Lote 19
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Tipo:
Prata de Lei

GRANDE COROA DE CONGADA/REISADO EM PRATA DE LEI BATIDA, CINZELADA E REPUXADA. BASE COM ANJOS DE CORPO INTEIRO QUE SUSTENTAM GUIRLANDA. DECORADA TAMBÉM COM ANANÁS E CABEÇAS DE LEÃO. FOLHAS DE LOURO EM LAUREL NA FINALIZAÇÃO DA BASE. SEIS HASTES PARTEM DA BASE E SE UNEM EM ESFERA FINALIZANDO COM FIGURA DE LEÃO EM VULTO PERFEITO. TRATA-SE DE UM OBJETO MUITO RARO, COM TRABALHO DE FINO LAVOR INCOMUM POR SER EM PRATA DE LEI, FAZENDO SUPOR TER PERTENCIDO A CULTO DA REGIÃO AURÍFERA MINEIRA SETECENTISTA. BRASIL, SEC. XVIII, 30 CM DE ALTURANOTA: No Brasil colonial e já independente como Império, o Instituto da escravidão vigorou como uma prática comum durante quase quatro séculos. A escravidão indígena e depois negra sustentava a economia nas Fazendas, Minas de diamantes e ouro e mesmo no ambiente urbano. Essa prática levou ao desterramento de sua pátria natal milhares de africanos cuja cultura e religiosidade foram brutalmente suprimidas pelo Estado e por seus senhores no Brasil. Algumas formas de resistência foram organizadas pelos escravos para manter viva a chama de sua religião e rica cultura. Graças a esse movimento o Brasil é hoje uma Nação mais rica, porque esses elementos foram incorporados em nossa própria cultura. As confrarias religiosas de escravos e negros eram abundantes no Brasil algumas em honra a Santos Negros como São Benedito e Santa Ifigênia mas a maioria delas em honra de Nossa Senhora do Rosário. Essas irmandades se constituíram como uma das estratégias de resistência e associadas a esses Santos padroeiros surgiu a festa conhecida como Congado ou Reisado. O Congado é um culto aos ancestrais de hierarquia superior, realizado por nações diversas, possuidoras de antepassados comuns e que através de danças, de percussões afrícanizadas, de cantorias antes venerativas somente ao Rei Congo e depois cristianizadas por influências jesuíticas, mimetizou-se ou paralelizou-se dentro da fé popular brasileira. . Na então Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto no estado de Minas Gerais, havia um escravo por nome Galanga que conseguiu autorização para explorar uma mina de ouro abandonada. Nos seus poucos intervalos de trabalho, extraiu o minério que usou para comprar a sua liberdade, a de seu filho e a de outras 300 pessoas de seu povo. Em uma igreja da vila, Francisco conheceu e se encantou pela imagem de uma santa negra: Santa Efigênia. E foi para ela que, em 1747, Galanga fez uma festa de agradecimento pela liberdade alcançada: o primeiro Congado da região, no qual ele foi coroado como Chico Rei, um rei do Congo no Brasil. O congado difundiu-se especialmente em Minas Gerais mas também na Região Norte, Nordeste e São Paulo. De origem africana mas com influência ibérica, o congo já era conhecido em Lisboa no sec. XVIII. É popular no Nordeste e Norte do Brasil, durante o Natal e nas festividades de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. A congada é a representação da coroação do rei e da rainha eleitos pelos escravos e da chegada da embaixada, que motiva a luta entre o partido do rei e do embaixador. Vence o rei, perdoa-se o embaixador. Termina com o batizado dos infiéis. Os motivos dramáticos da dança do congo baseiam-se na história da rainha Ginga Bandi, que governou Angola no século XVII. Ela decidiu, certa vez, enviar uma representação atrevida ao rei D. Henrique, de Portugal. Seu filho, o heróico príncipe Suena, é morto durante essa investida. O quimboto (feiticeiro) o ressuscita. Na dança do congo só os homens participam, cantando músicas que lembram fatos da história de seu país. A congada é composta por doze dançarinos. O vestuário usado pelos componentes do grupo é bem colorido e cada cor tem o seu significado. Azul e branco são as cores de Nossa Senhora do Rosário. O vermelho representa a força divina. Os adornos na cabeça representam a coroa. O xale sobre os ombros representa o manto real. Várias regiões do estado de Minas Gerais ainda celebram os rituais de congado em seus festejos de coroação. Geralmente acontece em três dias - Sábado, Domingo e Segunda - sendo que a maioria desses reinados ocorre entre os meses de maio e novembro. São erguidos mastros em homenagem a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito na frente das igrejas. Esses mastros são visitados pelos ternos que partem em cantoria nas casas dos festeiros que ajudaram na organização. Durante a festa ocorrem fastas refeições que são patrocinadas pelos festeiros. Depois se procede a coroação do Rei e da Rainha Pertétua que em desfile são conduzidos até a Igreja do Rosário. Alguns ternos e os moçambiques saem em busca do Rei Congo e Rainha Conga (os reis do próximo ano previamente escolhidos) para reunirem-se ao Rei Perpétuo e à Rainha Perpétua. Os ternos de moçambique são os responsáveis pela guarda do coroamento. Os Marujos, marinheiros e catupés juntamente com os congos, fazem parte do acompanhamento processional dançando e cantando. Dentro da Igreja do Rosário são coroados o Rei Congo e a Rainha Conga do próximo ano. O capitão inicia a cantoria: I - Ei, ei, meus irmãos Que hora é tão boa Vamo começá coroação 2X Licença eu pegá sagrada coroa. II-Com a coroa nas mãos dirige-se ao novo Rei: Ei, ei vamo festejá Ei, ei vamo coroá Ei, ei que grande emoção 2X Ei, ei vamo coroá. III -Em seguida, pede licença ao antigo Rei, para retirar o manto: Ei, ei, tá de parabéns Peço licença das minha mão Retirá manto de nossa mãe 2X Peço licença a virge também Ei, ei, ei, a virge também. IV - Segurando o manto azul, canta, mostrando-o aos devotos: Ei, ei meus irmãos Que grande alegria 2X Congadas de Minas Gerais 85 Esse é o manto Da virge Maria, ei, ei. V -Finalizando, pede licença para colocar o manto de novo Rei: Ei, ei, me dá licença Ei, ei que vo colocá Manto da virge vo colocá 2X Coroa no Rei vamo coroá Pra terminá coroação, ei, ei. Todos os moçambiqueiros participam respondendo em coro.

Peça

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Tipo: Prata de Lei

GRANDE COROA DE CONGADA/REISADO EM PRATA DE LEI BATIDA, CINZELADA E REPUXADA. BASE COM ANJOS DE CORPO INTEIRO QUE SUSTENTAM GUIRLANDA. DECORADA TAMBÉM COM ANANÁS E CABEÇAS DE LEÃO. FOLHAS DE LOURO EM LAUREL NA FINALIZAÇÃO DA BASE. SEIS HASTES PARTEM DA BASE E SE UNEM EM ESFERA FINALIZANDO COM FIGURA DE LEÃO EM VULTO PERFEITO. TRATA-SE DE UM OBJETO MUITO RARO, COM TRABALHO DE FINO LAVOR INCOMUM POR SER EM PRATA DE LEI, FAZENDO SUPOR TER PERTENCIDO A CULTO DA REGIÃO AURÍFERA MINEIRA SETECENTISTA. BRASIL, SEC. XVIII, 30 CM DE ALTURANOTA: No Brasil colonial e já independente como Império, o Instituto da escravidão vigorou como uma prática comum durante quase quatro séculos. A escravidão indígena e depois negra sustentava a economia nas Fazendas, Minas de diamantes e ouro e mesmo no ambiente urbano. Essa prática levou ao desterramento de sua pátria natal milhares de africanos cuja cultura e religiosidade foram brutalmente suprimidas pelo Estado e por seus senhores no Brasil. Algumas formas de resistência foram organizadas pelos escravos para manter viva a chama de sua religião e rica cultura. Graças a esse movimento o Brasil é hoje uma Nação mais rica, porque esses elementos foram incorporados em nossa própria cultura. As confrarias religiosas de escravos e negros eram abundantes no Brasil algumas em honra a Santos Negros como São Benedito e Santa Ifigênia mas a maioria delas em honra de Nossa Senhora do Rosário. Essas irmandades se constituíram como uma das estratégias de resistência e associadas a esses Santos padroeiros surgiu a festa conhecida como Congado ou Reisado. O Congado é um culto aos ancestrais de hierarquia superior, realizado por nações diversas, possuidoras de antepassados comuns e que através de danças, de percussões afrícanizadas, de cantorias antes venerativas somente ao Rei Congo e depois cristianizadas por influências jesuíticas, mimetizou-se ou paralelizou-se dentro da fé popular brasileira. . Na então Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto no estado de Minas Gerais, havia um escravo por nome Galanga que conseguiu autorização para explorar uma mina de ouro abandonada. Nos seus poucos intervalos de trabalho, extraiu o minério que usou para comprar a sua liberdade, a de seu filho e a de outras 300 pessoas de seu povo. Em uma igreja da vila, Francisco conheceu e se encantou pela imagem de uma santa negra: Santa Efigênia. E foi para ela que, em 1747, Galanga fez uma festa de agradecimento pela liberdade alcançada: o primeiro Congado da região, no qual ele foi coroado como Chico Rei, um rei do Congo no Brasil. O congado difundiu-se especialmente em Minas Gerais mas também na Região Norte, Nordeste e São Paulo. De origem africana mas com influência ibérica, o congo já era conhecido em Lisboa no sec. XVIII. É popular no Nordeste e Norte do Brasil, durante o Natal e nas festividades de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. A congada é a representação da coroação do rei e da rainha eleitos pelos escravos e da chegada da embaixada, que motiva a luta entre o partido do rei e do embaixador. Vence o rei, perdoa-se o embaixador. Termina com o batizado dos infiéis. Os motivos dramáticos da dança do congo baseiam-se na história da rainha Ginga Bandi, que governou Angola no século XVII. Ela decidiu, certa vez, enviar uma representação atrevida ao rei D. Henrique, de Portugal. Seu filho, o heróico príncipe Suena, é morto durante essa investida. O quimboto (feiticeiro) o ressuscita. Na dança do congo só os homens participam, cantando músicas que lembram fatos da história de seu país. A congada é composta por doze dançarinos. O vestuário usado pelos componentes do grupo é bem colorido e cada cor tem o seu significado. Azul e branco são as cores de Nossa Senhora do Rosário. O vermelho representa a força divina. Os adornos na cabeça representam a coroa. O xale sobre os ombros representa o manto real. Várias regiões do estado de Minas Gerais ainda celebram os rituais de congado em seus festejos de coroação. Geralmente acontece em três dias - Sábado, Domingo e Segunda - sendo que a maioria desses reinados ocorre entre os meses de maio e novembro. São erguidos mastros em homenagem a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito na frente das igrejas. Esses mastros são visitados pelos ternos que partem em cantoria nas casas dos festeiros que ajudaram na organização. Durante a festa ocorrem fastas refeições que são patrocinadas pelos festeiros. Depois se procede a coroação do Rei e da Rainha Pertétua que em desfile são conduzidos até a Igreja do Rosário. Alguns ternos e os moçambiques saem em busca do Rei Congo e Rainha Conga (os reis do próximo ano previamente escolhidos) para reunirem-se ao Rei Perpétuo e à Rainha Perpétua. Os ternos de moçambique são os responsáveis pela guarda do coroamento. Os Marujos, marinheiros e catupés juntamente com os congos, fazem parte do acompanhamento processional dançando e cantando. Dentro da Igreja do Rosário são coroados o Rei Congo e a Rainha Conga do próximo ano. O capitão inicia a cantoria: I - Ei, ei, meus irmãos Que hora é tão boa Vamo começá coroação 2X Licença eu pegá sagrada coroa. II-Com a coroa nas mãos dirige-se ao novo Rei: Ei, ei vamo festejá Ei, ei vamo coroá Ei, ei que grande emoção 2X Ei, ei vamo coroá. III -Em seguida, pede licença ao antigo Rei, para retirar o manto: Ei, ei, tá de parabéns Peço licença das minha mão Retirá manto de nossa mãe 2X Peço licença a virge também Ei, ei, ei, a virge também. IV - Segurando o manto azul, canta, mostrando-o aos devotos: Ei, ei meus irmãos Que grande alegria 2X Congadas de Minas Gerais 85 Esse é o manto Da virge Maria, ei, ei. V -Finalizando, pede licença para colocar o manto de novo Rei: Ei, ei, me dá licença Ei, ei que vo colocá Manto da virge vo colocá 2X Coroa no Rei vamo coroá Pra terminá coroação, ei, ei. Todos os moçambiqueiros participam respondendo em coro.

Informações

Lance

    • Lote Vendido
Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada