu o chamado ao sacerdócio e ao ser ordenado (no ano de 1203 em Osma, onde foi nomeado cônego). No ano de 1204, Domingos seguiu para Roma a fim de obter do Papa licença para evangelizar os bárbaros na Germânia. No entanto, o Papa Inocêncio III orientou-o para a conversão dos Albigenses que infestavam todo o Sul da França com suas heresias. Desta forma, Domingos fez do sul da França, o seu principal campo de ação. Quando os hereges se depararam com a verdadeira pobreza evangélica de São Domingos de Gusmão, muitos aderiram à Verdade, pois nesta altura já nascia, no ano de 1215 em Tolosa, a primeira casa dos Irmãos Pregadores, também conhecidos como Dominicanos (cães do Senhor) que na mendicância, amor e propagação do Rosário da Virgem Maria, rígida formação teológica e apologética, levavam em comunidade a Véritas, ou seja, a verdade libertadora. São Domingos de Gusmão faleceu com 51 anos. SÃO FRANCISCO DE ASSIS: Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Jovem orgulhoso, vaidoso e rico, que se tornou o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos. Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a Senhora Pobreza. Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?. Ele respondeu que ao amo. Porque, então, transformas o amo em criado?, replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na igrejinha de São Damião: Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas. Partindo em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes. A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho. Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida. Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224. Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. O seráfico pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX. SÃO TOMÁZ DE AQUINO: Doutor da Igreja, professor de teologia, filosofia e outras ciências nas principais universidades do mundo em seu tempo; frei caridoso, estudioso dos livros sagrados, sucessor na importância teórica de São Paulo e Santo Agostinho. Assim era Tomás dAquino, que não passou de um simples sacerdote. Muito se falou, se fala e se falará deste Santo, cuja obra perdura atualíssima ao longo dos séculos. São dezenas de escritos, poesias, cânticos e hinos até hoje lidos, recitados e cantados por cristãos de todo o mundo. Tomás nasceu em 1225, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família feudal italiana dos condes de Aquino. Possuía laços de sangue com as famílias reais da Itália, França, Sicília e Alemanha, esta ligada à casa de Aragão. Ingressou no mosteiro beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos que não pararia nunca mais. Depois, frequentou a Universidade de Nápoles, mas, quando decidiu entrar para a Ordem de São Domingos encontrou forte resistência da família. Seus irmãos chegaram a trancá-lo num castelo por um ano, para tentar mantê-lo afastado dos conventos, mas sua mãe acabou por libertá-lo e, finalmente, Tomás pôde se entregar à religião. Tinha então dezoito anos. Não sendo por acaso a sua escolha pela Ordem de São Domingos, que trabalha para unir Ciência e Fé em favor da humanidade. Este sempre foi seu objetivo maior. Foi para Colônia e Paris estudar com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Por sua mansidão e silêncio foi apelidado de boi mudo. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bologna e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes. Grande intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: oferecer aos outros os frutos da contemplação. Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou. Escrevia e publicava obras importantíssimas, frutos de seus estudos solitários desfrutados na humildade de sua cela, aliás seu local preferido. Seus escritos são um dos maiores monumentos de filosofia e teologia católica. Tomás dAquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, no mosteiro de Fossanova, a caminho do II Concílio de Lion, em 07 de março de 1274, para o qual fora convocado pelo papa Gregório X. Imediatamente, colégios e universidades lhe prestaram as mais honrosas homenagens. Suas obras, a principal, mais estudada e conhecida, a Summa Teológica, foram a causa de sua canonização, em 1323. Disse sobre ele, nessa ocasião, o papa João XXII: Ele fez tantos milagres, quantas proposições teológicas escreveu. É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores. No dia 28 de janeiro de 1567, o papa São Pio V lhe deu o título de doutor da Igreja, e logo passou a ser chamado de doutor angélico, pelos clérigos. Em toda a sua obra filosófica e teológica tem primazia à inteligência, estudo e oração; sendo ainda a base dos estudos na maioria dos Seminários. Para isso contou, mais recentemente, com o impulso dado pelo incentivo do papa Leão XIII, que fez reflorescer os estudos tomistas. SÃO VICENTE FERRER - São Vicente Ferrer foi um dos santos que mais trabalhou pela conversão dos judeus e dos muçulmanos. Alguns historiadores chegam a afirmar que converteu cerca de 25.000 judeus e mais de 8.000 islamitas. Por ocasião do Domingo de Ramos de 1407, estando ele em pregação na igreja de Ecija, Espanha, uma mulher judia, cheia de riquezas e poder, foi assistir os sermões de São Vicente para manifestar sarcasmos. Por fim, ela atravessou no meio do povo para ir embora. Todos os presentes ficaram indignados. Mas São Vicente disse bem alto: "Deixai-a sair, porém afastai-vos do pórtico". O povo obedeceu. Quando a mulher passou sob o pórtico, este caiu sobre ela, e ela faleceu. São Vicente caminhou até o corpo da mulher e ordenou com voz forte e poderosa: "Mulher, em nome de Jesus Cristo, volte à vida!" E a mulher ressuscitou. Todos ficaram maravilhados. Após o milagre, a senhora se converteu ao catolicismo. Todos os anos, em Ecija, uma procissão comemorava o extraordinário fato da morte e conversão da mulher judia. SANTO ANTONIO DE PÁDUA - Santo Antonio ou Fernando Antônio de Bulhões, seu nome de nascença, nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto do ano de 1195. De família nobre e rica, era filho único de Martinho de Bulhões, oficial do exercito de Dom Afonso e de Tereza Taveira. Sua formação inicial foi feita pelos cônegos da Catedral de Lisboa. Antônio gostava de estudar e de ficar mais recolhido. Aos 19 anos entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, contra a vontade de seu pai. Morou lá por 2 anos. Com uma grande biblioteca em mãos, Antônio avança na sua história pelo estudo e pela oração. É transferido para Coimbra, que é um importante centro de estudos de Portugal, ficando lá por 10 anos. Em Coimbra ele foi ordenado sacerdote. Logo se viu o dom da palavra que transbordava do jovem padre agostiniano. Ele tinha conhecimento e grande poder de pregação. Em Coimbra o Padre Antônio conhece os freis franciscanos, entusiasma-se pelo fervor e radicalidade com que estes viviam o Evangelho e, pouco depois, torna-se Frei Antônio, mudando-se para o mosteiro de São Francisco de Assis. Santo Antonio faz o pedido de ir para o Marrocos pregar o evangelho e os Franciscanos permitem. No meio do caminho, porém, Frei Antônio fica muito doente e é forçado a voltar para Portugal. Na viagem de volta, o barco é desviado e vai para Itália, terminando por parar na Sicília, em um grande encontro de mais de 5 mil frades franciscanos chamado Capítulo das Esteiras. Lá, Antônio conhece pessoalmente São Francisco de Assis. A mão de Deus o tinha guiado por caminhos diferentes. Após conhecer São Francisco, Frei Antônio passa 15 meses como um eremita no monte Paolo. São Francisco enxerga os dons que Deus deu a ele, chama-o de Frei Antônio, meu Bispo e o encarrega da formação teológica dos irmãos do Mosteiro. No capítulo geral da ordem dos franciscanos ele é enviado a Roma para tratar de assuntos da ordem com o Papa Gregório IX, que fica impressionado com sua inteligência e eloquência e o chama de Arca do Testamento. Tinha uma força irresistível com as palavras e São Francisco o nomeou como o primeiro leitor de Teologia da Ordem. Em seguida, mandou-o estudar teologia para ensinar seus alunos e pregar ainda melhor. Juntavam-se as vezes mais de 30 mil pessoas para ouvi-lo pregar, e muitos milagres aconteciam. Após a morte de São Francisco, ele foi enviado a Roma para apresentar ao Papa a Regra da Ordem de São Francisco. Protetor das coisas perdidas. Protetor dos casamentos. Protetor dos pobres. É o Santo dos milagres. Fez muitos ainda em vida. Durante suas pregações nas praças e igrejas, muitos cegos, surdos, coxos e muitos doentes ficavam curados. Redigiu os Sermões, tratados sobre a quaresma e os evangelhos, que estão impressos em dois grandes volumes de sua obra. Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com 36 anos. Por isso ele é conhecido também como Santo Antônio de Pádua. Antes de falecer nas portas de Pádua, Santo Antônio diz: ó Virgem gloriosa que estais acima das estrelas. E completou, estou vendo o meu Senhor. Em seguida, faleceu. Os meninos da cidade logo saíram a dar a notícia: o Santo morreu. E em Lisboa os sinos das igrejas começaram a repicar sozinhos e só depois o povo soube da morte do Santo. Ele também é chamado de Santo Antônio de Lisboa, por ser sua cidade de origem. Aconteceram tantos milagres após sua morte, que onze meses após ele foi beatificado e canonizado. Quando seu corpo foi exumado, sua língua estava intacta. São Boaventura estava presente e disse que esse milagre era a prova de que sua pregação era inspirada por Deus. Está exposta até hoje na Basílica de Santo Antônio na cidade de Pádua. Sua canonização foi realizada pelo Papa Gregório IX, na catedral de Espoleto, em 30 de maio de 1232, sendo o processo mais rápido da história da Igreja. SÃO ROQUE: São Roque nasceu no ano de 1295, provavelmente em Montpellier, na França. Quando ele nasceu, todos ficaram bastante surpresos por causa de uma marca em seu peito: uma cruz vermelha. Era de família nobre, distinta e abastada. Seu nascimento foi uma grande benção de Deus. Foi fruto e resultado de muita oração. Sua mãe, chamada Libéria era muito devota da Nossa Senhora. Por isso, pedia a insistentemente a Nossa Senhora a graça de poder ter um filho, mesmo já estando em idade avançada. E ela foi atendida. Por isso, imensamente grata a Deus e a Nossa Senhora, dedicou-se à educação de seu amado Roque. Ela soube incutir nele a linda devoção a Nossa Senhora. Roque ficou órfão dos pais quando tinha entre quinze e vinte anos e herdou uma grande fortuna. Porém, como cristão convicto educado por sua mãe, Roque desejava viver na pobreza, em imitação a Cristo. Por isso, ele quis repartir todos os seus bens entre os pobres. E ia fazer isso em segredo, como disse Jesus. A pouca idade, porém, não permitia que ele se dispusesse de seus bens. Então, ele confiou tudo a um tio. Depois, partiu sem nada para a cidade de Roma, Foi mendigando ao longo do caminho. São Roque viveu por três anos na cidade de Roma. Passava muito tempo em oração na tumba dos apóstolos. Lá ele contraiu a praga e para não ocupar mais um leito no hospital, arrumou um lugar na floresta para esperar a morte. Pela graça de Deus, ele viu nascer ali, bem perto da cabana onde vivia, uma pequena fonte de água límpida e cristalina. Ao beber e se lavar nas águas ele sentia grande alívio em suas feridas. Outro fato interessante foi que um cachorro o encontrou e começou a levar pão para São Roque. O dono do cão, notando a regularidade com que o animal fazia isso, seguiu-o e encontrou o santo. Roque ficou curado da doença e conseguiu a conversão de seu benfeitor. Então, ele ficou um tempo em Piacenza e curava os doentes. Chegando a Toscana, em Aguapendente, na Itália, viu a grande mortalidade causada pela peste. Então, pediu permissão ao administrador do hospital para assistir aos doentes. Logo que Roque se pôs entre os enfermos, cessou a epidemia em toda a cidade. O mesmo aconteceu em Cesena e em outras localidades. Ele curou muitos fazendo apenas o sinal da cruz. Dizia-se que a peste fugia de Roque. Ao retornar a Montepellier, sua terra natal, não o reconheceram e ele acabou preso. Pensavam que era um espião disfarçado de peregrino, pois havia uma guerra civil. Ele ficou na prisão por cinco anos. No dia 16 de agosto de 1327, foi encontrado morto em sua cela e, então, realizou seu primeiro milagre depois de morto. O carcereiro, que era manco desde o nascimento, ficou curado ao tocar o corpo de São Roque com o pé, para ver se ele estava vivo, dormindo, ou se estava morto. Ao tirarem sua roupa para sepultá-lo, ele foi reconhecido por causa da cruz marcada em seu peito. No Concílio de Constance (1414 1418), a praga ainda ameaçava a população. Os dirigentes pediram a proteção e a intercessão de São Roque e a praga acabou. Por isso sua canonização e seu culto foram aprovados rapidamente. As relíquias de São Roque foram levadas para Veneza. Ele é reverenciado e invocado na França e na Itália como protetor contra doenças e pragas. São Roque é representado com um cachorro ou como um peregrino usando capa, chapéu, botas e, às vezes, segurando um cajado. Como protetor dos cães, ele é mostrado com o cachorro lambendo suas feridas. São Roque também é invocado como padroeiro dos inválidos, dos cirurgiões e do gado. No Brasil, na cidade de São Roque, interior de São Paulo, encontra-se a principal Igreja consagrada ao Santo. É onde se encontra, também, uma relíquia do santo, uma parte de seu braço. Sua festa é dia 16 de agosto. SÃO FILIPI NERI - O santo da alegria nasceu em Florença, Itália, no ano de 1515. Depois de ficar órfão, recebeu um convite de seu tio para que se dedicasse aos negócios. Mas, tendo vida de oração e discernimento, ele percebeu que Deus o chamava a um outro negócio: expressar com a vida a caridade de Cristo. Néri foi estudar em Roma. Estudou Filosofia e Teologia e, mesmo antes de ser padre, visitava os lugares mais pobres de Roma. Formou uma associação para cuidar dos doentes pobres. São Filipe iniciou a bela obra do Oratório do Divino Amor, dedicando-se aos jovens e testemunhando sua alegria. Vivia da Divina Providência, indo aos lares dos ricos pedir pelos pobres. Homem de oração, penitência e adoração, São Filipe Néri partiu para o céu com 80 anos. SANTA CLARA: Santa Clara, representante do santo do dia 11 de agosto, nasceu no ano de 1193 em Assis, na Itália. Seu nome foi dado devido a uma inspiração dada a sua fervorosa mãe, que acabou lhe revelando que sua filha haveria de iluminar todo o mundo por meio de sua santidade. Clara de nome, mais clara de vida e claríssima de virtudes! A santa italiana pertencia a uma nobre família. Ela se destacou desde nova por sua caridade e por seu respeito com os pequenos. Foi por isso, que quando Santa Clara se deparou com a pobrezaevangélica vivida por Francisco de Assis, ela se apaixonou pelo estilo de vida. Quando tinha apenas 18 anos de idade a representante do santo do dia de hoje abandonou seu lar. Ela decidiu seguir Jesus mais radicalmente. Por esta razão, Santa Clara foi ao encontro de Francisco de Assis na Porciúncula. Lá seus lindos cabelos foram então cortados, o que representava sua entrega total ao Cristo pobre, obediente e casto. Santa Clara então, ao se dirigir para a igreja de São Damião, começou a Ordem, contemplativa e feminina, das Clarissas, da Família Franciscana. Ela se tornou mãe e modelo da Ordem, principalmente no longo tempo de enfermidade, quando a santa permaneceu em paz e manteve-se totalmente resignada à vontade divina. Nada podia contra a fé da santa do dia de hoje na Eucaristia. Com o Santíssimo Sacramento, santa Clara pode ainda se levantar para expulsar os mouros, conhecidos por serem homens violentos, que desejam invadir o Convento em Assis. Ela também, um ano antes de falecer, em 1253, pode assistir à Celebração da Eucaristia, sem que para isso precisasse sair de seu leito. É por este motivo que ela é considerada e aclamada como a Patrona da Televisão. SANTA ESCOLÁSTICA - O nome de Santa Escolástica, irmã de São Bento, nos leva para o século V, para o primeiro mosteiro feminino ocidental, fundamentado na vida em comum, conceito introduzido na vida dos monges. São Bento foi o primeiro a orientar para servir a Deus não fugindo do mundo através da solidão ou da penitência itinerante, como os monges orientais, mas vivendo em comunidade duradoura e organizada, e dividindo rigorosamente o próprio tempo entre a oração, trabalho ou estudo e repouso. Escolástica e Bento, irmãos gêmeos, nasceram em Nórcia, região central da Itália, em 480. Eram filhos de nobres, o pai Eupróprio ficou viúvo quando eles nasceram, pois a esposa morreu durante o parto. Ainda jovem Escolástica se consagrou a Deus com o voto de castidade, antes mesmo do irmão, que estudava retórica em Roma. Mais tarde, Bento fundou o mosteiro de Monte Cassino criando a Ordem dos monges beneditinos. Escolástica, inspirada por ele, fundou um mosteiro, de irmãs, com um pequeno grupo de jovens consagradas. Estava criada a Ordem das beneditinas, que recebeu este nome em homenagem ao irmão, seu grande incentivador e que elaborou as Regras da comunidade. São muito poucos os dados da vida de Escolástica, e foram escritos quarenta anos depois de sua morte, pelo santo papa Gregório Magno, que era um beneditino. Ele recolheu alguns depoimentos de testemunhas vivas para o seu livro Diálogos e escreveu sobre ela apenas como uma referência na vida de Bento, pai dos monges ocidentais. Nesta página expressiva contou que, mesmo vivendo em mosteiros próximos, os dois irmãos só se encontravam uma vez por ano, para manterem o espírito de mortificação e elevação da experiência espiritual. Isto ocorria na Páscoa e numa propriedade do mosteiro do irmão. Certa vez, Escolástica foi ao seu encontro acompanhada por um pequeno grupo de irmãs, quando Bento chegou também acompanhado por alguns discípulos. Passaram todo o dia conversando sobre assuntos espirituais e sobre as atividades da Igreja. Quando anoiteceu, Bento, muito rigoroso às Regras disse à irmã que era hora de se despedirem. Mas Escolástica pediu que ficasse para passarem a noite, todos juntos, conversando e rezando. Bento se manteve intransigente dizendo que deveria ir para suas obrigações. Neste momento ela se pôs a rezar com tal fervor que uma grande tempestade se formou com raios e uma chuva forte caiu a noite toda, e ele teve de ficar. Os dois irmãos puderam conversar a noite inteira. No dia seguinte o sol apareceu, eles se despediram e cada grupo voltou para o seu mosteiro. Essa seria a última vez que os dois se veriam. Três dias depois, em seu mosteiro Bento recebeu a notícia da morte de Escolástica, enquanto rezava olhando para o céu, viu a alma de sua irmã, penetrar no paraíso em forma de pomba. Bento mandou buscar o seu corpo e o colocou na sepultura que havia preparado para si. Ela morreu em 10 de fevereiro de 547, quarenta dias antes que seu venerado irmão Bento. Escolástica foi considerada a primeira monja beneditina e Santa. SÃO JOÃO DE DEUS - João Cidade Duarte nasceu no dia 08 de março de 1495 em Montemor-o-novo, perto de Évora, Portugal. Seu pai era vendedor de frutas na rua. Da sua infância sabemos apenas que, João, aos oito anos, ou fugiu ou foi raptado por um viajante, que se hospedou em sua casa. Depois de vinte dias, sua mãe não resistiu e morreu. O pai acabou seus dias no convento dos franciscanos, que o acolheram. Enquanto isso, João foi à pé para a Espanha rumo à cidade de Madrid, junto com mendigos e saltimbancos. Nos arredores de Toledo, o viajante o deixou aos cuidados de um bom homem, Francisco Majoral, administrador dos rebanhos do Conde de Oropesa, conhecido por sua caridade. Foi nessa época que ganhou o apelido de João de Deus, porque ninguém sabia direito quem era ou de onde vinha. E quando Francisco decidiu casa-lo com sua filha, de novo ele fugiu, começando sua vida errante.Alistou-se como soldado de Carlos V e participou da batalha de Paiva, contra Francisco I. Vitorioso, abandonou os campos de batalha e ganhou o mundo. Viajou por toda a Europa, foi para a África, trabalhou como vendedor ambulante em Gibraltar. Então, qual filho pródigo, voltou à sua cidade natal, onde ninguém o reconheceu, pois os pais já tinham falecido; novamente rumou à Espanha, onde abriu uma livraria em Granada. Nessa cidade, em 1538, depois de ter ouvido um inflamado sermão proferido por João dÁvila, que a Igreja também canonizou, arrependido dos seus pecados e tocado pela graça, saiu correndo da igreja, e gritou: misericórdia, Senhor, misericórdia. Todos riram dele, mas João de Deus não se importou. Distribuiu todos os seus bens aos pobres e começou a fazer rigorosas penitências. Tomado por louco foi internado num hospital psiquiátrico, onde foi tratado desumanamente. Depois de ter experimentado todas as crueldades que aí se praticavam e orientado por João dÁvila decidiu fundar uma casa-hospitalar, para tratar os loucos. Criou assim uma nova Ordem religiosa, a dos Irmãos Hospitaleiros. Ao todo foram mais de oitenta casas-hospitalares fundadas, para abrigar loucos e doentes terminais. Para cuidar deles, usava um processo todo seu, sendo considerado o precursor do método psicanalítico e psicossomático, inventado quatro séculos depois por Freud e seus discípulos. João de Deus, que nunca se formou em medicina, curava os doentes mentais utilizando a fé e sua própria experiência. Partia do princípio de que curando a alma, meio caminho havia sido trilhado para curar o corpo. Ele sentia a dualidade da situação do doente, por tê-la vivenciado dessa maneira. João de Deus sentia-se pertencer ao mundo dos loucos e ao mundo dos pecadores e indignos e, por isso, se motivou a trabalhar na dignificação, reabilitação e inserção de ambas as categorias. Um modelo de empatia e convicções profundas tão em falta, que várias instituições seguiram sua orientação nesse sentido, tempos depois e ainda hoje. Depois, João de Deus e seus discípulos passaram a atender todos os tipos de enfermos. Seu mote era: fazei o bem, irmãos, para o bem de vós mesmos. Ele morreu no mesmo dia em que nasceu, aos cinquenta e cinco anos, no dia 8 de março de 1550. Foi canonizado pelo Papa Leão XIII que o proclamou padroeiro dos hospitais, dos doentes e de todos aqueles que trabalham pela cura dos enfermos. SANTA CATARINA DE SIENA: O que mais se admira na vida de santa Catarina de Sena não é tanto papel incomum que ela teve na história de seu tempo quanto a maneira singularmente feminina com a qual desenvolveu este papel. Ao papa, que ela chamava com o nome de doce Cristo na terra, reprovava pela escassa coragem e convidava-o a abandonar Avignon para voltar a Roma, com palavras delicadíssimas como estas: Eia, virilmente, pai! Eu lhe digo que não precisa temer. A um jovem condenado à morte, que ela acompanhou até ao patíbulo, disse no último instante: Giuso! Às núpcias, meu doce irmão; logo estará na vida eterna. Quando se sentava à mesa com seus discípulos, prestava atenção para não suscitar os ciúmes de alguém e não raramente, como faz a mãe com a criança melindrosa, dava um bocado com a sua própria colher a quem se sentia por ela esquecido. Depois a voz submissa da mulher mudava de tom e se traduzia frequentemente naquele: eu quero, que não admitia hesitações quando se tratava do bem da Igreja ou da concórdia dos cidadãos. Nasceu em Sena a 25 de março de 1347, vigésima quarta filha de Tiago e Lapa Benincasa. Aos sete anos celebrou o matrimônio místico com Cristo. Que isto não foi fruto de fantasias infantis, mas o início de extraordinária experiência mística, logo se pôde averiguar. Aos quinze anos Catarina começava a fazer parte da Ordem Terceira de são Domingos iniciando vida de penitência e extremado rigor. Para vencer a repugnância para com um leproso que cheirava mal, inclinou-se e beijou-lhe as chagas. Analfabeta, começou a ditar a vários amanuenses as suas cartas, profundas e sábias, endereçadas a papas, reis e líderes como também ao povinho humilde. O seu corajoso empenho social e político suscitou não poucas perplexidades entre seus próprios superiores e foi obrigada a comparecer ao capítulo geral dos dominicanos, reunido em Florença em maio de 1377, para prestar esclarecimentos de sua conduta. Em Sena, no recolhimento de sua cela, ditou o Diálogo sobre a Divina Providência para render a Deus o seu último canto de amor. Respondeu ao apelo de Urbano VI com quem estava aliada desde o início do grande cisma, porque o papa a quis em Roma naquele momento de grave confusão. Aí ficou doente e, cercada de seus numerosos discípulos, aos quais recomendou somente que se amassem uns aos outros, entregou sua alma a Deus. Era o dia 29 de abril de 1380. Fazia um mês que cumprira 33 anos. Foi canonizada a 29 de abril de 1461. Em 1939 foi declarada padroeira principal da Itália juntamente com são Francisco de Assis. No dia 4 de outubro de 1970 Paulo VI proclamou-a doutora da Igreja. SÃO FRANCISCO DE PAULA - No dia 27 de março de 1416, nasceu, numa família de lavradores, um menino que recebeu o nome de Francisco, em homenagem ao Pobrezinho de Assis. Sua família, muito religiosa, foi o berço de uma esplendorosa vocação.Aos onze anos, Francisco foi viver no convento dos franciscanos. Francisco começou a observar a regra com tanta exatidão, que se tornou modelo até para os frades mais experimentados nas práticas religiosas. Dois anos depois vestiu o hábito. Sua vida no convento franciscano foi cercada de prodígios. Encarregado da cozinha, Francisco colocou os alimentos na panela e esta sobre o carvão, esquecendo-se contudo de acendê-lo. Foi depois para a igreja rezar e entrou em êxtase, esquecendo-se da hora. Quando alguém, que passara pela cozinha e vira o fogo apagado, chamou-o perguntando se a refeição estava pronta, Francisco, sem titubear, respondeu que sim. E chegando à cozinha, encontrou o fogo aceso e os alimentos devidamente cozidos.Algum tempo depois nosso jovem teve de retornar para a família pois estava com uma grave enfermidade nos olhos. Junto com seus pais pediu para que São Francisco de Assis o ajudasse a ficar curado. Assim, aos treze anos, curado de sua enfermidade, Francisco foi se dedicar à oração contemplativa e à penitência, nas montanhas da região. Viveu por cinco anos alimentando-se de ervas silvestres e água, dormindo no chão, tendo como travesseiro uma pedra. Fundou primeiro um mosteiro e com isso consolidou uma nova Ordem religiosa, que deu o nome de "Irmãos Mínimos". Seu lema era: "Quaresma perpétua", o que significava a observância do rigor da penitência, do jejum e da oração contemplativa durante o ano todo, seguida da caridade aos mais necessitados e a todos que recorressem à eles.Francisco passava as noites em prece. Seu hábito era de um tecido grosseiro, que ele portava de dia e de noite. Seu rosto, sempre tranqüilo e ameno, parecia não se ressentir das austeridades que praticava nem dos efeitos da idade, pois era cheio, sereno e rosado.Sua fama de possuir dons de cura, prodígios e profecia chegaram ao Vaticano, e o Papa Paulo II resolveu mandar um comissário pessoalmente averiguar se as informações estavam corretas. Sabiamente o comissário papal constatou-se que Francisco de Paula era portador de todos esses dons. Depois, o Papa mandou que Francisco de Paula fosse à França, pois o rei, Luís XI, estava muito doente e desejava se preparar para a morte ao lado do famoso monge. A conversão do rei foi extraordinária. Antes de morrer restabeleceu a paz com a Inglaterra e com a Espanha e nomeou Francisco de Paula, diretor espiritual do seu filho, o futuro Carlos VIII, rei da França. Ele morreu, aos noventa e um anos de idade. A fama de sua santidade só fez aumentar, tanto que doze anos depois, em 1519, o Papa Leão X autorizou o culto de Santo Francisco de Paula, cuja festa litúrgica ocorre no dia de sua morte. Suas devoções particulares consistiam em cultuar o mistério da Santíssima Trindade, da Anunciação da Virgem, da Paixão de Nosso Senhor, bem como os santíssimos nomes de Jesus e Maria.

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Tipo: Arte sacra

IMPORTANTE RELICÁRIO OITOCENTISTA EM MADEIRA CONTENDO ÓCULO E EM SEU INTERIOR RELICÁRIO COM RELÍQUIAS DOS SEGUINTES SANTOS: SÃO DOMINGOS DE GUSMÃO, SÃO FRANCISCO DE ASSIS, SÃO TOMAS DE AQUINO, SÃO VICENTE FERRER, SANTO ANTONIO DE PÁDUA, SÃO ROQUE, SÃO FILIPE NERI, SANTO ANDRÉ APÓSTOLO, SANTA CLARA, SANTA ESCOLÁSTICA, SÃO JOÃO DE DEUS, SANTA CATARINA DE SIENA E SÃO FRANCISCO DE PAULA. EXISTEM AO TODO 20 RELIQUIAS MAS ALGUMAS NÃO PODEM SER IDENTIFICADAS PORQUE A IDENTIFICAÇÃO FICA ALÉM DO ALCANCE DO VISOR DO ÓCULO. ITÁLIA, INICIO DO SEC. XIX. 54 CM DE ALTURA. NOTA: São Domingos nasceu em Caleruega, na Castela Velha em 1170, Espanha, e pertencia à alta linhagem dos Gusmão. O pai, Félix de Gusmão, queria entusiasmá-lo pelas armas; o menino preferia porém andar com a mãe, Joana de Aza, grande esmoler, e com clérigos e monges. Interessante é que antes de Domingos nascer sua mãe sonhou com um cão, que trazia na boca uma tocha acesa de que irradiava grande luz sobre o mundo. Mais do que sonho foi uma profecia, pois Domingos de Gusmão, de estatura mediana, corpo esguio, rosto bonito e levemente corado, cabelos e barba levemente vermelhos, belos olhos luminosos, não fez outra coisa senão iluminar todo o seu tempo e a Igreja com a Luz do Evangelho, isso depois de se desapegar a tal ponto de si e das coisas, que chegou a vender todos os seus ricos livros, a fim de comprar comida aos famintos. Homem de oração, penitência e amor à Palavra de Deus, São Domingos acolheu o chamado ao sacerdócio e ao ser ordenado (no ano de 1203 em Osma, onde foi nomeado cônego). No ano de 1204, Domingos seguiu para Roma a fim de obter do Papa licença para evangelizar os bárbaros na Germânia. No entanto, o Papa Inocêncio III orientou-o para a conversão dos Albigenses que infestavam todo o Sul da França com suas heresias. Desta forma, Domingos fez do sul da França, o seu principal campo de ação. Quando os hereges se depararam com a verdadeira pobreza evangélica de São Domingos de Gusmão, muitos aderiram à Verdade, pois nesta altura já nascia, no ano de 1215 em Tolosa, a primeira casa dos Irmãos Pregadores, também conhecidos como Dominicanos (cães do Senhor) que na mendicância, amor e propagação do Rosário da Virgem Maria, rígida formação teológica e apologética, levavam em comunidade a Véritas, ou seja, a verdade libertadora. São Domingos de Gusmão faleceu com 51 anos. SÃO FRANCISCO DE ASSIS: Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Jovem orgulhoso, vaidoso e rico, que se tornou o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos. Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a Senhora Pobreza. Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?. Ele respondeu que ao amo. Porque, então, transformas o amo em criado?, replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na igrejinha de São Damião: Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas. Partindo em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes. A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho. Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida. Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224. Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. O seráfico pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX. SÃO TOMÁZ DE AQUINO: Doutor da Igreja, professor de teologia, filosofia e outras ciências nas principais universidades do mundo em seu tempo; frei caridoso, estudioso dos livros sagrados, sucessor na importância teórica de São Paulo e Santo Agostinho. Assim era Tomás dAquino, que não passou de um simples sacerdote. Muito se falou, se fala e se falará deste Santo, cuja obra perdura atualíssima ao longo dos séculos. São dezenas de escritos, poesias, cânticos e hinos até hoje lidos, recitados e cantados por cristãos de todo o mundo. Tomás nasceu em 1225, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família feudal italiana dos condes de Aquino. Possuía laços de sangue com as famílias reais da Itália, França, Sicília e Alemanha, esta ligada à casa de Aragão. Ingressou no mosteiro beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos que não pararia nunca mais. Depois, frequentou a Universidade de Nápoles, mas, quando decidiu entrar para a Ordem de São Domingos encontrou forte resistência da família. Seus irmãos chegaram a trancá-lo num castelo por um ano, para tentar mantê-lo afastado dos conventos, mas sua mãe acabou por libertá-lo e, finalmente, Tomás pôde se entregar à religião. Tinha então dezoito anos. Não sendo por acaso a sua escolha pela Ordem de São Domingos, que trabalha para unir Ciência e Fé em favor da humanidade. Este sempre foi seu objetivo maior. Foi para Colônia e Paris estudar com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Por sua mansidão e silêncio foi apelidado de boi mudo. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bologna e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes. Grande intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: oferecer aos outros os frutos da contemplação. Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou. Escrevia e publicava obras importantíssimas, frutos de seus estudos solitários desfrutados na humildade de sua cela, aliás seu local preferido. Seus escritos são um dos maiores monumentos de filosofia e teologia católica. Tomás dAquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, no mosteiro de Fossanova, a caminho do II Concílio de Lion, em 07 de março de 1274, para o qual fora convocado pelo papa Gregório X. Imediatamente, colégios e universidades lhe prestaram as mais honrosas homenagens. Suas obras, a principal, mais estudada e conhecida, a Summa Teológica, foram a causa de sua canonização, em 1323. Disse sobre ele, nessa ocasião, o papa João XXII: Ele fez tantos milagres, quantas proposições teológicas escreveu. É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores. No dia 28 de janeiro de 1567, o papa São Pio V lhe deu o título de doutor da Igreja, e logo passou a ser chamado de doutor angélico, pelos clérigos. Em toda a sua obra filosófica e teológica tem primazia à inteligência, estudo e oração; sendo ainda a base dos estudos na maioria dos Seminários. Para isso contou, mais recentemente, com o impulso dado pelo incentivo do papa Leão XIII, que fez reflorescer os estudos tomistas. SÃO VICENTE FERRER - São Vicente Ferrer foi um dos santos que mais trabalhou pela conversão dos judeus e dos muçulmanos. Alguns historiadores chegam a afirmar que converteu cerca de 25.000 judeus e mais de 8.000 islamitas. Por ocasião do Domingo de Ramos de 1407, estando ele em pregação na igreja de Ecija, Espanha, uma mulher judia, cheia de riquezas e poder, foi assistir os sermões de São Vicente para manifestar sarcasmos. Por fim, ela atravessou no meio do povo para ir embora. Todos os presentes ficaram indignados. Mas São Vicente disse bem alto: "Deixai-a sair, porém afastai-vos do pórtico". O povo obedeceu. Quando a mulher passou sob o pórtico, este caiu sobre ela, e ela faleceu. São Vicente caminhou até o corpo da mulher e ordenou com voz forte e poderosa: "Mulher, em nome de Jesus Cristo, volte à vida!" E a mulher ressuscitou. Todos ficaram maravilhados. Após o milagre, a senhora se converteu ao catolicismo. Todos os anos, em Ecija, uma procissão comemorava o extraordinário fato da morte e conversão da mulher judia. SANTO ANTONIO DE PÁDUA - Santo Antonio ou Fernando Antônio de Bulhões, seu nome de nascença, nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto do ano de 1195. De família nobre e rica, era filho único de Martinho de Bulhões, oficial do exercito de Dom Afonso e de Tereza Taveira. Sua formação inicial foi feita pelos cônegos da Catedral de Lisboa. Antônio gostava de estudar e de ficar mais recolhido. Aos 19 anos entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, contra a vontade de seu pai. Morou lá por 2 anos. Com uma grande biblioteca em mãos, Antônio avança na sua história pelo estudo e pela oração. É transferido para Coimbra, que é um importante centro de estudos de Portugal, ficando lá por 10 anos. Em Coimbra ele foi ordenado sacerdote. Logo se viu o dom da palavra que transbordava do jovem padre agostiniano. Ele tinha conhecimento e grande poder de pregação. Em Coimbra o Padre Antônio conhece os freis franciscanos, entusiasma-se pelo fervor e radicalidade com que estes viviam o Evangelho e, pouco depois, torna-se Frei Antônio, mudando-se para o mosteiro de São Francisco de Assis. Santo Antonio faz o pedido de ir para o Marrocos pregar o evangelho e os Franciscanos permitem. No meio do caminho, porém, Frei Antônio fica muito doente e é forçado a voltar para Portugal. Na viagem de volta, o barco é desviado e vai para Itália, terminando por parar na Sicília, em um grande encontro de mais de 5 mil frades franciscanos chamado Capítulo das Esteiras. Lá, Antônio conhece pessoalmente São Francisco de Assis. A mão de Deus o tinha guiado por caminhos diferentes. Após conhecer São Francisco, Frei Antônio passa 15 meses como um eremita no monte Paolo. São Francisco enxerga os dons que Deus deu a ele, chama-o de Frei Antônio, meu Bispo e o encarrega da formação teológica dos irmãos do Mosteiro. No capítulo geral da ordem dos franciscanos ele é enviado a Roma para tratar de assuntos da ordem com o Papa Gregório IX, que fica impressionado com sua inteligência e eloquência e o chama de Arca do Testamento. Tinha uma força irresistível com as palavras e São Francisco o nomeou como o primeiro leitor de Teologia da Ordem. Em seguida, mandou-o estudar teologia para ensinar seus alunos e pregar ainda melhor. Juntavam-se as vezes mais de 30 mil pessoas para ouvi-lo pregar, e muitos milagres aconteciam. Após a morte de São Francisco, ele foi enviado a Roma para apresentar ao Papa a Regra da Ordem de São Francisco. Protetor das coisas perdidas. Protetor dos casamentos. Protetor dos pobres. É o Santo dos milagres. Fez muitos ainda em vida. Durante suas pregações nas praças e igrejas, muitos cegos, surdos, coxos e muitos doentes ficavam curados. Redigiu os Sermões, tratados sobre a quaresma e os evangelhos, que estão impressos em dois grandes volumes de sua obra. Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com 36 anos. Por isso ele é conhecido também como Santo Antônio de Pádua. Antes de falecer nas portas de Pádua, Santo Antônio diz: ó Virgem gloriosa que estais acima das estrelas. E completou, estou vendo o meu Senhor. Em seguida, faleceu. Os meninos da cidade logo saíram a dar a notícia: o Santo morreu. E em Lisboa os sinos das igrejas começaram a repicar sozinhos e só depois o povo soube da morte do Santo. Ele também é chamado de Santo Antônio de Lisboa, por ser sua cidade de origem. Aconteceram tantos milagres após sua morte, que onze meses após ele foi beatificado e canonizado. Quando seu corpo foi exumado, sua língua estava intacta. São Boaventura estava presente e disse que esse milagre era a prova de que sua pregação era inspirada por Deus. Está exposta até hoje na Basílica de Santo Antônio na cidade de Pádua. Sua canonização foi realizada pelo Papa Gregório IX, na catedral de Espoleto, em 30 de maio de 1232, sendo o processo mais rápido da história da Igreja. SÃO ROQUE: São Roque nasceu no ano de 1295, provavelmente em Montpellier, na França. Quando ele nasceu, todos ficaram bastante surpresos por causa de uma marca em seu peito: uma cruz vermelha. Era de família nobre, distinta e abastada. Seu nascimento foi uma grande benção de Deus. Foi fruto e resultado de muita oração. Sua mãe, chamada Libéria era muito devota da Nossa Senhora. Por isso, pedia a insistentemente a Nossa Senhora a graça de poder ter um filho, mesmo já estando em idade avançada. E ela foi atendida. Por isso, imensamente grata a Deus e a Nossa Senhora, dedicou-se à educação de seu amado Roque. Ela soube incutir nele a linda devoção a Nossa Senhora. Roque ficou órfão dos pais quando tinha entre quinze e vinte anos e herdou uma grande fortuna. Porém, como cristão convicto educado por sua mãe, Roque desejava viver na pobreza, em imitação a Cristo. Por isso, ele quis repartir todos os seus bens entre os pobres. E ia fazer isso em segredo, como disse Jesus. A pouca idade, porém, não permitia que ele se dispusesse de seus bens. Então, ele confiou tudo a um tio. Depois, partiu sem nada para a cidade de Roma, Foi mendigando ao longo do caminho. São Roque viveu por três anos na cidade de Roma. Passava muito tempo em oração na tumba dos apóstolos. Lá ele contraiu a praga e para não ocupar mais um leito no hospital, arrumou um lugar na floresta para esperar a morte. Pela graça de Deus, ele viu nascer ali, bem perto da cabana onde vivia, uma pequena fonte de água límpida e cristalina. Ao beber e se lavar nas águas ele sentia grande alívio em suas feridas. Outro fato interessante foi que um cachorro o encontrou e começou a levar pão para São Roque. O dono do cão, notando a regularidade com que o animal fazia isso, seguiu-o e encontrou o santo. Roque ficou curado da doença e conseguiu a conversão de seu benfeitor. Então, ele ficou um tempo em Piacenza e curava os doentes. Chegando a Toscana, em Aguapendente, na Itália, viu a grande mortalidade causada pela peste. Então, pediu permissão ao administrador do hospital para assistir aos doentes. Logo que Roque se pôs entre os enfermos, cessou a epidemia em toda a cidade. O mesmo aconteceu em Cesena e em outras localidades. Ele curou muitos fazendo apenas o sinal da cruz. Dizia-se que a peste fugia de Roque. Ao retornar a Montepellier, sua terra natal, não o reconheceram e ele acabou preso. Pensavam que era um espião disfarçado de peregrino, pois havia uma guerra civil. Ele ficou na prisão por cinco anos. No dia 16 de agosto de 1327, foi encontrado morto em sua cela e, então, realizou seu primeiro milagre depois de morto. O carcereiro, que era manco desde o nascimento, ficou curado ao tocar o corpo de São Roque com o pé, para ver se ele estava vivo, dormindo, ou se estava morto. Ao tirarem sua roupa para sepultá-lo, ele foi reconhecido por causa da cruz marcada em seu peito. No Concílio de Constance (1414 1418), a praga ainda ameaçava a população. Os dirigentes pediram a proteção e a intercessão de São Roque e a praga acabou. Por isso sua canonização e seu culto foram aprovados rapidamente. As relíquias de São Roque foram levadas para Veneza. Ele é reverenciado e invocado na França e na Itália como protetor contra doenças e pragas. São Roque é representado com um cachorro ou como um peregrino usando capa, chapéu, botas e, às vezes, segurando um cajado. Como protetor dos cães, ele é mostrado com o cachorro lambendo suas feridas. São Roque também é invocado como padroeiro dos inválidos, dos cirurgiões e do gado. No Brasil, na cidade de São Roque, interior de São Paulo, encontra-se a principal Igreja consagrada ao Santo. É onde se encontra, também, uma relíquia do santo, uma parte de seu braço. Sua festa é dia 16 de agosto. SÃO FILIPI NERI - O santo da alegria nasceu em Florença, Itália, no ano de 1515. Depois de ficar órfão, recebeu um convite de seu tio para que se dedicasse aos negócios. Mas, tendo vida de oração e discernimento, ele percebeu que Deus o chamava a um outro negócio: expressar com a vida a caridade de Cristo. Néri foi estudar em Roma. Estudou Filosofia e Teologia e, mesmo antes de ser padre, visitava os lugares mais pobres de Roma. Formou uma associação para cuidar dos doentes pobres. São Filipe iniciou a bela obra do Oratório do Divino Amor, dedicando-se aos jovens e testemunhando sua alegria. Vivia da Divina Providência, indo aos lares dos ricos pedir pelos pobres. Homem de oração, penitência e adoração, São Filipe Néri partiu para o céu com 80 anos. SANTA CLARA: Santa Clara, representante do santo do dia 11 de agosto, nasceu no ano de 1193 em Assis, na Itália. Seu nome foi dado devido a uma inspiração dada a sua fervorosa mãe, que acabou lhe revelando que sua filha haveria de iluminar todo o mundo por meio de sua santidade. Clara de nome, mais clara de vida e claríssima de virtudes! A santa italiana pertencia a uma nobre família. Ela se destacou desde nova por sua caridade e por seu respeito com os pequenos. Foi por isso, que quando Santa Clara se deparou com a pobrezaevangélica vivida por Francisco de Assis, ela se apaixonou pelo estilo de vida. Quando tinha apenas 18 anos de idade a representante do santo do dia de hoje abandonou seu lar. Ela decidiu seguir Jesus mais radicalmente. Por esta razão, Santa Clara foi ao encontro de Francisco de Assis na Porciúncula. Lá seus lindos cabelos foram então cortados, o que representava sua entrega total ao Cristo pobre, obediente e casto. Santa Clara então, ao se dirigir para a igreja de São Damião, começou a Ordem, contemplativa e feminina, das Clarissas, da Família Franciscana. Ela se tornou mãe e modelo da Ordem, principalmente no longo tempo de enfermidade, quando a santa permaneceu em paz e manteve-se totalmente resignada à vontade divina. Nada podia contra a fé da santa do dia de hoje na Eucaristia. Com o Santíssimo Sacramento, santa Clara pode ainda se levantar para expulsar os mouros, conhecidos por serem homens violentos, que desejam invadir o Convento em Assis. Ela também, um ano antes de falecer, em 1253, pode assistir à Celebração da Eucaristia, sem que para isso precisasse sair de seu leito. É por este motivo que ela é considerada e aclamada como a Patrona da Televisão. SANTA ESCOLÁSTICA - O nome de Santa Escolástica, irmã de São Bento, nos leva para o século V, para o primeiro mosteiro feminino ocidental, fundamentado na vida em comum, conceito introduzido na vida dos monges. São Bento foi o primeiro a orientar para servir a Deus não fugindo do mundo através da solidão ou da penitência itinerante, como os monges orientais, mas vivendo em comunidade duradoura e organizada, e dividindo rigorosamente o próprio tempo entre a oração, trabalho ou estudo e repouso. Escolástica e Bento, irmãos gêmeos, nasceram em Nórcia, região central da Itália, em 480. Eram filhos de nobres, o pai Eupróprio ficou viúvo quando eles nasceram, pois a esposa morreu durante o parto. Ainda jovem Escolástica se consagrou a Deus com o voto de castidade, antes mesmo do irmão, que estudava retórica em Roma. Mais tarde, Bento fundou o mosteiro de Monte Cassino criando a Ordem dos monges beneditinos. Escolástica, inspirada por ele, fundou um mosteiro, de irmãs, com um pequeno grupo de jovens consagradas. Estava criada a Ordem das beneditinas, que recebeu este nome em homenagem ao irmão, seu grande incentivador e que elaborou as Regras da comunidade. São muito poucos os dados da vida de Escolástica, e foram escritos quarenta anos depois de sua morte, pelo santo papa Gregório Magno, que era um beneditino. Ele recolheu alguns depoimentos de testemunhas vivas para o seu livro Diálogos e escreveu sobre ela apenas como uma referência na vida de Bento, pai dos monges ocidentais. Nesta página expressiva contou que, mesmo vivendo em mosteiros próximos, os dois irmãos só se encontravam uma vez por ano, para manterem o espírito de mortificação e elevação da experiência espiritual. Isto ocorria na Páscoa e numa propriedade do mosteiro do irmão. Certa vez, Escolástica foi ao seu encontro acompanhada por um pequeno grupo de irmãs, quando Bento chegou também acompanhado por alguns discípulos. Passaram todo o dia conversando sobre assuntos espirituais e sobre as atividades da Igreja. Quando anoiteceu, Bento, muito rigoroso às Regras disse à irmã que era hora de se despedirem. Mas Escolástica pediu que ficasse para passarem a noite, todos juntos, conversando e rezando. Bento se manteve intransigente dizendo que deveria ir para suas obrigações. Neste momento ela se pôs a rezar com tal fervor que uma grande tempestade se formou com raios e uma chuva forte caiu a noite toda, e ele teve de ficar. Os dois irmãos puderam conversar a noite inteira. No dia seguinte o sol apareceu, eles se despediram e cada grupo voltou para o seu mosteiro. Essa seria a última vez que os dois se veriam. Três dias depois, em seu mosteiro Bento recebeu a notícia da morte de Escolástica, enquanto rezava olhando para o céu, viu a alma de sua irmã, penetrar no paraíso em forma de pomba. Bento mandou buscar o seu corpo e o colocou na sepultura que havia preparado para si. Ela morreu em 10 de fevereiro de 547, quarenta dias antes que seu venerado irmão Bento. Escolástica foi considerada a primeira monja beneditina e Santa. SÃO JOÃO DE DEUS - João Cidade Duarte nasceu no dia 08 de março de 1495 em Montemor-o-novo, perto de Évora, Portugal. Seu pai era vendedor de frutas na rua. Da sua infância sabemos apenas que, João, aos oito anos, ou fugiu ou foi raptado por um viajante, que se hospedou em sua casa. Depois de vinte dias, sua mãe não resistiu e morreu. O pai acabou seus dias no convento dos franciscanos, que o acolheram. Enquanto isso, João foi à pé para a Espanha rumo à cidade de Madrid, junto com mendigos e saltimbancos. Nos arredores de Toledo, o viajante o deixou aos cuidados de um bom homem, Francisco Majoral, administrador dos rebanhos do Conde de Oropesa, conhecido por sua caridade. Foi nessa época que ganhou o apelido de João de Deus, porque ninguém sabia direito quem era ou de onde vinha. E quando Francisco decidiu casa-lo com sua filha, de novo ele fugiu, começando sua vida errante.Alistou-se como soldado de Carlos V e participou da batalha de Paiva, contra Francisco I. Vitorioso, abandonou os campos de batalha e ganhou o mundo. Viajou por toda a Europa, foi para a África, trabalhou como vendedor ambulante em Gibraltar. Então, qual filho pródigo, voltou à sua cidade natal, onde ninguém o reconheceu, pois os pais já tinham falecido; novamente rumou à Espanha, onde abriu uma livraria em Granada. Nessa cidade, em 1538, depois de ter ouvido um inflamado sermão proferido por João dÁvila, que a Igreja também canonizou, arrependido dos seus pecados e tocado pela graça, saiu correndo da igreja, e gritou: misericórdia, Senhor, misericórdia. Todos riram dele, mas João de Deus não se importou. Distribuiu todos os seus bens aos pobres e começou a fazer rigorosas penitências. Tomado por louco foi internado num hospital psiquiátrico, onde foi tratado desumanamente. Depois de ter experimentado todas as crueldades que aí se praticavam e orientado por João dÁvila decidiu fundar uma casa-hospitalar, para tratar os loucos. Criou assim uma nova Ordem religiosa, a dos Irmãos Hospitaleiros. Ao todo foram mais de oitenta casas-hospitalares fundadas, para abrigar loucos e doentes terminais. Para cuidar deles, usava um processo todo seu, sendo considerado o precursor do método psicanalítico e psicossomático, inventado quatro séculos depois por Freud e seus discípulos. João de Deus, que nunca se formou em medicina, curava os doentes mentais utilizando a fé e sua própria experiência. Partia do princípio de que curando a alma, meio caminho havia sido trilhado para curar o corpo. Ele sentia a dualidade da situação do doente, por tê-la vivenciado dessa maneira. João de Deus sentia-se pertencer ao mundo dos loucos e ao mundo dos pecadores e indignos e, por isso, se motivou a trabalhar na dignificação, reabilitação e inserção de ambas as categorias. Um modelo de empatia e convicções profundas tão em falta, que várias instituições seguiram sua orientação nesse sentido, tempos depois e ainda hoje. Depois, João de Deus e seus discípulos passaram a atender todos os tipos de enfermos. Seu mote era: fazei o bem, irmãos, para o bem de vós mesmos. Ele morreu no mesmo dia em que nasceu, aos cinquenta e cinco anos, no dia 8 de março de 1550. Foi canonizado pelo Papa Leão XIII que o proclamou padroeiro dos hospitais, dos doentes e de todos aqueles que trabalham pela cura dos enfermos. SANTA CATARINA DE SIENA: O que mais se admira na vida de santa Catarina de Sena não é tanto papel incomum que ela teve na história de seu tempo quanto a maneira singularmente feminina com a qual desenvolveu este papel. Ao papa, que ela chamava com o nome de doce Cristo na terra, reprovava pela escassa coragem e convidava-o a abandonar Avignon para voltar a Roma, com palavras delicadíssimas como estas: Eia, virilmente, pai! Eu lhe digo que não precisa temer. A um jovem condenado à morte, que ela acompanhou até ao patíbulo, disse no último instante: Giuso! Às núpcias, meu doce irmão; logo estará na vida eterna. Quando se sentava à mesa com seus discípulos, prestava atenção para não suscitar os ciúmes de alguém e não raramente, como faz a mãe com a criança melindrosa, dava um bocado com a sua própria colher a quem se sentia por ela esquecido. Depois a voz submissa da mulher mudava de tom e se traduzia frequentemente naquele: eu quero, que não admitia hesitações quando se tratava do bem da Igreja ou da concórdia dos cidadãos. Nasceu em Sena a 25 de março de 1347, vigésima quarta filha de Tiago e Lapa Benincasa. Aos sete anos celebrou o matrimônio místico com Cristo. Que isto não foi fruto de fantasias infantis, mas o início de extraordinária experiência mística, logo se pôde averiguar. Aos quinze anos Catarina começava a fazer parte da Ordem Terceira de são Domingos iniciando vida de penitência e extremado rigor. Para vencer a repugnância para com um leproso que cheirava mal, inclinou-se e beijou-lhe as chagas. Analfabeta, começou a ditar a vários amanuenses as suas cartas, profundas e sábias, endereçadas a papas, reis e líderes como também ao povinho humilde. O seu corajoso empenho social e político suscitou não poucas perplexidades entre seus próprios superiores e foi obrigada a comparecer ao capítulo geral dos dominicanos, reunido em Florença em maio de 1377, para prestar esclarecimentos de sua conduta. Em Sena, no recolhimento de sua cela, ditou o Diálogo sobre a Divina Providência para render a Deus o seu último canto de amor. Respondeu ao apelo de Urbano VI com quem estava aliada desde o início do grande cisma, porque o papa a quis em Roma naquele momento de grave confusão. Aí ficou doente e, cercada de seus numerosos discípulos, aos quais recomendou somente que se amassem uns aos outros, entregou sua alma a Deus. Era o dia 29 de abril de 1380. Fazia um mês que cumprira 33 anos. Foi canonizada a 29 de abril de 1461. Em 1939 foi declarada padroeira principal da Itália juntamente com são Francisco de Assis. No dia 4 de outubro de 1970 Paulo VI proclamou-a doutora da Igreja. SÃO FRANCISCO DE PAULA - No dia 27 de março de 1416, nasceu, numa família de lavradores, um menino que recebeu o nome de Francisco, em homenagem ao Pobrezinho de Assis. Sua família, muito religiosa, foi o berço de uma esplendorosa vocação.Aos onze anos, Francisco foi viver no convento dos franciscanos. Francisco começou a observar a regra com tanta exatidão, que se tornou modelo até para os frades mais experimentados nas práticas religiosas. Dois anos depois vestiu o hábito. Sua vida no convento franciscano foi cercada de prodígios. Encarregado da cozinha, Francisco colocou os alimentos na panela e esta sobre o carvão, esquecendo-se contudo de acendê-lo. Foi depois para a igreja rezar e entrou em êxtase, esquecendo-se da hora. Quando alguém, que passara pela cozinha e vira o fogo apagado, chamou-o perguntando se a refeição estava pronta, Francisco, sem titubear, respondeu que sim. E chegando à cozinha, encontrou o fogo aceso e os alimentos devidamente cozidos.Algum tempo depois nosso jovem teve de retornar para a família pois estava com uma grave enfermidade nos olhos. Junto com seus pais pediu para que São Francisco de Assis o ajudasse a ficar curado. Assim, aos treze anos, curado de sua enfermidade, Francisco foi se dedicar à oração contemplativa e à penitência, nas montanhas da região. Viveu por cinco anos alimentando-se de ervas silvestres e água, dormindo no chão, tendo como travesseiro uma pedra. Fundou primeiro um mosteiro e com isso consolidou uma nova Ordem religiosa, que deu o nome de "Irmãos Mínimos". Seu lema era: "Quaresma perpétua", o que significava a observância do rigor da penitência, do jejum e da oração contemplativa durante o ano todo, seguida da caridade aos mais necessitados e a todos que recorressem à eles.Francisco passava as noites em prece. Seu hábito era de um tecido grosseiro, que ele portava de dia e de noite. Seu rosto, sempre tranqüilo e ameno, parecia não se ressentir das austeridades que praticava nem dos efeitos da idade, pois era cheio, sereno e rosado.Sua fama de possuir dons de cura, prodígios e profecia chegaram ao Vaticano, e o Papa Paulo II resolveu mandar um comissário pessoalmente averiguar se as informações estavam corretas. Sabiamente o comissário papal constatou-se que Francisco de Paula era portador de todos esses dons. Depois, o Papa mandou que Francisco de Paula fosse à França, pois o rei, Luís XI, estava muito doente e desejava se preparar para a morte ao lado do famoso monge. A conversão do rei foi extraordinária. Antes de morrer restabeleceu a paz com a Inglaterra e com a Espanha e nomeou Francisco de Paula, diretor espiritual do seu filho, o futuro Carlos VIII, rei da França. Ele morreu, aos noventa e um anos de idade. A fama de sua santidade só fez aumentar, tanto que doze anos depois, em 1519, o Papa Leão X autorizou o culto de Santo Francisco de Paula, cuja festa litúrgica ocorre no dia de sua morte. Suas devoções particulares consistiam em cultuar o mistério da Santíssima Trindade, da Anunciação da Virgem, da Paixão de Nosso Senhor, bem como os santíssimos nomes de Jesus e Maria.

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    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada