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Prata de Lei

MARECHAL Conrado Jacó de Niemeyer MAJESTOSO CENTRO DE MESA EM PRATA DE LEI COM CRISTAL FINAMENTE LAPIDADO COM GUIRLANDAS DE LOURO DISPOSTOS EM LAURÉIS. BASE ROBUSTA EM PRATA DE LEI ELEGANTEMENTE TRABALHADA COM ROCAILLE E ESCUDELAS SOB COURAÇA SIMULANDO ESCAMAS. EM RESERVA NO FUSTE, ELEMENTOS COMEMORATIVOS E ALUSIVOS A HONRA, COMO GAITA DE FOLES, LOURO, LIRA E FLAUTA. GRAVAÇÃO EM CARTELA DA DATA 24/06/94 (1894). TRATA-SE SE HOMENAGEM DO CLUBE MILITAR A POSSE DO MARECHAL CONRADO JACÓ DE NIEMEYER EM 1894 COMO COMANDANTE da 1ª Divisão, composta das brigadas que guarneciam o litoral, desde o Morro da Viúva até a Praça da Harmonia, OU SEJA, DEFENSOR DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. MARCAS DO PRATEIRO E.L. VICTOR ATIVO EM HESSEN NA CIDADE DE DARMSTADT, ALEMANHA, ENTRE 1890 E 1910.. PEÇA EXTRAORDINÁRIA, BELÍSSIMA, EM EXCELENTE ESTADO DE CONSERVAÇÃO E CARREGADA DE EXPRESSIVO SENTIDO HISTÓRICO. SEC. XIX. 40 (H) X 34 CM NOTA: CLUBE MILITAR DO RIO DE JANEIRO - Associação civil, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro, fundada em 26 de junho de 1887 por oficiais das forças armadas. Surgiu com os objetivos de defender os interesses dos sócios e pugnar por medidas acauteladoras dos seus direitos, incentivar as manifestações cívicas e patrióticas e interessar-se pelas questões que firam ou possam ferir a honra nacional e militar. Foi o berço do golpe republicano que pôs fim a Monarquia no Brasil. O Clube Militar foi fundado nos últimos anos do Império, quando o movimento abolicionista e republicano no Brasil já conseguira uma sensível penetração nas populações urbanas do país. A chamada Questão Militar, surgida em 1883 devido ao descontentamento com os termos de um projeto de lei que alterava a situação dos militares reformados, agravou-se com o envolvimento do Exército na luta pela abolição do trabalho escravo. As idéias republicanas, de matriz positivista, já haviam chegado às escolas militares brasileiras, tendo no tenente-coronel Benjamim Constant Botelho de Magalhães, professor da Escola Militar e da Escola Superior de Guerra da Corte, um dos seus mais destacados divulgadores. A idéia de criação de um clube que aglutinasse os militares nasceu de reuniões realizadas na casa do major Serzedelo Correia, no início de junho de 1887. A esses primeiros encontros compareceram oficiais da Marinha e do Exército, visto que uma das finalidades do novo clube era a união em seus quadros das duas forças armadas. A princípio pensou-se em criar vários clubes nas diversas províncias do Império, mas, como isso não fosse viável, decidiu-se pela instalação de apenas um, no Rio de Janeiro. Aí, conforme declarações de um de seus fundadores, o tenente Tomás Cavalcanti, seria plantada a bandeira do protesto, possivelmente da revolução, tudo dependendo das circunstâncias. Essa afirmativa atesta claramente o caráter oposicionista da nova instituição. No final de junho, as bases do clube já estavam assentadas, contando com o apoio de Benjamim Constant e do general Manuel Deodoro da Fonseca, militar de grande prestígio que defendera publicamente os oficiais abolicionistas. No dia 26, em sala cedida pelo Clube Naval, foi oficialmente fundado o Clube Militar. A primeira diretoria era composta do general Deodoro da Fonseca (presidente) e dos oficiais Custódio de Melo (vice-presidente), José Simeão de Oliveira (primeiro-secretário), Marciano Magalhães (segundo-secretário), Benjamim Constant (tesoureiro), José Marques Guimarães, Eduardo Wandenkolk e Antônio Sena Madureira (comissão de imprensa). Com exceção de Custódio de Melo e Wandenkolk, oficiais da Marinha, os demais membros da diretoria eram do Exército. Numa segunda reunião, em 4 de julho, Sena Madureira apresentou os estatutos do clube. O governo imperial, não vendo com bons olhos a organização de uma instituição militar que abrigava oficiais abertamente abolicionistas e republicanos, procurou colocar obstáculos ao funcionamento do clube: inicialmente, questionando o direito de o Clube Militar existir por sua própria iniciativa e investigando se em seus estatutos figuravam disposições contrárias à hierarquia das forças armadas, e mais tarde, em outubro de 1888, procurando enfraquecê-lo através da tentativa de criação de um Círculo de Oficiais do Exército, formado por militares de alta patente. Nessa ocasião, Deodoro recusou-se a participar do círculo, alegando que o Clube Militar representava os interesses da classe. Logo após sua instalação, o clube organizou uma chapa para as eleições senatoriais na província do Rio de Janeiro, apresentando como candidato o general Deodoro da Fonseca, que não logrou ser eleito. Em outubro de 1887, o clube firmou sua posição antiescravocrata através de uma carta escrita por Deodoro à princesa regente dona Isabel, reclamando contra o emprego de soldados na captura de escravos fugitivos, e afirmando que o Exército não se prestava ao papel de capitão-do-mato. Abolida a escravidão em maio de 1888, estreitaram-se as bases de sustentação do Império, que perdeu o apoio de um importante grupo social: os produtores de café do vale do Paraíba, que utilizavam mão de obra escrava. Ao mesmo tempo, a propaganda republicana ganhava corpo nos meios civis e militares. O Clube Militar, na condição de porta-voz do Exército, teve uma participação decisiva na proclamação da República. Em sessão extraordinária do clube, convocada no dia 9 de novembro de 1889 para tratar de um incidente entre um tenente e o visconde de Ouro Preto, chefe do Gabinete Imperial, Benjamim Constant criticou violentamente os atos do governo, acusando-o de promover hostilidades contra o Exército. No final de sua exposição, pediu plenos poderes para tirar a classe militar de um estado de coisas incompatível com a honra e a dignidade. Nessa reunião, ingressaram no clube que até então contava com pouco mais de cem sócios, dos quais a maioria oficiais de baixa patente mais de 40 oficiais sabidamente republicanos. Nos dias seguintes, Benjamim Constant promoveu encontros de Deodoro com líderes civis republicanos. No dia 15 de novembro, o presidente do Clube Militar proclamava a República. Durante os primeiros anos do novo regime, o Clube Militar participou intensamente da vida política do país. Em fevereiro de 1891, quando se discutia a eleição do presidente e vice-presidente da República pela Assembleia Constituinte, e já tendo sido apresentadas as candidaturas de Deodoro e de Eduardo Wandenkolk, o clube declarou que as forças armadas não deveriam intervir no processo eleitoral, mas acatar os atos do poder soberano (o Parlamento). A eclosão em setembro de 1893 da Revolta da Armada, movimento da Marinha que visava à derrubada de Floriano Peixoto, colocou o clube ao lado do governo. A subida dos civis ao poder em novembro de 1894, quando Prudente de Morais assumiu a presidência, marcou o início de um período de conflitos entre o Clube Militar e o Executivo. Ainda em 1894, Prudente de Morais vetou o aumento dos quadros do Exército e demitiu o general Paulo Argolo do Ministério da Guerra, por este ter apoiado o protesto do clube contra a medida presidencial. Em 1896, apoiado por um grupo de oficiais contrários à politização dos militares, Prudente de Morais conseguiu superar nova crise com o Clube Militar, o qual, discordando da orientação seguida pelo governo na Guerra de Canudos, havia aprovado uma moção contendo uma ameaça implícita de deposição do presidente. Em novembro de 1897, o clube foi acusado de participação na tentativa de assassinato de Prudente de Morais. Em dezembro, sua sede foi fechada e seu arquivo recolhido à polícia. A instituição só foi reaberta em julho de 1901, já no governo Campos Sales, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Após esse interregno de quase quatro anos (1897-1901), o Clube Militar passou a ter uma atuação mais discreta em relação a temas políticos. Ainda assim, em 1902, 32 oficiais sócios do clube hipotecaram solidariedade ao coronel Cunha Matos, que desobedecera às ordens do governo e desarmara no Acre os partidários de Plácido de Castro. Em 1904, o Clube Militar exigiu que o presidente Rodrigues Alves destituísse J. J. Seabra, ministro do Interior e Justiça, no que não foi atendido. Unidades militares sediadas no Rio de Janeiro apoiaram o clube e rebelaram-se contra o governo, mas o movimento foi sufocado. No final de seu mandato, Rodrigues Alves doou um terreno na avenida Rio Branco ao Clube Militar para a construção da sua primeira sede própria, inaugurada em 1910. Entre 1912 e 1914, o clube foi presidido pelo general Tito Escobar, tendo como secretário-geral o capitão Mário Clementino de Carvalho. Durante sua gestão, foram criadas caixas de assistência para os sócios, o que atraiu grande número de novos membros e aumentou a frequência à sede. Nos governos dos presidentes Hermes da Fonseca (1910-1914) e Venceslau Brás (1914-1918), um amplo setor da hierarquia do Exército procurou combater a interferência dos militares na vida civil do país, sendo punidos aqueles que se intrometiam em questões políticas. Em 1916, o governo advertiu um grupo de oficiais que, reunidos no Clube Militar, protestou contra um possível aumento dos descontos sobre seus vencimentos e contra a alta do custo de vida. No governo de Epitácio Pessoa (1919-1922), as relações entre os militares e o governo, relativamente tranquilas durante a década de 1910, tornaram-se bastante tensas. Tudo começou com a nomeação de dois civis Pandiá Calógeras e Raul Soares para as pastas da Guerra e da Marinha, respectivamente, rompendo com uma tradição inaugurada com a República. Em abril de 1921, a nomeação de oficiais da Missão Militar Francesa para o quadro de instrutores da Escola Militar, contrariando as normas existentes, provocou um clima de ressentimento dentro do Exército. A crise foi contornada por Epitácio, que exonerou e transferiu os oficiais descontentes. A esses acontecimentos somou-se o lançamento do nome do ex-presidente marechal Hermes da Fonseca, em junho de 1921, como candidato da oposição às eleições presidenciais de 1922, concorrendo com o situacionista Artur Bernardes. No dia 26 de junho, o marechal foi empossado na presidência do Clube Militar. No entanto, por falta de base política, sua candidatura foi retirada, e seus seguidores civis e militares passaram a apoiar a outra chapa oposicionista, formada por Nilo Peçanha e J. J. Seabra, da Reação Republicana. A crise militar, ainda latente, explodiu em 9 e 10 de outubro, no auge da campanha eleitoral, quando oCorreio da Manhãpublicou duas cartas apócrifas, atribuídas a Artur Bernardes, nas quais este se referia de forma injuriosa aos militares partidários de Nilo Peçanha. Após as cartas terem sido divulgadas e Bernardes ter negado sua autoria, o Clube Militar acabou por declarar os documentos falsos. Entretanto, a grande agitação nos meios militares deu uma dimensão maior ao incidente, e um grupo de oficiais exigiu a formação de uma comissão do clube para investigar a autenticidade das cartas. Em 28 de dezembro, foi lido em sessão do clube o laudo da perícia efetuada pela comissão, que declarou as cartas autênticas. No final da reunião, foi aprovada uma moção que aconselhava a entrega do caso ao julgamento da nação, embora o veredito da comissão tivesse sido contestado por uma minoria de sócios, que se negava a reconhecer a autenticidade das cartas. Com o resultado das eleições presidenciais dando a vitória a Bernardes, os seguidores de Nilo Peçanha pediram a constituição de um tribunal de honra para apurar eventuais irregularidades no pleito, recebendo a adesão do Clube Militar. A tensão nos meios militares intensificou-se em junho de 1922 com o chamado caso de Pernambuco. Após tensa campanha sucessória à presidência do estado, os dois candidatos, da situação e da oposição, declararam-se vencedores, deflagrando uma série de choques armados e crimes políticos dos quais participaram várias guarnições do Exército. A luta interna de Pernambuco acabou atingindo o Clube Militar devido a um telegrama de oficiais que serviam naquele estado dirigido ao clube, protestando contra a situação. Em resposta, Hermes da Fonseca, na condição de presidente do clube, enviou telegrama ao comandante da guarnição federal em Pernambuco, coronel Jaime Pessoa, no qual acusava o governo de colocar o Exército na odiosa posição de algoz do povo pernambucano. A repercussão do comunicado do marechal foi enorme e, no dia 3 de julho, o presidente Epitácio Pessoa não hesitou em mandar prendê-lo e em fechar o Clube Militar por seis meses. A punição a Hermes da Fonseca e o fechamento do clube, somados ao clima de intranquilidade reinante no Exército, desencadearam uma reação armada conhecida como a Revolta dos 18 do Forte, que eclodiu em 5 de julho de 1922 no forte Copacabana e na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, e em Mato Grosso, onde os rebeldes foram comandados pelo general Clodoaldo da Fonseca, tio do marechal Hermes. A rebelião de julho de 1922 deu início ao ciclo de levantes e revoluções militares da década de 1920 o movimento tenentista que resultaria na Revolução de 193

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MARECHAL Conrado Jacó de Niemeyer MAJESTOSO CENTRO DE MESA EM PRATA DE LEI COM CRISTAL FINAMENTE LAPIDADO COM GUIRLANDAS DE LOURO DISPOSTOS EM LAURÉIS. BASE ROBUSTA EM PRATA DE LEI ELEGANTEMENTE TRABALHADA COM ROCAILLE E ESCUDELAS SOB COURAÇA SIMULANDO ESCAMAS. EM RESERVA NO FUSTE, ELEMENTOS COMEMORATIVOS E ALUSIVOS A HONRA, COMO GAITA DE FOLES, LOURO, LIRA E FLAUTA. GRAVAÇÃO EM CARTELA DA DATA 24/06/94 (1894). TRATA-SE SE HOMENAGEM DO CLUBE MILITAR A POSSE DO MARECHAL CONRADO JACÓ DE NIEMEYER EM 1894 COMO COMANDANTE da 1ª Divisão, composta das brigadas que guarneciam o litoral, desde o Morro da Viúva até a Praça da Harmonia, OU SEJA, DEFENSOR DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. MARCAS DO PRATEIRO E.L. VICTOR ATIVO EM HESSEN NA CIDADE DE DARMSTADT, ALEMANHA, ENTRE 1890 E 1910.. PEÇA EXTRAORDINÁRIA, BELÍSSIMA, EM EXCELENTE ESTADO DE CONSERVAÇÃO E CARREGADA DE EXPRESSIVO SENTIDO HISTÓRICO. SEC. XIX. 40 (H) X 34 CM NOTA: CLUBE MILITAR DO RIO DE JANEIRO - Associação civil, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro, fundada em 26 de junho de 1887 por oficiais das forças armadas. Surgiu com os objetivos de defender os interesses dos sócios e pugnar por medidas acauteladoras dos seus direitos, incentivar as manifestações cívicas e patrióticas e interessar-se pelas questões que firam ou possam ferir a honra nacional e militar. Foi o berço do golpe republicano que pôs fim a Monarquia no Brasil. O Clube Militar foi fundado nos últimos anos do Império, quando o movimento abolicionista e republicano no Brasil já conseguira uma sensível penetração nas populações urbanas do país. A chamada Questão Militar, surgida em 1883 devido ao descontentamento com os termos de um projeto de lei que alterava a situação dos militares reformados, agravou-se com o envolvimento do Exército na luta pela abolição do trabalho escravo. As idéias republicanas, de matriz positivista, já haviam chegado às escolas militares brasileiras, tendo no tenente-coronel Benjamim Constant Botelho de Magalhães, professor da Escola Militar e da Escola Superior de Guerra da Corte, um dos seus mais destacados divulgadores. A idéia de criação de um clube que aglutinasse os militares nasceu de reuniões realizadas na casa do major Serzedelo Correia, no início de junho de 1887. A esses primeiros encontros compareceram oficiais da Marinha e do Exército, visto que uma das finalidades do novo clube era a união em seus quadros das duas forças armadas. A princípio pensou-se em criar vários clubes nas diversas províncias do Império, mas, como isso não fosse viável, decidiu-se pela instalação de apenas um, no Rio de Janeiro. Aí, conforme declarações de um de seus fundadores, o tenente Tomás Cavalcanti, seria plantada a bandeira do protesto, possivelmente da revolução, tudo dependendo das circunstâncias. Essa afirmativa atesta claramente o caráter oposicionista da nova instituição. No final de junho, as bases do clube já estavam assentadas, contando com o apoio de Benjamim Constant e do general Manuel Deodoro da Fonseca, militar de grande prestígio que defendera publicamente os oficiais abolicionistas. No dia 26, em sala cedida pelo Clube Naval, foi oficialmente fundado o Clube Militar. A primeira diretoria era composta do general Deodoro da Fonseca (presidente) e dos oficiais Custódio de Melo (vice-presidente), José Simeão de Oliveira (primeiro-secretário), Marciano Magalhães (segundo-secretário), Benjamim Constant (tesoureiro), José Marques Guimarães, Eduardo Wandenkolk e Antônio Sena Madureira (comissão de imprensa). Com exceção de Custódio de Melo e Wandenkolk, oficiais da Marinha, os demais membros da diretoria eram do Exército. Numa segunda reunião, em 4 de julho, Sena Madureira apresentou os estatutos do clube. O governo imperial, não vendo com bons olhos a organização de uma instituição militar que abrigava oficiais abertamente abolicionistas e republicanos, procurou colocar obstáculos ao funcionamento do clube: inicialmente, questionando o direito de o Clube Militar existir por sua própria iniciativa e investigando se em seus estatutos figuravam disposições contrárias à hierarquia das forças armadas, e mais tarde, em outubro de 1888, procurando enfraquecê-lo através da tentativa de criação de um Círculo de Oficiais do Exército, formado por militares de alta patente. Nessa ocasião, Deodoro recusou-se a participar do círculo, alegando que o Clube Militar representava os interesses da classe. Logo após sua instalação, o clube organizou uma chapa para as eleições senatoriais na província do Rio de Janeiro, apresentando como candidato o general Deodoro da Fonseca, que não logrou ser eleito. Em outubro de 1887, o clube firmou sua posição antiescravocrata através de uma carta escrita por Deodoro à princesa regente dona Isabel, reclamando contra o emprego de soldados na captura de escravos fugitivos, e afirmando que o Exército não se prestava ao papel de capitão-do-mato. Abolida a escravidão em maio de 1888, estreitaram-se as bases de sustentação do Império, que perdeu o apoio de um importante grupo social: os produtores de café do vale do Paraíba, que utilizavam mão de obra escrava. Ao mesmo tempo, a propaganda republicana ganhava corpo nos meios civis e militares. O Clube Militar, na condição de porta-voz do Exército, teve uma participação decisiva na proclamação da República. Em sessão extraordinária do clube, convocada no dia 9 de novembro de 1889 para tratar de um incidente entre um tenente e o visconde de Ouro Preto, chefe do Gabinete Imperial, Benjamim Constant criticou violentamente os atos do governo, acusando-o de promover hostilidades contra o Exército. No final de sua exposição, pediu plenos poderes para tirar a classe militar de um estado de coisas incompatível com a honra e a dignidade. Nessa reunião, ingressaram no clube que até então contava com pouco mais de cem sócios, dos quais a maioria oficiais de baixa patente mais de 40 oficiais sabidamente republicanos. Nos dias seguintes, Benjamim Constant promoveu encontros de Deodoro com líderes civis republicanos. No dia 15 de novembro, o presidente do Clube Militar proclamava a República. Durante os primeiros anos do novo regime, o Clube Militar participou intensamente da vida política do país. Em fevereiro de 1891, quando se discutia a eleição do presidente e vice-presidente da República pela Assembleia Constituinte, e já tendo sido apresentadas as candidaturas de Deodoro e de Eduardo Wandenkolk, o clube declarou que as forças armadas não deveriam intervir no processo eleitoral, mas acatar os atos do poder soberano (o Parlamento). A eclosão em setembro de 1893 da Revolta da Armada, movimento da Marinha que visava à derrubada de Floriano Peixoto, colocou o clube ao lado do governo. A subida dos civis ao poder em novembro de 1894, quando Prudente de Morais assumiu a presidência, marcou o início de um período de conflitos entre o Clube Militar e o Executivo. Ainda em 1894, Prudente de Morais vetou o aumento dos quadros do Exército e demitiu o general Paulo Argolo do Ministério da Guerra, por este ter apoiado o protesto do clube contra a medida presidencial. Em 1896, apoiado por um grupo de oficiais contrários à politização dos militares, Prudente de Morais conseguiu superar nova crise com o Clube Militar, o qual, discordando da orientação seguida pelo governo na Guerra de Canudos, havia aprovado uma moção contendo uma ameaça implícita de deposição do presidente. Em novembro de 1897, o clube foi acusado de participação na tentativa de assassinato de Prudente de Morais. Em dezembro, sua sede foi fechada e seu arquivo recolhido à polícia. A instituição só foi reaberta em julho de 1901, já no governo Campos Sales, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Após esse interregno de quase quatro anos (1897-1901), o Clube Militar passou a ter uma atuação mais discreta em relação a temas políticos. Ainda assim, em 1902, 32 oficiais sócios do clube hipotecaram solidariedade ao coronel Cunha Matos, que desobedecera às ordens do governo e desarmara no Acre os partidários de Plácido de Castro. Em 1904, o Clube Militar exigiu que o presidente Rodrigues Alves destituísse J. J. Seabra, ministro do Interior e Justiça, no que não foi atendido. Unidades militares sediadas no Rio de Janeiro apoiaram o clube e rebelaram-se contra o governo, mas o movimento foi sufocado. No final de seu mandato, Rodrigues Alves doou um terreno na avenida Rio Branco ao Clube Militar para a construção da sua primeira sede própria, inaugurada em 1910. Entre 1912 e 1914, o clube foi presidido pelo general Tito Escobar, tendo como secretário-geral o capitão Mário Clementino de Carvalho. Durante sua gestão, foram criadas caixas de assistência para os sócios, o que atraiu grande número de novos membros e aumentou a frequência à sede. Nos governos dos presidentes Hermes da Fonseca (1910-1914) e Venceslau Brás (1914-1918), um amplo setor da hierarquia do Exército procurou combater a interferência dos militares na vida civil do país, sendo punidos aqueles que se intrometiam em questões políticas. Em 1916, o governo advertiu um grupo de oficiais que, reunidos no Clube Militar, protestou contra um possível aumento dos descontos sobre seus vencimentos e contra a alta do custo de vida. No governo de Epitácio Pessoa (1919-1922), as relações entre os militares e o governo, relativamente tranquilas durante a década de 1910, tornaram-se bastante tensas. Tudo começou com a nomeação de dois civis Pandiá Calógeras e Raul Soares para as pastas da Guerra e da Marinha, respectivamente, rompendo com uma tradição inaugurada com a República. Em abril de 1921, a nomeação de oficiais da Missão Militar Francesa para o quadro de instrutores da Escola Militar, contrariando as normas existentes, provocou um clima de ressentimento dentro do Exército. A crise foi contornada por Epitácio, que exonerou e transferiu os oficiais descontentes. A esses acontecimentos somou-se o lançamento do nome do ex-presidente marechal Hermes da Fonseca, em junho de 1921, como candidato da oposição às eleições presidenciais de 1922, concorrendo com o situacionista Artur Bernardes. No dia 26 de junho, o marechal foi empossado na presidência do Clube Militar. No entanto, por falta de base política, sua candidatura foi retirada, e seus seguidores civis e militares passaram a apoiar a outra chapa oposicionista, formada por Nilo Peçanha e J. J. Seabra, da Reação Republicana. A crise militar, ainda latente, explodiu em 9 e 10 de outubro, no auge da campanha eleitoral, quando oCorreio da Manhãpublicou duas cartas apócrifas, atribuídas a Artur Bernardes, nas quais este se referia de forma injuriosa aos militares partidários de Nilo Peçanha. Após as cartas terem sido divulgadas e Bernardes ter negado sua autoria, o Clube Militar acabou por declarar os documentos falsos. Entretanto, a grande agitação nos meios militares deu uma dimensão maior ao incidente, e um grupo de oficiais exigiu a formação de uma comissão do clube para investigar a autenticidade das cartas. Em 28 de dezembro, foi lido em sessão do clube o laudo da perícia efetuada pela comissão, que declarou as cartas autênticas. No final da reunião, foi aprovada uma moção que aconselhava a entrega do caso ao julgamento da nação, embora o veredito da comissão tivesse sido contestado por uma minoria de sócios, que se negava a reconhecer a autenticidade das cartas. Com o resultado das eleições presidenciais dando a vitória a Bernardes, os seguidores de Nilo Peçanha pediram a constituição de um tribunal de honra para apurar eventuais irregularidades no pleito, recebendo a adesão do Clube Militar. A tensão nos meios militares intensificou-se em junho de 1922 com o chamado caso de Pernambuco. Após tensa campanha sucessória à presidência do estado, os dois candidatos, da situação e da oposição, declararam-se vencedores, deflagrando uma série de choques armados e crimes políticos dos quais participaram várias guarnições do Exército. A luta interna de Pernambuco acabou atingindo o Clube Militar devido a um telegrama de oficiais que serviam naquele estado dirigido ao clube, protestando contra a situação. Em resposta, Hermes da Fonseca, na condição de presidente do clube, enviou telegrama ao comandante da guarnição federal em Pernambuco, coronel Jaime Pessoa, no qual acusava o governo de colocar o Exército na odiosa posição de algoz do povo pernambucano. A repercussão do comunicado do marechal foi enorme e, no dia 3 de julho, o presidente Epitácio Pessoa não hesitou em mandar prendê-lo e em fechar o Clube Militar por seis meses. A punição a Hermes da Fonseca e o fechamento do clube, somados ao clima de intranquilidade reinante no Exército, desencadearam uma reação armada conhecida como a Revolta dos 18 do Forte, que eclodiu em 5 de julho de 1922 no forte Copacabana e na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, e em Mato Grosso, onde os rebeldes foram comandados pelo general Clodoaldo da Fonseca, tio do marechal Hermes. A rebelião de julho de 1922 deu início ao ciclo de levantes e revoluções militares da década de 1920 o movimento tenentista que resultaria na Revolução de 193

Informações

Lance

    • Lote Vendido
Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de Campinas - SP. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.
    O pagamento deverá ser efetuado até 72 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados. A titulo de cortesia a casa poderá embrulhar as peças arrematadas e providenciar transportadora adequada